Satou aqui. Jogos de tiros eram muito populares no passado,
mas naquela época eu não me interessava neles. Porém, agora que o gênero FPS
faz parte do meu trabalho, tenho sido obrigado a jogar eles durante os
eventos...
◇◇◇
As formigas
se organizaram em grupos de oito e dispararam em direção à nossa carruagem.
Para montar a
nossa defesa, entreguei às meninas as outras quatro bestas que eu tinha, exceto
da Lulu que estava cuidando das rédeas dos cavalos, e passei a explicar de
maneira resumida o manuseio do mecanismo. Usem a barra para puxar a corda,
coloquem a seta no suporte e apertem o gatilho. Desconsiderando a dificuldade
de acertar o alvo, era tudo muito simples.
— Preparem as
armas... apontar... fogo!
Reagindo ao
meu sinal, a chuva de setas caiu sobre a horda de inimigos. Três das formigas
caíram na primeira rodada e, após a recarga, mas duas caíram na segunda leva.
Não haveria
tempo o suficiente para uma próxima, então deixando as bestas de lado, a
próxima onda foi reduzida com o auxílio da [Onda de Choque] e as demais
formigas foram rapidamente eliminadas pela lança de Liza e o meu disparo a
queima roupa.
— Mestre, o
senhor tem alguma poção de MP?
Eu passei
três garrafas para Arisa que não perdeu tempo colocando uma mão na cintura e
com a outra ingerindo a poção de uma vez.
Rudy: Tenho a ligeira impressão de
que a Arisa não perdeu a oportunidade de fazer uma piada agora. Sabem, pela
forma como ela bebeu.
— A próxima
vai ser perigosa.
Com toda
certeza. A próxima onda continha três grupos de formigas atacando
simultaneamente. Nós continuamos atirando com as bestas, mas infelizmente não
parecia estar funcionando muito bem, talvez por causa da distância até as
formigas.
— Por favor,
me deixa usar o [Sobrecarga] dessa vez. Tenho certeza que consigo acabar com
metade delas ou pelo menos algo perto disso!
Durante o
pedindo, Arisa tomou mais uma garrafa.
— Tudo bem,
permissão concedida.
— Ai, como eu
te amo. Muito obrigada!
Ei, não levante uma bandeira de morte aqui.
A piada dela
para acalmar os ânimos foi um pouco crua, talvez porque ela realmente estivesse
nervosa.
—
[Sobrecarga!]
Sob o comando
de Arisa, uma forte aura de cor violeta emergiu do corpo dela. Segurando a
varinha na mão e entoando o encantamento, a luz púrpura se juntou formando
numerosos círculos mágicos no centro da varinha.
— ■■■ ■■■■■■■ ■■■ ■■■■■ [Onda de Choque!]
Uma onda
invisível se propagou, derrubando a multidão de formigas. As que receberam o
impacto direto, diferente do que havia acontecido até o momento, morreram
miseravelmente com seus fluidos corporais expelindo por cada orifício da
cabeça. As outras, atingidas pelo efeito colateral, foram arremessadas,
rodopiando pelo céu até caírem contra o chão. Embora ela tenha dito algo em
torno da metade, a verdade é que todas elas foram incapacitadas no ato.
Como esperado de uma habilidade única.
Eu
cuidadosamente agarrei a Arisa quando ela estava prestes a apagar.
— Gi, girando,
girando~
— Gira, gira,
nanodesu~
— M-mestre,
talvez a magia da Arisa tenha sido muito forte. Estou me sentindo enjoada...
As três
acabaram recebendo uma porção do feitiço também. Como ainda haviam cinco
formigas vivas, deixei a Arisa sob os cuidados de Liza e fui para dar o golpe
final. Pedi a Lulu também que parece os cavalos enquanto eu descia.
— Pochi,
Tama, preparem os arcos para mim.
— Aye~
— desu!
As duas
pareciam exaustas, mas ainda assim elas deram o seu melhor para puxar
engatilhar as bestas para mim. Sempre que eu disparava uma seta, rapidamente
pegava outra com as duas.
Eu me sinto que nem na batalha de Nagashino.
Rudy: O Satou
está fazendo uma referência a primeira grande batalha de Nobunaga utilizando
armas de fogo no Japão.
Depois de
eliminar as últimas formigas em pé, aumentei o ângulo dos disparos para atingir
as que se arrastavam no chão confiando na localização delas pelo [Radar]. Eu
tinha tentado imitar o protagonista de um mangá que li a muito tempo atrás, mas
não acreditei que daria tão certo.
Mesmo sem um
campo de visão limpo, continuei atirando na posição relativa do mapa onde o
maior número de formigas estava. O meu percentual de acertos foi de mais ou
menos uns 20%, bastante impressionante, se é que eu diga.
Ainda tinham
aquelas que foram derrubadas no começo da luta, mas o alcance das minhas setas
não poderia chegar a tão longe. Flechas não são capazes de voar quilômetros de
distância, afinal.
