I Parry Everything – CapĂtulo 5 – Volume 1
Ore wa Subete wo “Parry” Suru: Gyaku Kanchigai
no Sekai Saikyou wa Boukensha ni Naritai
I Parry Everything: What Do You Mean I’m the Strongest?
I’m Not Even an Adventurer Yet!
Light Novel Online – Volume 01:
CapĂtulo 5: O Assassinato da Princesa
Naquele dia, o Reino de Clays foi abalado até suas fundaçÔes. Minotauros eram monstros que normalmente habitavam o Abismo, a camada mais profunda da masmorra mais antiga do mundo, localizada na capital real: a Masmorra dos Perdidos. No entanto, sem qualquer aviso, um havia aparecido no coração da cidade.
Esse Minotauro atacou diretamente a Princesa ProdĂgio, que havia acabado de retornar de sua expedição Ă s camadas intermediĂĄrias da masmorra. Para piorar ainda mais a situação, um poderoso encantamento restritivo se manifestou no mesmo instante, imobilizando fisicamente a Princesa Lynneburg e a deixando indefesa.
Os GuardiĂ”es, soldados de elite posicionados na entrada da masmorra, haviam sido todos exterminados. Entretanto, graças Ă rĂĄpida intervenção de um Ășnico civil, que abateu o Minotauro, a princesa conseguiu escapar por um triz com vida.
â Ă verdade? AlguĂ©m invocou um Minotauro dentro da cidade?
â Sem dĂșvida, Alteza. A prĂłpria Princesa Lynneburg, a Ășnica testemunha sobrevivente, afirmou que algum tipo de magia de invocação foi utilizada.
Ao ouvir o relatĂłrio de Darchen, o chefe do Estado-Maior da Ordem Real da Cavalaria, o prĂncipe cerrou os dentes.
â EntĂŁo foi intencional.
â Receamos que sim â respondeu Darchen. â Encontramos um anel de mago na cena do crime, e suspeitamos que tenha sido o catalisador da invocação. Acreditamos que tenha pertencido a um comerciante do Estado Livre Mercantil de Sarenza. O Soberano Arcano Oken, capitĂŁo de nosso Corpo de Magos, examinou o artefato e concluiu que ele foi energizado por uma pedra de mana de pureza extremamente alta. TĂŁo pura que seria impossĂvel encontrĂĄ-la Ă venda no mercado comum.
Dizendo isso, Darchen ergueu um fragmento de gema em tom pĂșrpura-avermelhado.
â Entendo â disse o prĂncipe.
Magia de invocação era uma ĂĄrea extremamente avançada da magia, exigindo uma pedra de mana de alta pureza e um cĂrculo de invocação gravado com precisĂŁo absoluta por um mago de alto escalĂŁo. AlĂ©m disso, uma pedra de mana capaz de selar um Minotauroâuma ameaça classificada como Especial-A, nĂvel CatĂĄstrofeânĂŁo era algo que se pudesse simplesmente comprar, nĂŁo importava a riqueza envolvida. Era evidente que apenas algumas poucas entidades tinham os meios para realizar algo desse nĂvel.
â Segundo Oken â continuou Darchen â, os vestĂgios do padrĂŁo mĂĄgico que permaneceram na pedra de mana lembraram-no de algo vindo do ImpĂ©rio MĂĄgico de Deridas. Ele disse que tem uma forte semelhança com os designs produzidos pelas instalaçÔes de fabricação de ferramentas mĂĄgicas mais avançadas do impĂ©rio. TambĂ©m afirmou que selar um Minotauro em um espaço do tamanho de um anel seria perfeitamente possĂvel, desde que se usasse uma pedra de mana com pureza comparĂĄvel ao Coração do DemĂŽnio da Teocracia de Mithra.
