Digimon Tamers 00 – Capítulo 19
Digimon Tamers 00
Web Novel Online – Capítulo 19
[Noite de Crise_ Uma Nova Ameaça Aparece]
Uma crise sem precedentes implodiu.
Não somente Meikume foi atingida pela notícia indigesta.
Como aspecto curioso, sabemos que os digivices se comportam do mesmo jeito.
Mesmo que o modelo que estava em posse de Meikume fosse diferente dos demais domadores, o funcionamento era o mesmo.
Por isso mesmo, os acontecimentos se encontravam.
牧野家住宅 (Residência da Família Makino)
時間: 08:00 PM
Em seu quarto, Ruki, já relaxada, estava fazendo seus deveres do colégio.
Durante suas responsabilidades como estudante brilhante que era, suas atenções tomaram outro foco: seu digivice acendeu, indicando que havia um inimigo na cidade.
Sua reação foi imediata:
— RENAMON!
Ruki gritou alto, com sua parceira digimon já sabendo do que se tratava.
No jardim da Casa Makino, tanto a domadora quanto a digimon tinham concordância:
— Uma ameaça… Eu sinto! — indagou Renamon, já a postos.
— Temos que ir! — disse a jovem, vestindo seu sobretudo.
O momento era de emergência.
Neste cenário, Renamon se preocupou com a segurança de sua parceira:
— Acho que você deveria ficar… — falou a raposa, com olhar fixo ao de Ruki.
— Não! Vamos lutar juntas! — exclamou a jovem, se colocando à frente no jardim.
— Isso pode ser perigoso, Ruki.
— Eu sei que sim, sempre foi! Mas eu por perto poderei te ajudar! Os cartões funcionam, ok?
— Hm… Entendido. Vamos então!
Na correria, sua avó viu sua neta sair.
E é claro que a reação não poderia ser outra:
— Ruki, aonde você vai?!
— Vó… Eu já volto! — ela estava abrindo o portão.
— Por que está com pressa?
— Depois te falo! — Já na saída, Ruki acenou.
— RUKI! — o grito preocupado de sua avó ecoou pelo ambiente.
A urgência era muita.
A impressão da noite anterior ainda permaneceu aflorada na mente de Ruki e Renamon.
Mais uma noite de embates estava prestes a começar.
数分後 (Minutos depois)…
Rastreando o posicionamento da ameaça, Ruki estava correndo pelas ruas de Shinjuku, enquanto Renamon usou seus próprios instintos para achar a ameaça pelos telhados de casa e prédios do centro da cidade de Shinjuku.
A digimon investiu na procura, sempre olhando para todas as direções.
A noite ajudava seu rastreio, já que seu anonimato era melhor mantido.
Durante o momento nada favorável, Ruki recebeu a ligação dos demais domadores:
— Ruki! — Era Takato — Tem um inimigo na cidade!
— Sim… Eu e Renamon já estamos a caminho! — falou Ruki, correndo pelas ruas movimentadas da cidade.
— Vocês já estão na rua?
— Sim! Se apressem!
O outro lado da cidade também já estava avisado do aviso no digivice:
— Ruki… — desta vez era Lee — Eu e Terriermon já estamos indo!
— Tudo bem… mas se apressem!
Por Ruki morar no centro da cidade, isso lhe deu alguns minutos à frente, uma vantagem valiosa.
Encontrar o inimigo o mais rápido possível era uma prioridade.
Para onde Ruki e Renamon estavam indo?
O digivice apontava para um endereço um pouco distante do centro.
E era para lá que a pressa as levou.
数分後 (Minutos depois)…
新宿電車整備上屋 (Galpão de M. de trens)
時間: 08:45 PM

O local, escuro e já com seu expediente encerrado, era o destino das duas.
Mal iluminado e com algumas lâmpadas clareando o imenso pavilhão de manutenção e reforma da frota ferroviária da cidade de Shinjuku, o lugar era bem conservado.
O ar cheirava a metal gasto, óleo velho e mofo dos trilhos úmidos.
Havia também um leve odor elétrico, como fios queimados — e, no fundo, algo estranho, artificial, doce demais, como se o Mundo Digital estivesse tentando se infiltrar ali.
Adentrando ao lugar, lá estavam Ruki e Renamon, que demonstravam em seus rostos uma prontidão fora do comum.
A digimon não queria mesmo ser pega de surpresa.
