Satou aqui.
Geralmente em jogos,
no início você anda
a pé, no meio usa
uma carruagem e no
final, ou se
teletransporta ou
começa a utilizar
algum tipo de
aeronave, ficando
cada vez mais
conveniente na
medida em que se
avança.
De acordo com um
velho amigo, sair em
uma aventura andando
de carruagem é algo
lamentável, mas já
que eu só estou
fazendo turismo, não
deve haver problema,
certo?
◇◇◇
A carruagem fazia
ruídos e tremia
conformes seguíamos
por entre duas
colinas pela estrada
principal.
— Uuu...
— Nya...
Sempre que alguma
pequeno animal como
ratos e coelhos
apareciam por entre
os arbustos, Tama e
Pochi reagiam como
se fossem saltar
para fora no mesmo
instante e, cada vez
que isso acontecia,
Liza agarrava as
duas pela cintura.
Embora, eu realmente
não achava que fosse
preciso, pois já que
a velocidade não
chegava nem a 20
km/h, dificilmente
elas se
machucariam.
— Pochi, Tama, se
vocês duas se
inclinarem muito,
podem acabar caindo
da carruagem. Fiquem
atrás do assento do
cocheiro e se
reclinem no
banco.
— Entendido,
nanodesu.
— Aye~
As duas responderam
com energia e se
colocaram à direita
e à esquerda do
assento. Embora, eu
acredito que isso só
vá durar até
encontrarem alguma
outra coisa para
fazer.
O vento que soprava
estava um pouco
frio, mas por causa
do céu sem nuvens,
os raios de sol
mantinham a
temperatura
agradável. Após
sairmos de Seryuu, a
paisagem foi um
emaranhado de
florestas, ou
melhor, uma coleção
de matas densas e
fechadas por cerca
de uma hora. Porém
agora, estávamos
avançando por uma
repleta de colinas.
Eu podia ver alguns
pastores guiando
seus rebanhos de uma
colina a outra de
tempos em tempos.
Bem que notei que
havia um monte de
produtos derivados
de cabras na
cidade. Por isso
que há tantos
pastores por aqui,
hein?
Gakon, Gakokokon. —
A carruagem
balançava mais e
mais a medida que
íamos subindo as
colinas.
De trás, pude ouvir
um pequeno grito de
Lulu e a voz de
Arisa repetindo
palavras com uma
linguagem ofensiva,
mas fingi que não
percebi e deixei
suas palavras serem
carregadas pelo
vento.
Já que a estrada
tinha sido
construída para
evitar as colinas, o
caminho foi bastante
sinuoso. O percurso
não era pavimentado,
sendo simplesmente
composto de terra
batida e, por causa
disso, as rodas
constantemente
tropeçavam nas áreas
mais desgastadas
pelo caminho. Apesar
de os cavalos
precisarem apenas
seguir o caminho
definido, era minha
responsabilidade
como cocheiro, fazer
os ajustes para
evitar pedras e
buracos, porém,
mesmo com o apoio da
habilidade
maximizada, talvez
por causa da minha
falta de
experiência, eu não
conseguia fazer isso
direito.
Então, Arisa
apareceu no topo da
cabeça de Pochi e
colocou seu rosto
para mais perto de
mim.
— Sabe, eu adoraria
que você dirigisse
com um pouquinho
mais de cuidado~
— Não seja tão
exigente com um
completo novato como
eu.
Nesse tipo de
situação, o melhor
seria ignorar o
protesto irrazoável
que Arisa fez.
Falando em protesto,
Pochi não parecia
nem um pouco
confortável com o
queixo de Arisa
aninhado por cima de
sua cabeça.
Ah, ela está
contra-atacando
agora.
Pochi agarrou
a mão livre de Arisa
e deu uma dolorosa
mordida.
— AU! E-ei, Pochi,
para com isso. As
minhas mangas vão
ficar pegajosas com
sua baba~
— Hamumu,
nyanoresu~
Arisa puxou o braço
dela para se livrar,
o que fez com que
Pochi fosse
arrastada pelo
movimento e saísse
rolando até o saco
onde estavam as
nossas bagagens,
perto do banco do
cocheiro.
