Botsuraku Yotei – CapĂ­tulo 102

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Botsuraku Yotei Nanode, Kajishokunin wo Mezasu
Expecting to Fall into Ruin, I Aim to Become a Blacksmith

Web Novel Online – CapĂ­tulo 102



CapĂ­tulo 102

“Que lugar Ă© esse?”

Ao acordar, eu estava coberto por um casulo feito de uma fina membrana. Talvez meu sonho de me tornar uma crisĂĄlida finalmente tivesse se realizado. Apesar de que nĂŁo me lembro de um dia ter sonhado com um absurdo desses. Usando minhas mĂŁos para rasgĂĄ-la, o que se revelou para mim foi um teto desconhecido.

“SĂ©rio, onde Ă© que estou?”

Minhas memórias não estavam claras e eu não conseguia pensar direito. Tentei piscar um pouco e me concentrar, mas não importava o quanto tentasse, nada me vinha à cabeça. Onde é que diabos fui parar e por que estou aqui?

Quando olhei para o lado, um outro casulo estava ali e havia alguĂ©m visivelmente preso entre as camadas da fina membrana. Eu nĂŁo sabia quem era aquela pessoa… nĂŁo, estava mais para “eu nĂŁo consigo me lembrar” do que “eu nĂŁo conheço”. Quem quer que fosse, essa pessoa tinha uma expressĂŁo determinada e era incrivelmente bonita, muito bonita. Tanto que nem me importaria de passar a eternidade toda olhando para ela. SĂ©rio.

“…NĂŁo sei que lugar Ă© esse, mas estou começando a achar que nĂŁo seja tĂŁo ruim assim.”


Eu nĂŁo tinha ideia de quando a garota ao meu lado acordaria, portanto, tentei olhar os arredores da construção em que estĂĄvamos. De relance, dava a impressĂŁo de ser uma casa normal, mas nĂŁo havia qualquer mobĂ­lia e nem dava a sensação de ter alguĂ©m morando aqui. SerĂĄ que ela havia sido abandonada jĂĄ hĂĄ algum tempo? Mas tudo parecia limpo demais para ser isso. Pergunto-me se alguĂ©m viria limpar periodicamente enquanto estĂĄvamos dormindo. Pode ser que essa pessoa retornaria em breve? Se sim, eu adoraria ouvir em detalhes o que estĂĄ havendo. O meu sentimento era que as minhas memĂłrias simplesmente houvessem desaparecido e tudo o que eu mais queria agora era poder preenchĂȘ-las.

Olhando para fora, o sol estava bem lĂĄ no alto. Queria saber se jĂĄ era meio dia, mas, como nĂŁo tinha nada para fazer, fiquei apenas admirando a paisagem e ouvindo as vozes que vinham de longe. Talvez houvesse algum mercado nas proximidades.

Após um tempo, fiquei entediado e decidi sair da casa, indo em direção de onde vinham aquelas vozes animadas, chegando até a estrada principal depois de caminhar um pouco. Como pensei, tratava-se de um mercado e estava bem movimentado. Tinha vårios tipos diferentes de lojas nos dois lados da estrada e, no meio, uma multidão ia e vinha.

— Ei moço, vocĂȘ aĂ­ de aparĂȘncia rica. Que tal comprar umas coisas aqui na minha barraca?

“Moço de aparĂȘncia rica… ele estĂĄ falando de mim?”

— É, vocĂȘ aĂ­ do cabelo vermelho, estou falando contigo.

Vendo a minha cara perplexa, ele apontou para mim. Certamente o meu cabelo era vermelho e, pelo visto, eu aparentava ter dinheiro.

— Foi mal, tio. Estou sem qualquer tostão aqui.

Ou ao menos era isso que achava, jĂĄ que nĂŁo conseguia encontrar uma carteira mesmo depois de vasculhar os bolsos.

— É mesmo uma pena. Mas sabe, a minha torta Ă© bem gostosa, sabe? Prove um pedaço antes de ir embora. Se tu gostar, venha de novo um outro dia, tĂĄ ok?

