Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 7 – Volume 14

 

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Hai to Gensou no GrimgarGrimgar of Fantasy and Ash

Light Novel Online – CapĂ­tulo 07:
[Apenas Tendo VocĂȘ LĂĄ (SĂł_VocĂȘ)]


Quando saĂ­ram de um tĂșnel, era um castelo.

Se vocĂȘ dissesse assim, talvez nĂŁo fizesse muito sentido, mas Kuzaku tambĂ©m nĂŁo entendia muito bem. DĂĄ para culpar ele?

Caramba, que teto alto! pensou ele. Esse corredor Ă© largo demais… É um corredor mesmo? SerĂĄ? É largo demais, entĂŁo nĂŁo sei se posso chamar de corredor. O que Ă© isso? Tem esse espaço meio que parece um salĂŁo que continua pra sempre?

O chĂŁo, Ă© mĂĄrmore? Talvez? É feito de algo duro e brilhante que provavelmente Ă© pedra, acho? É uma cor meio acinzentada? Marrom claro? Embora, apesar dessa cor calma, tĂĄ tudo brilhando e reluzindo. Realmente maravilhosooo. Bem, nĂŁo a ponto de eu precisar estender esse “o”.

Na verdade, Ă© maravilhoso? Tem incontĂĄveis luzes tipo lustre penduradas no teto, e elas refletem no chĂŁo como se fosse um espetĂĄculo. É como se estivessem tentando virar o conceito de reflexo de cabeça pra baixo. É esse tipo de super reflexo que tĂĄ rolando aqui.

Imagina, sem saber nada antes, te pedissem para dizer o que Ă© esse lugar. No caso de Kuzaku, ele podia dizer que estavam dentro de um lugar, mas nĂŁo muito mais que isso.

Io-sama estava liderando o cavaleiro das trevas Gomi, o paladino Tonbe e Bossari, que também era conhecido como Kuzaku, pelo interior.

— Onde a gente tá? — perguntou Kuzaku a ela.

— No castelo — respondeu ela, direta.

— castelo — EntĂŁo, sem dĂșvida, era onde estavam. Ele pensou que talvez tivesse ouvido errado, mas realmente era um castelo. O que tinha para ouvir errado, afinal?

Demorou um pouco para ele perceber, mas o corredor estava cheio de sombras que começavam a tomar forma tridimensional. Eram meio que, bem, algo entre humano e animal, ou algo assim. E também estavam se movendo.

— O que vocĂȘ acha que Ă© isso…? — perguntou Kuzaku.

Ele nĂŁo quis perguntar a ninguĂ©m em particular, sĂł jogou a pergunta no ar, meio que num “Ei, alguĂ©m pode explicar pra mim?“

— Para de ficar olhando — avisou Gomi.

NĂŁo que isso importe, mas o sotaque dele Ă© forte pra caramba.

— Essas coisas, sĂŁo servos do rei — continuou Gomi. — DĂĄ pra dizer que costumavam ser servos. NĂŁo, nĂŁo Ă© bem assim. Enfim, sĂŁo o que sobrou deles. Se vocĂȘ irritar o rei, pode acabar assim tambĂ©m. Cuidado, tĂĄ? Seria um peso pra Io-sama.

— …HĂŁ? — disse Kuzaku. — O poder de alguĂ©m chamado… o rei… fez isso com eles? VocĂȘ tĂĄ dizendo que eles eram originalmente humanos?

— Bem, Ă©…

Gomi deixou a frase no ar. De um jeito que não era típico dele, parecia haver algo mais profundo, como se quisesse dizer, “Não me pergunta mais nada.” De qualquer forma, ele não estava sendo muito claro. Será que era sobre isso, talvez?

Enquanto continuava a andar, Kuzaku virou para olhar para trĂĄs.

As sombras geralmente mantinham distùncia da party de Io-sama, que incluía Kuzaku. Elas também seguiam em direçÔes diferentes. De todas elas, aquela sombra estava seguindo a party.

Não havia muito que ele soubesse com certeza sobre Io, além de que ela era uma sacerdotisa e que sua beleza era fora deste mundo, mas quanto a Gomi e Tonbe, eles eram bem habilidosos. Não tinha como eles não terem notado aquela sombra. Mas estavam ignorando.

Era porque era uma sombra insignificante? Podia ser, mas ele nĂŁo queria pensar que era sĂł isso.

Mesmo que estivessem nos Daybreakers, assim como Kuzaku e seus amigos, as duas equipes nunca tinham se encontrado antes, entĂŁo Kuzaku tinha pouca informação sobre o EsquadrĂŁo Io-sama. No entanto, deveria haver mais de trĂȘs deles. Ele nĂŁo lembrava de nenhum nome alĂ©m do de Io, mas a maioria das equipes consistia de cinco ou seis pessoas, e ele sentia que havia alguns a mais alĂ©m de Tonbe e Gomi.