— Ruki… — a intuição da raposa estava afiada. — Não estamos seguras. Tome cuidado.
— Sim… Eu sei. Ele está aqui, não é? — a premonição da jovem completava a de sua parceira.
Renamon estava um pouco mais fechada que de costume.
Ela sentiu um misto entre desconfiança e identificação, um duelo interno difícil de explicar.
— Hm… Essa sensação… — a digimon cessou seus passos, pressentindo algo.
— Que sensação?
— Sinto que este inimigo é muito forte e… — novamente Renamon se calou.
— Do que você está falando?! Renamon, o que está acontecendo?
Não foi a toa que ela se comportou assim, pois logo a frente se ouviu ruído de passos e, acompanhando a isso, sua voz foi ouvida:
— Se conseguiram chegar até aqui vivos, então é porque Bulkmon estava ferido demais para acabar com todos vocês!
A voz, grossa e enérgica, tinha um pouco de tristeza em seu tom, mas continuava sua presença marcante.
— Renamon… Então você evoluiu. É melhor assim…
Esse alguém pareceu conhecer a raposa.
Ruki logo reagiu:
— Hã?! Como sabe quem ela é?! Aparece, palhaço!
Não era um digimon que buscava se esconder.
Logo ele apareceu à frente das duas: era um digimon com pelugem azulada, aparentando ser um lobo humanoide.
Tinha garras afiadíssimas, assim como a de seus pés.
Vestia uma calça branca, com braceletes e cintos ao longo de suas pernas.
Sem perder tempo, Ruki o escaneou com a ajuda do olhar analítico de Renamon:
C://DIGI-SCAN_
ストラビモン – STRABIMON
Type: Variable
Lvl: Child
Digimon besta. É muito forte e feroz em combate. Suas garras afiadas são letais. Seu golpe mais poderoso é a Garra Leviatã.

STRABIMON
A reação visual de Renamon foi emblemática: ela arregalou seus olhos azuis na mesma intensidade que fechou seus punhos.
Isso já era uma resposta mais do que necessária para saber que ela tinha noção do que estava por vir.
Ruki viu seu comportamento, e não perdeu tempo para saber mais:
— Renamon, você o conhece?
— Sim, Ruki… — sua voz estava cheia de temor, não por ela mas por sua domadora. A raposa se colocou mais a frente, visando protegê-la. — Fique bem atrás de mim.
— Mas, Renamon… — a jovem estava receosa, que chegou a engolir seco.
O digimon, a fitar suas oponentes, estava com um olhar muito seguro.
Ele apontou para Renamon, dizendo:
— Raposa, eu sabia que você estava no mundo humano, assim como os outros.
— O que?! — falou Ruki, confusa. — Você sabe dos outros?!
O olhar inquisitivo de Strabimon a fez dar um passo para trás, onde Renamon se ouriçou, sabendo dos riscos.
O lobo, apontando dessa vez para Ruki, falou:
— Humana… Você é uma domadora, não é?
— Isso não é da sua conta, idiota! — a rainha digimon deixou claro que não estava disposta a conversar.
— Você também é um dos motivos de eu estar aqui… — dessa vez ele apontou para Ruki. — Espero que esteja preparada para seu fim!
— O que?! — sua falta de noção a deixava desnorteada. — “O que está acontecendo aqui? Como ele nos conhece? Eu nunca o vi nem no digimundo…”
Ruki não o conhecia, mas Renamon sim.
Foi nesse momento que a raposa, tão firme em sua postura quanto a de seu oponente, expôs a sua domadora uma informação:
— O Retalhador — ela não deixou seu olhar fugir do lupino. — É assim que ele é conhecido no digimundo, Ruki.
— O Retalhador?! Então você o conhece mesmo?
Em contraste com a apresentação breve por Renamon, o lobo começou a falar.
Suas palavras trouxeram assuntos oriundos da compreensão, que só ele tinha ciência:
— As histórias de Zhuqiaomon estavam certas. Você é a domadora que fez parceria com Renamon… — ele fechou seus olhos, enquanto divagava. — Digievolução da matriz em pleno digimundo… Heresia! Por isso nossa tormenta! Eu irei cortar o mal pela raiz de uma vez por todas!
— Do que está falando, seu imbecil?! — Ruki gritou, lhe entregando irritação por não ver nexo algum no que ouviu.
Strabimon não mostrou paciência após o que disse.