— VocĂȘ sabe bem como ganhar um cliente, nĂŁo Ă©?

Pegando o pedaço de torta que aquele senhor legal me deu, imediatamente o coloquei na boca.

— […]

— E aí, gostou, não foi?

Agora que penso nisso, eu estava dormindo dentro de um casulo, nĂŁo era? E por quanto tempo? Se estou tendo problemas em me lembrar das coisas, significa que deve ter se passado um longo perĂ­odo. O que significava que nĂŁo comi nada desde entĂŁo. No entanto, pelo que podia ver, meu corpo nĂŁo sofreu qualquer efeito de ter passado fome. Poderia ser que estivesse recebendo nutrição por uma via diferente. Deixando isso de lado, a Ășnica coisa que poderia dizer com clareza era que nĂŁo tinha comido nada havia um bom tempo. Afinal, a torta estava tĂŁo deliciosa que me dava vontade de mastigĂĄ-la para sempre.

Levei o resto dela à boca, deixando minhas bochechas inflarem, e então a comi. Antes que percebesse, lågrimas começaram a cair dos meus olhos, meu nariz também encheu de ågua e fui inundado por uma profunda felicidade.

— Ei, ei, ei, meu jovem de aparĂȘncia nobre. Nunca pensei que tu fosse gostar tanto…

— …Maimimuma…

— HĂŁ? O quĂȘ? Fale depois que tiver engolido, tĂĄ ok?

Ouvindo o conselho do velho, decidi fazer como ele disse para poder pedir mais um pedaço.

— Posso pegar outro?

— Hahaha!

Provavelmente isso foi algo inesperado para o velho, jå que ele riu durante um bom tempo. Após se acalmar, pegou a faca e cortou mais um pedaço da torta para mim.

— Pra falar a verdade, hoje Ă© que comecei os meus negĂłcios. Eu tava nervoso se ia dar tudo certo, mas se um nobre como tu gostou tanto assim, acho que dĂĄ pra ter alguma confiança na minha prĂłpria culinĂĄria.

“Hmm? Pelo visto passei de ‘moço de aparĂȘncia’ para ‘nobre’ em um instante. SerĂĄ que sou um mesmo? Se nĂŁo, foi mal aĂ­.”

— Definitivamente virei um dia para te pagar.

— Nah, sem problema. Pra mim isso Ă© como um serviço especial de grande inauguração!

“Velho, irei tomar suas palavras a sĂ©rio, tudo bem?”

Mais uma vez, coloquei o pedaço inteiro de torta na boca, fazendo minhas bochechas inflarem e então a comi. Embora, no momento, o meu futuro possa ser muito mais ambíguo do que o do velho, apreciei aquele instante de felicidade. Depois disso, dei meus agradecimentos a ele e voltei a caminhar pelo mercado.

Enquanto andava, comecei a pensar que gostaria que aquela garota bonita que estava na casa comigo pudesse provar da torta também. Ela provavelmente a acharia deliciosa e ficaria comovida, assim como eu. Minha vontade era de voltar até a barraquinha do velho e pedir mais um pedaço, mas seria errado voltar logo depois de sair. Ou melhor, se os meus bolsos não estivessem vazios, isso não seria problema algum e até ajudaria no crescimento dos seus negócios.

Sendo assim, eu precisava conseguir algum dinheiro. Quando a garota na casa acordaria era incerto, mas ganhar alguns trocados antes disso não faria mal nenhum. Ótimo, meu próximo objetivo estava definido!

“Agora que já decidi meu próximo passo, o que farei quando minha memória retornar? O velho havia me chamado de nobre, mas, como exatamente os nobres ganham dinheiro? Será que o dia em que poderei pagá-lo chegará?”

