I Parry Everything – CapĂ­tulo 29 – Volume 1

Ore wa Subete wo “Parry” Suru: Gyaku Kanchigai
no Sekai Saikyou wa Boukensha ni Naritai
I Parry Everything: What Do You Mean I’m the Strongest?
I’m Not Even an Adventurer Yet!

Light Novel Online – Volume 01:


CapĂ­tulo 29: LĂąminas de Prata

[Aparar]

Coloquei toda a minha força para varrer o enxame de lùminas em forma de cruz prateada que me atacavam, espalhando uma chuva de fagulhas ofuscantes pelo ar. Algumas das facas se quebraram ao atingir minha espada negra, estilhaçando-se em fragmentos de metal. Na velocidade em que estavam vindo, bastava um toque da minha arma para fazer algumas delas despencarem no chão.

Ainda assim, havia um limite para quantas eu conseguia acertar com cada golpe—e não ajudava o fato de que eu errava mais do que esperava. Aquele homem estranho provavelmente estava manipulando suas armas prateadas à distñncia.

As facas que nĂŁo consegui interceptar com minha espada avançaram como uma tempestade em direção a mim e Rolo. Coloquei-me no caminho para protegĂȘ-lo, e jatos de sangue espirraram do meu corpo quando as lĂąminas me perfuraram.

Felizmente, os ferimentos em si nĂŁo eram tĂŁo graves; eu poderia usar [Cura Menor] para fechĂĄ-los atĂ© certo ponto. O problema era…

— Estou encurralado aqui — murmurei.

Eu estava preso. Não havia nada que pudesse fazer. Enquanto eu me ocupava com as lùminas, o homem envolto em bandagens no rosto havia recuado para uma distùncia onde eu não podia alcançå-lo. Se eu avançasse sequer um passo para tentar impedi-lo de lançar mais lùminas contra nós, Rolo estaria em perigo.

Rolo parecia ser o alvo dele, entĂŁo eu precisava protegĂȘ-lo—mas tudo o que podia fazer era ficar parado.

Isso nĂŁo era nada bom. Eu estava gastando todas as minhas forças apenas para repelir as ondas de facas prateadas—nĂŁo, eu jĂĄ estava sendo sobrepujado. Uma apĂłs a outra, as lĂąminas se cravavam no meu corpo…

— [Escudo Divino].

Então, uma fina lñmina de luz apareceu à distñncia, próxima ao homem que controlava as facas. Ela se estendeu diretamente em sua direção, cortando o solo enquanto avançava—mas sem hesitar por um instante sequer, ele conseguiu se desviar para o lado. No breve instante em que isso aconteceu, o enxame de facas hesitou no ar.

Mas foi apenas um lapso momentùneo. A tempestade de lùminas logo corrigiu seu curso e disparou para o alto, dividindo-se em pequenos grupos que se espalharam em todas as direçÔes, como se fossem criaturas vivas com mentes próprias.

Isso era pĂ©ssimo. As lĂąminas estavam prestes a nos atacar de novo, e desta vez nĂŁo viriam apenas de uma Ășnica direção; atacariam de todos os lados ao mesmo tempo. Eu nĂŁo poderia defender todas elas—afinal, sĂł tinha uma Ășnica espada.

Mesmo enquanto eu tentava pensar em uma solução, as lùminas prateadas ganharam novo ímpeto e despencaram juntas sobre mim.

Era o fim—eu estava convencido disso. Ainda assim, ergui minha espada… e outra lĂąmina de luz surgiu do nada, bem diante dos meus olhos. No tempo que levei para processar minha surpresa, as facas colidiram contra a barreira transparente que agora preenchia meu campo de visĂŁo e foram repelidas uma a uma.

Sem entender direito o que havia acontecido, apenas fiquei parado, observando o espetĂĄculo se desenrolar diante de mim. Isso nĂŁo era…?

— Minhas desculpas pelo atraso.

Quando percebi, Ines estava ao meu lado. Uma leve sensação de alĂ­vio percorreu meu corpo ao vĂȘ-la.

— Que bom que veio, Ines — falei. — VocĂȘ realmente me salvou dessa vez.

Ela não respondeu; estava ocupada criando barreiras de luz para repelir as facas prateadas que ainda vinham de todas as direçÔes. Mesmo assim, encontrou tempo para erguer o braço na direção do inimigo e disparar uma lùmina de luz de sua mão.

Era o “escudo” que ela havia me mostrado durante nossa viagem de carruagem atĂ© aqui—mas eu nĂŁo fazia ideia de que poderia ser usado assim. Ele avançava como uma lĂąmina de luz Ășnica, cortando o ar e o chĂŁo em linha reta.

