Hai to Gensou no Grimgar – EX 3: Capítulo 16 – Volume 14+

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Hai to Gensou no GrimgarGrimgar of Fantasy and Ash

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[Capítulo 16: A Última]


— Garotinha — anunciou o Avî.

— …O que foi? — conseguiu responder Shihoru.

— VocĂȘ deve pensar que eu sou um velho gagĂĄ que sĂł sabe falar.

— Nem um pouco…

— NĂŁo. Pensa sim. Com certeza pensa. Eu percebo essas coisas, sabia? Desde aquele dia, sua atitude comigo mudou. E mudou muito. NĂŁo estou tĂŁo gagĂĄ assim, sabe? Pelo menos isso, vocĂȘ sabe.

— S-Se o senhor nĂŁo tĂĄ gagĂĄ, serĂĄ que dava para gente nĂŁo ter essa mesma conversa vĂĄrias vezes por dia… por favor?

— Ah! Ahhh! Ahhhhhh!

— O-O que foi?

— Tem certeza que pode falar com um mago assim? NĂŁo acha um pouquinho falta de respeito? Veja bem. Eu nĂŁo fiquei velho assim Ă  toa, sabia? Mesmo assim, nĂŁo sinto o meeeeenor respeito vindo de vocĂȘ. NĂŁo seeei. Isso tĂĄ certo? TĂĄ me machucando aqui. Mas, olha, se vocĂȘ me fizesse uma massagem, garotinha, essa dor poooode atĂ© passar.

Sozinha com o AvĂŽ numa sala de aula, Shihoru abaixou a cabeça e soltou mais um suspiro—o Ășltimo de sabe-se lĂĄ quantos.

Por quĂȘ? Por que ela tinha recusado a gentil proposta da maga Yoruka naquela ocasiĂŁo?

Yoruka era fria e analítica, e diziam que era a maga mais jovem de todos. Mesmo nas breves conversas que tiveram, Shihoru percebeu que ela era muito inteligente. Um pouco assustadora, talvez, mas se tivesse que aprender com alguém, uma pessoa assim seria a ideal.

Shihoru provavelmente era mimada. Um pouco de tratamento rigoroso certamente faria bem para ela.

JĂĄ o AvĂŽ era um pervertido depravado.

Parecia saber mais sobre magia do que Yoruka, e dizia—segundo suas próprias palavras—que praticava magia há noventa anos. Seria estranho se não soubesse. Ele dizia ter sido mago por noventa anos, mas homem por mais de cem, então era natural que seus instintos masculinos falassem mais alto do que a curiosidade intelectual, o espírito de descoberta e o desejo de superação que vinham com a prática da magia.

Ela meio que entendia essa lĂłgica. E meio que nĂŁo entendia. NĂŁo, ela atĂ© entendia o que ele queria dizer; sĂł era, tipo… nojento para caramba. Se existia uma pessoa ainda obcecada por luxĂșria aos cem anos de idade, Shihoru sĂł podia pensar que era um monstro. EntĂŁo por que…?

Havia apenas uma coisa que talvez servisse como justificativa: o que Yoruka havia dito.

“Os ensinamentos dele vĂŁo, sem dĂșvida, se tornar um trunfo inestimĂĄvel para vocĂȘ como maga. Talvez vocĂȘ nĂŁo entenda isso agora, mas com o tempo, vai entender.”

Era verdade—ela realmente não compreendia agora.

Mas sentia que podia confiar bem mais na maga Yoruka do que no AvĂŽ. Porque o AvĂŽ era um mentiroso, e Yoruka provavelmente nĂŁo.

Yoruka havia dito que, se Shihoru não conseguisse lidar com o comportamento do velhote, ela estava disposta a assumir o restante do treinamento båsico como sua instrutora. Mas isso também podia ser interpretado como um conselho: se ela aguentasse, seria melhor continuar sendo ensinada pelo AvÎ.

Isso sugeria que o treinamento bĂĄsico do AvĂŽ tinha valor suficiente para compensar o desconforto de suportar o tratamento dele.

E havia mais uma coisa. Se Shihoru fosse treinada por Yoruka, isso significaria, com certeza, que teria que se sentar ao lado de Adachi. E ela, de certa forma, queria evitar isso. O tipo dele—aquele que se achava um gĂȘnio, era de fato inteligente e olhava os outros de cima—era difĂ­cil de lidar. SĂł de estar por perto, jĂĄ se sentia sufocada.

— E-Eu nĂŁo vou… Fazer uma massagem em vocĂȘ — disse Shihoru. — Quer dizer, eu nĂŁo posso.

— Uma massagenzinha leeeve já serve. Se só tocaaaar beeeem de levinho nos lugares que eu disser, vai ser perfeito.

— Aposto que vai me fazer tocar em lugares esquisitos… nĂ©?

— Lugares esquisitos, tipo onde? Pode me contar? Hein, garotinha? Onde? Que lugar? Que lugar?

