I Parry Everything – CapĂtulo 24 – Volume 1
Ore wa Subete wo “Parry” Suru: Gyaku Kanchigai
no Sekai Saikyou wa Boukensha ni Naritai
I Parry Everything: What Do You Mean I’m the Strongest?
I’m Not Even an Adventurer Yet!
Light Novel Online – Volume 01:
CapĂtulo 24: Eu Aparo um Sapo
Enquanto aparava as enormes garras do sapo negro Ă minha frente, um pensamento inesperado passou pela minha mente: essa coisa nĂŁo era tĂŁo assustadora assim.
Para ser justo com o monstro, cada golpe dele vinha com uma força intensaâo suficiente para fazer o cabo da minha espada vibrar com o impacto. Ainda assim… nĂŁo era particularmente difĂcil de aparar. A força fĂsica do sapo era mais ou menos equivalente Ă do goblin que enfrentei ontem, se nĂŁo um pouco mais fraca, e seus movimentos eram definitivamente lentos. Se minha intuição estivesse certa, ele provavelmente estava no fundo da escala de classificação dos monstros.
Mas, pera aĂ… Se as pessoas chamam os goblins de monstros mais fracos, e esse sapo era ainda mais fraco que isso, entĂŁo talvez ele nem fosse um monstro de verdade. Nesse caso, estarĂamos bem. DerrotĂĄ-lo seria complicado para alguĂ©m como eu, que nĂŁo tem nenhuma habilidade ofensiva, mas eu tinha certeza de que darĂamos um jeito. Eu sĂł precisava ganhar tempo atĂ© Lynne e Ines chegarem.
Por sorte, resistĂȘncia era a Ășnica coisa em que eu podia confiar um pouco.
No entanto, assim que me preparei para o prĂłximo golpe, o sapo começou a inchar repentinamente. Algo estava erradoâmas quando percebi isso, jĂĄ estava encarando sua boca escancarada, com algo negro girando no fundo de sua garganta. Antes que eu pudesse pensar no que poderia ser, o sapo cuspiu aquilo violentamente.
Uma nuvem negra de nĂ©voa veio direto para mim. Eu sabia que poderia desviar… mas fazer isso significaria colocar o garoto atrĂĄs de mim em perigo. Em vez disso, fiquei firme e encarei a nĂ©voa de frente, esperando enquanto ela envolvia todo o meu corpo.
Uma pequena quantidade entrou na minha boca, e imediatamente cuspi sangue.
â Veneno…?
Meu corpo inteiro foi tomado por uma dor intensa e uma tontura avassaladora. Pelo gosto, dava para perceber que eu tinha acabado de ingerir algum tipo de venenoâe um letal, para piorar.
Foi entĂŁo que me ocorreu algo: antes de eu correr, Ines estava prestes a me dizer alguma coisa, nĂŁo estava? Provavelmente, ela ia me alertar sobre esse sapo venenoso. Agora fazia sentido por que seus golpes nĂŁo eram tĂŁo impressionantes assim; sua maior arma nĂŁo eram as presas ou garras, que pareciam poderosas, mas sim o veneno letal armazenado em seu ventre.
Enquanto o sangue jorrava de vĂĄrias partes do meu corpo, tive um Ășnico pensamento:
“Ă… Se isso for tudo que ele tem, acho que vou ficar bem.”
â
Muito tempo atrĂĄs, quando ainda vivia sozinho na minha montanha, houve um incidente em que comi um cogumelo que minha mĂŁe sempre me alertou para nunca comer sob nenhuma circunstĂąncia. Ele se chamava “RuĂna do DragĂŁo”, pois seu veneno era dito ser forte o suficiente para matar um dragĂŁo.
Por que eu o colhi e levei para casa? Para ser honesto, nĂŁo lembro. Talvez tenha sido porque colhi uma grande quantidade de comida naquele dia e estava ocupado comemorando, sem perceber que o cogumelo venenoso havia se misturado. De qualquer forma, joguei ele na panela, cozinhei e comi no jantar.
