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Digimon Tamers 00 – Capítulo 22

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Digimon Tamers 00

Web Novel Online – Capítulo 22
[A Fúria do Lobo]


A desconfiança de Ruki se confirmou com essa atitude explosiva da raposa.

Os olhos arregalados em constância com o semblante assustado dos domadores uniu-os naquele momento.

Desta vez foi Guilmon que falou:

— Renamon, Guilmon quer saber porque estão tentando acabar com a gente desde o digimundo. Não quer saber também?

— Devemos nos preocupar em proteger nossos domadores! — disse, se virando contra Strabimon. — E prometemos a Grani, não se esqueça.

— Depois que Guilmon voltou para o digimundo como Gigimon, se juntou com Gummymon e Pokomon, por onde a gente passou, sem fazer nada, só vimos digimons sofrerem por não terem mais seus amigos por perto…

A história que Guilmon passou a contar havia mesmo impactado a todos.

Até mesmo seu algoz entendeu esse tom melancólico e pôs mais tempero:

— Morte. Eles viram a morte… — o lobo definiu bem o sentimento — A Tormenta que atingiu o digimundo… O desequilíbrio da proposta a digievolução… As leis que vocês quebraram!

As palavras de Strabimon soaram como um eco na mente de Ruki, que se lembrou da conversa que teve com Renamon no jardim da Casa Makino.

Ela relembrou dos dizeres da vulpina:.

Vimos a morte… Não era apenas medo que sentíamos. Era o fim. Um frio que paralizava até nossos dados.

Seu punho se fechou, cerrado em sinal de irritação velada.

Na verdade, era uma reação ao desconhecido.

Um temor oculto no sentimento.

— “Essa sensação…” — seu incômodo interno a torturava. — “Está me sufocando! Droga… o que aconteceu no digimundo?!”

Os terrores profundos sequer atingiram a superfície.

Nesse meio tempo, Takato não concordou com o lobo.

O jovem, irritado, falou:

— Nossos amigos nunca fariam isso!

— Humano… — Strabimon lhe mostrou as garras — Não podem negar sua intrusão ao solo do digimundo!

— Estávamos no mesmo lado!

— Vocês profanaram contra os Deva, os eliminando um a um… Por Zhuqiaomon, ousaram até mesmo em confrontá-lo com violência!

Takato manteve seu argumento.

— Nós estávamos atrás de nosso amigo Culumon, você sabia? Os Deva tanto queriam o poder máximo pra eles e ignoravam até mesmo que ele era um ser livre e bondoso!

Strabimon, ainda com mais fúria, o respondeu:

— A chave para a digievolução foi usurpada por vocês! Todo o evento que vocês dizem “ter salvado ambos os mundos” desencadeou a desgraça para milhões de nós!

— Do que está falando? — a confusão tomou Takato, ficando tão irritado quanto o lobo. — Nós lutamos para manter a ordem do digimundo e o do nosso!

O domador insistiu, entregou sua sinceridade característica em cada palavra.

Sua súplica possuía norte. A pacificação foi seu objetivo das o início:

— Estamos no mesmo lado, Strabimon! Porque insiste nessa luta sem necessidade?!

Foi uma tentativa de Takato.

Porém, em vão.

— BASTA! — gritou Strabimon, cortando o solo à frente do jovem com suas garras — O Senhor Zhuqiaomon sempre esteve certo. O ciclo de desordem será quebrado assim que eu os eliminar!

A escalada dos acontecimentos não tinha retorno. Desta vez, Strabimon estava disposto a responder com suas garras e não mais com palavras.

Todavia, Renamon, que parecia mais irritada de que costume, se colocou a frente contra Strabimon,

Uma última conversa ocorreu.

— Retalhador… — disse, o encarando. — Você se fundamenta nas palavras do seu deus, eu percebi. Caso continue, irei ser obrigada a acabar com você.

— Herege, eu quero muito ver você tentar! — suas garras brilhavam, mostrando sua vontade incontrolável de lutar.

Ele retalhou o diálogo, restando somente aos punhos e garras o resto da disputa.

Todo o contexto do vindouro embate veio à tona de uma forma diferente.

O trio de domadores se lembrou da breve conversa que tiveram no dia anterior: o tal digimon deus que pregava a digievolução como algo natural e sem intervenções externas.

