I Parry Everything – CapĂtulo 3 – Volume 1
Ore wa Subete wo “Parry” Suru: Gyaku Kanchigai
no Sekai Saikyou wa Boukensha ni Naritai
I Parry Everything: What Do You Mean I’m the Strongest?
I’m Not Even an Adventurer Yet!
Light Novel Online – Volume 01:
CapĂtulo 3: Minha TĂŁo Esperada Vida de Aventureiro
â VocĂȘ Ă© um amor, Noor. Sempre posso contar com vocĂȘ!
â Que nada, dona Stella. Obrigado por sempre me contratar.
Dona Stella era uma senhora mais velha e a cliente da missĂŁo de limpeza de esgoto que eu acabara de concluir. Em um procedimento jĂĄ familiar para nĂłs, ela assinou a ficha de missĂŁo que estendi para ela, depois do que me despedi e corri para o meu prĂłximo trabalho.
A lembrança da primeira vez que fui até sua casa ainda estava fresca na minha mente. Afinal, foi meu primeiro trabalho como aventureiro.
Dona Stella morava em um distrito da capital real conhecido como “o bairro velho”, porque existia desde sempre. Apesar de ser parte da cidade, sua proximidade com os limites externos significava que nĂŁo tinha acesso aos serviços de limpeza urbana, que mantinham os distritos centrais impecĂĄveis. Assim, os moradores do bairro velho tinham que limpar tudo sozinhos.
No entanto, dona Stella, que vivia sozinha desde que seu marido e filho faleceram, tinha problemas nas pernas e a visĂŁo fraca. Sem ninguĂ©m para ajudĂĄ-la, a tarefa de limpar a casa se tornava cada vez mais difĂcil. Com o tempo, os esgotos ao redor de sua casa, sem manutenção adequada, começaram a exalar um cheiro desagradĂĄvel.
Mesmo querendo resolver o problema, dona Stella simplesmente não conseguia. Sem saber mais o que fazer, ela decidiu recorrer ao quadro de missÔes da Guilda dos Aventureiros.
“O que dizia o pedido?”
â Por favor, alguĂ©m poderia ser gentil o bastante para me ajudar?
E, mesmo assim, ninguém respondeu.
Pelo que entendi, para um aventureiro comum, a recompensa oferecida por dona Stella não era nada atrativa. A maioria preferia missÔes mais lucrativas, como caça a monstros ou coleta urgente de materiais, e esses eram os tipos de pedidos que a Guilda priorizava ao intermediar com os clientes.
EntĂŁo, talvez porque todos achassem que limpar um esgoto residencial poderia ser feito por qualquer um com tempo livre, o pedido de dona Stella foi ignorado.
Até que, por sorte, justo quando ela não sabia mais o que fazer, eu apareci.
Ela ficou tĂŁo agradecida depois que concluĂ meu primeiro trabalho que passou a ser uma cliente regular, pedindo por mim diretamente. Na verdade, ela ficava tĂŁo feliz toda vez que eu a ajudava que acabei fazendo um pouco mais do que o necessĂĄrio, em vez de me limitar ao que estava especificado na missĂŁo.
Conforme fui me acostumando ao serviço, o tempo que eu levava para limpar as åreas indicadas no pedido foi diminuindo. Então, aos poucos, comecei a limpar também os trechos ao redor.
Alguns poderiam dizer que era uma perda de tempo, mas os vizinhos de dona Stella ficaram muito gratos, então continuei fazendo isso com prazer. Claro, o pagamento por esse trabalho não era nada de especial, mas, para mim, valia a pena. Afinal, eu podia ver os sorrisos das pessoas e sentir a satisfação de saber que estava deixando a cidade um pouquinho mais limpa com minhas próprias mãos.
Dito isso, acho que exagerei um pouco hoje. Em algum momento da limpeza, perdi a noção do tempo e acabei saindo para meu próximo trabalho mais tarde do que pretendia.
â SerĂĄ que eu vou conseguir chegar a tempo?