Passei algum tempo pensando nisso com seriedade, porĂ©m, nada bom viria se continuasse me preocupando. Como resultado, continuei a explorar o mercado. NĂŁo, eu nĂŁo tinha quaisquer segundas intençÔes como “filar” um pedaço de torta em outra barraca, ficou claro? Mas no final, acabei recebendo mais um pedaço, obviamente contra a minha vontade. Aparentemente, se vocĂȘ se parecer com um nobre, as pessoas lhe darĂŁo comida de graça. Preciso anotar isso.

Conforme ia avançando mais pela rua principal, a multidĂŁo foi lentamente se tornando mais escassa. ApĂłs atravessar a seção onde roupas estavam sendo vendidas, cheguei ao que parecia ser onde os artesĂŁos se reuniam. Havia atĂ© mesmo lojas que vendiam artigos de couro ou trabalhos com metal. Com tantas lojas na ativa, vĂĄrios discĂ­pulos estavam reunidos para fazer as vendas, tornando o lugar bastante vĂ­vido. Tinha atĂ© mesmo lojas com um Ășnico funcionĂĄrio, fazendo seu trabalho lento e silenciosamente.

Não havia qualquer coisa aqui que pudesse encher a minha barriga, mas estranhamente me sentia calmo e confortåvel neste lugar. Ao mesmo tempo, uma excitação invadia o meu peito, a medida que ia caminhando pelas lojas. O que exatamente era este sentimento? Algo de extraordinårio aconteceria do nada? Não parecia ser o caso.

E por fim, minhas orelhas captaram um som decisivo.

*Clang*, *Clang*, *Clang*, o breve som de metal colidindo contra metal. Na sessĂŁo onde me encontrava, parecia ser onde os ferreiros se reuniam. Enquanto me aproximava, pude vĂȘ-los batendo no ferro com muito entusiasmo. Meu coração acelerou, batendo junto com o ferro. Talvez eu tivesse sido um ferreiro tambĂ©m.

Estranhamente comecei a pensar que, caso estivesse com um de seus martelos em mĂŁo, uma sensação muito familiar poderia correr por mim. AlĂ©m disso, pela forma como poderia dizer se este ou aquele nĂŁo estavam fazendo o trabalho direito, nĂŁo havia dĂșvidas de que aquela era a minha profissĂŁo.

— Desculpe-me interromper o seu trabalho, mas vocĂȘ se importaria em me responder se sou um ferreiro tambĂ©m?

— Hã!? Como se eu soubesse! Hmm, espera aí, um nobre? Por favor, não interrompa o meu trabalho!

“Pelo visto a minha pergunta foi um pouco estranha. Acho que ele não sabe me dizer se sou um ferreiro ou não. De qualquer forma, todo mundo pensa que sou um nobre, hein? Bem, talvez eu realmente seja, então.”

Por um tempo, andei em volta olhando-os trabalhar. Para ser honesto, tinha tanta gente ali que precisava praticar mais, ou ao menos foi este o meu pensamento. Eu não tinha qualquer confiança para dizer que estava certo, mas ao menos era como me sentia.

Depois de olhar em todas as lojas, acabei achando o que pensava ser o melhor deles bem no centro da regiĂŁo. Tratava-se de um homem velho, que nĂŁo tinha qualquer discĂ­pulo, fazendo todo o trabalho por si mesmo.

— Por acaso atĂ© mesmo nobres sentem vontade de ver esse tipo de coisa de vez em quando?

Deixando de lado essas palavras, ele apenas me ignorou e continuou o seu trabalho silenciosamente. Eu me sentia calmo assistindo-o e me dava até mesmo vontade de martelar algumas espadas.

Não sei por quanto tempo fiquei o observando, mas antes que percebesse, um espadachim estava de pé ao nosso lado. Julgando pela sua figura e ar intimidante ao seu redor, podia-se dizer claramente que ele era forte.

— Barol-san, estou precisando que conserte a minha espada.

— Como Ă©? De novo?

Pelo visto os dois se conheciam.

— Um cliente? — O espadachim me notou.

— NĂŁo, Ă© sĂł um visitante incomum. NĂŁo precisa se preocupar com ele.

— É verdade, estou só assistindo. — Eu concordei com a afirmação do velho.

