Death March – Revisado – Intermissão 2 – Arco 7
Death March Kara Hajimaru Isekai Kyousoukyoku
Death March To The Parallel World Rhapsody
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Death March Arco 7 Intermissão 2
[O Desastre do Esquadrão Zena]
— Zena, as hordas de monstros estão se aproximando. Há cerca de cinquenta a sessenta do tipo voador. Quanto aos que vêm por terra, são três grandes, dez médios e muitos pequenos. Cerca de quatrocentos. A maioria é do tipo inseto.
Rio retornou da missão de reconhecimento trazendo números simplesmente desanimadores. E, para piorar, esses ainda são apenas uma pequena parte do inimigo.
Nós, vinte e quatro membros da tropa especial do labirinto da cidade de Seryuu, formamos o núcleo da ala esquerda de uma unidade reunida às pressas. Ao todo, somos trezentos: civis, camponeses e servos. Todos igualmente tomados pelo medo. E com razão. Estão sendo obrigados a enfrentar monstros que, em condições normais, jamais veriam e isso sem equipamentos adequados.
— Ouçam bem! Todos devem sobreviver! Não pensem apenas em derrotar o inimigo e se tornarem heróis! Vocês têm sorte de estar ao lado de veteranos que enfrentaram um Demônio Superior e dragões de verdade, não apenas wyverns! Não há por que temer esses monstros menores ou demônios medianos!
O vice-capitão, sir Rilo, tentou animar as tropas. Sua voz era firme, quase autoritária, mas parecia surtir efeito: os rostos carregados ao nosso redor começaram a se suavizar.
Isso era bom.
Jamais imaginei que estaríamos envolvidos em uma guerra dessas quando partimos de Seryuu.
◇◇◇
— Estamos indo bem, né~, Zena-chi.
— É verdade, Lilio.
— Lilio-san, tudo bem em particular, mas durante a marcha, chame-a de líder de esquadrão Zena.
— Ho~i, Iona tá sempre na linha.
Iona-san repreendeu Lilio.
Mas, para ser honesta, era embaraçoso ser chamada formalmente de “líder de esquadrão Zena”. Já se passou meia lua desde que fomos escolhidas para compor a tropa especial de treinamento do labirinto na cidade de Selibira.
Depois de muita luta, conseguimos ser aceitas. A partida estava prevista para o início da primavera, mas por vontade do Conde-sama, foi antecipada. Parece que o capitão e o vice-capitão decidiram iniciar a marcha ao saber que, devido à neve tardia deste ano, a estação de saída havia mudado.
A tropa era composta por dois esquadrões de cavaleiros, cada um com quatro cavaleiros e seus escudeiros; três esquadrões mágicos, com um soldado mágico, dois guardas e um batedor cada; e um esquadrão de engenheiros. Além disso, havia dois oficiais civis e quatro servos.
Ao todo, somos trinta membros, com oito montarias e cinco carroças. Talvez por isso tenhamos enfrentado ataques de ladrões nos vales ou monstros de porte médio. Mas, depois do que enfrentamos no labirinto subterrâneo de Seryuu, nenhum deles é páreo para nós.
— A propósito, Zena-chi.
— Sim?
Respondi com cautela. Quando Lilio começa assim, nunca é coisa boa.
Aceitei as provisões que Iona me passou: pão preto assado até ficar duro como pedra e sopa de feijão. O sabor era duvidoso, mas só de estar quente já era um alento. Rodril, o mago que usamos como substituto de lenha, reclamava, mas, nesses momentos, invejo quem consegue usar magia de fogo.
— Estamos indo tão bem… será que não vamos alcançar ele logo?
Tentei manter a mente calma, mas não consegui evitar um leve sobressalto.
O que faço agora? Se responder “alcançar quem?”, ela vai cutucar mais. Mas também não quero dizer “ainda estamos longe”.
— Alcançar quem?
Antes que eu pudesse decidir, Ruu perguntou.
A Iona não disse nada, por que, Ruu…?
Olha só, Lilio tentava conter o riso com um sorriso malicioso no rosto.
— O garoto, é claro!
Lilio sempre chamou Satou-san de “garoto”. Ele realmente parece mais jovem do que nós, mas vindo da Lilio, que tem um rosto de bebê, isso soa estranho. Quase como um apelido especial. Não gosto dessa sensação. Seria ciúmes?
— Garoto?
— É o namorado da Zena-san.
Iona respondeu sem pestanejar.
Não é verdade. Ainda não estamos namorando.