Corri pelas ruas da cidade, fiz duas curvas e finalmente cheguei ao canteiro de obras que era meu destino. Como de costume, o mestre de obras, que era meu segundo cliente do dia, veio me cumprimentar.
â Bem na hora, Noor. Ă o de sempre hoje. TĂŽ contando com vocĂȘ!
Ultimamente, minha rotina diĂĄria consistia em limpar esgotos pela manhĂŁ e carregar terra neste canteiro de obras Ă tarde.
Pelo que sei, a capital real onde eu vivia era famosa pelo apelido de “Terra Sagrada dos Aventureiros”, graças Ă presença de uma masmorra imensa e antiga dentro dos limites da cidade. Como parte de um grande projeto de ampliação, a cidade vinha realizando obras para alargar as ruas em frente Ă entrada da masmorra, o que exigia uma quantidade enorme de mĂŁo de obra. Por causa da escassez de trabalhadores, acabaram colocando a missĂŁo na Guilda.
Mas, assim como a limpeza de esgotos, o trabalho na construção civil nĂŁo era muito atraente para os aventureiros comuns. Pelo que soube, eu fui o Ășnico a aceitar a missĂŁo por vontade prĂłpria.
Isso, no entanto, nĂŁo mudava minha opiniĂŁo de que esse era o melhor trabalho que eu poderia ter encontrado.
Afinal, aqui, nĂŁo importava quem vocĂȘ era. O que contava era o quanto vocĂȘ trabalhava. Quanto mais terra vocĂȘ carregasse, mais recebia.
Com a habilidade [Aprimoramento FĂsico] que adquiri no treinamento de guerreiro, eu podia carregar cinco vezes mais peso que uma pessoa normal. E, com [Cura Fraca], uma habilidade tĂŁo insignificante que mal era considerada uma habilidade, mas que desenvolvi no meu treinamento de clĂ©rigo, eu conseguia me recuperar lentamente enquanto trabalhava, o que fazia com que eu nem sentisse cansaço.
â Minhas habilidades podem nĂŁo ter sido consideradas Ășteis o bastante para eu me registrar como aventureiro, mas elas sĂŁo de grande ajuda no meu estilo de vida atual. [Passo de Pena], do meu treinamento como ladrĂŁo, era perfeito para capturar gatos de estimação perdidos, e [Chama MinĂșscula], do meu treinamento como mago, era Ăștil para cozinhar. Eu nĂŁo tinha muito uso para minha habilidade de caçador, [Arremesso de Pedra], mas ser capaz de acertar coisas a distĂąncia era Ăłtimo para impressionar as crianças.
â No entanto, apesar de ser a Ășnica habilidade que eu havia treinado com tanto desespero, eu nĂŁo encontrava utilidade real para [Aparar].
â Eu ainda continuava treinando, atĂ© hoje; era difĂcil abandonar um hĂĄbito que construĂ ao longo de quinze anos. E como eu ainda nutria a leve esperança de que meus esforços um dia dessem frutos, eu nĂŁo tinha intenção de pararâ mesmo que essa possibilidade fosse infinitesimal.
â De qualquer forma, deixando de lado minhas chances de me tornar um aventureiro de verdade, minhas habilidades eram mais do que suficientes para cobrir as despesas de viver na capital real. Embora, por mais que eu quisesse pensar que todo o meu treinamento nĂŁo tinha sido em vĂŁo, eu ainda estava muito longe atĂ© mesmo de um aventureiro de rank Iniciante. Do jeito que as coisas estavam, eu sabia muito bem que meu sonho de me tornar um herĂłi digno de Ă©picos era uma arrogĂąncia sem tamanho.
â De vez em quando, eu me perguntava: Por que nĂŁo apenas me conformar com o que tenho? Afinal, meu sonho de ser um aventureiro surgiu do desejo de ajudar as pessoas, e, bem, eu jĂĄ estava fazendo isso. Eu pegava comissĂ”es, era pago por elas e as pessoas me agradeciam. Dia apĂłs dia, essa era minha vida. SĂł isso jĂĄ era recompensador o bastante; querer algo mais seria ganĂąncia.