Podia ser que a sombra tivesse sido um membro do EsquadrĂŁo Io-sama. Eles irritaram o rei e foram transformados em sombra. Talvez fosse isso que tinha acontecido com os companheiros de Io.

Quanto tempo tinha esse corredor? NĂŁo importava o quĂŁo extravagante e maravilhoso fosse, nĂŁo era tĂŁo emocionante depois que vocĂȘ se acostumava.

Enquanto era perseguido por Shihoru, fugindo, tentando convencĂȘ-la, desistindo disso como impossĂ­vel, decidindo, “NĂŁo, se conversarmos, ela vai entender,” quase sendo morto e fugindo, ele estava desesperado. Por causa disso, nĂŁo tinha tido a compostura para pensar com cuidado, mas onde estava Haruhiro, onde estava Mary, onde estava Setora, e onde estava Kiichi agora?

Nah, eles provavelmente estĂŁo bem, disse a si mesmo. Quer dizer, eu tĂŽ inteiro, entĂŁo como os outros nĂŁo estariam?

Shihoru-san acabou daquele jeito, no entanto.

Bem, ela tĂĄ viva, pelo menos. E mais forte, se Ă© que dĂĄ pra dizer isso.

Mas serĂĄ que Ă© realmente a Shihoru-san?

Tipo, não é meio que não é? Não sei, mas ela tå totalmente diferente. Não era pra ela ser assim. Pensei que, se conversåssemos, ela entenderia. Era o que eu pensava. Era o que eu tentava pensar. Só que, talvez, eu só quisesse pensar isso, sabe? Se eu me acalmar e pensar sobre isso. Achar que ia dar certo se conversåssemos? Aquela transformação não era algo num nível em que isso seria suficiente.

VocĂȘ vai conseguir voltar ao normal, Shihoru-san? VocĂȘ pode voltar? Tem um jeito? NĂŁo consigo pensar em nenhum.

E quanto ao Haruhiro e os outros?

Eles devem estar bem… acho. Bem, jĂĄ passamos por muitos apertos antes. A gente deu um jeito. Vai ser igual dessa vez. Isso é—Pera, Ă© sĂł nisso que eu me baseio?

Talvez nĂŁo se equiparassem Ă  party do Soma, considerada por todos a mais forte, nem Ă  lendĂĄria party do Akira-san ou Ă  party Typhoon Rocks, mas a party da Io-sama era famosa por ser formada por soldados voluntĂĄrios altamente competentes.

Kuzaku não queria menosprezar a si mesmo ou seus camaradas, mas, em termos de classificação geral, o Esquadrão Io-sama estava um nível acima da própria party de Kuzaku.

E mesmo o EsquadrĂŁo Io-sama tinha sido reduzido a trĂȘs membros.

Esse lugar é louco, né?

É perigoso, certo? Claramente.

É louco… Sim.

Agora, isso Ă© sĂł um talvez, mas…

Talvez nem todos estejam bem.

Talvez eles nem cumpram o mĂ­nimo de estarem vivos.

— Umm… — Kuzaku se agachou onde estava.

Ele não conseguia andar. Nem um passo. Não conseguia nem ficar de pé. Tudo o atingiu de uma vez. A sensação de desùnimo.

Se ele pensasse com cuidado, nĂŁo tinha como nĂŁo estar exausto. Mas nĂŁo era sĂł isso, era? Era mais do que isso.

Ele segurou o estĂŽmago, agachado. Era um tipo de fome, talvez.

— NĂŁo comi nada…

Seu estÎmago parecia fino como papel. Estava tão vazio que doía. A sensação de fome atacava seu corpo em massa por dentro. Ele sentiu uma dor ardente e queimante atrås dos olhos, e o fogo viajou do nariz, para a boca, espalhando-se pela garganta.

Aaahhh! TĂĄ quente! Quente! TĂŽ queimando!

— Minha garganta… Ah, Ă©, tambĂ©m nĂŁo bebi nada…

Seu estĂŽmago parecia um dragĂŁo maligno, tentando escapar pela boca e arrancar seus olhos. Espera, o que isso significava?

Enquanto se contorcia em uma agonia insuportĂĄvel, alguĂ©m o repreendeu: — Aguenta firme.

Podiam dizer isso o quanto quisessem, mas era claramente impossível. “Água, água, água, água, água, me dá água!” ele tentou gritar. Ou melhor, provavelmente estava gritando.

Ele foi empurrado ou se jogou, nĂŁo tinha certeza qual dos dois, mas, de qualquer forma, Kuzaku capotou.

Pesado!

