Death March – Revisado – Capítulo 18 – Arco 7
Death March Kara Hajimaru Isekai Kyousoukyoku
Death March To The Parallel World Rhapsody
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Death March 7-18
[Viagem de Navio — Parte 2]
Satou aqui. Quando ouço “viagem de navio”, imagino um transatlântico deslumbrante… mas, na verdade, só andei de balsa noturna até hoje. Como dormi quase o tempo todo, a única lembrança que me restou foi uma melodia tema qualquer que não saía da minha cabeça.
◇◇◇
— Pássaro~?
— É um pássaro-san, nanodesu!
Um homem-pássaro deslizava suavemente sobre a superfície da água enquanto voava ao lado do navio. Pochi e Tama acenavam com tanta empolgação que parecia que os braços delas iriam se soltar. O homem-pássaro, por sua vez, parecia estar fazendo uma apresentação especial, girou no ar algumas vezes, completando uma pirueta inteira antes de se afastar.
Fiquei preocupado que as duas caíssem do navio de tanto se inclinarem para fora, mas como Liza as segurava pela faixa da cintura, provavelmente estava tudo sob controle. Mesmo que caíssem, eu havia aprendido recentemente a magia [Flutuar], então não haveria problema… mas claro que o ideal era não cair.
A bordo, o clima era de pura descontração.
Ontem, o navio sofreu o ataque de dois monstros aquáticos, mas antes que pudéssemos reagir, os soldados Gillmen (homens-guelra) que escoltavam o barco já haviam dado conta da situação.
Também houve uma tentativa de assalto fluvial por um grupo de piratas de rio, mas ataquei com um [Atordoamento Rápido] à distância e virei o barco deles. Fim da história.
Com tudo correndo de forma tranquila, continuei praticando magia de sinalização com a Nana, como antes. Mia e Arisa não estavam muito satisfeitas, embora não atrapalhassem, já que eu as convenci de que era importante ter alguém sempre disponível para receber sinais. Por outro lado, essa pessoa aqui sim, estava sendo um estorvo.
— Já estão agarradinhos logo cedo de novo, desuwa!
— Karina-dono, penso que é comum casais humanos agirem assim. Além disso, os dois parecem estar treinando a recepção de magia de sinalização. Na minha humilde opinião, não deveria interrompê-los.
Raka, o ser mágico, repreendeu Lady Karina, que havia começado a provocar. Como esperado de uma criatura mágica, ele entendia que o que fazíamos era um treino de sinalização.
— Eu também quero treinar!
— Como Karina-sama já tem Raka-dono, não precisa de treinamento. Se acontecer qualquer coisa, entrarei em contato com ele.
Francamente… se Lady Karina fosse minha parceira de treino, minha visão não sairia do busto dela, sem dúvida. E então Arisa e Mia viriam com aquele famoso [Seiza] novamente.
— Isso, isso. Jovem lady Karina que já tem sua ferramenta mágica conveniente, então não precisa disso. Agora, é a vez da Arisa-chan!
Arisa anunciou isso ofegante.
O que é isso, um jogo de cartas?
Quando Lady Karina nos interrompeu, Arisa havia pego minha varinha curta e feito algo num canto do convés. Aparentemente, estava usando a magia [Sinal]. Ela devia estar sem fôlego porque forçou o uso da magia mesmo sem ter a habilidade de magia neutra.
Como sempre, imprudente.
Mia, ao ver Arisa, bateu palmas, pegou uma varinha curta da minha bolsa, entoou o feitiço e conjurou [Sinal]. Parece que Mia estava seguindo o exemplo da Arisa.
Ela conseguiu lançar a magia, mas, em vez de ficar ofegante, caiu anêmica. Eu quis levá-la para dormir na cabine, mas ela insistiu em ficar ali e acabou adormecendo no meu colo.
Lulu, sentada ao lado do bule de chá, olhava para Mia com inveja. Não acho que seja algo a se invejar tanto assim. Achei que o olhar de Lady Karina parecia o de Lulu, mas preferi ignorar.
— Ei, eu me esforcei para conseguir receber os sinais, então vamos logo começar o treino~
— Certo. Primeiro, vamos checar o estado da receptora usando o [Sinal]. Me dá suas mãos.
— Uy~.