— Brinquem em
segurança. — Eu
disse de maneira
leve.
A carruagem estava
tremendo ainda mais.
Seria perigoso se
uma delas caísse por
conta disso.
Por outro lado,
Tama que via as duas
disputando com olhar
de inveja, parecia
querer participar
também.
Ah, ela também
entrou na
competição.
Já que Tama não era
do tipo que esperava
pacientemente,
talvez essa
conclusão fosse
inevitável,
afinal.
◇◇◇
A viagem vinha
sendo mais relaxante
do que eu imaginava.
Como esse era um
mundo de fantasia,
achei que
acabaríamos
encontrado algum
tipo de monstro ou
coisa assim pelo
caminho, mas até o
momento nada
parecido aconteceu.
Tentei fazer uma
pesquisa em maior
escala, mas nenhum
monstro ou animal
que fosse
particularmente
perigoso estava nas
redondezas. No
máximo, algumas
raposas e, quem
sabe, algumas
matilhas de lobos,
mas como esses se
encontravam a
quilômetros daqui,
nas florestas de
mais cedo, não tinha
o porquê de me
preocupar no
momento.
No dia do meu
encontro com a
Zena-san, ela disse
que os militares
saíam em patrulhas
regulamente para
exterminar monstros
e animais perigosos
no perímetro de
Seryuu. Pelo visto,
nos tínhamos que
agradecê-los pela
nossa situação.
Não aguentando mais
a bagunça com as
meninas mais novas
estavam fazendo,
Liza se levantou e
passou um sermão
nelas. Preciso
agradecê-la depois
por isso, pois eu
mesmo já estava
pensando em
agir.
Tomando o lugar de
Liza, Lulu que havia
se refugiado na
outra ponta da
carruagem veio
sentar atrás de mim.
Pensando bem, eu
ainda não tinha
conversado muito com
ela ainda.
Comunicação era algo
importante, por isso
decidi achar algum
assunto para
puxar.
— Lulu, como você
está se sentindo?
Nenhum enjoou da
viagem ou coisa do
tipo?
— N-não,
nadinha!
Achei que ela nem
me responderia, mas
a voz veio quase que
imediata e com um
tom de bastante
surpresa. Agora que
paro para pensar,
ela veio sentar
atrás de mim e eu
nem virei a cabeça
para saber quem era.
As meninas Beastkin
tinham uma enorme
capacidade física,
então agi como se
isso fosse natural,
mas no caso de Lulu,
ela era uma menina
completamente
normal, então era
claro que ela não
esperaria que eu lhe
fizesse uma
pergunta. Eu meio
que vinha
substituindo o meu
senso comum pelos
absurdos que tenho
vivido neste
mundo... talvez
fosse melhor tomar
mais cuidado.
— Não precisa se
assustar, Lulu. Por
que não tenta agir
um pouco como a
Arisa e... não,
talvez esse exemplo
não fosse o melhor,
tente ser igual a
Pochi e as outras
meninas que
interagem
casualmente comigo.
— Mas isso... para
uma escrava como eu
é algo
inimaginável.
Lulu usou uma voz
quase que inaudível,
como se ela fosse
desaparecer a
qualquer momento.
Pelo visto, levaria
algum tempo. Mas por
hora, talvez eu
poderia diminuir a
distância entre nós
trazendo qualquer
assunto que
fosse.
— Você realmente
ama a sua irmãzinha,
não é?
— Às vezes eu me
pergunto que é a
mais velha.
— De fato, ela não
age como uma criança
de 11 anos deveria
agir.
— Arisa sempre foi
precoce desde
pequena.
— Mesmo? Como ela
agia?
Ao invés de
precoce, seria
melhor dizer que ela
já tinha as
experiências de sua
vida passada, mas
esse não era um
segredo que eu
poderia dizer, né?
Depois disso, Lulu
continuou falando
sobre a Arisa com
alegria até a hora
do almoço. As
pessoas conversariam
livremente sobre as
coisas que amam,
independentemente de
qual mundo estejamos
falando.
