Death March – Revisado – Capítulo 16 – Arco 7
Death March Kara Hajimaru Isekai Kyousoukyoku
Death March To The Parallel World Rhapsody
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Death March 7-16
[Noite na Cidade Gururian]
Satou aqui. Durante o período da bolha econômica, muito tempo atrás, parecia ser normal levar a pessoa amada para jantar com um menu completo em cada data comemorativa. Não acho que tive sorte por crescer durante a recessão, mas ao que tudo indica, quem viveu os tempos de fartura também teve seus próprios problemas.
◇◇◇
— Pois bem, senhores, apreciem as especialidades de Gugurian.
Foi com essas palavras que o vice-rei anunciou o início do banquete.
As pessoas presentes no salão eram o próprio vice-rei, sua esposa e seus criados, cavalheiros e damas, todos nobres com títulos. Os convidados incluíam a princesa Menea, acompanhada pela senhorita Poni como escolta, além da lady Karina e de mim. As figuras influentes da cidade só eram convidadas quando se tratava de festas no estilo bufê. A propósito, apenas adultos podiam participar do banquete e da recepção. As crianças foram excluídas.
A mesa do jantar estava decorada com flores, e duas criadas acompanhavam cada convidado. Os talheres eram compostos por facas, colheres e garfos de prata. A faca parecia um punhal comum, mas a colher e o garfo lembravam os do meu antigo mundo. Só havia um conjunto de talheres por prato, mas eles eram trocados por novos assim que terminávamos cada refeição.
O ambiente era iluminado com luz mágica. Não por ferramentas encantadas, mas por um mago que projetava esferas de luz. Isso explicava por que novas luzes apareciam de tempos em tempos nos cantos da sala.
Um vinho parecido com licor foi servido nas taças. Era a primeira vez que via copos de vidro como recipientes desde que cheguei aqui. Pelo que dizia a história da lady Karina, tratava-se de um produto famoso do ducado, conhecido como [Vidro de Carvalho]. Segundo ela, havia até um espelho de corpo inteiro feito desse vidro na sala de espera das damas.
As roupas da lady Karina estavam tão deslumbrantes que nem pareciam ter sido feitas às pressas. Fui eu quem arcou com os custos, mas só de pensar na conta já me dava calafrios. O vestido deixava o colo generosamente exposto, realçando, ou melhor, exagerando, seus seios, e era decorado não só com fios de prata e ouro, como também com joias posicionadas nos locais mais estratégicos. Não era o ideal para uma convidada vestir algo tão extravagante, mas como a esposa do vice-rei estava ainda mais exagerada, imaginei que estava tudo certo. Como o gosto estético podia ser algo polêmico, preferi não comentar… Mas, pelo visto, “pavão” também existia neste mundo. Deixei por isso mesmo.
O primeiro prato era uma sopa verde-clara que, como eu esperava, estava fria. Mesmo assim, era deliciosa, lembrando uma sopa de batatas.
A partir daí, foram servidos diversos pratos, como bolo de carne, truta cozida, algo parecido com um pilaf, faisão assado e bife de filé.
Para um menu completo, o número de “pratos principais” não estava exagerado?
Independente do prato principal, os acompanhamentos vinham em pratos separados, como legumes, entradas e até pães, que vinham em uma cesta. Era a primeira vez que via pães que não fossem pretos. Não estavam quentinhos, mas fazia muito tempo desde a última vez que comi um pão branco.
Quis usar hashis para comer a truta, mas os nobres ao meu redor pareciam acostumados e conseguiam se virar bem. Já os que não tinham habilidade eram ajudados pelas criadas, que separavam apenas a carne branca e a serviam diretamente nos pratos. Criadas dedicadas eram admiráveis.
É claro que também pedi ajuda.
Aparentemente, minha criada era inexperiente. Pude ouvir alguns murmúrios divertidos como:
— Ah…
— O-o-osso-san, não venha pra cá…
Como ela falou baixo, quem não possuía a habilidade [Ouvidos Atentos] provavelmente não percebeu. Jamais pensei que ficaria tão grato por ter essa habilidade.