Enquanto Darchen prosseguia com seu relatĂłrio, a expressĂŁo do prĂncipe se tornava cada vez mais sombria. Os trĂȘs paĂses mencionados eram justamente aqueles que faziam fronteira com o Reino de Clays. Dentre eles, Deridas era, no momento, a maior potĂȘncia do continente e o paĂs que mais pressionava politicamente o Reino.
â EstĂŁo buscando vingança? â murmurou o prĂncipe.
Nos Ășltimos anos, o ImpĂ©rio MĂĄgico de Deridas vinha fortalecendo seu poderio militar graças a avanços tecnolĂłgicos rĂĄpidos na fabricação de ferramentas mĂĄgicas. Ao mesmo tempo, usava essa força recĂ©m-adquirida para expandir seu territĂłrio, invadindo e dominando pequenos paĂses vizinhos.
AlĂ©m disso, vinha impondo exigĂȘncias absurdas ao Reino de Clays, sabendo muito bem que aquilo era inaceitĂĄvel.
â Entreguem-nos os direitos sobre a masmorra do seu paĂs. Em troca, emprestaremos nosso exĂ©rcito a vocĂȘs.
O Reino de Clays era um paĂs pequeno que dependia de dois recursos principais: as vastas riquezas naturais produzidas pela masmorra e as pessoas que se reuniam ao seu redor. Se essa base fosse tomada, o reino entraria em colapso.
Naturalmente, o pai do prĂncipe respondeu Ă altura.
â Este Ă© nosso paĂs. NĂłs mesmos iremos defendĂȘ-lo.
Infelizmente, o atual imperador do ImpĂ©rio MĂĄgico nĂŁo era do tipo que se deixava dissuadir tĂŁo facilmente. Esse incidente com o Minotauro evidentemente era sua resposta, e a intenção estava claraâvingança e ameaça. Pelo menos, era essa a explicação que mais fazia sentido na mente do prĂncipe.
â NĂŁo… â ele murmurou. â Isso nĂŁo pode ser tudo.
Até então, as açÔes do Império se limitavam a meras provocaçÔes, mas o significado por trås desse ataque era de uma escala completamente diferente.
Sua irmã mais nova, Lynne, estava, conforme a lei do Reino, passando pelas provaçÔes do rito de sucessão ao trono. Isso significava que, em determinados momentos, ela estaria sozinha e desprotegida. Os responsåveis por esse ataque esperaram justamente essa oportunidade e tentaram tirar sua vida. Além disso, haviam usado um feitiço restritivo poderoso no instante exato da invocação do Minotauro para impossibilitar sua fuga.
Era evidente que tinham a intenção de eliminĂĄ-la e planejaram tudo nos mĂnimos detalhes. No entanto, ao mesmo tempo, deixaram para trĂĄs evidĂȘncias gritantes apontando diretamente para eles. Os fatos nĂŁo se alinhavam. Era quase como se nĂŁo se importassem em serem descobertos. Como se estivessem provocando deliberadamente.
Em outras palavras…
â Esse ato de terrorismo contra minha irmĂŁ nĂŁo foi uma ameaça ao nosso paĂs, mas sim uma provocação. Eles querem que declaremos guerra contra eles.
â Receio, meu prĂncipe… que possa estar certo â respondeu Darchen.
Se a primeira princesa, Lynneburg, tivesse sido assassinada, todo o Reino de Clays seria forçado a caçar o culpado. E, com as evidĂȘncias descaradamente deixadas para trĂĄs, nĂŁo seria difĂcil encontrĂĄ-lo.
Afinal, o responsĂĄvel basicamente havia gritado ao mundo o prĂłprio nome.
No entanto, usar isso como base para exigir respostas de outro paĂs resultaria, sem sombra de dĂșvida, no inĂcio de uma guerra. Ou seja, exatamente o que o culpado queria.
â Eles querem nos provocar â murmurou o prĂncipe â, depois nos esmagar em um confronto direto e inventar um pretexto esfarrapado para tomar nossa masmorra e seus recursos.