Que pesado! É o Tonbe? NĂŁo monta em mim. Cara, vocĂȘ Ă© pesado. Pesado pra caramba.

— Aguenta firme! Aguenta firme, Bossari! — disse Tonbe enquanto socava Kuzaku no rosto.

Kuzaku instintivamente tentou bloquear com os dois braços, mas os punhos de Tonbe destruíram sua defesa em pouco tempo e atravessaram.

Depois de trinta ou quarenta socos, ele estava perdendo a consciĂȘncia. Se Io nĂŁo tivesse parado, ele provavelmente teria desmaiado.

— Chega, Tonbe — ela disparou. — Não podemos usar magia de luz aqui, então não podemos curá-lo. Seria um incîmodo se ele morresse.

— Desculpa, Io-sama! Eu odeio esse cara, então me empolguei, sem querer!

Esses foram socos sérios? pensou Kuzaku.

Quer dizer, o jeito que vocĂȘ montou em mim antes de atacar, isso foi muito bom. VocĂȘ merece respeito por isso. Me irrita, no entanto. Que tipo de pessoa vocĂȘ Ă©? E peraĂ­, nĂŁo podemos usar magia de luz? É, eu meio que senti isso. O poder dos deuses nĂŁo chega aqui, ou algo assim.

Ele tinha muito que queria dizer, mas o dano era pesado demais para ele falar. O jeito que fome e sede funcionavam aqui tinha sido explicado para ele, mas só metade ficou na cabeça.

— De qualquer forma, vocĂȘ tem que ser forte — disse Io. — Aguenta firme. Agora, levanta, Bossari. Vamos.

Io-sama, vocĂȘ Ă© muito dura, gemeu Kuzaku em silĂȘncio. Do fundo do coração, ele pensou, Queria poder apresentĂĄ-la ao Haruhiro.

EntĂŁo ele se levantou sozinho, correndo atrĂĄs dos trĂȘs que seguiam Ă  frente. Seu rosto doĂ­a. Ele estava sangrando, tambĂ©m. Seus olhos estavam inchados, e seu campo de visĂŁo estava estreito, muito estreito.

TÎ sendo tratado bem mal, né? Bons camaradas são um tesouro, ele percebeu. Isso o fez querer chorar.

— Droga — murmurou ele. — Esse rei, ou sei lĂĄ o que ele Ă©… É hora de conhecer ele? NĂŁo tĂŽ muito a fim, sabe. Preciso encontrar o Haruhiro e os outros…

Mas se ele conseguisse se reunir com algum deles, teria que falar sobre Shihoru.

Tipo, a Shihoru tå andando por aí praticamente pelada por algum motivo. Cara, isso foi meio safado. Acho que não devo dizer isso. Não posso dizer. Além disso, as lågrimas dela são brilhantes e bonitas, mas são perigosas pra caramba. Caraca, tenho que admitir, meu vocabulårio é uma droga. Meu rosto dói, e meu ùnimo tå pesado. Meus pés também parecem pesados.

Aquela sombra estava seguindo eles de novo. Ele começava a sentir cada vez mais pena dela. Embora, com pena ou não, não era como se ele pudesse fazer algo.

Finalmente, eles chegaram ao fim do corredor.

Parecia que havia vårios corredores saindo de um espaço tipo um teatro, e Kuzaku e os outros tinham passado por um deles. Depois dali, era cada vez mais como um campo. Não era um campo, no entanto.

Quando desceram aqueles degraus lisos e brilhantes até o fim, era um palco redondo? Havia uma coluna subindo no centro dele.

Que lugar Ă© esse? ele se perguntou. É pra reunir uma plateia e fazer eventos, ou algo assim? NĂŁo? Bem, seja o que for, Ă© ainda mais bonito que o chĂŁo. NĂŁo vejo se tem luz brilhando de cima, mas tĂĄ tudo tĂŁo reluzente.

Nossa. IncrĂ­vel. Embora eu meio que sinta um “TĂĄ, e daĂ­?” NĂŁo posso negar. NĂŁo tenho tempo pra essas coisas, sĂ©rio.

Os degraus tinham menos de trinta centímetros, e não eram só cem, mas provavelmente mais de duzentos. A årea do teatro era desnecessariamente grande também.

No caminho descendo, ele tentou perguntar: — Eu tenho mesmo que conhecer esse rei?

— O rei manda em tudo em Parano, entendeu? — disse Gomi.

O sotaque de Gomi estava começando a irritar ele. Ele até sentiu um leve impulso de matar o cara.

— Uh, tĂĄ, mas nĂŁo tĂŽ interessado — disse Kuzaku. — Tenho outras coisas pra fazer…

— Isso nĂŁo importa — retrucou Gomi. — VocĂȘ Ă© o capacho da Io-sama. SĂł faz o que a Io-sama manda.