Pouco depois, uma dor de estĂŽmago insuportĂĄvel me atingiu, e comecei a cuspir grandes quantidades de sangue. Quando percebi que havia comido algo que nĂŁo devia, jĂĄ era tarde demais; o cogumelo jĂĄ estava completamente digerido, sem chance de ser vomitado de volta.
O veneno parecia ter se espalhado por todo o meu corpo. Sem conseguir me mover, concentrei toda a minha energia em usar minha recĂ©m-adquirida habilidade [Baixa Cura] no estĂŽmago. Foi a Ășnica coisa que me ocorreu fazer.
Aos poucos, senti meu estĂŽmago se recuperarâmas qualquer pequena distração fazia com que eu vomitasse sangue fresco. Preso numa situação onde baixar a guarda significava sangrar por todos os poros, continuei usando [Baixa Cura], preparando-me para o pior.
O sofrimento durou dias, manhĂŁ e noite. Ăs vezes, conseguia me levantar para beber um pouco de ĂĄgua, mas logo desmoronava de novo, debatendo-me em agonia. A cada encontro com a morte, agarrava-me Ă vida com teimosia… atĂ© que, por algum milagre, o uso contĂnuo de [Baixa Cura] me permitiu recuperar força suficiente para me mover um pouco.
A dor era indescritĂvel, mas, com minha resistĂȘncia renovada, nĂŁo deixei de treinar nem por um Ășnico dia. Eu havia decidido que aperfeiçoaria minhas habilidades todos os dias, sem exceção, e desistir nĂŁo era uma opção. Meus braços estavam fracos, eu cuspia sangue o tempo todo e nĂŁo sabia se sequer sobreviveria, mas minha determinação teimosa me fez continuar balançando minha espada de madeira.
Na manhĂŁ do oitavo dia, percebi algo estranho: a dor no estĂŽmago havia sumido, eu nĂŁo vomitava mais sangue e meu corpo estava surpreendentemente leve. Embora, nesse Ășltimo caso, fizesse sentido, considerando que eu nĂŁo comia direito hĂĄ uma semana.
Minha primeira reação foi sair para caçar algo nutritivo. Morrendo de fome, desejei carne, e mesmo debilitado achei que poderia derrubar um javali selvagem. Pensando apenas na minha prĂłxima refeição, fui para a florestaâapenas para cometer outro grande erro.
Fui mordido por uma enorme cobra venenosa.
Naquele momento, aceitei minha morte. Mesmo depois de conseguir matar a cobra, estava convencido de que não havia nada a fazer além de esperar pelo fim, então simplesmente me deitei no chão da floresta e fechei os olhos.
Mas, estranhamente, por mais que esperasse, o veneno nunca fez efeito. Meu corpo nĂŁo doĂa nem um pouco. Confuso, levantei-me, peguei a cobra e voltei para casaâonde a cozinhei e comi.
Dizia-se que aquela espĂ©cie era incomestĂvel devido ao veneno, mas eu estava faminto.
Além disso, a picada da cobra não tinha surtido efeito algum em mim, então imaginei que o veneno não seria forte o suficiente para importar. Afinal, fiquei tão imune ao veneno da cobra que comecei a duvidar se ela era venenosa de verdade.
Tinha sido um pensamento bem simplista, mas, bem… eu era sĂł uma criança na Ă©poca.
Quando finalmente comi a cobra, uma realização chocante me atingiu: era incrivelmente saborosa. Sua carne era muito mais suculenta do que qualquer ave da montanha, com uma profundidade que superava qualquer cogumelo que eu jå tivesse experimentado. Parecia que sua doçura estava se espalhando por todo o meu corpo.