Lee, ao resgatar essa lembrança, tentou uma última cartada:

— Sua fé está te cegando, Strabimon! Você ainda tem tempo para conversar conosco! Eu não tenho ideia do que de fato aconteceu no digimundo após derrotarmos o Matador, mas talvez possamos fazer algo para te ajudar!

— Sua insistência me irrita…

— Estou insistindo porque não vejo maldade em você e sim alguém perdido no que pensa! — Lee o fitava, sem desviar seu olhar mais maduro. — Terriermon e eu lutamos contra Zhuqiaomon… e temos um imenso respeito por ele mesmo assim!

A conversa forçada pelo domador criou um pouco de curiosidade em Strabimon, que suspirou de forma breve.

Lee não parou:

— Mesmo com nossas discordâncias, ele nos ajudou a voltar nossas forças contra o mal em comum: o Matador. Você só está impondo sua vontade, uma vingança contra pessoas que nem sabem o porquê! Como isso é ser justo?

A última palavra de Lee ressoou na mente de Strabimon.

Como um tormento, aquilo martelou seu interior tal qual uma estaca, incessante.

O dizer do jovem, de forma clara e honesta, fez com que o digimon tentasse encontrar uma resposta, crível o suficiente para que tivesse um motivo.

Um motivo para não lutar.

Mas sua cabeça estava confusa.

Seus sentimentos o moviam para frente, atitude que ficou mais fácil de entender após ele receber uma imagem em sua mente.

Uma figura querida, que aqueceu seu coração.

A voz singela e meiga que ele reconheceu veio de seu âmago.

Ver o brilho nos seus olhos me faz sentir melhor. Gosto da sua luz… irmãozão!

Contudo, ao mesmo tempo que o calor o alcançasse, sentimentos destrutivos e cheios de rancor tomaram todo o espaço que ainda estava do breve alívio que sentiu.

Palavras fortes, que incendiaram sua mente, surgiram em sua mente, apagando as boas sensações e colocaram ainda mais fogo em seus pensamentos ideológicos.

Ele viu uma nova figura, nítida e repleta de significado, que adotou como motivação de seguir com o que almejava:

Strabimon, os humanos hereges que estiveram no digimundo trouxeram a desgraça para essa terra. Qinglongmon foi um tolo e os acolheu como escolhidos para “lutarem contra um inimigo em comum”… Heresia! Blasfêmia! A ameaça invisível que enfrentamos hoje foi trazida pelos “heróis”!

As chamas incandescentes colocaram mais convicção ao lobo.

O ciclo do digimundo foi quebrado e não há nada a fazer a não ser justiça! Está atrás da verdade? Impeça o existir dos nossos inimigos e traga a equidade ao que é justo. Se hoje entre os dois mundos existe um mal, eles estão nos digimons e domadores que ousaram contra os Deva!

Monólogos cobertos de puro rancor inflamaram seu ego, o movendo com força ao que o motivou a estar ali.

A ternura deu lugar ao ódio, que chegou com força.

— CHEGA! — esbravejou Strabimon. — Estou farto de conversar com todos vocês!

Ele, então, se colocou em base de luta, disposto a lutar com tudo desta vez.

Lee ainda tentou evitar o pior:

— Strabimon, não faça isso! Eu sei que você tem um porquê de estar irritado, mas podemos te ajudar!

— Cale-se, herege! Podem ter enganado Qinglongmon, mas não ao Senhor Zhuqiaomon! Ele previu a ruína do digimundo ao conhecer todos vocês… Meu senhor sabia da tormenta desde o início!

Sob os olhares conflitantes de Ruki e Takato, Lee tentou pela última vez convencê-lo, mas era inútil: Strabimon estava mergulhado em suas fundamentações, inibindo qualquer tentativa de apaziguar a situação.

Renamon tomou a responsabilidade após isso, se colocando entre Strabimon e os seus aliados.

— Ruki… — disse, emanando suas farpas de gelo — Fique longe. E todos vocês também!

— Vai lutar contra ele mesmo, não tem jeito? — a domadora a fitou com seriedade.

— Estou disposta a fazer o que for preciso pra te proteger, então fique longe! — a raposa, em seguida, saltou em direção ao seu oponente.

Sua atitude soou como o início de um segundo round.

Renamon investiu com tudo contra o lupino, que passou a se esquivar de seus socos e chutes potentes.

