I Parry Everything – CapĂtulo 4 – Volume 1
Ore wa Subete wo “Parry” Suru: Gyaku Kanchigai
no Sekai Saikyou wa Boukensha ni Naritai
I Parry Everything: What Do You Mean I’m the Strongest?
I’m Not Even an Adventurer Yet!
Light Novel Online – Volume 01:
CapĂtulo 4: Eu Aparo uma Vaca
Seja lĂĄ o que fosse aquela estranha luz roxo-avermelhada, eu sĂł a vi por um instante.
No momento em que ouvi aquele grito, saĂ correndo em sua direção. EntĂŁo, ao virar a esquina, vi aquilo â uma criatura gigantesca parada na entrada da masmorra.
â O que Ă© isso?
Era uma vaca gigante, e estava em pé sobre duas pernas.
Essa foi minha primeira impressão, mas eu nunca tinha visto uma vaca assim antes. Sua cabeça estava na mesma altura do telhado de uma casa, e ela brandia um machado enorme de metal negro, maior que o próprio corpo.
Foi então que notei as pessoas ao redor dela. Estavam vestidas com armaduras prateadas que eu jurava jå ter visto antes, segurando espadas e lanças prontas para atacar. Não eram os guardas da capital real? Eles tinham formado uma linha de defesa diante da vaca, como se estivessem protegendo alguém.
A vaca balançou o machado contra eles.
NĂŁo era bom. Se nĂŁo saĂssem do caminho, morreriam.
No instante em que esse pensamento cruzou minha mente, os corpos de vĂĄrios guardas voaram pelo ar.
Dava para ver de imediato o peso por trĂĄs de um Ășnico golpe daquele machado. Se um daqueles golpes acertasse um humano, nĂŁo haveria chances de sobrevivĂȘncia.
EntĂŁo, enquanto os corpos dos guardas se espalhavam tragicamente em borrifos de sangue, vi uma jovem garota. Ela estava caĂda, meio sentada no chĂŁo, encarando a vaca em choque absoluto.
â …atacar! Protejam a…!
Pelo que parecia, os guardas estavam tentando proteger a garota, mas a vaca os arremessava para todos os lados a cada golpe terrĂvel de seu machado, espalhando sangue ao redor. Mesmo com os gritos dos guardas, a vaca continuava atacando, matando-os um por um.
Uma espada, arrancada do corpo de um guarda junto com toda a sua armadura, voou pelo ar e pousou aos meus pés.
Ainda assim, os guardas lutavam com ferocidade para proteger a garota que continuava caĂda.
Eles vĂŁo morrer.
Eu senti isso instintivamente. NĂŁo conseguia explicar bem, mas os movimentos dos guardas de armadura pareciam lentos â muito lentos. Seriam recrutas novos sem muito treinamento?
Eles lutavam contra a vaca com tudo o que tinham â mas se aquilo era o melhor que conseguiam, entĂŁo estavam condenados. Antes mesmo que eu terminasse esse pensamento, o Ășltimo guarda foi arremessado. A garota, ainda no chĂŁo, era a Ășnica que restava. Se nĂŁo se movesse, seria esmagada.
A vaca ergueu o machado bem alto, pronta para trazĂȘ-lo abaixo sobre sua Ășltima vĂtima.
â Cuidado! â gritei.
No mesmo instante, ativei [Reforço FĂsico] no mĂĄximo, peguei a espada do guarda a meus pĂ©s e disparei em direção Ă vaca. Enquanto corria, sem me endireitar, agarrei uma pedrinha do chĂŁo e, com um estalo dos dedos, a lancei com toda a força.
[Arremesso de Pedra]
A habilidade que adquiri por meu fracasso em me tornar caçador levou apenas um momento para ser usada, e a pedra voou pelo ar e acertou o olho da vaca.
O ataque repentino pareceu deixĂĄ-la momentaneamente confusa, mas nĂŁo a machucou. Tudo o que fiz foi irritĂĄ-la.
â Grrrmmmoooooooo!!!
Soltando um rugido que fez a terra tremer, a vaca gigantesca desviou seu foco da garota para mim. Mas para mim, isso estava perfeito.
Se eu conseguisse manter a fĂșria da vaca direcionada a mim, a garota estaria segura â pelo menos por enquanto. Ela ainda estava no chĂŁo, mas tudo o que eu podia fazer agora era torcer para que encontrasse forças para correr enquanto eu mantinha sua atenção.
Depois disso, bem… eu teria que encontrar uma maneira de lidar com esse adversĂĄrio.
â Grrrmmmoooooo!!!
A vaca investiu contra mim, cada passo deixando rachaduras no chão conforme avançava. Ela ergueu o machado no ar novamente e desceu com toda sua força.
Como esperado de uma criatura com tanta força fĂsica, a vaca tambĂ©m era incrivelmente rĂĄpida. Ela fechou a distĂąncia entre nĂłs num piscar de olhos e trouxe seu machado maciço contra mim de uma altura vertiginosa.