— Compreendo. Nesse caso, eu gostaria que vocĂȘ aceitasse o meu pedido. Aqui, pegue.

O espadachim passou ao velho, que se chamava Barol, a espada que estava em sua bainha. Apesar de fazer uma expressão de desagrado, Barol-san pegou a espada e a sacou. Tratava-se de um espada de duas lñminas. Só de olhar, já podia-se dizer que era uma excelente espada e, em seu corpo, podia-se ver o nome do ferreiro que a forjou. Estava inscrito: “KururiHelan”.

— EntĂŁo mesmo aventureiros renomados conseguem pĂŽr as mĂŁos em itens de primeira classe, hein? Quem imaginaria que um dia eu seria capaz de ver um dos trabalhos da sĂ©rie “Kururi” com meus  prĂłprios olhos…

O rosto do velho se encheu de alegria, mas logo sumiu.

— Só que, de novo, as espadas sempre acabam assim quando vão parar nas suas mãos.

Era apenas natural que o velho acabasse ficando triste. Mesmo que a espada fosse excelente, o seu estado estava horrĂ­vel com uma enorme rachadura bem no centro da lĂąmina.

— NĂŁo vou dizer que vocĂȘ Ă© um cara inĂĄbil. Caso fosse, entĂŁo 90% de todos os aventureiros seriam completamente incompetentes. Mas isso tambĂ©m nĂŁo tira a sua parcela de culpa. Para fazer uma relĂ­quia como esta chegar a este estado…

— …Eu sinto muito.

Os dois podiam ter este tipo de conversa porque ambos amavam espadas. Embora o velho estivesse reprimindo o espadachim, ele reconhecia sua força e o Ășltimo ouvia atentamente o sermĂŁo. Na minha opiniĂŁo, aquele era o relacionamento ideal entre o criador e o usuĂĄrio.

O velho colocou de lado a espada em que estava trabalhando e inspecionou cada polegada da lĂąmina que o espadachim trouxe. ApĂłs uma longa pausa refletindo, ele finalmente abriu sua boca.

— Não, não há nada que eu possa fazer com ela neste estado. Ao menos não com minha habilidade atual.

— O quĂȘ!? Se o melhor ferreiro da regiĂŁo nĂŁo pode, quem mais conseguiria!?

— Provavelmente ninguĂ©m nesta cidade. As chances sĂŁo pequenas, mas, se vocĂȘ realmente quiser que esta espada seja arrumada, sua Ășnica opção Ă© ir para a Capital. Se quiser, posso te dar uma carta de recomendação. Afinal, Ă© uma espada da sĂ©rie Kururi e seria uma pena desistir dela assim.

— Uugh… Depois de todo o trabalho que tive para por minhas mĂŁos nisto, eu acabei a estragando…

— É realmente uma pena.

Os dois estavam visivelmente desapontados. Foi entĂŁo que pensei em uma coisa.

“Espera, hein? Acho que posso ajeitar.”

Como eu poderia dizer isso a eles? Parecia se tratar de uma espada famosa, entĂŁo provavelmente nĂŁo permitiriam que um estranho a tocasse tĂŁo facilmente. No entanto, eu poderia conseguir algum dinheiro dessa forma. Caso seja um sucesso, poderia convidar aquela garota no casulo para comer quantas tortas ela quisesse.

“Sendo assim, minha Ășnica escolha Ă© perguntar.”

— Tudo bem se eu a consertar?

— Como Ă©!?

O espadachim me encarou de de maneira intimidante. Bem, nĂŁo era mais do que o jĂĄ previsto, portanto nada de bom viria se eu o encarasse de volta ou coisa assim.

— Jovem nobre, vocĂȘ nĂŁo pode sair por aĂ­ dizendo coisas tĂŁo descuidadas.

O tom de voz do velho era o mesmo de um pai aconselhando a uma criança. Pelo visto, ele estava tentando amenizar o clima antes que o espadachim se alterasse.