Como antes, ele conseguiu, sem maiores dificuldades, evitar e desviar de todas as tentativas.

— Você deveria ser mais forte que isso, raposa… — ele nem parecia se esforçar.

— Cale-se! — frustrada, Renamon não cessou seus ataques.

— Descontrole… era o que eu esperava de uma herege como você… — suas palavras provocativas era sua expressão ao que almejava. — E isso tem um motivo que você já deve saber.

Mostrando uma irritação jamais vista, Renamon concentrou mais seus poderes e, em consequência disso, conjurou suas farpas de gelo, que ficaram orbitando seu corpo.

Isso aumentou seu poder de ataque e até mesmo no raio de ação de seus golpes.

Isso era inédito, o que causou reações nos Tamers:

— A Renamon… Ela nunca usou essa técnica! — disse Takato, estranhando o ocorrido.

— Os ataques dela… — a análise de Lee estava adiantada. — Estão mais raivosos e… intensos.

A reação breve deles contrastou com a de Ruki, mais contida e silenciosa.

A rainha digimon tinha sensações mais internas.

— Renamon… — ela estava mais pensativa. — “Ela nunca agiu assim… e eu estou com uma sensação de que já vi isso tudo antes… O que está acontecendo?!”

A luta seguiu feroz, onde Renamon o atacava com tudo que tinha.

Todavia, Strabimon parecia ter controle do embate, mesmo que ainda não tivesse desferido golpe algum.

— É previsível e sem força… — falou o lobo, guiado por uma percepção fora do comum. — Sua atitude beira o patético, raposa.

— NÃO ME SUBESTIME! — ela gritou, intensificando seu golpe.

Dessa vez, Renamon encaixou um soco na barriga do lupino, o pegando de surpresa.

Havia uma carga emocional no movimento, mensagem oculta para maioria que estava no recinto decadente.

Sobre os efeitos da luta, a raposa havia aumentado a velocidade de seu soco, o surpreendendo e deixando brechas em sua defesa.

Para alguns, esse era o momento que todos esperavam:

— Ela vai conseguir! — disse Takato, como sempre confiante.

— Vai, é agora! — Lee também se manifestou.

Mas foi de Ruki a reação mais racional, o que entregaria as respostas reais do embate e seu contexto:

— Tem algo errado… Isso está me trazendo lembranças ruins…

Os outros dois domadores e seus digimons olharam para a garota, surpresos com sua indagação.

Contudo, a luta prosseguiu.

Após a oportunidade que conseguiu, Renamon gritou:

— Morte Gélida!

As farpas atingiram Strabimon em cheio, o jogando para trás.

A raposa aterrissou, satisfeita por ter conseguido, enfim, o atingi-lo.

Entretanto:

— Boa estratégia, raposa… — disse o lupino, normalmente. — Bom golpe. Por um momento pensei que seria meu fim, mas eu estava enganado.

O porquê disso? Strabimon usou cada um de seus dedos suas garras para defletir cada uma das farpas de gelo que ela arremessou.

Se Renamon era ágil, ele a superou.

— Impossível! — a raposa abriu seus olhos, impressionada.

— Existe um abismo entre nossa força, Renamon… — Strabimon disse, a fitando. — E você já sabe disso.

O sorriso de deboche do lupino criou uma provocação velada, mas incômoda o suficiente para deixar a raposa ainda mais irritada.

Além disso, a iminente resposta ao ataque dela não demoraria: Strabimon passou a concentrar suas garras, servindo como aviso à Renamon de que o pior estava por vir.

Ruki entregou seu desespero.

— Não… Aquele golpe outra vez…?

Assim como ela, Takato e Lee também reagiram:

— Isso não vai acabar bem, Lee!

— Takato, temos que fazer algo! Strabimon é radical demais…

Eles estavam certos.

Não haveria escapatória para o cólera ferrenho do lobo.

— Garra Leviatã! — gritou o digimon lupino, cortando o ar com suas garras.

Pela distância, era impossível a esquiva.

Renamon era um alvo fácil, incapaz de evitar o pior.

Mas, como um ciclo, repetições de eventos recentes ocorreram, para beneficiar a raposa.

Guilmon e Terriermon não esperaram um segundo sequer para salvarem Renamon, a exemplo de antes:

— Pequeno Tornado!

— Bola de Fogo!

Uma explosão sônica e fornalha ocorreu, com a união dos poderes se chocando.