No que dizia respeito ao culpado, nĂŁo importava se o assassinato era bem-sucedido ou nĂŁo. O ImpĂ©rio MĂĄgico de Deridas havia deixado provas inconfundĂveis para trĂĄs, praticamente desafiando o Reino de Clays a revidarâse Ă© que ousaria.
Fazia dĂ©cadasânĂŁo, fazia um sĂ©culoâque o Reino de Clays nĂŁo sofria um ato tĂŁo descarado de intromissĂŁo por parte de outro paĂs. Aquilo era praticamente uma agressĂŁo declarada. NĂŁo importava como se olhasse para a situação, a culpa era inteiramente do agressor. No entanto, tentar usar isso como base para apelar aos paĂses vizinhos seria…
â Fora de questĂŁo â disse o prĂncipe em voz baixa.
O Reino de Clays, que possuĂa uma abundĂąncia de recursos provenientes de sua masmorra, estava atualmente cercado por trĂȘs grandes potĂȘncias.
A leste ficava o ImpĂ©rio MĂĄgico de Deridas, um paĂs fundado sobre sua tecnologia Ășnica, a ciĂȘncia mĂĄgica, sustentada por grandes depĂłsitos de recursos naturais encontrados em suas cadeias montanhosas, como minĂ©rios mĂĄgicos.
A oeste estava a Santa Teocracia de Mithra, que possuĂa uma tecnologia de barreira em grande escala passada por revelação divina, capaz de proteger uma cidade inteira.
Por fim, ao sul ficava o Estado Mercantil Livre de Sarenza, que ostentava a economia mais robusta do continente devido Ă sua extensa rede de comerciantes e ao comĂ©rcio contĂnuo com naçÔes alĂ©m-mar, alĂ©m de uma impressionante capacidade de espionagem graças Ă s suas caravanas armadas altamente mĂłveis.
O Reino de Clays possuĂa tratados de nĂŁo agressĂŁo mĂștuos com os trĂȘs paĂses. PorĂ©m, na situação atual, nĂŁo se podia chamĂĄ-los de aliadosânĂŁo no verdadeiro sentido da palavra. Isso porque o relacionamento entre eles e o Reino jĂĄ nĂŁo era o mesmo de quando os tratados foram assinados.
AtĂ© entĂŁo, os quatro paĂses haviam mantido um equilĂbrio de poder igualitĂĄrio. Cada um jogava com seus pontos fortes e, no que faltava, compensava atravĂ©s do comĂ©rcio e negociaçÔes com os outros. Durante sĂ©culos, essa foi a base da paz entre eles.
No entanto, nos Ășltimos anos, esse equilĂbrio agradĂĄvel e duradouro entrou em colapso devido Ă nova prosperidade do ImpĂ©rio MĂĄgico. Desde que o atual imperador assumiu o trono, encontrou meios de aumentar ainda mais seu poderio militar com a ciĂȘncia mĂĄgica, acumulando rapidamente mais e mais influĂȘncia.
EntĂŁo, aproveitando as invasĂ”es e anexaçÔes dos incontĂĄveis pequenos paĂses ao seu redor, o ImpĂ©rio MĂĄgico se alinhou com Mithra e Sarenza. Os trĂȘs passaram a fazer exigĂȘncias irracionais ao Reino de Clays, que ocupava uma posição geopolĂtica frĂĄgil. O objetivo do ImpĂ©rio era claro: ele queria a masmorra do Reino e os recursos que ela fornecia.
Para o ImpĂ©rio, que alcançou sua força atravĂ©s da pesquisa de relĂquias de masmorras, a Masmorra dos Perdidos era uma fonte tentadora de ainda mais poder. Quanto a Mithra e Sarenza, estavam observando a situação de perto, aguardando sua chance.
