Death March – Revisado – Capítulo 15 – Arco 7
Death March Kara Hajimaru Isekai Kyousoukyoku
Death March To The Parallel World Rhapsody
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Death March Capítulo 7-15
[Japoneses de Outros Mundos]
Satou aqui. Eu sempre agrupei os Japoneses como se fossem uma coisa só, mas, desde a cor do udon até os dialetos, existem diferenças significativas entre o leste, oeste, sul e norte do Japão. Imagino se, por causa da sociedade voltada à informação, essas características especiais estejam desaparecendo nos últimos anos. É algo bastante triste.
◇◇◇
As acompanhantes da princesa, Yui e Aoi, ponderaram se eu, chamado Satou, de cabelos e olhos negros, seria um japonês. Não parecia que haviam associado o nome da Arisa também.
A garota diante de mim, Yui, tinha sido convocada da Federação do Sul do Japão, um país dividido entre norte e sul, um tipo de cenário comum em histórias militares fictícias. Mas, pelo que ela dizia, esse país realmente existia, então talvez fosse melhor não me referir a ele como “cenário” em voz alta.
A princípio, pensei que bastaria seguir até o Império Saga para voltar para casa. No entanto, se existiam mundos paralelos, eu precisaria repensar meu plano. Ainda assim, desde o início, não pretendia voltar sem antes garantir um bom sustento para Arisa, Liza e as demais aqui, então isso não fazia diferença por enquanto.
— Quando diz Japão, está se referindo àquele ilustre país mencionado pelo herói-sama?
— Satou-san não veio de lá também?
— Em minha família, damos o nome Satou ao filho mais velho há gerações. Dizem que nosso ancestral foi um herói do Império Saga, mas, ao rastrear a linhagem de heróis do império, não existe nenhum Satou. Provavelmente se trata de uma história fictícia.
Finalmente consegui usar essa história que preparei há tanto tempo. Achei que nunca teria a chance. Com a ajuda da habilidade de [Enganar], parecia que Yui havia acreditado.
Arisa se dirigiu a Yui, ao meu lado:
— Ei, que tipo de país é essa Federação do Sul do Japão?
— Hm? É um país incrível, sabe? Tem massas de ferro voando pelos céus. Muitas delas voam até o céu mesmo! É tudo iluminado, mesmo à noite.
— Hee, tem muita comida gostosa?
— Fufun~, tem sim! Várias coisas que você nunca comeu, tipo…
Pelo visto, era um Japão diferente do da própria Arisa. Quando envolveram Aoi na conversa, o garoto também começou a falar sobre diversas coisas.
Enquanto escutava os três conversando, voltei minha atenção para a princesa Menea. Com certeza, não tinham vindo até aqui apenas para verificar se eu era japonês também.
— Alteza, sempre pensei que apenas o Império Saga tivesse a capacidade de convocar heróis. Essas garotas estão se refugiando do império?
— Não, não é isso. Elas foram convocadas por nosso reino.
— P-princesa. E-er… chevalier-sama, por favor, mantenha em segredo o que acabou de ouvir, por favor.
Não imaginei que ela responderia com tanta franqueza.
Ainda assim, não era apropriado revelar esse tipo de informação a nobres de outro reino. Senhorita Poni tentou interromper, mas o ponto essencial já havia sido dito.
Claro, eu não pretendia contar a ninguém. Porém, aproveitei a brecha para provocá-las um pouco e extrair mais informações.
— Eu realmente gostaria de manter isso em segredo, mas como se trata de uma questão de defesa nacional, não tenho escolha senão relatar ao meu mestre e à realeza.
Poni-san, que considerou meu argumento razoável demais, apenas gemeu com um “au au” e não conseguiu encontrar um ponto de objeção. Ao que parecia, ela não era uma política habilidosa como Arisa ou Nina-san. Se fosse uma delas, já teria tentado negociar meu silêncio imediatamente.
— Ufufu, Satou-sama, por favor, não nos provoque tanto assim. Tenho certeza de que manterá isso em segredo.
A princesa declarou com confiança.
Fiquei curioso. Em que ela se baseava para ter tanta certeza?
◇◇◇
— Satou-sama é vassalo do senhor do território vizinho, Barão Muno-sama, não é mesmo?
— Embora eu seja um vassalo, sou apenas um Cavaleiro Honorário de menor escalão.
Naquele momento, estávamos sozinhos em um caramanchão no jardim. Era possível ver o local a partir da sala onde havíamos estado antes, mas os arbustos ao redor ocultavam completamente nossa presença.
Quando me convidou para um passeio, pensei que queria conversar sobre algo que Yui e Aoi não deveriam ouvir. Mas fiquei surpreso ao ver que até mesmo Poni-san foi deixada para trás na sala.
Assim que chegamos ao caramanchão, sentei-me à sua frente, mas ela fez questão de se sentar ao meu lado. Não falamos nada sobre a invocação, apenas sobre mim. Aparentemente, enquanto visitava seus cavaleiros, ela ouviu vários rumores a meu respeito e acabou ficando interessada.