Strabimon saltou para trás, com seu golpe sendo anulado, embora tenha causado ferimentos nos três digimons, os fazendo ir contra uma parede pela intensidade do movimento poderoso do lupino.

O trio de digimons foram arremessados para longe, caindo próximos um do outro.

Sem perder tempo, Renamon se levantou, olhando para Guilmon e Terriermon em seguida.

Ela não pareceu contente com a situação, mostrando mais do seu incômodo.

— Essa luta… — falava, ofegante e relutante. — Essa luta não é de vocês!

Sua atitude trouxe gatilhos imediatos.

Um mal estar generalizado ocorreu, sem sombra de dúvidas.

— Como é?! — Ruki reagiu, confusa com o que ouviu. — Porque você disse isso, Renamon?

A resposta a essa postura por parte da raposa veio dos digimons no mesmo instante.

Como sempre, de forma honesta e espontânea:

— Renamon, somos amigos… E Guilmon sempre vai ajudar amigos!

— Mo-Momantai… — dessa vez era Terriermon, se limpando com suas orelhas — Protegemos você porque somos uma equipe!

Reativa, seus olhos azuis se abriram mais, como resposta ao que ouviu e ressentiu.

Entretanto, uma casca foi criada.

Ou pior: colocada onde não havia há muito tempo.

— Hm… Isso que estão dizendo… — a raposa, fria, manteve sua ideia de fazer ao seu jeito. — Eu sou capaz de lutar contra ele sozinha!

Esse comportamento de Renamon, como se fosse uma regressão, causou novamente estranheza por parte de Ruki.

— “Tem algo errado nisso tudo!” — pensou a jovem, correndo para próximo de sua amiga digimon. — “A Renamon parece diferente… mas porque?!”

Assim como Ruki, os outros domadores se juntaram aos digimons, mas a jovem, já dentro dessa sua visão, expôs o que pensava:

— Que papo é esse, Renamon? — ela se dirigiu à digimon. — Guilmon e Terriermon ofereceram ajuda! Por que você está agindo dessa forma?

Sem mais nem menos, Strabimon, que ouviu tudo, deixou bem claro:

— Orgulho, prepotência, soberba… Natural de digimons que buscam poder… Não é mesmo, raposa?

Como fogo na palha, a provocação acendeu mais vieses no galpão escuro.

Dúvidas tortuosas levantaram, a toda potência.

— Poder?! — Ruki logo jogou a real, embora parte de sua fala deixasse a insegurança quase aparente — Ela não é mais assim! Nós… Nós crescemos juntas e superamos nossas falhas! Então cale sua boca, seu doente!

Embora houvesse resistência por parte da rainha Digimon, havia mesmo algo de diferente com Renamon.

Não algo inédito: aquele comportamento era como um regresso, que gerou estranheza em todos.

Porém, a situação formou um cenário onde a raposa, indigesta, criasse para si um senso de dever primitivo, deixando mais aparente essa mudança brusca de temperamento.

Seria uma resposta ao Retalhador, sua presença ali, como um rival nunca explorado? Ou uma fagulha de chamas escuras que acendeu dilemas antigos na mente de Renamon?

Sendo assim, ela se moveu: no pouco uso de estratégia, onde a raposa voltou a trabalhar por conta própria, ela partiu a toda velocidade em direção a Strabimon.

O lobo, estático, só aguardava pelo choque, confiante.

Mas antes que o atingisse com um soco poderoso, um choque de realidade foi mostrado a todos que estavam ali…

Da forma mais terrível e impactante possível.

Evitando o soco de Renamon, Strabimon atingiu a digimon com uma de suas garras, o adentrando em seu peito.

Um grito de dor e sofrimento proferido por Renamon foi ouvido e ecoou por todo o lugar, trazendo consigo o terror novamente a todos.

Pasmos e surpresos, Terriermon e Guilmon arregalaram seus olhos, aterrorizados com o que estavam vendo.

O mesmo podia ser dito dos demais domadores, que sentiram o impacto do ocorrido.

E, com um grau ainda maior de dramaticidade, de Ruki:

— RENAMON?! — seu grito foi desesperador. — NÃO!

O fato era que…

Renamon, assim como Terriermon e Guilmon…

Estavam enfraquecidos.

Um fim trágico estava por vir…?


Tradução feita por fãs.
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