◇◇◇
Nós fizemos
uma breve pausa para saciar nossa sede e a dos cavalos.
— Estou
cansada, mas que bom que tá todo mundo bem.
— Cansa~das
— No desu!
— A Arisa me
parece ainda meio pálida. Eu estou preocupada...
— Vai ficar
tudo bem. Uma noite de sono é só o que ela precisa.
De acordo com
o [AR], a barra de estamina e de magia dela tinha chegado a zero, mas agora
estava gradualmente subindo. Eu limpei com uma toalha molhada o suor na testa
de Lulu que estava preocupada com a saúde da irmã.
— Liza,
meninas. Peguem os núcleos das formigas, os ferrões e as glândulas de veneno
para mim, por favor.
— Mestre, o
ferrão não tem problemas, mas não estou certa de onde fica a glândula de veneno
delas...
Como era um
pouco difícil de explicar com palavras, desossei uma formiga por conta própria
para mostra-las aonde ficavam as glândulas.
— Coloquem os
ferrões neste saco e as glândulas naquele container. Tudo bem se pegarem apenas
cinca de cada, mas tomem muito cuidado para não acabarem se infectando com o
veneno.
Rudy: Formigas com ferrões e
glândulas de veneno? Começo a achar que o tradutor gringo se enganou e se
tratam na verdade de vespas, não de formigas. Vespas, abelhas e formigas fazem
parte da Ordem dos Hymenoptera, talvez por isso usem kanjis parecidos?
As formigas
que estavam a uma grande distância começaram a se recuperar e a recuar para o
ninho, considerando os pontos saindo do alcance do meu mapa.
Deixando os
cavalos aos cuidados de Lulu, fui para a parte de trás da carruagem preparar
antídotos para o veneno das formigas a partir das glândulas que as meninas me
trouxeram e alguns outros materiais. Cada uma delas era suficiente para fazer
até cinco doses.
Terminado os
antídotos, desci a “princesa” do capacete vermelho de cima da carruagem e a
deitei ao meu lado enquanto trabalhava nos antídotos.
Claro, eu
poderia simplesmente deixa-la sobre a grama se eu quisesse, mas como isso me
parecia algum tipo de abuso infantil, espalhei uma toalha antes para melhor
acomodá-la.
— Mestre, a
Arisa acordou.
— Não,
espera! Eu queria que o mestre tivesse pensado “Ela ainda está dormindo” e me
desse uma poção de MP boca a boca~
Esse tipo de
coisa era a cara mesmo dela. Agora eu fico me perguntando o que ela esperava
alcançar expondo abertamente assim os seus planos malignos? Mas, já que ela foi
a nossa campeã do dia, vou perdoá-la com apenas um peteleco na testa.
Enquanto eu
pensava nisso, Arisa veio de dentro da carruagem pegando emprestado o ombro de
Lulu para apoiá-la. Ela então, abriu os braços e disse “Me ajude a descer”, e
eu prontamente fui ajudar. Porém, no instante em que me aproximei, ela colocou
os braços em volta do meu pescoço e foi para o meu peito, mas... era uma finta.
Seu objetivo real eram os meus lábios.
Por um fio de
cabelo consegui evitar o pior a forçado contra o chão e a castiguei com o
mencionado peteleco no ponto alfa da testa. Ignorem o alfa, não há qualquer
sentido real por trás disso.
— Au, au.
Quem quer que tenha dito que o amor dói, estava muito certo.
— Sim Arisa,
eu te amo também.
Quando voltei
para a carruagem, Lulu estava timidamente com seus braços abertos. Ela
provavelmente se inspirou na coragem da irmã.
Mas pensando
bem, era tão raro para a Lulu tomar a iniciativa assim que eu me senti propenso
a mimá-la um pouco. Pegando-a gentilmente nos meus braços, a ajudei a descer.
Claro, eu não
iria me forçar contra uma menina indefesa. Mas se puder, eu adoraria que não me
encarasse assim com um olhar tão adorável, ou então posso acidentalmente
esquecer a nossa diferença de idade.
— Mudando de
assunto, o que é essa coisa aqui? Foi o Nezu-tan que te deu?
Nezu-tan...? Ah, o capacete vermelho. Hehe, gostei desse novo
apelido.
Rudy: Nezu-tan de Nezumi, rato.
— O capacete
vermelho me disse que é uma princesa.
— Uau, uma
princesa! Garoto, mesmo um bando de beldades de diferentes raças a sua
disposição, você vai adicionar agora uma princesa ratinha para o harém? Sério,
homens são tão...
Olha quem fala.
— M-mestre...
Hm? Lulu, não vai me dizer que você levou a piada dela a
sério, vai?
— E-eu... v,
vou dar o meu melhor para o senhor me amar também!
— Lulu você é
linda. Continue trabalhando em se tornar uma fina mulher pelos próximos cinco
anos, aí então poderemos conversar sobre isso de novo.