— Eu entendo. Minha mente está um pouco confusa, mas sei que tenho de assumir a responsabilidade por tudo aquilo que falo.

— EntĂŁo o quĂȘ? EstĂĄ tentando dizer que um pirralho como vocĂȘ conseguiria restaurar uma das famosas relĂ­quias da sĂ©rie Kururi sendo que nem mesmo o senhor Barol consegue?

O espadachim usou seu tom arrogante usual. Ele provavelmente odiava pessoas que ficam agindo de maneira pretensiosa e, neste exato momento, eu parecia justamente isso em seus olhos.

— Eu estou dizendo que posso e jĂĄ que nĂŁo tem mais ninguĂ©m capaz de consertĂĄ-la, porque nĂŁo fingimos que seja um caso perdido e me deixam cuidar disso? VocĂȘ nĂŁo tem nada a perder, certo?

— As chances podem ser baixas, mas posso acabar encontrando alguĂ©m na Capital. NĂŁo hĂĄ a menor chance que eu deixe vocĂȘ mexer nela.

— Ah, cara, deixa de ser chato e me dĂȘ uma chance! Vamos fazer o seguinte, eu conserto ela em uma hora e atĂ© mesmo sĂł vou te cobrar dois pedaços de torta. Que tal?

— Hmm, ao invĂ©s de ajudar, isso deixa as coisas ainda mais suspeitas. Esqueça, nĂŁo vou te deixar tocar na espada. Barol-san, isso Ă© tudo por hoje. Na prĂłxima vez, vou lhe pedir por uma carta de recomendação.

— Ah, claro. Quer que eu cuide da espada enquanto isso?

— Se puder, eu adoraria.

— Tudo bem.

O espadachim foi embora, mas ele ainda parecia nĂŁo ter se acalmado.

— Aquele homem Ă© mais apaixonado por espadas do que qualquer um. Dizendo aquilo do nada, ainda mais quando sua arma acabou de quebrar, nĂŁo Ă© atoa que ele ficou com raiva. NĂŁo faço ideia do que vocĂȘ estava pensando, mas, mesmo sendo um nobre, nĂŁo faça isso.

O velho me deu mais um aviso.

“Ei, espera, a culpa Ă© minha? Mesmo?”

— Mas eu realmente sei consertar o que consigo consertar…

— VocĂȘ Ă© insistente, hein? O fato de que vocĂȘ ficou todo esse tempo olhando o meu trabalho, significa que tem algum conhecimento sobre espadas, mas eu nĂŁo tenho como te deixar pegar um serviço daqueles. Em primeiro lugar, vocĂȘ ao menos Ă© um ferreiro?

“Eerrr… nĂŁo dĂĄ para simplesmente dizer ‘eu nĂŁo lembro de nada’ agora.”

A expressĂŁo que o velho fez diante do meu silĂȘncio foi praticamente um “Viu? O que foi que eu disse?”.

— Tu provavelmente nem conhece a sĂ©rie Kururi.

— Uugh…

NĂŁo pude deixar de gemer dessa vez.

— Mas consigo dizer que era uma boa espada só de olhar.

Ao menos isso era verdade. Eu conseguia dizer que se tratava de uma boa arma mesmo estando naquele estado.

— É claro, qualquer um ficaria fascinado com a sĂ©rie Kururi. AtĂ© mesmo uma criança.

“SĂ©rio? Eu nĂŁo sabia. Afinal, nĂŁo tenho qualquer memĂłria.”

— Apesar de tudo, Ă© lamentĂĄvel quando uma espada acaba naquele estado. Ainda assim, tratava-se de uma da sĂ©rie Kururi. Sabe, ela faz parte do conjunto de espadas criado pelo ferreiro lendĂĄrio, KururiHelan. Cada uma delas tem caracterĂ­sticas Ășnicas. Qualquer ferreiro meia-boca acabaria apenas arruinando-a caso tentasse consertĂĄ-la.

— Oho, este tal de Kururi deve ter sido um homem e tanto. VocĂȘ disse alguma coisa sobre serem relĂ­quias nĂŁo foi?