Se o ataque acertasse, eu teria o mesmo destino dos guardas â seria arremessado em pedaços pelo ar. No entantoâ
[Aparar]
Usando minha Ășnica habilidade de esgrima, coloquei toda a minha força para interceptar o machado que despencava sobre minha cabeça e o desviar para o lado.
FaĂscas voaram. EntĂŁo, com o som de metal rangendo, o imenso machado se cravou no chĂŁo ao meu lado, destruindo as pedras do calçamento como se fossem balas de doce. O impacto enviou uma onda de choque violenta pelas minhas pernas, e eu mal consegui evitar cambalear.
Eu olhei para o machado e vi que ele estava profundamente enterrado no solo.
â Grrrmmmmooooooo!!!
Com toda sua força, a vaca puxou o machado das pedras e o varreu para o lado, tentando me acertar um golpe fatal. A lùmina gigantesca, facilmente maior que uma pessoa, voou diretamente na direção do meu torso.
Um Ășnico olhar para aquele machado negro era suficiente para entender o peso que possuĂa. Se mesmo a borda da lĂąmina me tocasse, eu me tornaria nada mais do que carne espalhada. Como aconteceu com os guardas, minhas entranhas voariam por toda parte, e eu morreria.
[Aparar]
Dessa vez, coloquei tudo o que tinha em um golpe vertical, desviando o machado gigantesco para cima com minha espada.
Houve outro choque de faĂscas, mais violento que o Ășltimo, e entĂŁo o machado voou pelo ar acima da minha cabeça. Um momento depois, meu rosto foi atingido pelo vento gerado pela força do golpe.
Que força inacreditåvel.
Achei que tinha treinado bastante na minha pequena casa na montanha, mas meus braços jå estavam começando a ficar dormentes.
O machado enorme, segurado por um par de braços mais grossos do que o torso de vĂĄrios homens, voava em minha direção em uma sequĂȘncia de golpes que caĂam sobre mim como uma tempestade sem fim. Usei tudo o que tinha apenas para rebatĂȘ-los.
Que aterrorizante.
Cada vez que aparava um dos golpes da vaca, minha prĂłpria inexperiĂȘncia e ignorĂąncia eram jogadas na minha cara.
Por mais forte que parecesse e por mais formidĂĄvel que fosse para mim, aquela vaca provavelmente nem era um monstro de verdade. Afinal, estĂĄvamos nos limites de uma cidade relativamente segura. Eu nĂŁo sabia sobre os cidadĂŁos comuns, mas nĂŁo havia dĂșvida de que qualquer aventureiro minimamente forte poderia ter lidado com ela num piscar de olhos.
O quĂŁo fortes os animais ficavam no mundo exterior?
Eu sequer conseguia imaginar. Não era de se espantar que o funcionårio do sindicato tivesse me mandado desistir de me tornar um aventureiro. Como um sapo no fundo de um poço, eu era completamente ignorante sobre o mundo além da minha casa.
Enquanto aparava golpe apĂłs golpe, um Ășnico pensamento ecoava em minha mente: o mundo Ă© muito grande. Eu estava aprendendo isso da pior maneira.
Achei que tinha ficado um pouco mais forte, mas a realidade nĂŁo era tĂŁo ingĂȘnua. Para mim, aquele simples animal, vindo de uma cidade vizinha ao meu lar, jĂĄ era uma ameaça. Tremi ao perceber esse fato cruelâmas tambĂ©m ao perceber que, lĂĄ no fundo, eu ainda nĂŁo desistiria do meu sonho.
O quĂŁo teimoso eu era?
â Grrrrmmmmooooo!!!
Indiferente Ă minha reflexĂŁo, a vaca brandiu seu machado mais uma vez e continuou o ataque. Ela balançava a arma freneticamente, concentrando-se totalmente em cada golpe pesado, mas surpreendentemente rĂĄpido, enquanto eu me esforçava para desviĂĄ-los. NĂŁo havia espaço para um contra-ataque, e mesmo que houvesse, eu nĂŁo teria a menor chance de vencer. Eu nĂŁo tinha qualquer meio de lutar de volta. Habilidades eram essenciais para o combate, e eu nĂŁo possuĂa nenhuma.
Eu sabia. Era um sonho bobo.
Enquanto continuava a aparar o machado da vaca, cada golpe potencialmente letal, esse pensamento se fixava na minha mente. Provavelmente nunca tive uma chance de vencer desde o inĂcioâafinal, eu nĂŁo tinha talento para nada. NĂŁo importava o quanto me esforçasse, isso nunca se traduzia em habilidade. Como pude achar que poderia salvar alguĂ©m? Eu estava apenas sendo arrogante.
Ainda assim. Ainda assim.
[Aparar]
Mesmo que nunca pudesse me tornar um herĂłi… eu queria pelo menos proteger a garota aterrorizada caĂda Ă minha frente.
Porque não importava onde ou quando, o aventureiro ideal que eu queria me tornar desde criança sempre arriscaria a própria vida para proteger os fracos.
Era assim que eu queria ser. Não importava quanto tempo levasse; esse era o meu sonho, e eu não podia simplesmente descartå-lo. Se eu abandonasse essa garota aqui e agora, como poderia alcançar esse sonho no futuro?