Rudy: Satou you monster!
A Lulu hoje
estava agindo um pouco estranho. Talvez seja por causa da adrenalina com a luta
e todo o resto? De qualquer forma, ela me pegou desprevenido e eu acabei
respondendo a ela de um jeito parecido com a Arisa.
Para piorar,
ela colocou as mãos nas bochechas e começou a sorrir de maneira tímida. Era uma
cena fofa, mas o problema é o que vou fazer agora?
— Voltamos~?
— Nodesu~
— Estamos de
volta, mestre.
Felizmente as
três voltaram na hora certa, trazendo as cinco glândulas de veneno no container,
uma sacola cheia de núcleos e...
— É um número
bem grande de ferrões, hein?
— Eu sinto
muito, mestre. Sei que o senhor pediu somente cinco, mas imaginei que talvez
fosse possível aproveitá-los para fazer algumas lanças descartáveis e por isso
coletei um pouco mais.
— Entendi, é
realmente uma boa ideia Liza. Mais tarde criarei alguns.
— Muito
obrigada, mestre!
Como havia o
risco de me esquecer, decidi colocar um memorando no [Menu]. Deixar de lado uma
promessa como essa poderia azedar um pouco o nosso relacionamento.
Mais
importante, Tama e Pochi trouxeram também uma parte do equipamente usado pelo
capacete vermelho e os outros cavaleiros ratkins. Não sobrou nada dos corpos e,
além dos capacetes, mais nenhum equipamento ficou inteiro.
Outro ponto,
eu tinha esquecido de pedir as setas de volta, mas as meninas espertas como são
trouxe elas de volta, com exceção das que tinham se partido.
O maior
lamento da Liza foi que não sobrou também nada das partes comestíveis dos
javalis.
Por sinal, a
princesa que o capacete vermelho me confiou ainda não acordou, mas como muito
em breve outros predadores se reuniriam aonde os corpos das formigas se
encontram, decidimos partir dali imediatamente para um outro ponto a alguns quilômetros
mais a frente.
O novo ponto
de acampamento era aquele com um pequeno espelho d’água nos arredores, porque
por algum motivo, a Lulu não se sentia bem em passar a noite em lugares sem uma
fonte de água. Talvez seja algum tipo de trauma, eu me pergunto.
◇◇◇
Depois de
cuidar dos cavalos, eu estava lendo um livro e apreciando uma deliciosa xícara
de chá que Lulu preparou para mim durante uma pausa no preparo do jantar.
Para dizer a
verdade, eu estava lendo um dos guias de viagem que comprei antes através da
tela do [Menu], mas como eu não queria parecer um velho sofrendo de demência
para as meninas, tirei um livro introdutório de [Magia Cotidiana] para disfarçar
um pouco.
Rudy: Acho
que o Satou ficou realmente ofendido quando a Arisa perguntou se ele não era
muito jovem para estar sofrendo de demência antes kkkk
Estudar o
guia físico era mais prazeroso, mas como o [Menu] me permitia tomar notas e
fazer pesquisas sobre itens e assuntos relacionados era muito mais eficiente.
Enquanto me
distraia com esses pensamentos, um cheiro aroma delicioso puxou de volta a
minha atenção. O prato de hoje que Lulu e Liza preparavam era uma sopa de feijões
que elas cozinharam a pedido meu.
— O~i!
— Presas~
— Conseguimos
muitas presas, no desu~
As três
meninas chegaram de volta da caçada.
Eu espero que elas não tenham trazido uma fada ou coisa do
tipo dessa vez...
Deixando o
livro de lado, me virei na direção das vozes delas.
Arisa
liderava o grupo, sendo seguida por Tama e Pochi carregando um javali. Um de quatro
patas desta vez, mas bem grande. E pelo visto elas aproveitaram para matar o
restante das formigas que tinham fugido também.
— Mestre, por
favor prove isso.
A Lulu me
trouxe um pequeno prato com um pouquinho de sopa. A Arisa tratou logo de protestar
“Eeehhh, só para o mestre~”, mas ela perdeu o interesse quando ficou sabendo que
era sopa de feijão e foi de distrair com a Liza desossando o javali.
Delicioso. Especialmente o sabor das pimentas que comprei num
dos restaurantes de alta classe de Seryuu.
— Está delicioso,
Lulu. Mal posso esperar pelo jantar de hoje.
— Sim,
mestre! Vou dar o meu melhor para ajudar a Liza!
A Lulu vinha
agindo cada vez com mais naturalidade perto de mim. Eu estava me sentindo
satisfeito e feliz, mas então a “princesa” dos Ratkins começou a acordar ao meu
lado.
Rudy: Depois de traduzir o capítulo,
fui olhar o original japonês e realmente o autor escreve que são “Formigas
Aladas Gigantes”.
Se gostou do capítulo, compartilhe e deixe seu comentário!