Agora que o equilĂbrio havia sido quebrado e a polĂtica de dissuasĂŁo mĂștua era coisa do passado, qualquer sinal de fraqueza do Reino de Clays seria explorado sem piedade. Em outras palavras, o Reinoâe apenas eleâestava jogando com uma desvantagem. Para piorar, sua posição geogrĂĄfica fazia com que, se os trĂȘs paĂses escolhessem cooperar para invadi-lo, nĂŁo haveria nada que pudesse fazer para impedi-los.
Estamos maduros para o abate.
Do ponto de vista do Reino, não havia situação pior. Estava cercado e cada um de seus vizinhos estava à beira de se tornar um inimigo.
â NĂŁo Ă© que eu nĂŁo entenda o que meu pai estĂĄ pensando â murmurou o prĂncipe. â SĂł que…
Seu pai era um homem rigoroso e inflexĂvel, que rejeitava sumariamente todas as exigĂȘncias irracionais feitas ao Reino. Desde demandas triviais atĂ© aquelas mais sĂ©rias e, ocasionalmente, imorais, nenhuma delas havia recebido sua aprovação.
Na mente do prĂncipe, essa era a postura perfeita e justa que um rei deveria ter. No entanto, o fato era que isso tambĂ©m gerara um grande atrito. Por causa do senso de justiça inabalĂĄvel do rei, por ter mantido sua posição sem ceder, as relaçÔes entre o Reino e seus vizinhos foram se deteriorando pouco a pouco.
E, como resultado, Lynne havia sido atacadaâum ato destinado a intimidar o rei que nunca cedia Ă s pressĂ”es.
â Nosso reino estĂĄ Ă beira de uma crise â disse o prĂncipe.
O culpado por trĂĄs do ataque de hoje certamente aguardava ansiosamente que a turbulĂȘncia se espalhasse entre os cidadĂŁos do Reinoâe o fato de que havia sido uma provocação tĂŁo descarada significava apenas que o responsĂĄvel jĂĄ estava preparado para o que viria a seguir. Em conclusĂŁo, o ataque de hoje havia sido apenas um sinal; isso era apenas o começo.
Um pensamento insistente tomou conta da mente do prĂncipe.
NĂŁo podemos desperdiçar um Ășnico momento.
â O ataque de hoje nĂŁo serĂĄ o Ășltimo â disse ele. â Temos mais ameaças Ă espreita, escondidas nas sombrasâarmadilhas ainda mais elaboradas Ă espreita dentro do nosso Reino. Comecem as investigaçÔes imediatamente.
â Sim, Alteza â respondeu Darchen.
â E â acrescentou o prĂncipe, pois ainda havia um problema sem solução â, sobre o homem que salvou Lynne…
“Lynne” era o apelido da Princesa Lynneburg desde a infĂąncia, e o prĂncipe ainda o usava atĂ© hoje. Ela mesma lhe contara sobre os eventos do ataque hĂĄ pouco tempo. Segundo ela, um homem havia enfrentado sozinho um Minotauro, uma criatura do Abismo, e saĂdo sem um Ășnico arranhĂŁo apĂłs derrotĂĄ-lo.
Mas isso era impossĂvelâfoi o primeiro pensamento que passou pela mente do prĂncipe ao ouvir o relato de sua irmĂŁ. Se nĂŁo impossĂvel, era, no mĂnimo, algo difĂcil de acreditar; tudo que ele sabia e todo o seu bom senso lhe garantiam isso.
Lynne dissera que o homem desviou com facilidade dezenas de ataques pesados do Minotauro. Que ele fizera isso com nada mais do que uma espada larga de produção em massa dos guardas. Que todo o confronto havia durado apenas dez segundos.
Ela também disse que, enquanto ficou completamente paralisada ao assistir à troca de golpes incrivelmente råpida, o golpe final veio do homem. Ele desviou um machado de metal mågico grande o suficiente para derrubar a parede de um castelo usando nada além do cabo quebrado de uma espada de uma mão, decapitando o Minotauro com sua própria lùmina.