O rosto dela
parecia tão alegre
falando da irmã.
Seus olhos
brilhavam, suas
bochechas pareciam
se corar. O rosto de
Lulu já possuía
grade charme, mas
agora eu via ainda
mais beleza naquele
sorriso de menina.
Sua face me cativava
tanto que eu até
ficava meio
assustado, achando
que poderia cair em
um perigoso mundo
chamado “Lolicon”,
caso me
descuidasse.
Mais atrás, eu
podia ouvir o gemido
de agonia de Arisa,
terrivelmente
embaraçada pelos
elogios. Mas talvez
porque entendia
quais eram as minhas
intensões que ela
ficou no dilema de
interferir ou não
nas palavras de sua
irmã.
Quando a carruagem
chegou a uma parte
reta da estrada,
olhei para o saco de
bagagem e Arisa
estava tampando os
ouvidos e rolando de
um lado para o outro
de vergonha, com
Tama e Pochi a
imitando logo ao
lado. Quando as duas
perceberam meu
olhar, elas
continuaram
imitando, mas com os
olhos fixos em mim.
Então, fiz um sinal
de que não era nada
e as duas voltaram a
brincar prestando
atenção na
Arisa.
É, nada melhor do
que um momento de
paz e
tranquilidade~
Depois disso, Lulu passou quase uma hora inteira contando sobre as qualidades da irmãzinha dela.
◇◇◇
Vamos mover a
narração para quando
a garganta de Lulu
ficou muito seca
para continuar
falando. Claro, eu
estava disposto a
ouvir mais sobre o
assunto a qualquer
hora que ela
quisesse.
E talvez eu até
faça a Arisa ouvir
quando precisar
punir ela
também.
Rudy: Satou you
monster!
Justo na hora que
eu tentava acertar o
timing perfeito para
puxar o assunto, um
som meigo ressoou do
meu lado.
Olhando para o
[Menu], já estava na
hora do almoço. Nós
poderíamos comer na
carruagem mesmo
enquanto
prosseguíamos, mas
eu queria ver a
condição dos cavalos
também, por isso
decidi fazer uma
parada. Não era como
se estivéssemos com
pressa e não haveria
qualquer cidade a
alcance pelos
próximos dois ou
três dias de
qualquer forma.
De acordo com o
[Mapa] chegaríamos a
uma formação rochosa
mais a frente, então
decidi que
pararíamos lá.
— Está quase na
hora do almoço.
— Almoço~?
— Carne,
nanodesu!
Pochi e Tama
responderam muito
mais rápido que a
própria Lulu, que
estava toda vermelha
do meu lado. As duas
pularam de trás do
meu assento e
apresentaram suas
cabeças.
— Devo cortar
pão e queijo para
comermos na
carruagem?
Liza? Você não
estava de olho no
fundão da
carruagem? Como
veio parar aqui
tão rápido?
Arisa ressuscitou
do chão e veio logo
atrás de Liza
também. A voz dela
estava meio rouca e
com o cabelo todo
embaraçado a figura
dela parecia a de
algum monstro saído
de um filme de
terror.
— Com um clima tão
bom lá fora, seria
ótimo fazer um
piquenique.
— Achei a mesma
coisa. Há uma
formação rochosa
logo ali, vamos
sentar lá e parar
por uma hora para o
almoço.
Com nosso destino
programado, seguimos
mais um pouco pela
estrada até que, em
determinado ponto,
saímos do caminho e
começamos a subir
uma inclinação. A
carruagem passou a
tremer mais e perdeu
a velocidade no
terreno bruto
repleto de
graminhas, por isso
fiquei mais atento
enquanto
dirigia.
Em pouco tempo
alcançamos as
rochas. Cada uma
delas tinha tamanho
considerável, com
aproximadamente uns
dois metros de
altura e sete de
largura.
Eu parei a
carruagem ao lado de
uma delas e
imediatamente desci
do banco do
motorista para
ajudar Lulu a
descer. Arisa
aproveitou o momento
para pular para cima
de mim gritando
“Tou!”, igual a
algum tipo de herói
de histórias em
quadrinho, mas eu
rapidamente desviei
do ataque surpresa
dela.
