Death March Web Novel Online 5-1

[Jornada – Parte 1]


Death March Kara Hajimaru Isekai Kyousoukyoku / Death March to the Parallel World Rhapsody Web Novel Online


Satou aqui. Geralmente em jogos, no início você anda a pé, no meio usa uma carruagem e no final, ou se teletransporta ou começa a utilizar algum tipo de aeronave, ficando cada vez mais conveniente na medida em que se avança.

De acordo com um velho amigo, sair em uma aventura andando de carruagem é algo lamentável, mas já que eu só estou fazendo turismo, não deve haver problema, certo?

 

◇◇◇

 

A carruagem fazia ruídos e tremia conformes seguíamos por entre duas colinas pela estrada principal.

— Uuu...

— Nya...

Sempre que alguma pequeno animal como ratos e coelhos apareciam por entre os arbustos, Tama e Pochi reagiam como se fossem saltar para fora no mesmo instante e, cada vez que isso acontecia, Liza agarrava as duas pela cintura. Embora, eu realmente não achava que fosse preciso, pois já que a velocidade não chegava nem a 20 km/h, dificilmente elas se machucariam.

— Pochi, Tama, se vocês duas se inclinarem muito, podem acabar caindo da carruagem. Fiquem atrás do assento do cocheiro e se reclinem no banco.

— Entendido, nanodesu.

— Aye~

As duas responderam com energia e se colocaram à direita e à esquerda do assento. Embora, eu acredito que isso só vá durar até encontrarem alguma outra coisa para fazer.

O vento que soprava estava um pouco frio, mas por causa do céu sem nuvens, os raios de sol mantinham a temperatura agradável. Após sairmos de Seryuu, a paisagem foi um emaranhado de florestas, ou melhor, uma coleção de matas densas e fechadas por cerca de uma hora. Porém agora, estávamos avançando por uma repleta de colinas. Eu podia ver alguns pastores guiando seus rebanhos de uma colina a outra de tempos em tempos.

Bem que notei que havia um monte de produtos derivados de cabras na cidade. Por isso que há tantos pastores por aqui, hein?

Gakon, Gakokokon. — A carruagem balançava mais e mais a medida que íamos subindo as colinas.

De trás, pude ouvir um pequeno grito de Lulu e a voz de Arisa repetindo palavras com uma linguagem ofensiva, mas fingi que não percebi e deixei suas palavras serem carregadas pelo vento.

Já que a estrada tinha sido construída para evitar as colinas, o caminho foi bastante sinuoso. O percurso não era pavimentado, sendo simplesmente composto de terra batida e, por causa disso, as rodas constantemente tropeçavam nas áreas mais desgastadas pelo caminho. Apesar de os cavalos precisarem apenas seguir o caminho definido, era minha responsabilidade como cocheiro, fazer os ajustes para evitar pedras e buracos, porém, mesmo com o apoio da habilidade maximizada, talvez por causa da minha falta de experiência, eu não conseguia fazer isso direito.

Então, Arisa apareceu no topo da cabeça de Pochi e colocou seu rosto para mais perto de mim.

— Sabe, eu adoraria que você dirigisse com um pouquinho mais de cuidado~

— Não seja tão exigente com um completo novato como eu.

Nesse tipo de situação, o melhor seria ignorar o protesto irrazoável que Arisa fez. Falando em protesto, Pochi não parecia nem um pouco confortável com o queixo de Arisa aninhado por cima de sua cabeça.

Ah, ela está contra-atacando agora.

 Pochi agarrou a mão livre de Arisa e deu uma dolorosa mordida.

— AU! E-ei, Pochi, para com isso. As minhas mangas vão ficar pegajosas com sua baba~

— Hamumu, nyanoresu~

Arisa puxou o braço dela para se livrar, o que fez com que Pochi fosse arrastada pelo movimento e saísse rolando até o saco onde estavam as nossas bagagens, perto do banco do cocheiro.

— Brinquem em segurança. — Eu disse de maneira leve.

A carruagem estava tremendo ainda mais. Seria perigoso se uma delas caísse por conta disso.

Por outro lado, Tama que via as duas disputando com olhar de inveja, parecia querer participar também.

Ah, ela também entrou na competição.

Já que Tama não era do tipo que esperava pacientemente, talvez essa conclusão fosse inevitável, afinal.

 

 

◇◇◇

 

 

A viagem vinha sendo mais relaxante do que eu imaginava. Como esse era um mundo de fantasia, achei que acabaríamos encontrado algum tipo de monstro ou coisa assim pelo caminho, mas até o momento nada parecido aconteceu.

Tentei fazer uma pesquisa em maior escala, mas nenhum monstro ou animal que fosse particularmente perigoso estava nas redondezas. No máximo, algumas raposas e, quem sabe, algumas matilhas de lobos, mas como esses se encontravam a quilômetros daqui, nas florestas de mais cedo, não tinha o porquê de me preocupar no momento.