— E-Eu nĂŁo sei! C-Como Ă© que eu…?!

— Aww, que fooofa vocĂȘ Ă©. Toda envergonhadinha. Garotinha, vocĂȘ Ă© tĂŁo fooofa. Uweheheh!

— E-Eu nĂŁo sou fofa coisa nenhuma! E-Eu sou sĂł… g-gordinha…

— Nweheheh! Realmente, vocĂȘ tem uma carninha a mais, garotinha.

— E-Eu sei. Por isso eu disse que sou gorda…

— NĂŁo tem com o que se preocupar — AvĂŽ deu um sorriso maroto. — Isso vem com a juventude. E alĂ©m disso, sua carne Ă© de boa qualidade. Deve ser uma delĂ­cia de tocar. Eheheheheh…

— Urrrrrrrrrrgh…! — Shihoru sentiu um arrepio gelado.

Mas…

Com o rosto abaixado, seus lĂĄbios se curvaram discretamente para cima.

Ela tinha vencido.

Shihoru tinha superado essa provação.

— Gufufufuh… Nuhuhuhuhuhuhuh… Hahh! Hah! Hah! Hah! Hah…! Hahhhhhhh…

O AvĂŽ soltou um suspiro grande demais.

— JĂĄ tĂĄ acabando, hein…

Sim. Era isso mesmo.

O AvÎ havia aproveitado cada oportunidade para tentar encostar nela, fazer ela encostar nele, dizer coisas obscenas e forçå-la a dizer outras, então seu treinamento båsico parecia ter durado uma eternidade, mas finalmente estava chegando ao fim.

Pensando bem, o tempo que passou ouvindo as palestras do AvĂŽ, cheias de histĂłrias indecentes, enquanto aprendia sobre elementais e magia… os momentos de meditação diante daquele velho que era a prĂłpria distração em forma humana… as vezes em que praticou feitiços simples sob a direção maliciosa dele… tudo isso eram boas lembranças—era algo que ela jamais diria, nem sob tortura, mas, de certa forma, foi Ăștil.

Se nada mais, havia um certo sentimento de realização por ter suportado tudo.

Era improvĂĄvel que ela passasse por algo tĂŁo desagradĂĄvel de novo.

Talvez nĂŁo tenha sido uma boa lembrança, mas… foi uma boa experiĂȘncia; talvez.

— AvĂŽ… obrigada por ter cuidado de mim — disse Shihoru.

— Da minha parte, eu queria continuar “cuidando” de vocĂȘ, garotinha…

— E-Eu dispenso.

— VocĂȘ devia desistir dessa histĂłria de soldado voluntĂĄria, garotinha. Isso aĂ­ Ă© sĂł perigo. NĂŁo combina com vocĂȘ.

— Agradeço a preocupação, mas…

— É claro que estou preocupado! O que eu faria se a minha garotinha se machucasse?! SĂł de pensar em feridas nesse corpinho jovem e macio…

— E-Eu tenho meus companheiros para considerar.

— Garotinha, se vocĂȘ fosse maltratada por orcs ou goblins, ah… eu ficaria um pouquinho, nĂŁo, muito! Muito excitado!

— …Obrigada mais uma vez.

— Minha garotinhaaaaa! Ohhhhhhhhh! E-Eu… eu nĂŁo aguento mais…!

— Eu nĂŁo sou sua…

— Chega! — AvĂŽ se levantou de repente da cadeira. Com movimentos ĂĄgeis, que nĂŁo pareciam os de um homem de 107 anos. Ele estava tĂŁo enĂ©rgico que era atĂ© assustador. — Garotinha! Eu te desafio!

— …Como Ă© que Ă©?

— Dispare um Magic Missile contra mim!

— HĂŁ? M-Mas… isso…

— Não me subestime por causa da minha idade, garotinha! Eu vou te mostrar a diferença de nível entre nós, como magos!

— D-Diferença de nĂ­vel…? Eu acabei de entrar na guilda… SĂł conheço um feitiço, isso nem Ă© um desafio…

— TĂĄ tudo bem, atire! Vou te mostrar o que Ă© a verdadeira magia!

— …Verdadeira magia?

Aquilo chamou sua atenção, mesmo que só um pouco.

A Maga Yoruka jå havia mencionado isso antes. O AvÎ era um dos poucos magos em Grimgar que havia alcançado a verdadeira magia.

O que exatamente era essa tal de verdadeira magia? Shihoru nĂŁo fazia ideia. Mas AvĂŽ estava dizendo que mostraria isso agora.

Provavelmente nĂŁo era algo que ela fosse entender de imediato, mas, como Yoruka disse, poderia ser algo valioso para ela no futuro.

— T… TĂĄ bom!

Shihoru pegou seu cajado de treino, que estava encostado na mesa, e se levantou.

O AvĂŽ se recostou para trĂĄs e olhou Shihoru de cima. Com a idade que tinha, parecia que ele podia travar as costas se fizesse isso de qualquer jeito, mas ainda conseguia se manter ereto quando queria.