Mas nosso oponente era rĂĄpido. Ele desviou do ataque de Ines—que mais lembrava uma espada do que um escudo—sem dificuldade. Ainda assim…

— [Escudo Divino].

A intensidade dos ataques de Ines não diminuía nem um pouco. Enquanto nos protegia das facas prateadas, continuava disparando lùminas de luz em direção ao inimigo, uma atrås da outra. Elas rasgavam o chão conforme avançavam, fatiando tudo diante dos meus olhos.

Apesar do meu assombro, comecei a sentir um mau pressentimento. Os ataques de Ines eram sem dĂșvida rĂĄpidos… mas simplesmente nĂŁo estavam acertando. Por mais intensos que fossem, nĂŁo demonstravam nenhum sinal de alcançar nosso oponente.

As lĂąminas de luz de Ines eram fĂĄceis de prever. Se olhasse com atenção, dava para notar os padrĂ”es—era simples saber para onde iriam. Era quase como se estivessem pedindo para aquele homem enfaixado desviar delas. E, embora as barreiras de Ines servissem como muros que nos protegiam das facas prateadas, elas nĂŁo podiam destruĂ­-las como eu conseguia fazer com minha espada. A situação nĂŁo havia mudado em nada—continuĂĄvamos encurralados.

— Senhor Noor… — disse Ines. — Como pode ver, estou tendo dificuldades para acertĂĄ-lo com meu escudo. Minhas desculpas, mas hĂĄ alguma forma de me ajudar?

— Vamos ver… — murmurei.

Pelo visto, Ines estava pensando a mesma coisa que eu. Enquanto ela continuava nos protegendo com seus escudos, analisei o que poderia fazer. Graças a ela, eståvamos seguros por ora, então aproveitei para respirar fundo e examinar os arredores.

A massa de lĂąminas se movia livremente pelo ar, veloz como um bando de pĂĄssaros. Tentar cortar todas elas com minha espada seria complicado. Diante de tantas armas mortais vindo de uma sĂł vez, parecia que nĂŁo havia nada que eu pudesse fazer… mas, quanto mais pensava nisso, mais percebia que cada faca individualmente nĂŁo representava uma grande ameaça.

E embora fossem rĂĄpidas, eu conhecia certos pĂĄssaros que eram ainda mais velozes—aves que, ocasionalmente, eu derrubava do cĂ©u com pedras lĂĄ na montanha onde cresci. Se eu usasse meu [Arremesso de Pedra], provavelmente conseguiria acertar essas facas tambĂ©m.

Não vi nenhuma pedra por perto, mas havia estilhaços de garras e presas espalhados pelo chão—restos do sapo gigante que explodiu mais cedo. Eles serviriam perfeitamente.

Peguei um pedaço de presa do sapo do chão e mostrei para Ines.

— Acho que consigo derrubar aquelas lñminas com isso.

Ela hesitou por um breve instante antes de responder.

— Tem certeza de que consegue acertá-las?

Olhei de volta para o bando de lùminas prateadas no céu.

— Sim, tenho quase certeza.

NĂŁo podia garantir, mas estava razoavelmente confiante. Derrubar pĂĄssaros com pedras era uma das minhas especialidades—uma das poucas tĂ©cnicas prĂłprias que eu podia chamar de minhas. As facas daquele homem eram alvos pequenos, mas imaginei que ainda conseguiria acertĂĄ-las.

Dito isso, eu nĂŁo estava jogando pedras; estava arremessando as garras e presas do sapo morto. Sentia um pouco de culpa por sair jogando os restos dele por aĂ­… mas quem nĂŁo tem cĂŁo, caça com gato. SĂł me restava fazer o meu melhor para dar um bom uso Ă s suas partes.

— Muito bem — disse Ines. — Vou abaixar meus escudos rapidamente quando vocĂȘ lançar. NĂŁo se preocupe em ajustar para mim—eu sincronizarei com o seu movimento.

— Entendido — respondi.

Enfiei minha espada no chão, me abaixei e peguei quantas garras e presas consegui segurar. Sabia que não podia garantir um acerto em alvos tão pequenos, mas, felizmente, o chão estava completamente coberto de munição. Pelo menos, não teria que me preocupar em ficar sem material.

— Certo, lá vai.

