Hai to Gensou no Grimgar – EX 3: Capítulo 12 – Volume 14+

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Hai to Gensou no GrimgarGrimgar of Fantasy and Ash

Light Novel Online – Ex 3:
[CapĂ­tulo 12: Criador de Problemas]


Shihoru pegou o Avî—tambĂ©m conhecido como Mago Sarai—pela mĂŁo. Juntos, caminharam pelo corredor, com Shihoru o apoiando com cuidado para que ele nĂŁo caĂ­sse, atĂ© que ela abriu a porta.

O quarto do AvĂŽ ficava nos fundos do segundo andar da guilda dos magos. Era um espaço bem amplo, e embora os mĂłveis nĂŁo fossem exageradamente chamativos, tinham um ar de luxo. Fora a cama e o sofĂĄ, quase nada ali era usado com frequĂȘncia.

Shihoru sentou o AvĂŽ no sofĂĄ, arrumou a cama e, em seguida, foi buscar uma chaleira com um preparado de ervas que havia sido deixado do lado de fora do quarto.

Ela deu o remédio para ele, depois tirou seu manto e o chapéu de mago. Ele jå estava de pijama por baixo, então era só deitar para dormir.

Shihoru o levou até a cama, ajudou-o a se deitar e ficou ao seu lado, conversando com ele até que pegasse no sono.

— Garotinha — disse o velho.

— …Sim, avĂŽ?

— Preste atenção. SĂŁo os elementais. Para nĂłs magos, a primeira coisa, e a segunda tambĂ©m, sĂŁo os elementais. O que sĂŁo os elementais?

— Criaturas mágicas, certo?

— Exato. E mesmo assim, nem nós, magos, conhecemos sua verdadeira natureza. Em seu estado normal, os elementais são invisíveis aos nossos olhos. Não conseguimos ouvir suas vozes.

— Sim. Mas… conseguimos senti-los.

— Curiosamente, os elementais não se deixam perceber por aqueles que não acreditam que podem senti-los — disse o Avî. — Mas os elementais certamente existem. É por isso que conseguimos usar magia.

— Os elementais… se escondem na brisa suave… respiram na tempestade furiosa…

— Os elementais… habitam nas ĂĄguas paradas, e sĂŁo levados pela correnteza…

— Os elementais… dançam nas chamas tremeluzentes… e no incĂȘndio que se ergue…

— Os elementais, eles—

De repente, o AvĂŽ parou de falar.

Apressada, Shihoru aproximou o ouvido da boca dele.

Ele estava respirando. Suavemente. Ressonando um pouco. Parecia que havia adormecido.

Ela soltou um suspiro de alĂ­vio.

— Que bom…

Aliviada, Shihoru se afastou da cama. Apagou as luzes e deixou o quarto. De repente, o cansaço a atingiu de uma vez, e ela teve vontade de se agachar ali mesmo.

— É como se… eu estivesse cuidando de um paciente…

Tecnicamente, o AvÎ vinha ensinando tudo a ela o dia inteiro. Ele lhe explicara absolutamente tudo sobre os elementais. Hoje, em seu terceiro dia de treinamento båsico, Shihoru começara a sentir a presença dos elementais, ainda que de forma vaga. Ter recebido elogios por sua aptidão a deixara muito feliz.

Mas mesmo assim, o AvĂŽ era extremamente velho. Talvez sua mente ainda fosse afiada, e aparentemente ele nĂŁo esquecia das coisas com facilidade, mas seu corpo jĂĄ estava em declĂ­nio.

Para começo de conversa, ele não conseguia andar sozinho. Também precisava de ajuda para comer.

NĂŁo que fosse impossĂ­vel fazer isso por conta prĂłpria, se realmente fosse necessĂĄrio, mas provavelmente levaria muito tempo.

Ele também parecia ser do tipo que derrubaria as coisas com facilidade, então limpar tudo depois daria bastante trabalho. Era melhor que alguém o ajudasse na hora das refeiçÔes.

Como era de se esperar, trocar de roupa era outra dificuldade para o AvĂŽ. A maga Yoruka lhe dava um banho de esponja toda manhĂŁ e trocava todas as suas roupas, entĂŁo Shihoru sĂł precisava tirar sua tĂșnica Ă  noite. Isso jĂĄ ajudava bastante.