Ele abriu seus olhos e, com toda fúria, aplicou seu golpe mais poderoso:
— GARRA LEVIATÃ!
Uma gigante onda de energia cinética voou pelo ar, seguindo o movimento de corte das garras afiadas do lobo, que foram em direção às duas.
Usando de sua velocidade, Renamon pegou Ruki e se esquivou.
Por muito pouco a jovem foi cortada ao meio.
Essa impressão veio logo após a energia cortar o ar, assim como um vagão inteiro sofreu com o golpe, sendo cortado com facilidade.
— Nossa… — Ruki, assustada, chegou a uma conclusão. — Ele tentou acabar comigo e com você!
— Ruki… Se proteja! — disse Renamon, executando um salto para a direita. A raposa deixou a domadora atrás de uma coluna.
Com Ruki em um lugar seguro, a vulpina foi em direção a Strabimon, correndo a toda velocidade.
Ao vê-lo, executou um salto e, sem perder tempo, aplicou-lhe uma resposta a altura:
— MORTE GÉLIDA!
Farpas de gelo foram arremessadas com violência contra o lobo, mas nenhuma delas foi sequer evitadas ou aparadas.
Mesmo que tenham se prendido a pelagem de Strabimon, ele só passou a fitar Renamon nos olhos, dizendo:
— Diga-me: isso é o melhor que pode fazer? — disse, enquanto raspava suas garras à sua pelagem para retirar as farpas que sobraram.
Ruki não acreditou.
Aquilo foi absurdo demais para ser verdade:
— Mas como…?! O golpe mais poderoso da Renamon e ele nem se abalou?!
Não só isso: com um só movimento de concentração, ele fez com que as farpas se soltassem de seu corpo, sem lhe causar dano algum.
Renamon, frustrada, aterrissou e partiu para o ataque corpo a corpo.
Cética e calculista, como sempre foi em luta, buscou a brutalidade desta vez.
O teor daquele duelo pareceu maior do que aparentava.
Executando vários socos e chutes violentos, com as habilidade de lutadora que a raposa tinha em seu repertório, todos eles estavam sendo repelidos com muita facilidade.
— Fraca… Muito fraca… — Strabimon se esquivava dos incessantes golpes de Renamon.
— O que? — a raposa não perdeu o foco, mas ter seus múltiplos movimentos defendidos e evitados com facilidade a deixaram impressionada.
— Socos… Chutes… Eu nem estou precisando me esforçar… — a astúcia do lupino o levou a ter controle sobre o embate. — Vocês duas, como os sábios disseram no digimundo, eram as mais fortes… Mas o que vejo é uma prova de fraqueza.
Renamon estava sendo subjugada em uma luta direta, além de ter um comportamento nada usual.
Ela nunca havia demonstrado raiva durante um combate, sempre se mantendo calma e segura, embora seus inimigos do passado fossem fortes.
Entendendo isso, Ruki não ficaria parada: ela se posicionou e, selecionando um cartão, se colocou a acioná-lo.
— Digi-mudança… — com sincronismo, ela passou o cartão no leitor do digivice — Carta Aumento De Força B10x!
Renamon sentiu seu corpo pulsar, recebendo um aditivo fortificante.
Isso significou um aumento de força considerável, já que Strabimon precisou, desta vez, evitar os golpes.
Porém a força que Renamon recebeu não era o suficiente.
Talvez até mesmo o fato de ter ficado mais forte não lhe ajudou tanto assim.
O porquê disso: embora todos soubessem que era um aditivo temporário, ele durou muito menos tempo, sem razão aparente.
— Huh… O que…?! — questionou Renamon, dando sinais de estranheza — A força… Ela cessou?!
— O que?! — desta vez era Ruki, assustada — Mas como assim?! Era pra ter durado muito mais tempo!
Strabimon se aproveitou disso e, percebendo a brecha, executou um poderoso soco na barriga de Renamon, que foi arremessada para longe, se chocando contra um dos trens do lugar.
Foi tão forte que chegou a danificar o veículo. Sua lataria ficou totalmente retorcida.
Indo ao chão em seguida, ela se levantou, mas de joelhos, mostrando fraqueza.
O golpe foi poderoso.
Ruki, impactada, não acreditava no que estava vendo:
— Re-renamon… Ela nunca perdeu assim… O que está acontecendo com você?!