No dia do meu encontro com a Zena-san, ela disse que os militares saíam em patrulhas regulamente para exterminar monstros e animais perigosos no perímetro de Seryuu. Pelo visto, nos tínhamos que agradecê-los pela nossa situação.

Não aguentando mais a bagunça com as meninas mais novas estavam fazendo, Liza se levantou e passou um sermão nelas. Preciso agradecê-la depois por isso, pois eu mesmo já estava pensando em agir.

Tomando o lugar de Liza, Lulu que havia se refugiado na outra ponta da carruagem veio sentar atrás de mim. Pensando bem, eu ainda não tinha conversado muito com ela ainda. Comunicação era algo importante, por isso decidi achar algum assunto para puxar.

— Lulu, como você está se sentindo? Nenhum enjoou da viagem ou coisa do tipo?

— N-não, nadinha!

Achei que ela nem me responderia, mas a voz veio quase que imediata e com um tom de bastante surpresa. Agora que paro para pensar, ela veio sentar atrás de mim e eu nem virei a cabeça para saber quem era.

As meninas Beastkin tinham uma enorme capacidade física, então agi como se isso fosse natural, mas no caso de Lulu, ela era uma menina completamente normal, então era claro que ela não esperaria que eu lhe fizesse uma pergunta. Eu meio que vinha substituindo o meu senso comum pelos absurdos que tenho vivido neste mundo... talvez fosse melhor tomar mais cuidado.

— Não precisa se assustar, Lulu. Por que não tenta agir um pouco como a Arisa e... não, talvez esse exemplo não fosse o melhor, tente ser igual a Pochi e as outras meninas que interagem casualmente comigo.

— Mas isso... para uma escrava como eu é algo inimaginável.

Lulu usou uma voz quase que inaudível, como se ela fosse desaparecer a qualquer momento. Pelo visto, levaria algum tempo. Mas por hora, talvez eu poderia diminuir a distância entre nós trazendo qualquer assunto que fosse.

— Você realmente ama a sua irmãzinha, não é?

— Às vezes eu me pergunto que é a mais velha.

— De fato, ela não age como uma criança de 11 anos deveria agir.

— Arisa sempre foi precoce desde pequena.

— Mesmo? Como ela agia?

Ao invés de precoce, seria melhor dizer que ela já tinha as experiências de sua vida passada, mas esse não era um segredo que eu poderia dizer, né?

Depois disso, Lulu continuou falando sobre a Arisa com alegria até a hora do almoço. As pessoas conversariam livremente sobre as coisas que amam, independentemente de qual mundo estejamos falando.

O rosto dela parecia tão alegre falando da irmã. Seus olhos brilhavam, suas bochechas pareciam se corar. O rosto de Lulu já possuía grade charme, mas agora eu via ainda mais beleza naquele sorriso de menina. Sua face me cativava tanto que eu até ficava meio assustado, achando que poderia cair em um perigoso mundo chamado “Lolicon”, caso me descuidasse.

Mais atrás, eu podia ouvir o gemido de agonia de Arisa, terrivelmente embaraçada pelos elogios. Mas talvez porque entendia quais eram as minhas intensões que ela ficou no dilema de interferir ou não nas palavras de sua irmã.

Quando a carruagem chegou a uma parte reta da estrada, olhei para o saco de bagagem e Arisa estava tampando os ouvidos e rolando de um lado para o outro de vergonha, com Tama e Pochi a imitando logo ao lado. Quando as duas perceberam meu olhar, elas continuaram imitando, mas com os olhos fixos em mim. Então, fiz um sinal de que não era nada e as duas voltaram a brincar prestando atenção na Arisa.

É, nada melhor do que um momento de paz e tranquilidade~

Depois disso, Lulu passou quase uma hora inteira contando sobre as qualidades da irmãzinha dela.


 

◇◇◇

 

Vamos mover a narração para quando a garganta de Lulu ficou muito seca para continuar falando. Claro, eu estava disposto a ouvir mais sobre o assunto a qualquer hora que ela quisesse.

E talvez eu até faça a Arisa ouvir quando precisar punir ela também.

Rudy: Satou you monster!

Justo na hora que eu tentava acertar o timing perfeito para puxar o assunto, um som meigo ressoou do meu lado.

Olhando para o [Menu], já estava na hora do almoço. Nós poderíamos comer na carruagem mesmo enquanto prosseguíamos, mas eu queria ver a condição dos cavalos também, por isso decidi fazer uma parada. Não era como se estivéssemos com pressa e não haveria qualquer cidade a alcance pelos próximos dois ou três dias de qualquer forma.

De acordo com o [Mapa] chegaríamos a uma formação rochosa mais a frente, então decidi que pararíamos lá.

— Está quase na hora do almoço.

— Almoço~?

— Carne, nanodesu!

Pochi e Tama responderam muito mais rápido que a própria Lulu, que estava toda vermelha do meu lado. As duas pularam de trás do meu assento e apresentaram suas cabeças.