O senso comum ditava que essa histĂłria era impossĂvel, por mais que se tentasse imaginĂĄ-la. Se, hipoteticamente, um homem assim realmente existisse, isso significaria que ele possuĂa uma habilidade de combate superior atĂ© mesmo Ă dos Seis Soberanos em sua juventude. No passado, o grupo de seis havia enfrentado um Minotauro no Abismo. Liderados pelo rei atual em uma expedição Ă Masmorra dos Perdidos, eles encontraram a fera por acaso. Naquela Ă©poca, todos eram aventureiros de Rank-S e jĂĄ tinham uma reputação lendĂĄria, mas mesmo assim se prepararam para a possibilidade de morteâatĂ© mesmo Dandalg, o Imortal, o guerreiro e tanque do grupo.
Segundo eles, a pele do Minotauro era mais resistente que aço, cobrindo-o dos pés à cabeça. Até mesmo seus olhos eram duros o bastante para resistir a flechas e lùminas comuns.
Felizmente, conseguiram ferir a criatura com a magia de Oken, o Soberano dos Feitiços, e com a LĂąmina Negra do rei, um artefato de masmorra. Mesmo assim, a batalha foi tĂŁo brutal que eles venceram por um fio. Matar um Ășnico Minotauro os deixou Ă beira da exaustĂŁo. Depois disso, desistiram de todos os tesouros que estavam bem debaixo de seus narizes e fugiram.
Essa era uma histĂłria antiga, e agora que os Seis tinham muito mais experiĂȘncia, o prĂncipe tinha certeza de que um novo encontro com a fera teria um desfecho diferente. Mas a lição continuava vĂĄlida: Minotauros eram uma ameaça da mais alta categoria.
Ainda assim, Lynne contou ao prĂncipe sobre um jovem que derrotou um sozinho, como um herĂłi de conto de fadas saĂdo diretamente de uma lenda. Ele achava extremamente difĂcil acreditar nisso.
â Minha irmĂŁ deve estar confundindo as coisas â disse o prĂncipe. â Por enquanto, vamos deixar que ela se recomponha. Perguntaremos sobre isso novamente mais tarde.
Afinal, a princesa havia passado por uma situação de risco de vida. Ela poderia ser o maior prodĂgio que o Reino jĂĄ viu, tendo alcançado o Rank-Prata aos meros quatorze anosâbem antes do prĂłprio prĂncipeâ, mas um pouco de confusĂŁo era inevitĂĄvel. No fim das contas, ela nunca havia encarado a morte de verdade antes.
O prĂncipe atĂ© cogitou a possibilidade de que a criatura nĂŁo fosse um Minotauro real, mas essa suspeita jĂĄ havia sido descartada. Um dos Seis SoberanosâSig, o Soberano da Espadaâexaminou o cadĂĄver do monstro e eliminou qualquer dĂșvida.
As peças nĂŁo se encaixavam. A Ășnica explicação que fazia sentido para o prĂncipe era que a figura fantĂĄstica da histĂłria da irmĂŁ realmente existia.
â Descobriram para onde esse homem foi? â perguntou o prĂncipe. â Nossos homens chegaram Ă cena e o viram, nĂŁo foi?
â Esse Ă© o problema â respondeu Darchen. â Eles o viram, sim, mas…
â Mas? Mas o quĂȘ?
â Segundo eles, ele desapareceu diante de seus olhos, como um fantasma. Eles nĂŁo conseguiram rastrear para onde ele foi depois disso.
â O quĂȘ? O que isso quer dizer? EstĂĄ me dizendo que nosso corpo de reconhecimento de elite, sob o comando do prĂłprio Soberano das Sombras, tinha esse homem bem diante de seus olhos… e o perderam de vista? Que tipo deâ
O prĂncipe estava prestes a dizer âQue tipo de elite eles sĂŁo, entĂŁo?â, mas se conteve. Ele sabia muito bem que seus subordinados eram excepcionais.