Histórias de amor são o ponto fraco da Iona-san. Ela não consegue se conter.
Mas, por favor, parem de usar meu nome como material para piada. Isso machuca. É doloroso… e me deixa insegura.
A viagem seguia em um clima tranquilo, até que tudo mudou.
◇◇◇
— Vamos usar armadilhas contra os inimigos terrestres e enfrentar os aéreos diretamente. Não usaremos arcos desta vez. Zena, Norina, derrubem eles com magia de vento. Assim que estiverem no chão, os esquadrões de cavaleiros os atropelarão. O restante fica sob comando do vice-capitão Rilo. Matem ao menos um com tudo o que tiverem.
— Zena, Norina, após lançarem magia, recuperem seu poder mágico imediatamente no local. Dois esquadrões devem concentrar-se em protegê-las. Não se deixem distrair nem se dispersem, mesmo que por engano!
O capitão Derio repetiu a estratégia para todos.
Pelo visto, a linha de frente dos monstros entraria em choque direto com a unidade do barão-sama. Conseguíamos ver a nuvem de poeira surgindo por entre os arbustos e árvores à distância.
— Iniciem os encantamentos!
O vice-capitão Rilo deu a ordem assim que o esquadrão de cavaleiros do capitão Derio partiu. Sua voz era firme e imponente, típica de um homem treinado.
Norina e eu começamos os encantamentos mágicos. Ela entoava [Turbulência] enquanto eu preparava o [Martelo Caído]. A magia dela derrubaria monstros voadores ao chão, uma tática infalível contra wyverns.
O problema era o número. Havia inimigos demais. Diferente da [Turbulência], o [Martelo Caído] tinha uma área de efeito restrita, capaz de atingir no máximo dez alvos. Inclinei meu cajado com cuidado para lançar o feitiço no centro do enxame.
— ■ [Turbulência!]
— ■■■ ■■■ [Martelo Caído!]
Conjurei a magia um pouco depois de Norina.
Perfeito, exatamente como planejado.
Derrubamos com sucesso cerca de quarenta [Moscas-de-Cavalos com Presas] ao chão. Logo em seguida, o capitão e seu esquadrão avançaram dos flancos em formação de cunha, atropelando as [Libélulas com Presas*]. Quando estão voando, são rápidas, mas no solo, tornam-se alvos lentos e vulneráveis às lanças e cascos.
Rudy: Em inglês estava assim. Não sei dizer se foi um erro de tradução ou se realmente havia dois tipos de monstros diferentes.
— Unidade inteira, avancem!
Com a ordem de Rilo, todas as unidades, exceto a minha e a de Norina, partiram ao ataque. Para recuperar nosso poder mágico, nos sentamo e começamos a meditar no local. Graças à técnica de respiração especial ensinada no exército, a recuperação era mais rápida. Em contrapartida, ficávamos completamente indefesas durante esse processo, por isso era essencial contar com proteção.
A besta de Lilio e a espada larga de Iona interceptaram várias libélulas famintas que se aproximaram demais. Como eu estava concentrada atrás do grande escudo de Ruu, não vi o que acontecia ao redor.
Parecia que éramos os únicos em combate relativamente tranquilo. Primeiro, a ala direita cedeu. Depois, o centro começou a ruir também.
Durante tudo isso, estávamos tão ocupadas repelindo os inimigos à frente que não conseguíamos avaliar a situação das demais tropas. Por isso, quando começaram a recuar, ficamos para trás. Pouco a pouco, acabamos presas como a retaguarda.
Levei a mão ao peito, sobre a couraça de couro.
Ali, dobrado, estava o lenço. Meu amuleto precioso.
◇◇◇
— Aconteceu alguma coisa?
Ainda faltava um tempo até o descanso, mas as carroças haviam parado. Lilio foi imediatamente verificar a carroça da frente e voltou para nos contar a situação.
— Encontramos o exército do conde Lesseu.
— Bem, estamos no território do conde Lesseu, não é estranho encontrá-lo.
— O problema é que quem se diz conde… é um garoto.
— O conde não era um homem-feito?
— E o pior: parecem restos de um exército derrotado.
Enquanto conversávamos sem muito compromisso, o capitão nos chamou.
Ele informou que a cidade de Lesseu havia sido destruída. O ataque foi conduzido por um demônio que trouxe monstros consigo.
— Pelo que dizem, o demônio é de nível 40, um intermediário. Estão vindo com duzentos monstros voadores e mil e duzentos terrestres.
— E o quão fortes são?