Apertei os fragmentos rochosos na mĂŁo o mĂĄximo que pude, ouvindo-os se esmagarem audivelmente. Eram mais duros do que eu esperava, mas, com mais uma apertada de força total, consegui reduzi-los a minĂșsculos fragmentos. Perfeito. Mesmo que minha mira nĂŁo fosse tĂŁo boa, jogar vĂĄrios projĂ©teis pequenos de uma vez aumentaria minhas chances de acertar os alvos.

Graças a Ines me mantendo seguro, pude concentrar toda a minha atenção em arremessar pedras—ou melhor, pedaços de sapo. Segurei-os firmemente, ouvindo o som deles se partindo ainda mais em minha mĂŁo, e concentrei toda a minha força para ativar um [Fortalecimento FĂ­sico] de corpo inteiro e potĂȘncia mĂĄxima. EntĂŁo, invoquei tanto o [Passo de Pluma] quanto minha Ășnica habilidade de caçador ao mesmo tempo.

— [Lançamento de Pedra].

Com toda a força, balancei o braço e arremessei os fragmentos esmagados do sapo contra o enxame de facas prateadas. Imediatamente, o estrondo de uma explosão tremenda ecoou ao nosso redor quando meus projéteis acertaram em cheio, derrubando uma quantidade consideråvel de lùminas do ar.

Não havia sido muito preciso na mira, mas, pelo que parecia, tinha conseguido um bom resultado. As garras e presas deviam ser bem duras, pois as lùminas que atingiram foram instantaneamente reduzidas a pequenos estilhaços de metal.

Antes, as facas se moviam como se estivessem vivas, mas parecia que quebrå-las fazia com que perdessem o poder. Os pedaços que agora jaziam no chão não davam sinais de voltar a nos atacar.

Ainda me sentia mal pelo sapo, mas seus restos tinham funcionado perfeitamente—provavelmente atĂ© melhor do que pedras.

— Certo, rodada dois — disse para Ines.

Esmaguei os pedaços de sapo na outra mão e os arremessei com toda a força.

— [Lançamento de Pedra].

Mais uma vez, incontĂĄveis fragmentos de presas e garras voaram direto em direção Ă s facas prateadas no ar, despedaçando-as e derrubando-as do cĂ©u. Achei que tinha acertado ainda mais dessa vez—provavelmente porque minha mira havia melhorado.

A confiança crescia dentro de mim. Se conseguisse manter esse ritmo, poderíamos realmente vencer.

Abaixei-me novamente para pegar mais pedaços de sapo e os apertei com toda a força. Eram tĂŁo duros que cortaram minhas mĂŁos, fazendo-as sangrar um pouco, mas isso nĂŁo significava nada para mim naquele momento. Esmaguei os restos em fragmentos minĂșsculos, mirei no enxame de lĂąminas prateadas e mais uma vez arremessei com tudo.

— [Lançamento de Pedra].

Mais facas se despedaçaram—muitas mais do que antes—e se espalharam pelo ar. Conforme me acostumava a acertar alvos em movimento, minha mira ficava cada vez mais precisa. Esmaguei o próximo punhado de pedaços de sapo.

— [Lançamento de Pedra].

Enquanto me concentrava em uma sequĂȘncia apĂłs a outra, o tempo que levava para pegar, esmagar e arremessar os fragmentos começou a diminuir. Em certo ponto, parei de avisar Ines; ela jĂĄ estava desativando os escudos em sincronia perfeita com meus lançamentos, entĂŁo percebi que nĂŁo havia mais necessidade de dar sinais verbais.

Toda a minha atenção estava dedicada a pegar garras e presas e arremesså-las. Graças a Ines, não precisava me preocupar com mais nada além de derrubar as lùminas prateadas voando acima de nós. Agradecendo silenciosamente a ela, continuei a aumentar o ritmo dos lançamentos.

— [Lançamento de Pedra].

A cada punhado de restos esmagados que eu jogava, incontĂĄveis facas prateadas caĂ­am do cĂ©u em uma violenta explosĂŁo de faĂ­scas—e quanto mais repetia o movimento, mais brilhantes essas faĂ­scas ficavam. DoĂ­a olhar… mas desviar o olhar me impediria de acertar os alvos. EntĂŁo, ativei um [Baixo Cura] nos meus olhos cansados e continuei arremessando com toda a força.

— [Lançamento de Pedra].

Pegar, jogar. Pegar, jogar. A cada ataque, uma parte do enxame de facas se despedaçava e se dispersava, simples assim. Sentia minha precisão melhorar pouco a pouco. Cada lançamento causava um estrondo ensurdecedor conforme meus projéteis atravessavam a massa de lùminas, transformando-as em fragmentos prateados que reluziam ao cair no chão.