Além disso, apesar de ter passado dos cem, AvÎ era alto. Devia ter mais de 1,80 metro. Se encolheu com a idade, provavelmente era ainda mais alto na juventude. Não dava para perceber de primeira por causa da barba e sobrancelhas brancas como neve, mas sua pele tinha um brilho saudåvel.

Ele tinha uma presença impressionante.

Shihoru se sentia sufocada. Suas mĂŁos tremiam. O AvĂŽ a estava intimidando.

— Essa chance nĂŁo aparece com frequĂȘncia, garotinha — disse AvĂŽ, com um sorriso. — Vamos revisar sua Ășltima lição. Diga os quatro tipos de elementais.

— O flamejante Arve, o congelante Kanon, o elĂ©trico Falz e o sombrio Darsh.

— Correto. Os Arve são como chamas vermelhas em brasa.

Quando Avî disse isso e ergueu a mão direita, surpreendentemente, um elemental flamejante—um Arve—surgiu na palma de sua mão.

— Os Kanon são como flocos de neve.

O mistĂ©rio continuava. O Arve desapareceu, e um Kanon surgiu—ou melhor, aos olhos de Shihoru, parecia que o Arve havia se transformado em um Kanon.

— Os Falz são como relñmpagos.

O Kanon se tornou uma eletricidade girando no ar.

— Os Darsh são como massas negras de algas marinhas.

Por fim, a descarga elétrica se transformou em uma esfera negra.

— Essas sĂŁo as quatro formas dos elementais. Grave bem isso, garotinha. Os elementais estĂŁo por toda parte. Eles parecem se alimentar do poder do nosso espĂ­rito, da nossa energia mĂĄgica, e atravĂ©s dela exercem sua força.

— E-Eu sei disso. VocĂȘ jĂĄ me ensinou.

— VocĂȘ Ă© sĂ©ria, garotinha. Assim como a Yoruka. Mas nĂŁo deve imitĂĄ-la. Aquela Ă© teimosa demais. Yoruka sabe disso, mas nĂŁo consegue abandonar os prĂłprios preconceitos. Para ser um mago, Ă© preciso estudar tĂŁo profundamente quanto a terra, e ainda assim voar tĂŁo alto quanto o cĂ©u. Mesmo sabendo disso, nĂŁo Ă© algo fĂĄcil de fazer. Entende, garotinha?

— …S-Sim.

— Por que todos os magos aprendem o Magic Missile como seu primeiro feitiço? Esse Ă© o segredo. De certo modo, vocĂȘ jĂĄ recebeu a chave desde o inĂ­cio. Agora cabe a vocĂȘ colocĂĄ-la na fechadura, girar, destrancar… e abrir a porta.

— A chave… — repetiu Shihoru.

— Isso mesmo. Agora, mire em mim e lance um Magic Missile.

— Marc…

Como se quisesse atrair os elementais para si, Shihoru traçou os símbolos mågicos com seu bastão enquanto entoava o encantamento.

— …em Parc!

A luz se concentrou na ponta de seu cajado e formou uma esfera. O elemental havia se manifestado.

Mas… que elemental era aquele?

Por um instante, essa dĂșvida passou por sua mente, e entĂŁo ela lançou o Magic Missile contra o AvĂŽ.

AvĂŽ encarou a esfera de luz. O Darsh ainda repousava na palma de sua mĂŁo.

A esfera de luz e o Darsh se tocaram. NĂŁo—eles… se misturaram?

Tornaram-se um sĂł, e depois algo completamente diferente.

Era algo próximo ao verde, arredondado, com pequenos braços e pernas crescendo dele.

NĂŁo dava para dizer o que era exatamente, mas aquilo ficou oscilando na mĂŁo do AvĂŽ por um tempo e, como se tivesse se consumido, piscou… e desapareceu.

— Garotinha. — Avî se sentou na cadeira.

NĂŁo parecia que era sĂł por ter se sentado, mas ele de repente parecia muito, muito menor.

— …NĂŁo, Shihoru. Agora vocĂȘ Ă© uma maga. NĂŁo hĂĄ mais nada que eu possa te ensinar. Da prĂłxima vez que vier Ă  guilda em busca de treinamento, vou deixĂĄ-la aos cuidados da Maga Yoruka. Estou velho demais pra isso. Quero usar o pouco tempo que me resta na minha pesquisa. VocĂȘ Ă© a Ășltima discĂ­pula do Mago Sarai.

— AvĂŽ…

— Se vocĂȘ me deixasse apalpar seus peitinhos sĂł um pouquinho, eu atĂ© ensinava de novo.

— …NĂŁo. A Maga Yoruka vai me ensinar. Eu vou ficar bem, obrigada.

— Hmm… — resmungou AvĂŽ, com pesar. — É mesmo? Que pena.


Tradução: ParupiroHPara estas e outras obras, visite o Cantinho do ParupiroH – Clicando Aqui


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