Fiquei com vontade de ver a Liza experimentando o faisão.
Quando passar no mercado, vou comprar um e tentar preparar o mesmo prato. Preciso agradecer os chefs depois e aprender com eles algumas receitas saborosas.
A quantidade de comida era enorme. Eu conseguiria comer tudo, mas como parecia ser normal deixar sobras, fiquei aliviado. Mesmo no afortunado Japão, não me lembrava de ter deixado tanta comida no prato. A Lady Karina, por outro lado, devorou tudo.
Durante o banquete, as pessoas conversavam enquanto comiam devagar, o que era difícil para quem não tinha esse hábito. Além disso, a lady Karina estava tão focada em comer que esquecia de participar das conversas, o que a deixava perdida. Como ainda não estava acostumada com esse tipo de situação, era compreensível. Se eu não tivesse seguido a recomendação da Arisa e aprendido etiqueta com uma criada experiente, provavelmente teria passado vergonha também.
Arisa e as outras estavam fazendo um tour gastronômico por Gururian, como planejado. Estava ansioso pelos resultados, pois sabia que com certeza encontrariam lugares com arroz bem preparado.
A sobremesa final não foi gururian (ohagi), mas castanhas caramelizadas. Chamavam aquilo de “açúcar dourado” e parecia ser uma especialidade da confeitaria local. Era realmente delicioso.
Após o jantar, mudamos de sala para um momento de conversas informais. Homens e mulheres ficaram em cômodos separados. Como só havia pessoas do mesmo sexo, as conversas fluíram com mais naturalidade.
Um cavalheiro de meia-idade, que dizia ser amigo de infância do barão Muno, começou a falar, então não fiquei isolado. Afinal, o barão era daquele jeito desde sempre.
Fiquei um pouco desconfortável quando o assunto mudou para o herói da máscara de prata que apareceu nas cidades de Seryuu e Muno, mas os comentários foram, em sua maioria, positivos. A teoria mais aceita era:
— Talvez ele tenha sido alguém que serviu ao herói do antigo Império Saga.
Se fosse amigo do herói anterior, ele não deveria ter entre setenta e noventa anos agora? Quase retruquei, mas me contive.
Para mudar de assunto, comecei a contar sobre os jovens nobres na cidade dos anões.
O clima ficou um pouco pesado, já que não era um tema muito agradável, mas consegui algumas informações. Havia centenas de casas nobres só dentro do ducado, e mais de cem jovens nobres deixavam de herdar seus títulos e viravam plebeus todo ano. Não existia uma regra rígida que obrigasse isso, mas, se um dos irmãos herdasse a casa, os demais eram obrigados a sair. Se ainda fossem menores de idade, podiam continuar sob a tutela dos pais por um tempo.
A busca por espadas mágicas parecia ser um esforço desesperado desses jovens que não queriam virar plebeus. Mesmo com proibições vindas de suas famílias, sempre tinha alguém que desobedecia.
Dizia-se que entrar para a guarda imperial do duque era uma grande honra. Durante o serviço, eles eram tratados como nobres temporários, o que adiava sua queda à plebe. Aqueles com talento podiam até receber uma medalha e tornar-se cavaleiros honorários.
◇◇◇
Quando voltamos ao salão, lady Karina e eu fomos convidados para uma pausa do chá pelo filho do vice-rei. Como ele não era filho legítimo, não havia problema em recusar. No entanto, algo despertou a minha curiosidade, então aceitei o convite.
Lady Karina também resolveu me acompanhar. Por quê, será? Estava tão contida e silenciosa hoje, diferente de seu comportamento habitual. O que mudava em relação ao seu “eu” de sempre era o fato de não estar usando o Raka. Se ela fosse assim o tempo todo, talvez eu não tivesse me afastado dela.
— Prazer em conhecê-lo, sir Pendragon. Muito obrigado por aceitar meu convite repentino.