— A maioria dos monstros é um pouco mais forte que um soldado comum, mas há alguns bem poderosos entre eles. Quanto ao demônio… ainda é um mistério, mas parece ser uma criatura com cabeça de cavalo, especialista em magia de fogo. Dizem que ele sozinho aniquilou o exército permanente da cidade de Lesseu com um ataque surpresa.
Tenho confiança de que conseguiríamos enfrentar um demônio menor, ainda que não vencêssemos. Mas um intermediário… não temos chance com nossas forças atuais. Exceto pelo capitão Derio e pelo vice-capitão, que estão no nível vinte, todos os outros estão no nível dez. Não há magos especialistas em magia de bombardeio como em Seryuu. Somos apenas três soldados mágicos aqui, comigo inclusa. Nosso poder mágico é limitado, não dá para usar nada grandioso.
— O novo conde de Lesseu quer que participemos da subjugação do demônio, com base no que chamam de [Pacto Azul]. Não podemos ignorar isso. Os não combatentes devem buscar refúgio com as carroças nas vilas próximas. Provavelmente será mais seguro do que permanecer na cidade.
O tal [Pacto Azul] que o capitão mencionou é o mais antigo tratado entre nobres desde a fundação do Reino de Shiga. Determina que os militares devem cooperar mutuamente em caso de ataque demoníaco. Raramente é colocado em prática. Pelo que lembro, a última vez foi há vinte anos, no território do Marquês Muno, antes mesmo de eu nascer.
E assim, fomos incorporadas ao exército improvisado na segunda cidade do território de Lesseu.
A força total contava com oitocentos soldados regulares e dois mil soldados de milícia. Mesmo sendo o dobro da quantidade de monstros, a maioria era força suplementar. Era certo que seria uma batalha árdua.
Se o demônio atacasse diretamente, estaríamos acabados. Mas se pudéssemos usar os muros da cidade para uma guerra de cerco, ainda haveria esperança. Por sorte, havia uma ferramenta mágica de comunicação emergencial ali, então a notícia já devia ter chegado às cidades vizinhas.
Só restava esperar por reforços.
Todos acreditavam nisso.
Mas no dia seguinte, o jovem conde Lesseu decidiu enfrentar os monstros em campo aberto.
Os capitães tentaram fazê-lo mudar de ideia, mas em vão.
Satou-san… talvez eu não consiga cumprir a promessa de enviar cartas.
◇◇◇
— Zena-chi, você está viva?
— Sim. O Ruu me protege.
— Ei, Lilio… só se preocupa com a Zena?
— O Ruu é o mais bem armada, né. E convenhamos, é impossível a Iona morrer.
Minha memória ainda estava nebulosa.
Deveríamos estar enfrentando os monstros na retaguarda…
— Que bom que confiam em mim. Aquele clarão anterior… deve ter sido uma magia tática de nível avançado, lançada pelo demônio. Estaríamos entre os mortas se não fosse pela magia defensiva da Zena-chi.
Todos estavam cobertos de fuligem e poeira.
Escapamos da morte por um triz, mas os passos dos monstros se aproximavam. Se nos movêssemos agora, o demônio no céu provavelmente nos alvejaria com magia sem hesitação.
Foi então que aconteceu.
O céu se rasgou. E então, surgiu.
Ondas no ar, como o movimento de um peixe rompendo a superfície da água, flutuaram por instantes, até que aquilo apareceu no céu.
Um belo navio prateado.
Era um navio… certo?
— ESTÁ TUDO BEM! PORQUE EU ESTOU AQUI!
Um espadachim vestindo uma armadura azul gritou com orgulho, em pé na ponta da embarcação, sem qualquer apoio. Nem mesmo Lilio, sempre tão tagarela, conseguiu reagir. Estava de boca aberta, incapaz de dizer uma palavra.
Aquele foi o nosso encontro com o herói do Império Saga, Hayato-sama.
Ele possuía um poder esmagador. Com um único golpe de sua Espada Sagrada, Arondight, aniquilou o demônio intermediário.
E os inúmeros monstros? Foram destruídos pelo raio disparado de sua nave, o Submarino Dimensional Jules Verne.
Fomos salvas.
Se esse milagre não tivesse acontecido… morreríamos naquele campo de batalha como tantos outros.
Eu quero me tornar mais forte.
Pelo menos o suficiente para enfrentar um demônio de igual para igual. Pelos companheiros que caíram… nós também nos tornaremos mais fortes.
Da próxima vez… estaremos ao lado daquele que cria o milagre!
Tradução feita por fãs.
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