[Aparar]
Com determinação absoluta, continuei aparando os ataques da vaca. Era tudo o que eu podia fazer.
â Grrrrmmmoooooo!!!
A vaca trouxe seu machado para baixo mais uma vez… mas esse golpe nĂŁo era para mim.
Durante todo esse tempo, a garota não havia se movido. Não parecia ter forças nem para correr; em vez disso, permanecia atÎnita, parada, apenas olhando. Percebendo isso, a vaca provavelmente decidiu matå-la primeiro. O machado desceu em um arco que passaria por mim e a esmagaria por completo.
[Aparar]
Eu deslizei para frente, ficando entre ela e a vaca por um fio de cabelo, e aparando o ataque mais uma vez. O machado ricocheteou para cima, fazendo a vaca cambalear levemente.
â Grrrrrrooooooo!!!
A vaca entrou em fĂșria, colocando ainda mais força nos ataques. Agora, provavelmente me via como um incĂŽmodo que precisava ser eliminado. Eu sentia sua raiva e frustração em cada balanço do machado, os golpes ficando ainda mais pesados. Meus braços jĂĄ gritavam de dor hĂĄ algum tempo.
Mas nĂŁo importava quantos golpes viessem, eu os apararia todos.
NĂŁo importa o quĂȘ, eu nĂŁo deixaria aquele machado cair. Enquanto ainda respirasse, eu o mandaria de volta de onde veio, toda vez. Mesmo que nĂŁo pudesse vencer, ao menos atĂ© meu Ășltimo suspiro, protegeria essa garota.
Ou era o que eu pensava. Eu jĂĄ estava quase no meu limite.
A espada em minhas mãos cedeu primeiro. Embora fosse muito superior às espadas de madeira com as quais eu treinava na montanha, a diferença de tamanho entre ela e o machado da vaca era simplesmente grande demais. Com um som agudo de metal se partindo, sua lùmina se quebrou em pedaços.
Vendo sua chance, a vaca balançou seu machado diretamente contra meu pescoço. Se o ataque acertasse, nos partiria ao meio sem esforço. PorĂ©mâ
â Ainda nĂŁo acabei!
Ainda havia uma pequena parte da lĂąmina presa ao cabo da espadaâo suficiente para talvez aparar mais um golpe. Mas esse seria o Ășltimo que eu conseguiria desviar com essa arma.
Sabendo disso, concentrei-me ao mĂĄximo, coloquei tudo o que tinha naquele Ășnico momento e balancei minha espada com toda minha força e alma.
Por um instante, pareceu que o tempo parou.
Minha espada atingiu o machado da vaca exatamente onde eu havia mirado. Então, com todas as forças que restavam, terminei meu golpe, lançando o machado para longe em uma trajetória calculada.
[Aparar]
O machado que aparara se soltou das mãos da vaca com uma força tremenda, girou no ar e cortou diretamente o pescoço dela antes de finalmente terminar sua trajetória ao se chocar contra um prédio com um estrondo, desaparecendo de vista.
â Eu… consegui?
SilĂȘncio.
A vaca, agora sem arma, ficou imóvel sem emitir um som. Então, após alguns instantes, sua cabeça caiu no chão com um baque surdo, seguida pelo corpo.
Depois de garantir que ela nĂŁo se levantaria novamente, finalmente me permiti soltar um suspiro de alĂvio. Como resultado do Ășltimo ataque, a espada em minhas mĂŁos havia se reduzido a pequenos estilhaços. Nem mesmo o cabo restou. Aquela tinha sido minha Ășltima chance.
â Essa foi por pouco â murmurei, apĂłs uma breve pausa para recuperar o fĂŽlego. â NĂŁo teria aguentado nem mais um segundo.
â Obrigada â veio uma voz trĂȘmula atrĂĄs de mim. â VocĂȘ salvou minha vida. Posso saber quem Ă© vocĂȘ?
Enquanto eu refletia, a garota se ergueu cambaleante para me agradecer. Parecia que finalmente conseguira forças para se mover. Graças aos deuses.
â Fico feliz por ter chegado a tempo â foi tudo o que respondi.
Mas… serĂĄ que isso era mesmo verdade?
Olhei ao redor, para os corpos espalhados dos guardas. Suas mortes tinham sido brutais.
â HĂŁ… se nĂŁo for um incĂŽmodo, posso perguntar seu nome? â disse a garota. â NĂŁo quero incomodar, mas gostaria de retribuir o que fez por mim.
Enquanto eu lutava para decidir como responder, avistei dois guardas correndo em nossa direção por trås dela.
â NĂŁo â respondi. â NĂŁo preciso de nada disso. No fim das contas, sĂł estava passando por aqui.
EntĂŁo, envergonhado demais para sequer dizer meu nome, deixei o resto nas mĂŁos dos guardas e apressei-me para a Guilda. Ainda precisava relatar o trabalho do dia no canteiro de obras.
Tradução: Carpeado
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Tradução feita por fãs.
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