— Agradeço pelo convite. Dizem que a filha do vice-rei é famosa por sua vasta sabedoria. Era um desejo meu conhecê-la pelo menos uma vez.
Ao ouvir minha resposta, a garota e os garotos que a acompanhavam ficaram paralisados. Afinal, ela estava usando roupas masculinas, e como combinavam bem com ela, parecia mesmo um garoto afeminado.
— C-como você soube?
— Percebi pelo formato do corpo. Existem várias diferenças entre homens e mulheres. O método para distingui-los é um segredo da minha família, então me parte o coração dizer que não posso revelá-lo.
Acho que conversas casuais combinam mais com ela, embora não pareça ser algo natural para sua personalidade.
Essa história de “formato do corpo” foi apenas um blefe que vi na internet.
Eram os mesmos garotos e a mesma garota com uniformes combinando que assistiram à luta mais cedo. Os outros meninos eram filhos dos subordinados do vice-rei. Provavelmente filhos dos nobres que participavam no banquete.
Aceitei o convite não por serem nobres influentes, mas porque eram alunos da divisão jovem da Academia Real Oritsu. A princesa Menea, que conheci ontem, parece estudar na divisão avançada da mesma academia. Provavelmente eu acabaria visitando a academia Oritsu para coletar informações algum dia, então achei melhor fazer alguns contatos agora mesmo que de leve.
— Satou-sama é incrível, mesmo sendo tão jovem! Como consegue ser tão habilidoso com espada e magia?
A filha do vice-rei se apresentou como Ririna, e começou a falar entusiasmada sobre como minha luta contra o demônio foi impressionante. No início, ela me chamava de “Chevalier Pendragon” ou “Sir Pendragon”, mas de algum modo, isso mudou para “Sir Satou” e depois, “Satou-sama”.
Quando sua forma de me chamar mudava, os olhares de lady Karina e dos garotos seguidores de Ririna ficam perigosos. Lady Karina à parte, não era minha intenção ser odiado pelos seguidores, então mantive certa distância de lady Ririna.
As atitudes deles mudaram rapidamente quando prometi, em palavras, ensinar o básico da magia algum dia. Como não sabia quando seria esse “algum dia”, anotei no meu memorando para não esquecer.
O mandato do vice-rei é de apenas cinco anos, mas como seu pai era uma pessoa competente foi decidido que ele se mudaria para a cidade de Kwoka em seguida.
◇◇◇
— Satou-sama, você prometeu me ensinar magia! Por favor, acorde!
A imagem de todos nós dormindo juntos em uma cama se revelou diante de lady Ririna, que entrou no quarto sem bater. Além disso, todos estavam usando pijamas feitos por Arisa para sete pessoas, o que, aos olhos das pessoas deste mundo, pareciam roupas íntimas.
— Satou-sama, i-i-i-isso é, i-imoral desu!!
Aparentemente, a cena foi demais para uma garota de treze anos. Logo depois, uma dama de companhia que a servia veio se desculpar pela indelicadeza e fechou a porta.
— Quem era aquela?
— A filha do vice-rei, lady Ririna. Treze anos. É uma garota talentosa que estuda na divisão jovem da Academia Real Oritsu.
Rudy: No Mangá/LN a lady Ririna não teve qualquer participação na série, se tornando amiga da Arisa por detrás dos panos e acenando para ela quando Satou e as meninas foram de barco para a Capital do Ducado. Tem inclusive uma cena onde a Arisa debocha dizendo “Seja esquecida para todo o sempre” já que na WN ela fica apaixonada pelo Satou durante sua estadia.
A voz de Arisa era fria. Mia, que geralmente dormia até mais tarde, me lançou um olhar severo, mesmo com sono. Liza apenas se virou para o outro lado e voltou a dormir, sem se importar. Pochi e Tama se reviram na cama. Vencido pela fofura das duas, acariciei suas barriguinhas enquanto permanecia deitado. Ambas faziam sons de contentamento pela garganta (Ronronavam).