â AlĂ©m disso, eu nĂŁo tinha famĂlia para sustentar, nem precisava de grandes quantias de dinheiro para nada. Assumir comissĂ”es arriscadas tentando ficar rico rĂĄpido seria simplesmente desnecessĂĄrio.
â Acho que continuar fazendo isso atĂ© morrer nĂŁo seria tĂŁo ruim.
Esse era o pensamento que passava pela minha cabeça enquanto eu trabalhava por toda a cidade e, antes que eu percebesse, trĂȘs meses haviam se passado.
Hoje em dia, eu tinha um lugar fixo para morar. Eu tinha gostado da hospedaria barata que o funcionårio do sindicato me apresentou e fiquei por lå desde então. Parte do motivo pelo qual era barata era que não oferecia refeiçÔes, mas como eu cozinhava para mim mesmo desde sempre, isso não me incomodava.
TambĂ©m nĂŁo tinha banho, mas havia muitos banhos pĂșblicos na cidade. Havia vĂĄrios tipos diferentes a poucos minutos de caminhada, entĂŁo eu podia escolher dependendo do meu humor no dia. Ăs vezes, depois de me lavar, atĂ© me dava ao luxo de comprar algo gostoso em uma das barracas de rua. Aqui na capital real, minha vida era confortĂĄvel.
â VocĂȘ faz um trabalho excelente, Noor â disse o mestre de obras do canteiro de construção. â Um trabalho excelente mesmo. Ă uma pena que vocĂȘ seja um aventureiro. Tem certeza de que nĂŁo quer trabalhar comigo e com os rapazes? Eu te pagaria trĂȘs… nĂŁo, cinco vezes o salĂĄrio normal. Mais, se quiser. Eu sei que vale cada moeda que ganhar.
â O mestre de obras tinha simpatizado comigo hĂĄ um tempo e fazia esse tipo de oferta com frequĂȘncia. Mas…
â Obrigado â respondi â, mas eu jĂĄ estou feliz onde estou.
…Eu tinha o hĂĄbito de recusar com a mesma resposta de sempre.
â Ă uma pena mesmo â ele disse, suspirando e me olhando com um ar desapontado.
Ele fazia isso toda vez também. Eu me sentia um pouco culpado por isso. Mas, para minha própria falta de surpresa, eu simplesmente não conseguia desistir do meu sonho de longa data. Isso também tinha se tornado um håbito. No fim das contas, eu queria ser um aventureiro. Embora os outros trabalhadores da construção civil zombassem de mim por isso, eu me esforçava para viver aventuras como as dos épicos. Era um sonho bobo, sim, mas isso não importava para mim.
â Trabalhei duro, carregando terra… e quando percebi, o sol jĂĄ estava se pondo. Era hora de encerrar o dia.
â Por hoje Ă© sĂł â disse o mestre de obras. â Estamos adiantados no cronograma graças a vocĂȘ, Noor. Conto com vocĂȘ amanhĂŁ tambĂ©m.
â Estarei aqui â respondi. â AtĂ© amanhĂŁ.
â EntĂŁo, como sempre, estendi o recibo da comissĂŁo para ele assinar. Depois de relatar ao sindicato e receber meu pagamento do dia, eu tomaria um banho e seguiria para meu local habitual de treino.
â No entanto, assim que estava saindo, achei que vi um clarĂŁo de luz.
â Ele veio do fundo do canteiro de obras, onde ficava a entrada da Masmorra dos Perdidos.
â O que foi isso? â perguntei a mim mesmo.
â Teria sido sĂł imaginação minha?
â NĂŁo, eu tinha visto algo. Uma luz intensa, de um roxo avermelhado. E conforme essa certeza tomou conta de mimâ
â AlguĂ©m… Socorro…!
â …Acho que ouvi um grito fraco.
Tradução: Carpeado
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