O mais impressionante de tudo foi a velocidade com que meu corpo se recuperou enquanto eu a comiaâalgo que atribuĂ Ă riqueza nutricional da cobra. Depois de devorar minha refeição com entusiasmo, saĂ imediatamente para procurar mais. Um Ășnico gosto foi o suficiente para me viciar.
Logo consegui encontrar outra, mas apenas olhar para ela fez com que um alerta silencioso se acendesse na minha mente. Embora eu nĂŁo tivesse certeza no meu primeiro encontro com a espĂ©cie, dessa vez eu tinha certeza: estava diante de uma cobra de espinhos venenososâum animal que minha mĂŁe me ensinara a nunca comer, nĂŁo importava o quanto eu estivesse faminto.
Fiquei inquieto. AtĂ© entĂŁo, sempre havia seguido os ensinamentos da minha mĂŁe, e tudo o que ela me ensinara tinha se provado verdadeiro. No entanto, eu jĂĄ havia comido uma cobra de espinhos venenosos sem sofrer nenhuma consequĂȘncia. Como isso era possĂvel?
Enquanto estava perdido em pensamentos, fui mordido novamente. Foi entĂŁo que percebi: o problema nĂŁo era que a cobra nĂŁo fosse venenosa; eu Ă© que era imune ao seu veneno. NĂŁo fazia ideia de como aquilo tinha acontecido, mas o fruto da ruĂna do dragĂŁo que eu havia comido aparentemente me concedeu um certo grau de resistĂȘncia a venenos.
AlĂ©m disso, o [Baixa Cura], que eu achava relativamente inĂștil, na verdade se mostrou bastante Ăștil. Eu nĂŁo tinha certeza, mas suspeitava que a habilidade tambĂ©m oferecia alguma resistĂȘncia a venenos. Isso me deixou absolutamente encantado. Pensei que talvez aquele fosse meu caminho para obter uma nova habilidadeâe, a partir de entĂŁo, comecei a testar todas as plantas e animais venenosos da montanha em mim mesmo. De vez em quando, um deles se mostrava mais letal do que eu esperava e me fazia cuspir sangue violentamente, mas eu sempre conseguia me recuperar usando [Baixa Cura], e nada que eu comia era tĂŁo ruim quanto o fruto da ruĂna do dragĂŁo.
No final, porém, minhas expectativas foram frustradas. Nunca adquiri uma nova habilidade.
Por outro lado, fiz uma descoberta: plantas e animais venenosos, em geral, eram muito saborosos. E, embora ocasionalmente eu encontrasse exceçÔes a essa regra, ainda não havia provado nada que não fosse pelo menos nutritivo. Talvez algo na falta de palatabilidade fizesse com que plantas e animais venenosos acumulassem mais nutrientes naturalmente.
De qualquer forma, foi assim que desenvolvi um gosto por comer plantas e animais venenosos, um hĂĄbito que mantenho desde entĂŁo. Contanto que eu tomasse cuidado ao remover suas toxinas, eles serviam como ingredientes de alta qualidadeâe, quando eu nĂŁo conseguia remover as toxinas, bem, era aĂ que a anulação gradual proporcionada pelo [Baixa Cura] entrava em ação. AlĂ©m disso, bastava um pouco de resistĂȘncia, e eventualmente eu desenvolveria imunidade de qualquer jeito.
Resumindo, eu jĂĄ estava bastante acostumado a lidar com veneno. Podia dizer com sinceridade que minha tolerĂąncia era bem altaâera uma das poucas qualidades redentoras que eu possuĂa.
A nĂ©voa negra do sapo era definitivamente um veneno intenso. No momento em que entrou em contato com meu corpo, soube que sua letalidade rivalizava com a do fruto da ruĂna do dragĂŁo. Ainda assim, se fosse sĂł isso, eu estava confiante de que conseguiria resistir.