O digimon lupino, mesmo longe, indagou:
— Me diga, Renamon: como se sentiu em ter evoluído? Quero ouvir isso de você…
A rainha digimon, ao ver a cena e ao ouvir as palavras provocativas de Strabimon, a deixou mais surpresa.
Aquilo foi o estopim de mais dúvidas.
— “Isso que ele está dizendo… era como os Deva!” — a mente da garota a levou até o passado, relembrando das modificações de alguns digimons a cinco anos atrás. — “Esse desgraçado está levando isso tudo para um lado doutrinador…”
A breve constatação de Ruki foi só uma pincelada no que estava por vir.
Os fatos eram: Strabimon era forte o suficiente para lidar com Renamon com facilidade. E, com isso, o tratamento a partir de agora, no ponto de vista da raposa, se tornou diferente.
Nem mesmo o suporte de Ruki com seu deck foi capaz de mudar o panorama da batalha, ainda que tenha utilizado uma das cartas.
O lobo, mestre da luta, olhou com desprezo para as duas.
Sua análise, detalhada, deixou claro sua visão:
— Vocês duas nunca souberam o que é lutar pela própria vida, batalhar para ficar mais forte, sem depender um do outro… Se acham que passaram por provações, estão completamente enganadas!
Embora pragmático, seu olhar penetrante não possuía ódio ou algum sentimento negativo.
Foi isso que causou mais estranheza em Ruki, que o olhava diferente.
— “Ele… não parece ser um inimigo, mas… Por que está nos atacando?!” — a jovem pensou, olhando para Renamon em seguida. — “Renamon o conhece, então ela deve saber de mais coisas… O que está acontecendo aqui?”
Strabimon, enquanto Ruki tentava raciocinar, continuou a falar:
— Eu ouvi as histórias de vocês, domadores e digimons. E é por isso que estou aqui: acabar com essa lenda e trazer ordem ao digimundo!
O monólogo, contendo uma forte dose de certezas, gelou Ruki até a alma.
Incrédula e confusa, essa dualidade lhe causou redundância, comportamento de alguém que tinha dúvidas e questionamentos.
— Trazer ordem ao digimundo?! — falou a jovem, buscando respostas. — Mas o que ele quis dizer com tudo isso?
Diante desse uma situação caótica, viu sua parceira digimon, ferida, lutar para se colocar de pé, o que trouxe um temor absurdo em seu brio competitivo.
— Renamon… Não… — ela correu até a raposa. — Não pode ser… Mas… Você é forte… RENAMON! — Suas palavras continham angústia.
Strabimon começou a caminhar em direção a Renamon.
Ele dominava o embate, mesmo tendo feito pouco para atacar.
Decidido e mostrando ser poderoso, deixou claro seu objetivo:
— Acabar com vocês é um dever… Mas para mim é um imenso acerto de contas por tudo que eu perdi… por causa de vocês! — o lupino começou a concentrar seu poder pelo corpo. — Recebam toda minha fúria!
Decidido a acabar com a luta, bradou:
— GARRA LEVIATÃ!
As garras novamente cortaram o ar e ficaram ainda mais poderosas.
O intenso poder do lobo desta vez estava em seu ápice e disposto a aplicar o golpe fatal à raposa.
Ruki, desesperada, correu em direção a sua amiga, ignorando o perigo.
E enquanto lágrimas brotavam de seus olhos violetas, ela gritou:
— RENAMON!
A domadora tinha temor em seu olhar.
A vida de Renamon estava em jogo, assim como a de Ruki.
O cenário construído era o pior possível.
Aquela noite, maldita e misteriosa, estava apenas começando.
そして、そこから遠くない(e não muito longe dali)…
O período noturno da cidade de Shinjuku tinha nuances.
Saltando sobre carros próximos ao galpão da linha ferroviária de Shinjuku, Meicoomon foi vista nas proximidades do galpão de manutenção de trens.
Olhando em direção ao local, que estava bem ali à frente, a pequena, aterrissando ao asfalto em um lugar com iluminação baixa, falou consigo mesma:
— Eu tô sentindo… O inimigo tá logo alí! Tenho que ir logo e lutar com ele!
Meicoomon, próxima do local, era uma esperança para equiparar o combate?
No contexto do desenrolar daquela noite, Renamon estava correndo perigo de vida.
Assim como ela, Ruki, aos gritos, jogou todas suas fichas para tentar salvá-la.
O que estava por vir?
Um fim trágico ou um triunfo heróico?
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