— Sou grato pela ajuda, mas, honestamente, essa coisa de capacho, nĂŁo Ă© meio… exagero? Talvez? Acho que nĂŁo funciona assim. VocĂȘs podem fazer o que quiserem, no entanto.

— “VocĂȘs”? — rosnou Gomi. — TĂĄ se achando melhor que a gente, Bossari?

Tonbe riu pelo nariz. — Deixa ele, Gomi.

Aquele riso nasal fez Kuzaku querer chutar Tonbe escada abaixo e ver ele rolar histericamente.

No entanto, Tonbe nĂŁo era sĂł um gordo. Era um homem forte e robusto que se movia muito bem, entĂŁo, mesmo que Kuzaku quisesse fazer isso, nĂŁo conseguiria.

— VocĂȘ vai entender quando conhecer o rei — disse Tonbe com um sorrisinho. — Vai ficar dolorosamente Ăłbvio que o melhor plano em Parano Ă© fazer o que o rei manda. Se vocĂȘ Ă© idiota o suficiente pra nĂŁo entender isso, seu destino jĂĄ tĂĄ decidido.

— Ele Ă© assustador? — perguntou Kuzaku, cauteloso.

— NĂŁo te disse que vocĂȘ vai entender quando conhecĂȘ-lo? VocĂȘ Ă© um idiota? Aposto que Ă©. Seu idiota. VocĂȘ Ă© um idiota pior que a merda que eu espremo do meu rabo. Um idiota pior que merda! Isso Ă© bem ruim!

Kuzaku quase cedeu ao seu impulso destrutivo. NĂŁo Ă© bom.

Não te ouço, não te ouço, não te ouço, ele repetiu na cabeça, bloqueando a voz de Tonbe.

NĂŁo vou falar com eles, pensou para si mesmo. Esses caras tĂȘm umas personalidades defeituosas pra caramba. Por que raios a Io mantĂ©m eles como capachos? Ter capachos jĂĄ Ă© estranho o suficiente. Os Rocks eram em sua maioria esquisitos, e o Akira-san e a equipe dele eram um monte de super-humanos. Os Daybreakers nĂŁo tĂȘm gente normal o suficiente. Cara, quero ver o Haruhiro. SĂł de ter ele por perto, Ă© meio que calmante, sabe…

Kuzaku abaixou a cabeça enquanto descia os degraus em silĂȘncio.

Agora que cheguei até aqui, vou descer, okay? Mas até onde a gente vai descer? Onde posso parar? Ainda tå descendo? Vamos continuar descendo?

Parecia que ele estava descendo os degraus por um tempo indeterminadamente longo.

Finalmente, por fim, eles chegaram Ă  ĂĄrea tipo um palco no fundo.

Parecia que Io tinha negĂłcios com aquele pilar.

SĂł que, quando ele a seguiu, nĂŁo era um pilar. Era uma porta. Ela se abriu sozinha.

Quando entraram, havia uma sala redonda.

Incrivelmente, embora nĂŁo desse pra ver o interior de fora, o exterior era visĂ­vel de dentro. Tudo, exceto o chĂŁo e o teto, era transparente.

A porta se fechou. A própria sala começou a se mover.

— Um elevador… — sussurrou Kuzaku, observando Io para ver o que ela fazia.

Io tirou a mĂĄscara, olhando de perto as paredes transparentes. ufa! Ela soltou um suspiro, mas sua expressĂŁo tensa nĂŁo suavizou. Ela estava claramente nervosa.

Não era só Io. Tonbe e Gomi também estavam tensos. Eles eram um cavaleiro das trevas e um paladino de nível bem alto. O rei de Parano era assim tão insano?

O elevador continuou subindo. Simplesmente nĂŁo parava. Deviam estar subindo um caminho bem longo, mas, misteriosamente, a vista lĂĄ fora nĂŁo tinha mudado muito.

— Espera aí, a gente simplesmente subiu demais — murmurou Kuzaku.

No momento em que ele disse isso, sentiu como se fosse jogado nĂŁo pra cima, mas pra trĂĄs.

— Whoa?!

Ele conseguiu se equilibrar de algum jeito, mas se sentiu como se estivesse sendo jogado para trĂĄs, serĂĄ que estavam indo para frente? Enquanto pensava nisso, ele foi sacudido pra direita dessa vez.

— Ah?!

Io, Tonbe e Gomi estavam abaixando a postura e tentando aguentar. Kuzaku decidiu imitĂĄ-los.

Mas se vocĂȘs sabiam que isso ia acontecer, podiam ter avisado! Ia matar vocĂȘs me contar? pensou, ressentido, mas nĂŁo havia tempo para reclamar.

— Nwah?! Uwah?! Bwuh?! Ugh?! Agh?! Ah…?!