— Ei vocês aí, chega de flertar!
— Nn, seiza.
Arisa e Mia também se ajoelharam em seiza, olhando fixamente para o meu rosto.
O que é isso? Uma cena de “marido acusado de traição”?
— Eu não fiz nada vergonhoso, viu? Conheci ela quando fui convidado para o chá junto com lady Karina. Só prometi ensinar magia pra ela um dia. Provavelmente ela só quis adiantar isso.
— Gunununu…
— Mwu…
Lulu também me lançou um olhar de reprovação com os olhos marejados, mas pelo visto a convenci de alguma forma.
Depois do café da manhã, o clima ficou estranho com a chegada inesperada de lady Ririna e da princesa Menea, mas consegui lidar com a situação de alguma forma.
Dei prioridade ao ensino de magia para lady Ririna e seus seguidores, e a princesa cedeu com simpatia. Arisa comentou:
— Não existe tolo que queira fazer inimigos dos nobres influentes de um grande país.
Pelo visto, os vice-reis realmente eram figuras impressionantes.
Embora tenha dito que estava “ensinando magia”, na verdade só pedi que cada um deles executasse algum feitiço, observei com minha percepção mágica, apontei suas fraquezas e pontos fortes com base no que aprendi nos livros de teoria mágica. Eles me agradeceram como se eu tivesse feito algo grandioso, mas acredito que qualquer um poderia ter feito o mesmo. Provavelmente ficaram felizes por ouvirem isso de alguém que é considerado “um mago que derrotou um demônio”.
◇◇◇
Como a princesa Menea estava ausente quando fui encontrá-la depois da sessão de ensinamentos, fui até a cidade com Arisa e as meninas. Não resisti ao apelo do arroz branco recém-cozido e de peixe grelhado.
— Fufuhn, a forma de cozinhar arroz branco foi devidamente dominada! Por Lulu!
Pelo visto, ela tinha aprendido com o chef do restaurante que visitaram no dia anterior.
— Eles realmente ensinaram pra você, hein?
— Foi uma troca justa! Ofereci a receita de tempura!
Entendi. Com isso, talvez possamos comer tempura nesta cidade quando voltarmos no futuro. Bom trabalho, Arisa.
Fiz uma promessa com Lulu para que ela me ensinasse a cozinhar arroz branco depois. Claro, pretendia que ela mesma fizesse primeiro. Não queria desperdiçar o esforço dela, mas quem não gostaria de comer arroz recém-cozido preparado por uma garota bonita, não é?
Comprei um pergaminho de [Flutuar] na loja de magia. Os outros não comprei porque já os tinha.
Ao voltarmos para a mansão do vice-rei, a senhorita empregada nos informou que haviam reservado lugares no navio que partiria no dia seguinte para a capital do ducado. Uma carruagem carregando cinco sacos de arroz comum e um de arroz glutinoso, encomendados por Arisa, tinha acabado de chegar. Também havia um saco de feijões azuki. Arisa, você comprou demais.
Enquanto nos preparávamos para a partida, a princesa Menea veio nos visitar.
Achei que ela retomaria o assunto sobre os heróis do dia anterior, mas ela apenas queria confirmar meu endereço para correspondência. Contei que estávamos em jornada para a cidade do labirinto e prometi que enviaria uma carta para a Academia Real Oritsu, direcionada à princesa Menea, assim que decidíssemos onde ficar por lá.
Essa seria minha primeira troca de cartas com uma garota bonita. Não, espera. Eu já tinha feito essa promessa com Zena-san. Preciso lembrar de mandar uma carta para Zena-san também.
Por fim, resolvi perguntar algo que tinha esquecido de confirmar com a princesa no dia anterior:
quando a oitava pessoa foi sequestrada?
— Há um pouco mais de um mês. Você se lembra do dia em que muitos meteoros caíram do céu? Foi no dia anterior àquele.
Aquela oitava pessoa sequestrada… não era eu, certo? Certo?
Tradução feita por fãs.
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