Hai to Gensou no Grimgar â EX 3: CapĂtulo 10 â Volume 14+
Hai to Gensou no GrimgarGrimgar of Fantasy and Ash
Light Novel Online – Ex 3:
[CapĂtulo 10: Desde Que Acordei]
Shihoru estava confusa.
NĂŁo, ela estava completamente perdida.
Até chegarem à guilda dos magos, localizada numa årea residencial tranquila e de classe alta chamada Cidade Leste, Manato havia a guiado. Agora que ele se fora, ela se sentia sozinha, insegura e com medo.
Mas, para se tornar sacerdote, Manato precisava ir ao Templo de Lumiaris, que aparentemente ficava no Distrito Norte. Ela nĂŁo podia segurĂĄ-lo ali.
A guilda dos magos era uma mansĂŁo elegante de paredes brancas, e, quando reuniu coragem para entrar, uma mulher no hall de entrada a recebeu com gentileza, o que trouxe um pequeno alĂvio.
Mas, depois disso, ela foi levada a uma sala de espera onde se deparou com um garoto chamado Adachi, que usava óculos de armação preta e grossa. Ele a deixava desconfortåvel.
Parecia que Adachi jå estava esperando havia algum tempo. Estava visivelmente irritado, e não parecia ser alguém com quem ela pudesse puxar conversa. Ainda que parecesse, Shihoru provavelmente não teria coragem de tentar.
Eventualmente, uma mulher de vinte e poucos anosâque, claro, usava roupas e um chapĂ©u escurosâlevou Shihoru e Adachi para outra sala.
Essa sala, com janelas grandes, ficava no segundo andar da mansão, e havia uma poltrona espaçosa posicionada em frente a fileiras de carteiras e cadeiras simples.
â O mago chegarĂĄ em breve â disse a mulher. â Podem se sentar onde quiserem.
EntĂŁo, ela saiu da sala.
â Mais espera, huh? â murmurou Adachi.
Shihoru sentiu uma pontada no peito. Ela também não gostava de ter que esperar, mas ficar sozinha com Adachi, daquele jeito irritado, era ainda pior.
Adachi se sentou na cadeira mais prĂłxima da poltrona. Shihoru escolheu um assento na segunda fileira, junto Ă janela. Parecia errado sentar-se muito no fundo, mas ela nĂŁo queria ficar ao lado de Adachi.
De vez em quando, Adachi resmungava algo para si. Ela nĂŁo conseguia entender o que ele dizia, mas parecia estar reclamando de alguma coisa.
Shihoru se esforçava para não pensar nele, apenas esperando ansiosamente pela chegada do mago.
Depois de algum tempo de espera, finalmente um velho de barba branca e chapéu grande entrou na sala. Ele não estava sozinho. A mulher de roupas pretas veio com ele, ajudando-o, pois ele se apoiava em seu braço.
O rosto dele estava tĂŁo coberto por barba e sobrancelhas que ela mal conseguia ver, e suas costas estavam curvadasâdevia ser bem idoso.
O velho sentou-se na poltrona, e a mulher ficou de pé ao seu lado.
â Este Ă© o Mago Sarai â disse a mulher, apresentando-o.
O velho Sarai inclinou levemente a cabeçaâ
Ou pelo menos foi o que pareceu, mas parecia mais que a cabeça dele estava caindo porque… ele estava dormindo.
NĂŁo, nĂŁo podia ser isso. Ele tinha acabado de se sentar naquela poltrona. NĂŁo era possĂvel que jĂĄ tivesse dormido.
O tempo passou daquele jeito.
Adachi levantou a mĂŁo.
Num tom frio, a mulher perguntou: â O que foi?
â Ele tĂĄ dormindo? â Adachi foi direto ao ponto. â O velho aĂ. Parece que ele caiu no sono.
â …Mago Sarai. â A mulher cutucou o ombro dele. â Mago Sarai. Mago Sarai.
â …Mweh. â Sarai ergueu o rosto. Ao que tudo indicava, ele tinha mesmo dormido. â Oh… JĂĄ Ă© de manhĂŁ?
E ainda estava com a cabeça nas nuvens.
â Chega dessas piadas â Adachi se levantou da cadeira.
HĂŁ? HĂŁ? HĂŁ? Sem nem olhar para a apavorada Shihoru, Adachi saiu da sala.
â Ei! VocĂȘ aĂ! Espera! â A mulher correu atrĂĄs dele.
E assim, Shihoru e Sarai ficaram sozinhos na sala.
Ela tinha sido deixada para trĂĄs.
Shihoru estava presa, esperando de novo.
Sarai nĂŁo dizia uma palavra.
SerĂĄ que estava dormindo de novo?
NĂŁo, claramente isso nĂŁo podia ser… certo?
Mas, observando melhor, o chapĂ©u alto de Sarai balançava levemente. NĂŁo seria aquilo o que chamavam de âcochilandoâ?
Deveria acordĂĄ-lo?
NĂŁo, ainda nĂŁo estava certo que ele estava dormindo. Seria rude acordĂĄ-lo sem ter certeza disso, nĂŁo?
Mas, ao mesmo tempo, nĂŁo dava para deixar as coisas assim para sempre. AtĂ© mesmo Shihoru tinha um limite para a paciĂȘncia. O que, exatamente, ela devia fazer?
Shihoru estava confusa.
NĂŁo, ela estava completamente perdida.
O tempo foi passando, e tudo que ela conseguia fazer era continuar ali, perplexa, enquanto do lado de fora da janela o sol começava a se pÎr.