Cada vez que o elevador mudava de direção ou girava de repente, Kuzaku caía e se levantava, se levantava e caía.

Io, em algum momento, começou a se apoiar na parede invisível para se sustentar. Gomi e Tonbe estavam formando uma barreira ao redor dela. Nenhum dos dois encostaria um dedo em Io, mas também não deixariam Kuzaku, que estava rolando de um lado para o outro, tocar nela.

Cara, a lealdade deles Ă© outra coisa, ele fez uma careta. NĂŁo respeito isso, no entanto.

— Gwah…!

O elevador, claro, parou de repente, as portas se abriram em unĂ­ssono, e Kuzaku rolou para fora delas.

Meus olhos tĂŁo girando. TĂŽ estirado no chĂŁo. TĂŽ passando mal. Que lugar Ă© esse?

— Urgh… Ahh… — ele gemeu.

Era um tratamento duro. Enquanto gemia, ele levou um chute no estĂŽmago.

— Levanta essa bunda! — gritou Gomi.

Isso dĂłi, Kuzaku tentou reclamar. Mas sua voz nĂŁo saĂ­a.

Ele sentiu um frio desagradĂĄvel. Todo o seu corpo parecia encolher com o frio. Era um frio incrĂ­vel, diferente de qualquer coisa que ele jĂĄ tinha sentido antes. Ele nĂŁo sentia que podia se mover.

Apesar disso, Kuzaku ficou de pé. Era o que ele tinha que fazer agora, e não fazer isso traria o pior resultado possível. Seu sexto sentido o empurrou para isso.

Kuzaku prendeu a respiração. Ou melhor, ele não conseguia respirar direito.

Antes de entrar no elevador, o corredor e a årea do teatro jå eram impressionantes, mas esse lugar era de outro nível. Era como uma caverna de calcårio, com coisas saindo do teto, das paredes e até do chão. Mas não eram estalactites ou estalagmites. Eram lineares ou curvas, parecendo artificiais. Todo o ambiente tinha uma sensação sombria e significativa, e parecia opressivo demais.

A parede bem Ă  frente deles era a Ășnica branca. Parecia atĂ© fosforescente. Ele pensou que poderia ser uma janela de vidro no começo, mas nĂŁo era transparente.

Era um branco leitoso? Ou nĂŁo era vidro de jeito nenhum?

Na frente da parede branca, havia um degrau, vĂĄrios deles, talvez dezenas de degraus, subindo.

No topo, era uma cadeira? O encosto preto e retangular estava envolto em correntes, e havia apoios de braço também. Tinha uma forma meio, não, bem estranha, mas, bem, provavelmente era uma cadeira. Seria o que chamariam de trono?

Esse Ă© o lugar do rei.

Era bem diferente das vagas imaginaçÔes de Kuzaku. Mas ele não estava errado.

O homem sentado no trono, com as pernas cruzadas, era o rei. Mesmo sem ninguém dizer, ele sabia disso. Se aquele não fosse o rei, Parano não tinha rei.

Mesmo que o homem barbudo não estivesse usando uma coroa preta, ele não pareceria nada além de um rei. O homem vestia couro justo, ou algo assim, mas se isso era uma roupa adequada para realeza, Kuzaku não podia dizer. Quando ouvia a palavra rei, ele imaginava algo mais espalhafatoso, mais florido, com roupas e acessórios obviamente opulentos.

No entanto, esse era um rei. Se havia um rei aqui, esse era o salĂŁo do rei.

Os olhos de Kuzaku estavam fixos no trono… ou melhor, no rei e em nada mais.

O rei estava longe. O senso de distĂąncia de Kuzaku parecia estar enlouquecendo, porque, embora ele nĂŁo pudesse dizer quantos metros de distĂąncia, o trono devia estar a dezenas de metros. Apesar disso, ele conseguia distinguir o rei claramente.

Ele seria alto em pé. As pernas do rei eram extremamente longas e esguias.

Não podia estar na casa dos trinta. Tinha uns quarenta, talvez cinquenta. Seu rosto tinha rugas adequadas, e ele tinha uma barba curta, grisalha. O cabelo também era curto. Se não estivesse sorrindo, poderia dar uma impressão diferente, mas, se havia algo, ele parecia ter uma expressão gentil. Seus olhos, em particular, pareciam quase bondosos.

Ainda assim, ele era assustador.

SĂł por estar ali, ele fazia o ar nesse salĂŁo real endurecer e solidificar.

Os incontĂĄveis brotos afiados deviam ter surgido por causa do rei.

A razĂŁo desse salĂŁo real ser preto era porque o rei estava aqui.

A existĂȘncia do rei definia esse lugar. NĂŁo, ele o conquistava, dominava.

Naturalmente, era o mesmo com Kuzaku. Ele era governado pelo rei.