Era como se uma neve prateada estivesse caindo ao nosso redor. O campo onde estávamos—escurecido pelo sopro venenoso do sapo—gradualmente se tingia de prata com os estilhaços que caíam.

— SĂł mais algumas… — murmurei.

Quando finalmente saĂ­ do meu transe de arremessos, vi que o nĂșmero de facas no cĂ©u havia sido drasticamente reduzido—o suficiente para que eu provavelmente pudesse lidar com o resto usando minha espada. Mas, no instante em que processei esse pensamento, o homem Ă  distĂąncia desapareceu.

Um mau pressentimento me atingiu, e imediatamente puxei minha espada do chĂŁo, me coloquei na frente de Ines e desferi um golpe na maior velocidade possĂ­vel.

— [Aparar].

Uma chuva de faíscas se espalhou ao nosso redor. Apesar de estar tão longe um momento atrås, nosso oponente jå tinha conseguido nos alcançar.

— Essa foi por pouco — disse. — Eu sabia que tinha algo errado.

Achei que o homem fosse continuar o ataque, assim como fez antes com aquela sequĂȘncia de golpes, mas, em vez disso, ele recuou calmamente e ficou parado, fixando o olhar no meu rosto.

— Essa Ă© minha fala… — ele começou, arrastando as palavras. — Como foi que vocĂȘ bloqueou aquele golpe agora hĂĄ pouco? E… tudo isso tambĂ©m Ă© obra sua? — Ele olhou ao redor, observando os fragmentos de metal prateado espalhados por toda parte.

— É, fui eu. — Respondi. — Já derrubei pássaros que voavam mais ou menos nessa velocidade antes. Mas nunca tantos assim, obviamente.

— Nem eu esperava que vocĂȘ derrubasse tantos. Estou ficando sem estoque, e a culpa Ă© sua…

— Sinto muito por quebrĂĄ-los — disse —, mas foi vocĂȘ quem os jogou contra nĂłs.

— É. Como eu disse antes, nĂŁo te culpo. Mas ainda assim…

O homem desapareceu novamente.

[Aparar]

Instantaneamente, faĂ­scas voaram mais uma vez. A faca do homem, dessa vez, tinha sido direcionada ao Rolo.

— Isso significa que eu preciso compensar as perdas, sabe?

Mais uma vez, o homem sumiu—mas desta vez, meus olhos conseguiram acompanhá-lo, ainda que por pouco. Ajustei meus movimentos ao dele e balancei minha espada sem hesitar, gerando mais uma chuva de faíscas dançando pelo ar.

Eu realmente nĂŁo podia baixar a guarda contra esse cara; ele era rĂĄpido, e seus golpes tinham um impacto absurdo. As roupas que usava eram meio estranhas, mas nĂŁo dava para negar que ele era incrivelmente forte. Nunca imaginei que existissem pessoas assim pelo mundo afora. Mal saĂ­ da capital e jĂĄ fui surpreendido uma vez atrĂĄs da outra.

Ele era mais veloz que um goblin e seus ataques tinham vårias vezes mais força que os daquele boi gigante que enfrentei. Eu mal conseguia acreditar que ele era um humano como eu. Para mim, ele parecia mais um monstro. Se eu perdesse o foco por um instante sequer, estaria morto. Um suor frio escorreu pelo meu rosto com esse pensamento.

Mas… depois do meu encontro com aquele goblin, eu jĂĄ sabia muito bem como um monstro de verdade podia ser perigoso. Esse cara era mais forte, sim, mas a diferença nĂŁo era grande o bastante para me abalar.

“Eu consigo lidar com isso”, disse a mim mesmo, apertando firme o cabo da espada. No começo, a velocidade absurda dos ataques dele me deixou arrepiado… mas agora, eu estava começando a me acostumar.

[Aparar]

Ajustei o tempo do golpe rĂĄpido e pesado do homem enfaixado e desviei-o com um balanço forte da minha espada. Mais uma vez, fiquei impressionado com a resistĂȘncia da minha arma. Embora a faca do oponente parecesse extremamente dura, minha espada era superior—uma das duas facas que ele usava quebrou na base da lĂąmina.

O homem saltou para trĂĄs e olhou para a arma quebrada.

— Que diabos tem essa espada…? — perguntou, confuso. — Isso aqui Ă© adamantita, sabia? Por que a minha arma Ă© que estĂĄ quebrando?

Parei por um instante.

— Ela era cara?

— Ah, tanto faz. Posso comprar mais quando quiser. SĂł preciso… juntar dinheiro.

O homem jogou a faca quebrada na minha direção e desapareceu.