Ainda assim, era praticamente como cuidar de um paciente.

Tudo bem, mas se ela fosse continuar aprendendo com um senhor tĂŁo debilitado que precisava de cuidados, Shihoru teria que ser atenciosa de vĂĄrias formas.

Para ser sincera, ela estava preocupada com a saĂșde dele. O que mais a deixava apreensiva era que os sete dias de treinamento bĂĄsico exigidos de todos os novos membros da guilda dos magos talvez fossem mais duros para o AvĂŽ do que para ela.

Afinal, ele era o mago mais velho—uma verdadeira enciclopĂ©dia viva. E se a saĂșde dele piorasse?

Shihoru estava inquieta de preocupação, e não era exagero colocar nesses termos.

Shihoru dormia em um quartinho no primeiro andar da guilda. O quarto sĂł tinha uma cama, entĂŁo nĂŁo dava para fazer mais nada ali alĂ©m de dormir. Os Ășnicos outros lugares que ela podia acessar livremente eram o banheiro, o lavatĂłrio e a biblioteca.

A biblioteca era a maior sala da guilda. Havia mesas e cadeiras cercadas por estantes cheias de livros.

Shihoru fazia questão de passar um tempo na biblioteca todas as noites, até que o sono viesse.

A biblioteca tinha uma responsåvel chamada de guardalivros, que ficava de plantão o tempo todo, e sempre havia pessoas lendo por lå. No entanto, as regras proibiam conversas. Por isso, se Shihoru se sentasse com um livro aberto, ninguém a incomodava. Na verdade, ninguém sequer olhava para ela.

Os livros da biblioteca eram feitos de pergaminho ou papel, e todos os textos eram escritos Ă  mĂŁo.

Quando os viu pela primeira vez, Shihoru ficou impressionada por serem todos manuscritos, mas pensando bem, ela nem sabia ao certo por quĂȘ.

Sentada em uma cadeira, à luz da lamparina, lendo um texto que alguém escrevera caractere por caractere, ela se sentia relaxada.

Shihoru gostava do som das pĂĄginas sendo viradas.

Enquanto encarava seu livro, alguém ao redor virou uma pågina. O som um pouco pesado do pergaminho de pele de carneiro. O som leve do papel. Ao ouvir aquilo, pouco a pouco, o sono foi chegando.

Ela jĂĄ estava quase no limite. Ou talvez jĂĄ estivesse meio adormecida. Shihoru fechou o livro e se levantou. ApĂłs devolvĂȘ-lo e deixar a biblioteca para trĂĄs, encontrou a Maga Yoruka no corredor.

— Ah! — Shihoru se curvou depressa. — B-B-Boa noite…

— Estava lendo? — a mulher perguntou. — TĂŁo tarde? DĂĄ para ver que Ă© bem dedicada.

— N-N… NĂŁo, eu nĂŁo sou… nada disso…

— Continue se esforçando.

— S-Sim, senhora!

Levantando o rosto, Shihoru lançou um olhar de relance para Yoruka. Ou pelo menos, essa era a intenção… mas acabou ficando encarando.

— Sim? — Yoruka disse.

— N-NĂŁo Ă© nada…

— Se tem algo a dizer, diga.

— N-NĂŁo… N-Nada, de verdade…

— Tem, sim. Foi o que seus olhos disseram agora há pouco. Vai mentir para mim? Isso exige coragem.

— E-E-Eu nĂŁo tĂŽ mentindo…

A cabeça de Shihoru girava. Seu rosto—não, seu corpo inteiro—estava pegando fogo. Ela começou a suar sem parar.

Yoruka nĂŁo se mexeu.

Shihoru também não.

— E-Eu sĂł… Ă© que… eu sĂł…

— SĂł o quĂȘ? — Yoruka perguntou.

— Eu… eu sĂł estava pensando… que vocĂȘ Ă© b-bonita… sĂł isso…

— Sua visĂŁo Ă© ruim? Ou Ă© o seu senso estĂ©tico que tĂĄ comprometido?