Como prova disso, ele se prostrou diante do rei em algum momento, abaixando a cabeça, e espiava com os olhos voltados para cima, como se estivesse roubando um vislumbre do rei. Tonbe, Gomi e até Io também estavam cada um de joelhos, assim como Kuzaku.

Enquanto estivessem aqui, nĂŁo havia outra escolha. Tonbe tinha dito que ele entenderia quando encontrasse o rei, e que nĂŁo havia escolha a nĂŁo ser fazer o que o rei mandava.

Ele estava certo.

— Olá, Io. — A voz do rei era baixa, suave e profunda. Era o tipo de voz masculina mais velha que garotas poderiam gostar, mas, por algum motivo, era estrondosa, subjugando Kuzaku e os outros.

SĂł de ouvi-lo falar uma vez, Kuzaku estava tremendo e pronto para chorar.

A voz de Io, quando ela respondeu, era terrivelmente fraca. — …Sim, Vossa Majestade.

Esse rei… ele Ă© insano, pensou Kuzaku, em desespero. Insano alĂ©m do normal. Eu nĂŁo sei absolutamente nada sobre ele. Isso Ă© insanidade no mĂĄximo. De certo modo, talvez essa seja a prĂłpria definição de insanidade. Ele Ă© sĂ©rio e completamente insano. Tipo… espera aĂ­, esse cara Ă© o rei?!

— VocĂȘ trouxe algo com vocĂȘ, pelo que vejo — disse o rei. — Um novato?

— Sim, senhor… — murmurou Io. — Para servir a Vossa Majestade… senti que era meu dever… meu dever como sua vassala. É por isso que o trouxe diante de vĂłs.

— Admirável.

— …Obrigada, senhor.

— Nunca se tem vassalos demais. Se forem Ășteis, claro.

— Se… se Vossa Majestade achar que ele nĂŁo pode ser Ăștil… faça com ele o que quiser.

Oi? NĂŁo sei, ela quer dizer… HĂŁ? A mente de Kuzaku disparou. Aquelas sombras—disseram que sĂŁo o que sobrou daqueles que irritaram o rei, nĂ©?

Se ele nĂŁo puder me usar, ela tĂĄ pedindo pra ele me transformar numa sombra?

Isso seria meio que um problemĂŁo pra mim, sabe?

Por causa de sua leve raiva e antipatia por Io, e a sensação de irritação, seu temor pelo rei parecia ter diminuído um pouco. Kuzaku finalmente conseguiu observar coisas além do rei.

Em outras palavras, até agora, ele só conseguia ver o rei. O quão incrível era esse rei?

Nos fundos do salão real, havia um estrado e, sobre ele, o trono. Atrås do trono, havia uma janela ou talvez uma parede, de onde vinha uma luz branca. No entanto, havia muitas outras coisas ali também. A que mais chamava a atenção estava pendurada no teto.

Era uma gaiola de pĂĄssaros gigante? NĂŁo, podia ser uma gaiola, mas nĂŁo de pĂĄssaros. Tinha o formato de uma gaiola de pĂĄssaros, mas nĂŁo era um pĂĄssaro que estava trancado dentro.

Era um humano.

Um casaco marrom, usado por cima de um vestido branco. Cabelos longos. O rosto nĂŁo era visĂ­vel, mas pela forma do corpo, provavelmente era uma mulher.

Havia um rei, entĂŁo seria ela sua rainha, talvez?

NĂŁo.

Em que mundo vocĂȘ encontraria um marido que mantĂ©m a esposa numa gaiola? TĂĄ, pode haver casos raros em que isso acontece. Era isso que ele curtia?

Havia escadas na frente do trono, e era possível subir ou descer do estrado. Ele percebeu agora que, em todos os lugares exceto aquelas escadas, havia celas. Elas eram separadas em gaiolas pequenas, cada uma com um prisioneiro dentro. Ele podia ver alguns encostados nas grades também. Escutando com atenção, ouviu suas vozes.

— Io-samaaaa…

NĂŁo estava claro qual prisioneiro estava dizendo isso, mas ele definitivamente estava chamando por Io.

Pelo menos um dos camaradas de Io, um membro do EsquadrĂŁo Io-sama, tinha sido feito prisioneiro. Outro tinha sido transformado em sombra pelo rei. Agora fazia sentido.

EntĂŁo Ă© isso que tĂĄ acontecendo aqui, huh?

Io nĂŁo tinha se submetido Ă  autoridade do rei nem jurado lealdade a ele. TambĂ©m nĂŁo era apenas o medo do imenso poder dele—depois que ele havia transformado um de seus companheiros em uma sombra—que a paralisava.

Ele tinha um refém.