— É claro que ele foi um homem incrĂ­vel. Apesar de ter deixado apenas algumas espadas neste mundo, todas elas estĂŁo ao nĂ­vel de um tesouro nacional. Ele foi um ferreiro de que ninguĂ©m ouviu falar, mas subitamente criou um nome para si atĂ© que desapareceu misteriosamente por volta de trĂȘs anos atrĂĄs. Dizem que a morte dele Ă© certa e hĂĄ vĂĄrios rumores sobre isso, mas nĂŁo sei se sĂŁo verdadeiros ou nĂŁo. HĂĄ inclusive uma teoria dizendo que ele era um nobre. Que piada!

“Oho-ops, quase deixei minha voz escapar de novo.”

— Quantas dessas espadas existem?

— TrĂȘs de nĂ­vel Divino. Dez de nĂ­vel Celestial e trinta de nĂ­vel Santo. Estas sĂŁo as jĂĄ conhecidas criaçÔes de KururiHelan. A que foi trazida aqui por aquele Aventureiro Ă© uma de nĂ­vel Santo, Amatsu.

“Apenas agi como se dissesse, “Ah, legal.”. Se esse tal de Kururi estivesse vivo, ele teria uma fortuna. É realmente uma pena.”

— Ah, tudo bem. Se vocĂȘ nĂŁo quer me deixar consertar essa espada, entĂŁo pelo menos me deixe forjar alguma coisa. Estou querendo comprar um pedaço de torta na volta para casa.

— Eu não aceito discípulos.

— Não precisa ser como discípulo, qualquer coisa simples já serve.

— Mas que nobre mais chato. NĂŁo tenho qualquer serviço que possa confiar Ă  vocĂȘ. Façamos o seguinte, tente terminar a espada que eu estava forjando agora a pouco. Depois de toda essa insistĂȘncia, vocĂȘ pode ao menos fazer isso, certo?

Desse modo, o velho Barol me confiou a espada em que ele estava trabalhando. Isso poderia soar rude, mas a espada que ele estava criando nĂŁo era das melhores. Eu preferiria fazer tudo de novo, mas ele poderia acabar me colocando para fora caso reclamasse, entĂŁo nĂŁo tive outra escolha senĂŁo terminar o serviço. Meu Ășnico desejo era alguns trocados para comprar a torta, entĂŁo quando acabasse ele provavelmente nĂŁo me negaria.

Estranhamente eu fui capaz de finalizar o trabalho mesmo sem saber como fazĂȘ-lo. Minha cabeça nĂŁo lembrava de nada, mas o meu corpo sim. Ele passou a se mover sozinho e, antes que percebesse, a espada estava pronta. A base nĂŁo era boa, ou ao menos era o que achava, mas a finalização estava perfeita. Sentia que poderia ter uma boa disputa com aquele tal de Kururi que o velho Barol estava elogiando tanto.

Quando fui aviså-lo de que tinha terminado, o notei parado ao meu lado, observando tudo. Da mesma forma que me concentrei apenas na espada, ele parecia ter se concentrado apenas no meu trabalho também.

— Bem, aqui está.

— Ah, ah…

A impressĂŁo era de que sua alma havia sido sugada.

— Ei, eu sinto um pouco de vergonha em pedir isso do nada, mas…

— Ah, ah…

“A alma dele não tinha voltado ainda?”

— Tudo bem se eu receber algum dinheiro por isso? Só o bastante para comprar alguns pedaços de torta, pode ser? Quero dizer, eu fiz o seu trabalho, não foi?

— Ahh… pode pegar. Eu tenho um cofre lĂĄ nos fundos. Pode pegar o quanto quiser…

O velho Barol tomou a espada em mãos e ficou olhando para ela como se sua alma estivesse vagando para ainda mais longe. Mesmo quando o disse, “Obrigado, mas vou pegar só o bastante para as tortas e sair, ok?”, ele continuou apenas olhando para a espada com o queixo totalmente caído.

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