Será que… estava me cortejando?
Não. Cortei logo esse pensamento conveniente. Mesmo sendo de um pequeno reino, não havia motivo para uma princesa se interessar por alguém como eu.
Resolvi trazer o assunto de volta à invocação.
— Parece que Vossa Alteza acredita que manterei segredo. Por que tem tanta certeza?
— Mesmo vindo de um pequeno reino, ainda sou uma princesa. Sou capaz de discernir quando alguém tenta se aproveitar de mim.
Hoo? Isso sim é impressionante.
— Não sinto que Satou-sama tente usar aquelas garotas ou a mim para obter vantagens. E o motivo por ter nos provocado… foi apenas para extrair informações, certo?
Exatamente. Era isso mesmo.
Então resolvi ser direto com ela.
— Alteza.
— Menea.
Ela me interrompeu antes que eu concluísse, aproveitando meu impulso. O rosto dela estava bem próximo.
— Por favor, chame-me de Menea, Satou-sama.
— Entendido, Menea-sama.
Ela pareceu satisfeita por eu ter dito seu nome e logo voltou a se sentar. Não pareceu se importar com o fato de eu continuar a tratá-la com “sama”.
— O Reino Rumooku é capaz de invocar japoneses desde os tempos antigos?
— Não, quem as invocou foi minha tia, a irmã mais nova do rei, sua alteza Yuriko.
Ela usou “foi” de maneira tão casual. Além disso, “Yuriko”? Então ela era uma reencarnada, hein?
— É exatamente como imaginou. Sua alteza Yuriko era uma japonesa reencarnada. Disse que havia sido assassinada por um marginal quando ainda estava na escola primária, em sua vida anterior. Declarou ao povo que encontrou-se com uma divindade durante o processo de reencarnação, o que a deveria tê-la ser reverenciada como santa, mas, por conta da cor sinistra de seus cabelos e olhos, ninguém acreditou em tais palavras.
Cor sinistra, hein… Devia ser violeta, como a Arisa.
— Em nosso país, a linhagem direta da família real com cabelos cor-de-rosa, como os meus, sempre foi a mais valorizada. A situação dela era bastante delicada.
Isso foi algo que ouvi mais tarde, mas a razão pela qual os cabelos rosados eram tão reverenciados estava ligada a um antigo encontro entre o ancestral dela e o rei fundador Yamato. Dizem que ele declarou: “Cabelos cor de rosa são um tesouro para o mundo. A partir de agora, o Reino Shiga manterá um tratado de não agressão eterno com este país.” Yamato-san era alguém do passado? Por algum motivo, o imaginei como alguém vindo de Akihabara…
— Sua alteza Yuriko pediu três desejos à divindade: [Poder de Conectar Mundos], [Juventude Eterna] e [Beleza]. No entanto, não sei se acabou irritando o Deus… A única coisa que não recebeu foi a beleza.
Me lembrou o caso da Lulu. Talvez não imaginasse que este mundo tivesse um padrão de beleza tão diferente.
Mas ainda assim, senti que os dois primeiros desejos eram bem distintos de [Poder de Conectar Mundos]. Será que ela pretendia ir e voltar entre este mundo e o anterior?
— Na primeira vez que usou seu [Poder de Conectar Mundos], ela invocou um monstro que massacrou as criadas próximas.
Depois disso, para testar a utilidade militar da habilidade, utilizaram o poder novamente, desta vez com cavaleiros preparados. Mas, ao invés de algo perigoso, surgiu apenas um coelho.
— Logo em seguida, magos weaselkin visitaram o castelo trazendo um certo artefato.
Weaselkins de novo… Estavam sempre agindo nos bastidores, como os demônios.
— Eles sabiam do [Poder de Conectar Mundos] de sua alteza de alguma forma. Tentaram vender ao rei a ferramenta mágica que haviam trazido, dizendo que, ao combiná-la com o poder de sua alteza, seria possível invocar heróis.
Inicialmente, o rei se opôs, mas acabou sendo persuadido pelas palavras habilidosas dos weaselkins. Como aquilo acontecera logo após a destruição de um pequeno reino vizinho pelos próprios weaselkins, ele não teve muita margem para recusar.
E assim, começaram a invocar japoneses, mas…
— Nenhum dos japoneses invocados era tão forte ou possuía habilidades únicas como as de um herói.
Existia a possibilidade de estarem escondendo seus poderes, mas a princesa negou com firmeza, dizendo que isso era impossível por causa de uma maldição que impedia qualquer desobediência ao invocador. Diferente da irmã do rei, nenhum deles se encontrou com a divindade. Era o mesmo padrão que o meu.
— Quando diz “nenhum”, quer dizer que há mais além dessas duas garotas?
— Sim. No total, oito pessoas foram invocadas.