Se o refém era um membro do Esquadrão Io-sama, então, mesmo que fosse um estranho sem rosto para Kuzaku, ainda era um camarada através dos Daybreakers.

Kuzaku nĂŁo podia simplesmente dizer, “NĂŁo Ă© problema meu. NĂŁo ligo.”

NĂŁo posso desafiar o rei, pensou, com a mente a mil. Mesmo que eu nĂŁo queira obedecer, tenho que obedecer por agora. De qualquer forma, Ă© impossĂ­vel. Desafiar um cara desses? Sem chance.

Ele não pÎde evitar se perguntar se a mulher na gaiola era refém de outra pessoa, e pensar que, se o rei era realmente tão grande, não deveria agir como um vilão mesquinho.

A hostilidade de Kuzaku pode ter vazado, mas ele nĂŁo perdeu tempo em sufocĂĄ-la.

De jeito nenhum. NĂŁo posso com ele. NĂŁo entendo bem, mas sei que Ă© impossĂ­vel mesmo sem entender por quĂȘ. Honestamente, tenho medo atĂ© de olhar pro rei. NĂŁo quero vĂȘ-lo. E mesmo assim, tĂŽ olhando.

Ainda assim, o que Ă© isso?

Aquele trono.

Tipo, o encosto?

É simplesmente grande demais. Os apoios de braço e o assento se encaixam no rei. É sĂł o encosto que Ă© estranhamente alto, e largo. Parece duro tambĂ©m. AlĂ©m disso, tĂĄ envolto em correntes. É como se os apoios de braço e o assento fossem adicionados depois, e ele tĂĄ se forçando a usar aquele encosto. Nem sei se Ă© um encosto pra começo de conversa.

Quero dizer, tem todo tipo de entalhe ali, e a borda parece reforçada com um material diferente, mas aquele formato…

Pela aparĂȘncia… serĂĄ que Ă© uma porta?

— A partir de agora, vocĂȘ tambĂ©m Ă© meu vassalo. — O rei estava tentando usar uma porta grande como encosto, mas era forçado a cruzar as pernas porque nĂŁo conseguia apoiar as costas nela. Ele sorriu para Kuzaku. — Se vocĂȘ se esforçar atĂ© os ossos virarem pĂł, trabalhando duro atĂ© me satisfazer, eu te darei uma recompensa. Espero que vocĂȘ seja um vassalo Ăștil.

Kuzaku tentou abrir a boca.

Por quĂȘ? Por que tentei abrir a boca? NĂŁo faço ideia. Nenhuma ideia. TĂŽ suando pra caramba.

Io o encarava como se dissesse, “Não fala nada.”

TĂĄ, eu sei. NĂŁo, nĂŁo vou dizer nada. Nem uma palavra.

O rei pousou os olhos em Kuzaku com um sorriso.

Vamos lĂĄ, fala alguma coisa vocĂȘ mesmo. Nos repreenda, ou qualquer coisa. O silĂȘncio sĂł tĂĄ deixando isso mais assustador.

Talvez o rei estivesse agindo assim para assustar Kuzaku. Se fosse uma jogada calculada, nĂŁo era meio ardiloso? Pensando assim, o medo de Kuzaku diminuiu um pouco.

Um pouco só. Ele ainda é muito assustador. Ele é tão assustador que sinto que posso murchar como uma casca seca. Na verdade, jå tÎ começando a isso.

De repente, houve um som estranho atrĂĄs. Ele nem conseguia respirar direito antes, mas, de alguma forma, conseguiu virar e olhar.

Havia um pilar subindo do chão até o teto. Era o elevador em que Kuzaku e os outros tinham subido.

A porta dele se abriu. Saiu um homem num casaco verde-musgo com gola de pelagem.

Seu cabelo longo era um pouco ondulado, e ele tinha uma barba por fazer. Parecia apĂĄtico, degenerado e um pouco sujo, mas, de alguma forma, ainda estiloso. Pra dizer simplesmente, era o tipo que parecia que faria sucesso com as garotas.

Olhando para Kuzaku e os outros, o homem franziu a testa um pouco, imediatamente desviando o olhar enquanto se aproximava do estrado.

— Ahiru — disse o rei.

Quando o rei o chamou, o homem parou e se ajoelhou, curvando-se profundamente. — Vossa Majestade… É uma honra pĂŽr os olhos em vĂłs novamente.

— Yonaki Uguisu canta tão bem como sempre. Só para mim.

Quando o rei disse isso, o homem que aparentemente se chamava Ahiru nĂŁo exatamente tremeu, mas ficou tenso. Kuzaku viu.

Olhando por um momento para a mulher na gaiola, depois de volta, Kuzaku pensou, Era ele.