— EI! Seu
tratamento comigo
não vem ficada cada
vez pior?
— Claro que não,
Arisa. Como eu
poderia fazer isso
com uma menina tão
meiga como você? É
imaginação sua. — Eu
a respondi de
maneira monótona e
abaixei o freio da
carruagem.
— Eu não senti um
pingo de sinceridade
nisso! Se não
corrigir a sua
postura agora, tenho
certeza de vai
acabar como um
delinquente algum
dia~
Wow, seu
vocabulário Showa
está a todo
vapor.
Imitando a Arisa,
Pochi e Tama
saltaram da
carruagem gritando
“Tou~?”, “Tou,
nanodesu!”.
Felizmente as duas
não imitaram a pose
também.
Eu desacoplei os
cavalos da carruagem
e amarrei as rédeas
na parte de trás.
Depois disso, dei
uma boa olhada nos
freios para ver se
os cavalos não
acabariam puxando,
mas pelo que vi, não
havia riscos dele
ceder.
Liza veio logo em
seguida com um
barril de água e eu
coloquei um pouco
para os animais. Era
melhor dar
prioridade a eles,
já que os dois
tinham sido os que
mais trabalharam ao
longo do dia.
— Liza, prepare
alguma coisa que
seja fácil, como
sanduiches e salada,
por favor.
Pedi para que Liza
cuidasse dos
preparativos para o
almoço, mas como não
seria bom depender
somente dela para as
refeições, fui ver
se a Lulu ou a Arisa
poderiam ajudar
cozinhando
também.
— Infelizmente, o
poder feminino de
Arisa-chan não é
elevado o
suficiente...
Arisa respondeu com
um tom monótono de
um olhar vago, como
o de alguém olhando
depois de
amanhã.
O que há com esse
clima pesado? Ela
se sente culpada
ou coisa assim? Eu
não vou dizer uma
coisa tão
antiquada quanto
toda mulher
precisa saber
cozinhar, tá
ok?
— Mestre, eu não
tenho muita
experiência na
cozinha, mas posso
ajudar em coisas
como descascar
frutas e preparar o
chá.
— Certo, nesse caso
Lulu será a
assistente da Liza.
Ouça as instruções
dela para ajudar com
o almoço.
— S-sim! Farei o
meu melhor!
Eu me pergunto se
ela ficou feliz
por ser de alguma
utilidade...
Quando pedi a Lulu
que ajudasse a Liza,
ela me respondeu com
um tom de voz muito
mais natural do que
antes, como se isso
tivesse destravado a
sua cautela perto de
mim. Ou será que
estou sendo
precipitado em
assumir isso?
Será que pessoa
para a Pochi e a
Tama irem buscar
lenha?
Quando olhei para
as duas, elas
estavam exalando uma
atmosfera de que
querer correr na
grama. Elas estavam
olhando para mim,
mas suas orelhas
agitavam a cada
pequeno ruído que o
capim fazia.
Bem, não vai ter
problema deixar as
crianças agirem
como crianças de
vez em quando.
— Cade Pochi!
Cadete Tama!
— Aye!
— Sim,
nanodesu!
Boas
respostas.
— Esta será a
missão de vocês!
Chequem a segurança
no perímetro ao
redor das
rochas!
— Aye!
— Desu!
As duas correram
igual uma
flecha.
Vamos me
lembra, “Eu irei
chama-las quando o
almoço estiver
pronto, então não
vão muito longe!”,
talvez com isso elas
não exagerem.
Acho que vou
deixar a lenha
para a Arisa,
então.
— Arisa, procure
qualquer coisa que
sirva de lenha, como
folhas secas e
galhos próximo aos
arbustos por
aqui.
— Ho-i~
Enquanto dava sal para os cavalos, pedi para que Arisa ajudasse com a lenha. Ela não pareceu nem um pouco descontente em ser de alguma serventia e até mesmo cantou alguma canção de anime enquanto cumpria sua missão nos arredores.
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