O primeiro e o segundo começaram a gritar de forma estranha logo após serem invocados e tentaram se aproximar da realeza. Foram executados pelos cavaleiros da guarda. Talvez só estivessem tentando entender a situação, falando em japonês… Que triste.
O terceiro era um rapaz no fim da adolescência. Escapou do castelo no mesmo dia em que recebeu o anel de tradução e acabou morrendo na floresta, devorado por monstros. Quando os soldados o encontraram, os monstros ainda o devoravam. Restava apenas a mão com o anel em seu dedo.
O quarto era um homem na casa dos trinta. Atacou um nobre durante um treino militar e foi executado. Depois de viver pacificamente no Japão, ser submetido a treinamentos militares até vomitar sangue o deixou insano.
Quando comparei a situação dele com a minha, um arrepio percorreu minha espinha. Se eu tivesse sido deixado sozinho num deserto sem habilidades únicas, provavelmente teria acabado da mesma forma.
A quinta era uma mulher de cerca de vinte e sete anos. Após receber o anel de tradução e ter a situação explicada, cometeu suicídio naquela mesma noite.
— Por que ela se matou?
— Dissemos honestamente que não havia como retornar ao seu mundo de origem.
— Não havia mesmo? Ela não poderia usar o [Poder de Conectar Mundos] novamente?
— O artefato mágico Motara, trazido pelos weaselkins, realmente conseguia se conectar com o [Japão de Mundos Paralelos], mas o mundo conectado era diferente a cada vez. Ninguém sabia por que não era possível se conectar ao mesmo mundo.
A princesa falava com um olhar distante, mas, sempre que o assunto eram os weaselkins, sua voz se tornava mais severa.
— E então… o sexto foi Aoi, e a sétima, Yui.
Ela fez uma pausa antes de continuar.
— Quando a oitava e última pessoa foi invocada, um demônio superior atacou o castelo naquele mesmo dia. Sua alteza Yuriko e todos os envolvidos no ritual de invocação foram mortos. A oitava pessoa invocada foi levada pelo demônio… e metade do nosso país foi queimada como se fosse mera diversão.
Pelo que parece, o ducado de Oyugock forneceu recursos financeiros para ajudar na reconstrução do reino. Foi o próprio duque quem solicitou que Yui e Aoi acompanhassem a princesa para estudarem juntas na Academia Oritsu.
E, ao que tudo indicava, os nobres de alto escalão do Reino de Rumooku e do Reino Shiga já sabiam de tudo isso.

Agora eu finalmente compreendia o motivo por trás da frase “Vou manter isso em segredo”. De fato, não faria sentido algum relatar algo que as pessoas para quem eu reportaria já conheciam. Havia uma boa chance de que o barão Muno não soubesse disso, mas como senhor territorial, ainda era um nobre legítimo de nível elevado.
O paradeiro daquela oitava pessoa ainda me incomodava, mas… por que será que ela estava me contando tudo aquilo?
— Quer saber o motivo? Houve um oráculo. Foi profetizado que eu encontraria minha pessoa destinada neste reino. E eu acredito que essa pessoa seja você.
Hmm… não estou entendendo aonde você quer chegar, sabe? Está me contando seu segredo só porque acha que eu sou essa tal “pessoa destinada”?
Ela se aproximou de mim, unindo suas palavras a um suspiro encantador. Suas mãos, que repousavam sobre meu braço, tremiam levemente.
O olhar intenso de seus olhos azuis atraía os homens como um ímã. Ainda era um pouco jovem, mas havia algo sedutor em seus gestos contidos e na forma como me olhava. Acima de tudo, o volume generoso pressionado contra meu braço estava longe de ser desagradável. Talvez eu devesse simplesmente me deixar levar pela atmosfera, e, pensando bem, ela era mesmo muito bonita.
Mas… por que será? Mesmo com um olhar tão envolvente, seus olhos logo voltaram a expressar racionalidade.
Como se isso me puxasse de volta à realidade, meu interesse também se dissipou com a mesma rapidez.
Três mensagens começaram a se repetir com frequência na fila do meu registro:
»Magia Psíquica: [Calmaria em Área] foi resistida.
»Magia Psíquica: [Gaiola Impossível] foi resistida.
»Magia Psíquica: [Princípio da Franqueza (Regra Plana)] foi resistida.
Ah… então foi a Arisa.
Pelo visto, ela usou sua habilidade única, que finalmente estava disponível novamente: [Persistência (Never Give Up)].
A prova disso era a mensagem no log:
»Magia Psíquica: [Princípio da Franqueza (Regra Plana)] foi efetiva.
Vou parabenizá-la com um “bom trabalho” desta vez. Afinal, eu tinha mesmo sido pego pela atmosfera.
Rudy: Primeira vez que a Arisa-chan faz uma bola fora =/
De vez em quando, talvez eu realmente precise me distrair um pouco… só para aliviar a tensão.
Tradução feita por fãs.
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