— HĂŁ…? N-NĂŁo, Ă© que… meu, ah, s-senso estĂ©tico? Eu… b-bem, nĂŁo sei, mas… minha visĂŁo estĂĄ boa… eu acho…

— Então foi bajulação?

— B-Bajulação…? NĂŁo, de jeito nenhum…

— Foi por maldade, então?

— P-P-P-P-Por que vocĂȘ diria isso?

— Minha aparĂȘncia Ă© comum — Yoruka afirmou. — NĂŁo sou bonita. Sou totalmente mediana.

Isso claramente nĂŁo era verdade. A realidade Ă© que, embora Yoruka talvez nĂŁo fosse uma beleza de outro mundo, ela era sim bastante bonita. Era alta, usava roupas que escondiam o contorno do corpo, entĂŁo era difĂ­cil dizer algo sobre sua silhueta, mas nĂŁo parecia gorda, e provavelmente era do tipo magra.

Se aquilo era o “comum”, o que isso fazia de Shihoru?

SerĂĄ que quem estava sendo maldosa ali nĂŁo era a prĂłpria Yoruka?

Shihoru pensou mil coisas, mas se dissesse o que lhe vinha à cabeça, estaria criticando uma maga. Isso ela não podia fazer. Não devia.

Por outro lado, serå que ficar calada era mesmo o melhor? Talvez não fosse bom. Devia tentar dar uma desculpa? Ou melhor, uma explicação?

— U-Um… — Shihoru tentou — a verdade Ă© que eu nĂŁo estou… Ă©… t-tentando te bajular, nem nada assim. É sĂł que… v-vocĂȘ nĂŁo parece nem um pouco tĂŁo velha quanto—

Enquanto gaguejava, percebeu o erro.

Ninguém olhava para Shihoru. E mesmo sendo ambas mulheres, ela nunca deveria ter tocado no assunto da idade. Isso era óbvio. Normalmente, Shihoru jamais teria feito isso. Só falou porque entrou em pùnico. Mas isso não era desculpa. Precisava se desculpar.

— D-D-D-D-Desculpa! Me desculpa! Eu peço perdão!

— Fiz vinte e sete anos outro dia — Yoruka disse.

— …Como Ă©?

O sangue deixou seu rosto tĂŁo rĂĄpido que Shihoru sentiu. Devia estar branca como papel.

— V-Vinte… e sete…

— Foi o Sarai, não foi?

— A-Ah…! S-Sim, senhora…

— Quantos anos ele disse que eu tinha?

— E-Ele disse… mais de quarenta…

— Aquele velhote — Yoruka resmungou.

— HĂŁ? V-Velhote…?

— Perdão — Yoruka sorriu.

Foi o primeiro sorriso que Shihoru viu dela. Quando sorria, ficava pelo menos dez vezes mais bonita.

Mas também ficava dez vezes mais assustadora.

— Vou ter uma conversa com o Mago Sarai sobre isso — Yoruka anunciou. — Continue se dedicando ao treinamento.

— S-Sim, senhora. E-Entendido.

— Agora vá dormir. — Yoruka se afastou.

Shihoru soltou um longo suspiro e cambaleou de volta ao seu quarto.

Havia quatro quartos destinados aos novatos. Todos eram individuais, mas em termos de espaço, era como se tivessem colocado uma porta direto em uma cama. O teto também era baixo.

Quando foi abrir a porta de seu quarto, a porta ao lado se abriu e um garoto de óculos de armação grossa saiu.

— Ah! — Shihoru engasgou. — O-OlĂĄ…

Ela se curvou reflexivamente.

Adachi olhou para ela com uma careta.

— Ainda acordada?

— A-Ah… m-mas eu jĂĄ ia deitar…

— E o que eu tenho com isso? Se tá acordada ou dormindo, não faz diferença nenhuma para mim.

— D-Desculpa…

Shihoru entrou Ă s pressas no quarto e se jogou na cama. Depois soltou outro suspiro.

Apesar do cansaço, estava completamente desperta.

Ia demorar para conseguir dormir.


Tradução: ParupiroHPara estas e outras obras, visite o Cantinho do ParupiroH – Clicando Aqui


Tradução feita por fãs.
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1 comentĂĄrio

comments user
ZÜMRÜT ELA

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