 — Devo cortar pão e queijo para comermos na carruagem?

Liza? Você não estava de olho no fundão da carruagem? Como veio parar aqui tão rápido?

Arisa ressuscitou do chão e veio logo atrás de Liza também. A voz dela estava meio rouca e com o cabelo todo embaraçado a figura dela parecia a de algum monstro saído de um filme de terror.

— Com um clima tão bom lá fora, seria ótimo fazer um piquenique.

— Achei a mesma coisa. Há uma formação rochosa logo ali, vamos sentar lá e parar por uma hora para o almoço.

Com nosso destino programado, seguimos mais um pouco pela estrada até que, em determinado ponto, saímos do caminho e começamos a subir uma inclinação. A carruagem passou a tremer mais e perdeu a velocidade no terreno bruto repleto de graminhas, por isso fiquei mais atento enquanto dirigia.

Em pouco tempo alcançamos as rochas. Cada uma delas tinha tamanho considerável, com aproximadamente uns dois metros de altura e sete de largura.

Eu parei a carruagem ao lado de uma delas e imediatamente desci do banco do motorista para ajudar Lulu a descer. Arisa aproveitou o momento para pular para cima de mim gritando “Tou!”, igual a algum tipo de herói de histórias em quadrinho, mas eu rapidamente desviei do ataque surpresa dela.

— EI! Seu tratamento comigo não vem ficada cada vez pior?

— Claro que não, Arisa. Como eu poderia fazer isso com uma menina tão meiga como você? É imaginação sua. — Eu a respondi de maneira monótona e abaixei o freio da carruagem.

— Eu não senti um pingo de sinceridade nisso! Se não corrigir a sua postura agora, tenho certeza de vai acabar como um delinquente algum dia~

Wow, seu vocabulário Showa está a todo vapor.

Imitando a Arisa, Pochi e Tama saltaram da carruagem gritando “Tou~?”, “Tou, nanodesu!”. Felizmente as duas não imitaram a pose também.

Eu desacoplei os cavalos da carruagem e amarrei as rédeas na parte de trás. Depois disso, dei uma boa olhada nos freios para ver se os cavalos não acabariam puxando, mas pelo que vi, não havia riscos dele ceder.

Liza veio logo em seguida com um barril de água e eu coloquei um pouco para os animais. Era melhor dar prioridade a eles, já que os dois tinham sido os que mais trabalharam ao longo do dia.

— Liza, prepare alguma coisa que seja fácil, como sanduiches e salada, por favor.

Pedi para que Liza cuidasse dos preparativos para o almoço, mas como não seria bom depender somente dela para as refeições, fui ver se a Lulu ou a Arisa poderiam ajudar cozinhando também.

— Infelizmente, o poder feminino de Arisa-chan não é elevado o suficiente...

Arisa respondeu com um tom monótono de um olhar vago, como o de alguém olhando depois de amanhã.

O que há com esse clima pesado? Ela se sente culpada ou coisa assim? Eu não vou dizer uma coisa tão antiquada quanto toda mulher precisa saber cozinhar, tá ok?

— Mestre, eu não tenho muita experiência na cozinha, mas posso ajudar em coisas como descascar frutas e preparar o chá.

— Certo, nesse caso Lulu será a assistente da Liza. Ouça as instruções dela para ajudar com o almoço.

— S-sim! Farei o meu melhor!

Eu me pergunto se ela ficou feliz por ser de alguma utilidade...

Quando pedi a Lulu que ajudasse a Liza, ela me respondeu com um tom de voz muito mais natural do que antes, como se isso tivesse destravado a sua cautela perto de mim. Ou será que estou sendo precipitado em assumir isso?

Será que pessoa para a Pochi e a Tama irem buscar lenha?

Quando olhei para as duas, elas estavam exalando uma atmosfera de que querer correr na grama. Elas estavam olhando para mim, mas suas orelhas agitavam a cada pequeno ruído que o capim fazia.

Bem, não vai ter problema deixar as crianças agirem como crianças de vez em quando.

— Cade Pochi! Cadete Tama!

— Aye!

— Sim, nanodesu!

Boas respostas.

— Esta será a missão de vocês! Chequem a segurança no perímetro ao redor das rochas!

— Aye!

— Desu!

As duas correram igual uma flecha.

Vamos  me lembra, “Eu irei chama-las quando o almoço estiver pronto, então não vão muito longe!”, talvez com isso elas não exagerem.

Acho que vou deixar a lenha para a Arisa, então.

— Arisa, procure qualquer coisa que sirva de lenha, como folhas secas e galhos próximo aos arbustos por aqui.

— Ho-i~

Enquanto dava sal para os cavalos, pedi para que Arisa ajudasse com a lenha. Ela não pareceu nem um pouco descontente em ser de alguma serventia e até mesmo cantou alguma canção de anime enquanto cumpria sua missão nos arredores.

                  





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