A mulher era como uma casca de pessoa, mas sua posição tinha mudado de antes. Ele não podia afirmar com certeza, mas ela provavelmente estava olhando para Ahiru. Como Io e sua party, Ahiru tinha aquela mulher, Yonaki Uguisu, sendo usada como refém contra ele.

Kuzaku abaixou os olhos e mordeu o lĂĄbio. Caramba, tĂŽ puto.

Não importava o quão desprezível fosse o desgraçado, não havia como desafiar o rei. Se o desafiasse, estaria tudo acabado. Isso era uma coisa que ele não podia fazer nada a respeito.

— Yonaki Uguisu sempre me agrada, mas vocĂȘ volta para mim de mĂŁos vazias, Ahiru? — perguntou o rei.

— …Desculpe-me.

— Acho que vocĂȘ tambĂ©m sabia cantar. Por que nĂŁo canta uma mĂșsica para nĂłs aqui?

— Poupe-me, por favor. Não canto há muito tempo. Não gostaria de sujar seus ouvidos.

— Nesse caso, traga Alice de volta rápido.

— Como Vossa Majestade sabe, aquela princesa Ă© durona — disse Ahiru. — É constrangedor admitir, mas nĂŁo tenho força para vencer, entĂŁo fui e destruĂ­ a casa da princesa.

— Ora, ora. Alice deve estar muito brava, imagino.

— Quem sabe o bastante para correr atĂ© aqui.

— Será que Alice consegue atravessar a Floresta Escarlate, como antes, quando fugiu? — o rei refletiu.

— Conhecendo a princesa, talvez.

— Antes de vir para cá, Alice pode tentar te matar primeiro, Ahiru.

— Eu… sou bom em fugir, pelo menos isso.

— VocĂȘ quer atrair Alice para cĂĄ — disse o rei. — Esse Ă© o seu plano, nĂŁo Ă©, Ahiru?

— Se nĂŁo funcionar… penso em outra coisa. Tem tempo. NĂŁo… talvez nĂŁo tenha tempo nenhum.

— Pode-se dizer que nĂŁo hĂĄ tempo, e que hĂĄ tempo ilimitado. Somos eternos — disse o rei. — A eternidade que deveria ser impossĂ­vel de alcançar, nĂŁo importa o quĂŁo desesperadamente a desejemos, estĂĄ agora em nossas mĂŁos. NĂŁo precisamos mais nos medir em termos humanos, mas somos forçados a isso. Isso Ă© carma. Abandone o carma.

— NĂŁo entendo coisas complicadas, mas vou pensar bastante sobre isso… senhor.

— Saiam — disse o rei a Io. — Quero ouvir a voz de Yonaki Uguisu.

— Estamos indo — disse Io num sussurro.

Quando Kuzaku olhou para cima, Io, Tonbe e Gomi estavam se retirando.

Ahiru não se movia. Yonaki Uguisu ainda estava de frente para Ahiru também.

Tum, tum, tum. O rei bateu o pĂ© no chĂŁo enquanto ordenava: — Saiam. Agora.

Kuzaku levantou como um tiro e deu meia-volta.

Assustador. Quase me mijei.

Querendo saber o que estava acontecendo, ele olhou para Ahiru. Ahiru seguiu atrås de Kuzaku e os outros como se estivesse fugindo também. Suas costas curvadas, a mão direita agarrando o peito esquerdo, os olhos revirados, os dentes cerrados, e um rosto como o de um demÎnio.

Esse homem tambĂ©m nĂŁo era totalmente leal ao rei. Pelo contrĂĄrio, ele estava suprimindo o sentimento de, “Vou matĂĄ-lo, juro que vou matĂĄ-lo,” e servindo o rei porque nĂŁo tinha escolha.

— Hum, qual Ă© o nosso trabalho? — perguntou Kuzaku a Io no caminho para o elevador.

— Acabar com eles — disse Io rapidamente. — Cada Ășltimo humano em Parano. Ou isso, ou trazĂȘ-los pro rei, e fazer eles jurarem lealdade. Esse Ă© o dever de um vassalo.

— …Ah Ă©?

Talvez, Kuzaku começou a pensar, Io tĂĄ fingindo servir o rei, enquanto na verdade reĂșne camaradas. EntĂŁo, quando chegar a hora, ela vai derrubar o rei do trono. Se o rei for removido, podemos abrir aquela porta. O que tem do outro lado da porta? Podemos voltar pra Grimgar? NĂŁo podemos mais voltar?

Mais importante, tenho que encontrar Haruhiro e os outros primeiro. Mas e a Shihoru? Tem problemas demais. Em horas assim, eu realmente preciso do Haruhiro. Sem o Haruhiro por aĂ­, nĂŁo consigo fazer nada.

Haruhiro…


Tradução: ParupiroHPara estas e outras obras, visite o Cantinho do ParupiroH – Clicando Aqui


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