Fazia tempo desde a última vez que segurei a mão da Arisa.
Eram pequenas. Fiquei apertando um pouco. Enquanto brincava com aquelas mãos minúsculas que não tinham nada a ver com o treinamento, Arisa fazia gemidos estranhos como “Au” e “Iyahn”. Ela agia tímida toda vez, e eu não fazia ideia do porque da Arisa gir assim.
Como Mia arranhou meu joelho com uma expressão irritada, resolvi parar de brincar e voltar ao treino.
— Primeiro, sinal curto. Depois, sinal longo.
— Tá bom, tá bom, entendi.
— Entendido.
Oh, Mia também vai participar? Por favor, não force demais se a anemia estiver incomodando.
— Então, agora começa pra valer. Ativando [Sinal].
— Hoi.
— Nn.
Tentei várias vezes, mas ainda assim, nenhuma delas conseguia receber os sinais tão bem quanto a Nana. Foi então que Pochi e Tama, que estavam observando o homem-pássaro na lateral do navio, voltaram.
— Pizza~?
— Travesseiro de colo nanodesu~.
Parece que Arisa deixou uma impressão forte nelas quando comeu 10 pizzas testes que preparei no outro dia. Tama ainda repetia “pizza” enquanto apontava para meu colo. Talvez quisessem imitar Mia, que dormia ali.
Juntaram as mãos sobre o joelho oposto e deitaram com o rosto virado para baixo. Não. Assim não se faz um travesseiro de colo.
As duas, ao me verem cutucando as mãos de Arisa e Mia, disseram que queriam o mesmo, então pedi que estendessem as mãos em linha e também as cutuquei.
Enviei sinais com diferentes intervalos e intensidades.
Ton, ton.
Piku, piku.
Oh?
Dessa vez, tentei enviar os sinais sem tocar os dedos.
Piko, piko.
As orelhas da Pochi e da Tama se mexiam no ritmo do sinal. Elas inclinavam a cabeça, confusas.
— Pochi, levante a mão se você receber meu sinal.
— Entendido, nanodesu!
Ton, swoosh.
Silêncio.
…Ton, swoosh.
Isso ficou interessante. Mas parece que ela só conseguia captar sinais de onda curta.
— Agora, a vez da Tama.
— Aye aye, sir~.
Errado. Ela misturou o vocabulário que a Arisa ensinou. Provavelmente queria dizer “Aye aye, sir.”
Ton, swish.
Ton, swiswish.
Você não precisa fazer poses estranhas toda vez que acertar.
Tama parecia conseguir captar os dois tipos de sinal, mas sua sensibilidade era inferior à da Pochi, sendo o intervalo de intensidade que conseguia perceber era mais limitado.
Agora que penso nisso, foi a Tama quem detectou aquelas armadilhas mágicas no labirinto.
Não sei se é uma característica racial ou uma habilidade individual, mas ela é bem confiável.
Com isso, poderei me comunicar com elas mesmo que estejamos separados. Pelo menos no navio, os sinais funcionaram de ponta a ponta. Pretendo testar o alcance quando descermos.
Decidi criar alguns padrões de emergência imediatamente. Fiquei preocupado se Pochi e Tama conseguiriam memorizar sinais muito complexos, mas Arisa sugeriu que a Tama os falasse em voz alta para ela, e assim ela os decifraria como código Morse. Concordei com a ideia.
Notei que estava tudo muito silencioso. Aparentemente, Lady Karina havia se trancado no quarto e dormia emburrada. As criadas também estavam livres, cochilando aqui e ali.
Ah… mó paz.
◇◇◇
— Muito bem, prezados convidados. Por favor, fechem os olhos e aguardem. Só os abram quando eu der o sinal.
A guia nos orientava enquanto estávamos sentados nas cadeiras preparadas no convés.
O navio estava prestes a entrar numa caverna com mais de três quilômetros de extensão. Segundo a lenda, ela teria sido perfurada por um mago do antigo império, que usou magia para abrir o canal.
O motivo de termos sido orientados a nos sentar e fechar os olhos era para que nossa visão se adaptasse à escuridão e pudéssemos enxergar melhor a atração turística dentro da caverna adiante.
— A partir de agora, Meeru, a batkin, assumirá o leme em lugar do capitão.