â Entendo suas preocupaçÔes, Alteza â disse Darchen. â Segundo os relatĂłrios, ele desapareceu sem emitir um Ășnico som. Mas eles tinham certeza de que o viram.
â Em outras palavras, esse homem era bom o suficiente para despistĂĄ-los, mesmo enquanto usavam suas habilidades de percepção.
â Infelizmente, sim, Alteza.
Quem, no mundo, era esse homem? Ele era forte o bastante para derrotar um Minotauro sozinho com facilidade e rĂĄpido o suficiente para escapar do corpo de reconhecimento de elite do Reino. Era inacreditĂĄvel. Uma pessoa assim realmente estava escondida na capital real esse tempo todo? O que estava acontecendo?
A tensão entre o Reino de Clays e seus vizinhos havia atingido o ponto de ebulição. Bem ali, dentro da capital, algo estava se desenrolando.
â Muito bem â disse o prĂncipe. â Continuem as investigaçÔes. NĂŁo percam um segundo sequer.
â Imediatamente, Alteza â respondeu Darchen. O homem idoso fez uma rĂĄpida reverĂȘncia e partiu com passos firmes.
â Precisamos acelerar nossas contramedidas. Para tudo. De uma vez.
O prĂncipe nĂŁo tinha informaçÔes suficientesânem de longeâ, e isso o deixava inquieto. O oponente jĂĄ havia feito seu movimentoâum movimento ousado e descuidado, que demonstrava indiferença em ser descoberto. Isso sĂł podia significar uma coisa.
â JĂĄ estamos Ă beira do abismo…
A guerra estava chegando. Talvez jå tivesse começado.
Ele precisava avisar o rei. Mas, nĂŁo, seu pai era um homem perspicaz; talvez jĂĄ tivesse percebido hĂĄ muito tempo e tomado providĂȘncias.
Mesmo assim, a mente do prĂncipe fervilhava; ele nĂŁo conseguia parar de pensar no salvador de sua irmĂŁ.
â Quem poderia ser ele…?
Se esse homem nĂŁo fosse inimigo do Reino, isso seria um alĂvio indescritĂvel. O prĂncipe esperava que fosse esse o caso; afinal, o homem supostamente salvara a vida de sua irmĂŁ.
Ainda assim, por enquanto, ele era apenas um mistĂ©rio sem identificação. Havia coisas demais de errado com ele. Para começo de conversa, se era tĂŁo forte, como ninguĂ©m havia ouvido falar dele antes? E se nĂŁo era inimigo do Reino, por que fugira sem sequer dizer seu nome? SĂł essa pergunta jĂĄ tornava difĂcil considerĂĄ-lo um aliado.
â Pensamento positivo nĂŁo vai nos levar a lugar nenhum â murmurou o prĂncipe.
Ainda assim, em situaçÔes como essa, era difĂcil nĂŁo se agarrar Ă esperança. Como se tentasse afastar esse pensamento, ele sacudiu a cabeça. Em sua posição, nĂŁo podia se dar ao luxo de confiar em desejos ingĂȘnuos.
â Olhe para mim, perdendo tempo fantasiando se tudo o que minha irmĂŁ disse Ă© verdade. Eu devo estar parecendo um idiota.
Na histĂłria de Lynne, o homem surgiu do nada em um momento de crise e salvou o dia. Era algo tĂŁo clichĂȘ que mais parecia um herĂłi de conto de fadas.
â Primeiro de tudo, preciso me acalmar e pensar.
Mais uma variĂĄvel havia se juntado ao turbilhĂŁo de pensamentos do prĂncipe. Respirando fundo para acalmar sua mente sobrecarregada, ele se sentou em sua cadeira no escritĂłrio e se perdeu em pensamentos, tentando compreender o complexo tabuleiro de jogo que se desenhava Ă sua frente.
Tradução: Carpeado
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