— [Thunderflash].

[Aparar]

A faca que ele lançou se moveu mais rĂĄpido do que meus olhos podiam acompanhar, mas seu ataque veio ainda mais veloz. Por um triz, consegui mover minha espada a tempo de aparar o golpe. NĂŁo dava para baixar a guarda contra esse cara nem por um segundo. Um pouco mais lento, e eu teria levado uma faca na garganta…

— Dá para não me atacar de surpresa no meio da conversa? — perguntei. — Eu realmente achei que ia morrer.

— Bom, isso Ă© porque eu realmente estava tentando te matar… — o homem respondeu. — SĂ©rio, o que Ă© vocĂȘ? E eu sabia que essa espada era estranha… NĂŁo, na verdade, vocĂȘ e essa espada sĂŁo estranhos. Como vocĂȘ conseguiu ver meu ataque, muito menos desviĂĄ-lo…?

— Eu meio que… sĂł fiz isso?

— Isso nĂŁo Ă© algo que alguĂ©m simplesmente faz…

Ele guardou sua Ășltima faca na bainha na cintura e olhou ao redor. Ines nĂŁo se moveu; ela ficou o tempo todo protegendo Rolo. Mesmo que tivesse retomado o ataque, eu duvidava que esse cara nĂŁo desviasse de novo.

ApĂłs fazer uma prece silenciosa, perguntei:

— Ainda vamos continuar com isso…? — Se possĂ­vel, eu nĂŁo queria mais lutar.

— NĂŁo… Sem minhas ferramentas, nĂŁo dĂĄ para trabalhar… Olha essa bagunça. Tem mithril espalhado por toda parte. NĂŁo estou com paciĂȘncia para recolher tudo… e minhas magias nĂŁo funcionam em vocĂȘ… Acabaram-se meus truques. Aquela mulher tambĂ©m Ă© bem perigosa, entĂŁo acho melhor encerrar por hoje.

— EntĂŁo… vocĂȘ vai embora?

— É. Ouvi dizer que vai ter uma grande festa na capital real… mas acho melhor desistir disso tambĂ©m, nĂ©?

— Na capital real? — Ines repetiu. — O que vocĂȘ quer dizer com “festa”?

O homem sorriu por baixo das faixas negras.

— NĂŁo peguei os detalhes… mas parece que vai ser um evento bem agitado. Soa divertido… mas me mandaram voltar mais cedo, sabe? Acho que jĂĄ me diverti o bastante… entĂŁo, vou jogar limpo e sair fora. A gente se vĂȘ, cara esquisito.

Ele se virou para ir embora.

— Certo… AtĂ© mais.

Aliviado por me livrar daquele sujeito estranho, acabei respondendo automaticamente com uma despedida casual. Assim que fiz isso, porém, ele parou de repente, se virou e me encarou.

— VocĂȘ realmente Ă© meio estranho, hein?

— VocĂȘ acha…? — respondi. — NĂŁo concordo muito…

Embora ele me assustasse, ser chamado de “estranho” na minha cara nĂŁo era algo que eu poderia simplesmente ignorar. Quer dizer… Se alguĂ©m aqui era estranho, obviamente era o cara meio nu, com o rosto enrolado em faixas pretas, certo?

— Acho sim — o homem disse naquela voz esquisita, sorrindo como se estivesse se divertindo. — JĂĄ vi muitos malucos por aĂ­… mas, mesmo comparado a eles, vocĂȘ supera todos.

EntĂŁo, ele olhou para Rolo, que estava atrĂĄs de nĂłs.

— VocĂȘ devia agradecer aos seus astros, garoto demĂŽnio. Ah, que desperdĂ­cio. Se eu tivesse te levado, teria faturado uma bela grana—o seu cadĂĄver me renderia o suficiente para substituir todas as ferramentas que perdi hoje dez vezes mais. Mas, enfim…

Mais uma vez, o homem desapareceu. Apertei minha espada, sentindo todos os pelos do meu corpo se arrepiarem, e ataquei com toda a força.

[Aparar]

Uma intensa chuva de faĂ­scas voou, e a Ășltima faca do homem se despedaçou—mas nem isso impediu que a arma quebrada me cortasse o pescoço.

— Com um cara desses por perto, nĂŁo hĂĄ muito que eu possa fazer, nĂ©?

Sob os olhares atentos de Ines e meus, o estranho homem meio nu, com o rosto coberto por faixas pretas, soltou uma risada que mais parecia um gemido, então desapareceu junto com as nuvens escuras no céu.


Tradução: Carpeado
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