A voz veio do homem que patrulhava durante a noite ontem. Achei que fosse apenas um dos soldados de escolta, mas ao que parece, ele também era timoneiro. Provavelmente estavam aproveitando a habilidade de eco-localização dos semi-humanos para conduzir a embarcação pela caverna escura.
Um pequeno barco saiu do porto à frente da entrada da caverna e começou a guiar nosso navio para dentro. Um dos tripulantes sinalizava com luzes para a equipe do outro lado da caverna.
Entendi. Como só cabe uma embarcação por vez, eles estavam controlando o tráfego.
As velas do navio foram recolhidas à medida que nos aproximávamos da entrada da caverna.
Um vento morno soprava de dentro. Se isso fosse um conto de fadas, pareceria que estávamos entrando direto na garganta de um monstro gigante. Mas, claro, nada disso aconteceu, e entramos sem incidentes.
Assim que atravessamos a entrada, a luz começou a desaparecer de forma gradual.
Naturalmente, só eu mantive os olhos abertos, observando tudo ao redor, todos os outros seguiam obedientemente as instruções da guia turística.
Graças à habilidade de ajuste da intensidade luminosa, meus olhos se adaptaram à escuridão quase instantaneamente.
É uma habilidade realmente útil.
Ooh!
Mesmo sem saber do meu assombro silencioso, a guia deu o sinal.
— Agora, todos, abram os olhos devagar. Esta é a famosa Caverna dos Vaga-lumes Fantasmas de Oak!

Eu já havia visto um pouco à frente, mas ainda assim… era um espetáculo de tirar o fôlego.
Musgos que brilhavam em tons suaves se espalhavam das paredes até o teto da caverna, pintando o cenário com uma gradiente de cores misteriosas, como se fosse uma obra de arte natural. Além disso, cristais espalhados por toda parte refletiam as luzes, impedindo que a beleza se tornasse monótona.
Só isso já seria suficiente para encantar qualquer um, mas havia ainda inúmeros pontos de luz dançando pelo ar. Luzes que lembravam vaga-lumes, tremeluzindo e flutuando como se estivessem vivas.
O que acontece quando garotas emocionadas e crianças pequenas veem algo assim… já era de se imaginar.
— BRILHANDO~? TREMELUZINDO~?
— INCRÍVEL, NODESU! MESTRE! INCRÍVEL, NODESU!
Pochi e Tama, sentadas ao meu lado, ficaram tão empolgadas que me agarraram pelos ombros e começaram a me sacudir.
Minha cabeça girou com força.
— Lindo.
— Impressionante.
Arisa e Lulu contemplavam a cena mágica como se tivessem tido a alma arrebatada.
As duas se levantaram do sofá e sentaram-se ao lado dos meus pés. Claro que não se sentaram direto no chão do convés, havia almofadas macias de penas que a guia preparou de antemão.
Acho que nem perceberam que estavam apertando meus pés enquanto se acomodavam. Estava começando a doer um pouco.
— É tão bonito… sim, verdadeiramente lindo…
Mia murmurava com fervor, acompanhando o baile selvagem das luzes.
De vez em quando, ela se tornava bem mais falante, hein.
Thud — com esse som abafado, a lança da Liza escorregou do sofá ao lado. Liza, voltando à consciência com o barulho, apressou-se em pegá-la. Todos olharam em sua direção por um breve momento, mas logo voltaram a se concentrar no cenário à frente.
Ela se desculpou pela falta de etiqueta e retomou sua postura de prontidão, mas era evidente o quanto estava envergonhada. Era raro ver Liza assim. Talvez fosse até a primeira vez.
— Masuta, “meu vocabulário é insuficiente. Requisição para instalar um pack de idioma secundário”, assim solicito.
Como assim, pacote de idioma secundário?
— Não se preocupe com vocabulário. A palavra “lindo” já é mais do que suficiente.
— Entendido, masuta. É lindo…
Nana suspirou maravilhada e me abraçou por trás, observando o espetáculo vibrante das luzes.
E sim, vou repetir o mais importante: Nana me abraçava por trás… com os seios. Naturalmente, ela não usava armadura a bordo do navio. Em outras palavras, era contato direto.
Que dia maravilhoso.
Queria que o tempo parasse assim mesmo.
Tradução feita por fãs.
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