Por fim, Shihoru estava Ă beira do choro. NĂŁo que isso fosse resolver alguma coisa. Talvez nĂŁo, mas desde que tinha acordado, nada fazia sentido, e ela jĂĄ estava cansada daquilo tudo.
Ela nĂŁo aguentava mais. E tambĂ©m era difĂcil encontrar um motivo para continuar aguentando. Mas o que mais podia fazer? Ela nĂŁo tinha por onde começar.
No fim das contas, ficar ali, em silĂȘncio, sem razĂŁo aparente, combinava com ela. Ela era inĂștil. Sua vida nĂŁo tinha valor algum. E mesmo depois de tanto se remoer, nĂŁo conseguia sair do lugarâsĂł podia chorar atĂ© nĂŁo ter mais forças.
Idiota. Eu sou uma idiota.
â Hm…? O que houve, mocinha…?
Shihoru voltou Ă realidade num sobressalto e olhou para Sarai. Rapidamente, enxugou as lĂĄgrimas.
Sarai a observava. Olhos escuros espiavam por trĂĄs de cĂlios exageradamente longos.
â Mocinha, por que estĂĄ chorando?
â …N-NĂŁo… Ă que… N-NĂŁo tem um motivo de verdade…
â Ă mesmo? â Sarai murmurou, e entĂŁo ficou quieto por um tempo. â Phew. â Ele soltou um suspiro, e começou a alisar lentamente sua longa barba branca. â Deixe-me te contar uma coisa sobre os magos. NĂłs tomamos emprestado o poder dos elementais, seres que nem sabemos ao certo se estĂŁo vivos ou nĂŁo, para lançar feitiços. Em resumo, somos impotentes.
â …Impotentes? â repetiu Shihoru.
â Exatamente. Essa Ă© a essĂȘncia da magia. Ă algo para os que nĂŁo tĂȘm poder. Veja bem. Eu vivi por mais de cem anos, mas a Ășnica coisa que me resta Ă© a longevidade. Estou ficando senil, minha visĂŁo estĂĄ ruim, e minhas pernas jĂĄ nĂŁo funcionam direito. Mas, mesmo assim, ainda posso usar magia.
Ela nĂŁo esperava ouvir que ele tinha mais de cem anos. Mas, mesmo com a voz dele sendo tĂŁo baixa, Shihoru conseguia entendĂȘ-lo claramente, o que a surpreendeu.
Ele era um velho misterioso.
â Heheh… â Sarai riu baixinho, como se enxergasse direto dentro dela. â Mocinha, vocĂȘ acabou de pensar que sou um velho esquisito, nĂŁo foi?
â E-Eu… nĂŁo pensei.
â Ah, mas Ă© verdade. Eu sou um velho esquisito, concordo. Levo uma vida bem estranha, de fato. Quando acordei aqui em Grimgar pela primeira vez, jamais teria acreditado que viveria atĂ© os cem.
â S-Sarai… Mago Sarai… o senhor veio para cĂĄ como nĂłs? â Shihoru arregalou os olhos.
â Pode me chamar de VovĂŽ.
â E-Eu nĂŁo posso…
â Ă mesmo? EntĂŁo me chame de avĂŽ.
â A… avĂŽ
â Isso. EstĂĄ Ăłtimo assim. â Sarai assentiu, fazendo um gesto para que ela se aproximasse. â Chega mais perto, mocinha. Se ficar tĂŁo longe, vou ter que levantar a voz. E isso Ă© difĂcil para um velhote.
â S-Sim! D-Desculpe…!
Shihoru correu e sentou-se no assento que Adachi havia ocupado antes. Ainda nĂŁo conseguia ver o rosto do homem, coberto pelos pelos brancos, mas ele parecia satisfeito.
â O garoto que saiu correndo Ă© meio impaciente â disse Sarai. â Bem, tenho certeza de que Yoruka vai dar um jeito nele. Yoruka Ă© a moça que estava me guiando pela mĂŁo.
â A-Ah, Yoruka-san Ă© o nome dela… Entendi.
â Aquela menina tambĂ©m. NĂŁo faz tanto tempo, era sĂł uma garotinha como vocĂȘ. Agora, estĂĄ enorme. Uma Ăłtima maga. Muito mais centrada do que eu. Sabe falar bem tambĂ©m. Porque eu sou sĂł um velho, veja. Aquela moça deve estar com mais de quarenta agora.
â Huh? Q-Quarenta…?
â NĂŁo parece, nĂ©?
â E-Eu achei que ela tinha uns vinte e cinco…
â Ohhh. Se disser isso para ela, vai deixĂĄ-la bem feliz. Mas, mudando de assunto, mocinha…
â …S-Sim! â Shihoru se endireitou.
Aquele velho provavelmente nĂŁo era tĂŁo senil quanto dizia. Na verdade, talvez estivesse apenas fingindo que estava decadente. De qualquer forma, ela podia ter certeza de que ele nĂŁo era uma pessoa comum.
Além das sobrancelhas brancas, suas pupilas negras brilhavam com uma força surpreendente.
Um mago.
Aqueles eram os olhos de um mago.
â Mocinha â disse ele.
â …Sim?
â Estou querendo ir ao toalete faz um tempinho jĂĄ. Mas nĂŁo posso ir sozinho. Eu te explico onde fica, entĂŁo… serĂĄ que podia me levar atĂ© lĂĄ?
Tradução: ParupiroHPara estas e outras obras, visite o Cantinho do ParupiroH â Clicando Aqui
Tradução feita por fãs.
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