O fruto da ruĂna do dragĂŁo era, na verdade, bem saboroso; desde aquele encontro fatĂdico, passei a usĂĄ-lo como ingrediente comum em meus ensopados. Claro, eu cuspia um pouco de sangue toda vez, mas nunca piorava alĂ©m disso. No final, depois de ter certeza de que era seguro, simplesmente nĂŁo conseguia resistir ao apelo de uma boa refeição.
O ponto Ă© que um veneno desse nĂvel nĂŁo funcionaria em mim. Enquanto era envolvido pela nĂ©voa, comecei a usar [Baixa Cura] para neutralizar seus efeitos. Meu tempo de reação nĂŁo foi perfeitoâeu estava sangrando um poucoâmas, pela experiĂȘncia, sabia que o ataque nĂŁo era forte o suficiente para me afetar seriamente. Logo, meus ferimentos se fecharam, deixando-me como novo.
A nĂ©voa negra se espalhava ao meu redor, mas, pelo que parecia, minha anulação havia funcionadoâo garoto logo atrĂĄs de mim estava ileso. Graças aos cĂ©us por isso.
Aliviado, continuei aparando as garras do sapo conforme ele as desferia contra mim. Embora parecessem grossas e resistentes, minha aposta era que a espada em minha mĂŁo era ainda mais durĂĄvel.

Cada vez que eu repelia as garras que vinham em minha direção, elas se lascavam e se despedaçavam uma apĂłs a outra. Eu estava impressionado com minha prĂłpria arma; apesar de pesada, era incrivelmente resistente. Inicialmente, eu a havia subestimado por causa de sua aparĂȘncia desgastada, mas agora estava convencido de que era um presente valioso.
Enquanto oferecia algumas palavras silenciosas de gratidĂŁo ao pai de Lynne, as garras afiadas do sapo continuavam a se partir, uma por uma. EntĂŁo, quando ele ficou sem garras para atacar, abriu sua bocarra e tentou me morder com suas presas serrilhadas. Claro, isso tambĂ©m foi inĂștil; eu aparava cada ataque atĂ© que o sapo ficasse completamente sem dentes.
No geral, esse sapo era realmente feroz. Mesmo sem garras e com os dentes destruĂdos, continuava a investir contra mim. Ainda assim, estava claramente mais fraco agoraâtalvez soltar seu veneno tivesse drenado parte de sua energia tambĂ©m. Se eu apenas continuasse assim, era possĂvel que ele simplesmente desabasse por conta prĂłpria.
Mas, justo quando esse pensamento passou pela minha cabeça, o sapo começou a inchar novamente. Suas intençÔes eram Ăłbviasâele ia abrir a boca e soltar mais uma nuvem de veneno. Ele inchava e inchava atĂ© ficar muito maior do que da primeira vez. Estava apostando tudo nesse Ășltimo ataque, eu tinha certeza. Seu veneno provavelmente seria ainda mais denso e potente.
Mas nem eu cairia no mesmo truque duas vezes. Preparei minha espada e foquei nos movimentos do sapo. EntĂŁo, no momento exato em que ele inchou ainda mais e abriu a boca para expelir seu venenoâ
[Aparar]
Golpeei sua mandĂbula inferior com toda a minha força. Acertado diretamente de baixo, seu maxilar se fechou com forçaâe a enorme nuvem de veneno e ar comprimido, agora sem saĂda, retornou para dentro de seu corpo. Ele continuou inflando, inflando, atĂ© que finalmente…
A partir de suas costas, o sapo explodiu violentamente, espalhando pedaços de carne por todos os lados.
â Que visĂŁo horrĂvel… â murmurei para mim mesmo. Por mais violento que aquele sapo tivesse sido, nada merecia uma morte tĂŁo grotesca.
Então, ao perceber os pedaços de carne espalhados pelo chão, misturados ao veneno, um pensamento me ocorreu. Antes que eu percebesse, esse pensamento havia se transformado em uma ideia que eu não conseguia ignorar.
Ei… esse sapo pode ser bem saboroso.
Tradução: Carpeado
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