Botsuraku Yotei – CapĂ­tulo 101

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Botsuraku Yotei Nanode, Kajishokunin wo Mezasu
Expecting to Fall into Ruin, I Aim to Become a Blacksmith

Web Novel Online – CapĂ­tulo 101



CapĂ­tulo 101

Um dia antes da execução do plano, levantei-me cedo naquela manhã e sai sozinho da casa. O céu ainda estava escuro. Tirando esta årea, todo o território Helan estava sendo consumido pela maldição. Embora estivesse escuro porque o sol ainda não tinha levantado, não pude deixar de sentir que aquela atmosfera sombria também fizesse parte dos efeitos da maldição. Isso mostrava o quanto a minha cabeça estava preenchida com tudo aquilo.

Eu ainda nĂŁo tinha dado o meu Ășltimo adeus Ă  Eliza. Desde aquele dia em que nĂłs conversamos a beira do lago, passamos um pelo outro algumas vezes, mas nĂŁo nos falamos uma Ășnica vez. No entanto, talvez assim seja melhor. Com toda certeza seria muito doloroso para nĂłs se eu claramente me despedisse dela.

“Inesperadamente, esse adeus meia-boca pode ter sido a melhor escolha…” Enquanto pensava nisso, caminhei para a floresta.

Penso que o Moran-ji e Petel-san ainda estejam dormindo. Eles provavelmente devem estar muito cansados se preocupando com todas essas coisas. Também acho que a Eliza continue na cama, tentando lidar com seus próprios sentimentos.

Mesmo eu, havia tantas coisas na minha cabeça que parecia que ela explodiria a qualquer momento. No entanto, aquilo que precisava fazer estava claro, portanto, decidi me concentrar apenas no meu objetivo. Em termos de preocupação, pode ser que a minha situação fosse a mais fåcil de lidar.

A medida em que avançava, o chĂŁo duro sob os meus pĂ©s ia ficando mais mole e enlameado. Eu estava agora indo sozinho para o pĂąntano amaldiçoado. Meu objetivo aqui nĂŁo era apenas olhar para a situação porque estava impaciente… mas sim, para usar o Feitiço Supremo de Helan sem avisar aos outros. Quanto mais cedo fosse feito, melhor. AlĂ©m disso, a magia jĂĄ estava pronta e foi completamente armazenada em minha cabeça. Tudo que restava agora era esperar atĂ© o dia em que a executarĂ­amos, mas como foi algo que nĂłs arbitrariamente decidimos, nĂŁo haveria problema se eu fizesse isso por minha prĂłpria conta.

Enquanto caminhava refletindo sobre todas essas coisas, cheguei até o pùntano amaldiçoado antes de me dar conta. Um imenso pùntano se estendia bem na minha frente. Uma mancha escura cobria toda a superfície, sendo constantemente sugada pela sujeira e lama espalhada pelo solo. Algumas bolhas de gases se formavam aqui e ali, mas para mim, era como se o solo as emitisse de maneira satisfatória.

Mas que lugar aterrador. Ao invés de um fluxo mågico distorcido, o que eu sentia aqui era simplesmente um sentimento de terror sem fim. Caso pisasse nesse lugar, seria sugado para as profundezas de um abismo que me levaria direto para o submundo e, nesse momento, certamente seria o meu fim.

Apenas o pensamento de que tudo isso era obra de um Ășnico homem, me causou uma enorme aflição.

◇◇◇

Eu me sentei no chão e tentei sentir o fluxo da magia correndo daquele lugar e lå jazia um mau que não poderia ser visto ao olho nu. Um poder mågico obscuro, forte e viscoso estava continuamente preenchendo a terra. A sua malícia, ganùncia e vontade de consumir a tudo, estavam sendo transmitidas diretamente para mim. Não iria demorar muito até que a maldição fosse completamente revivida.

No entanto, nesse curto espaço de tempo, o pùntano amaldiçoado acumulou uma enorme vitalidade agora que o Feitiço Supremo havia sido completado.

Sentado ali, eu renovei a minha resolução.

“Hoje, serĂĄ o dia em que quebrarei essa maldição de uma vez por todas! Moran-ji, Petel-san e atĂ© Eliza devem achar que sĂł farei isso amanhĂŁ. NĂŁo sei porque, mas a idĂ©ia de usar o feitiço na frente deles me causa uma dor enorme. Claro, ter a eles me apoiando seria algo reconfortante, mas esse sentimento de aflição me parece muito maior.”

NĂŁo estava me antecipando por achar que isso os deixaria menos tristes, mas porque a dor que eu sentiria seria tĂŁo grande que decidi vir sozinho. Estou certo de que um dia me perdoarĂŁo pelo meu egoĂ­smo.

“Ah, agora que penso nisso, o primeiro Senhor Feudal de Helan tambĂ©m usou o feitiço um dia antes, nĂŁo foi?” Subitamente recordei-me desse fato.

Meu ancestral provavelmente teve os mesmos sentimentos. NĂŁo foi para que seus amigos pudessem lidar melhor com a sua partida, mas sim, porque ele mesmo nĂŁo era capaz de suportar a dor. Sua morte trouxe a felicidade para inĂșmeras pessoas e seu nome nĂŁo foi esquecido. Desta vez tambĂ©m, mesmo que seja sĂł a metade do que ele conquistou, espero que o futuro que aguarda esta terra tambĂ©m seja assim.

Era melhor parar de pensar de maneira tĂŁo mĂłrbida.

Levantei a mĂŁo para o cĂ©u e liberei todo o meu poder mĂĄgico. Uma luz vermelha concentrada brilhou em meu punho e as ĂĄreas ainda sombreadas foram iluminadas pela forte luz. A luz se concentrou, condensando-se em um Ășnico ponto que começou a esquentar, imediatamente se expandindo atĂ© ficar dez vezes maior do que era no inĂ­cio.

Ao mesmo tempo, uma forte rajada de vento se formou e, apesar de ar estar seco, dava uma sensação prazerosa, como se soprasse longe o clima pesado que pairava sobre a regiĂŁo. Tudo isso foi absorvido pelo meu corpo e um imenso vĂłrtex começou a se formar. A sensação de um enorme poder e calor percorreu dentro de mim e o vĂłrtex, embora lentamente, passou a girar mais vividamente. O cansaço causado por isso foi tĂŁo grande que me fez querer deitar ali mesmo para descansar.

O pùntano amaldiçoado também reagiu a este imenso poder mågico. Como se ressonasse a ele, o redemoinho ao redor do território também passou a se mover. Eu fui ao menos capaz de me impor ao campo de batalha.

Respirando profundamente e fechando meus olhos, liberei toda a magia que ainda restava em mim — toda, literalmente — sem deixar uma Ășnica gota. A luz em minha mĂŁo se tornou tĂŁo vibrante quanto o vĂłrtex em meu interior.

Os preparativos estavam completos e o Feitiço Supremo de Helan despertou aqui e agora.

— [Sob o nome de KururiHelan, eu ordeno a ti, antigo vórtex de magia que reside em meu corpo. É chegada a hora! Libere seu enorme poder e consuma a toda magia negra!]

Os requerimentos foram cumpridos e o encantamento estava completado.

“Agora Ă© a hora da verdade! Vejamos quem irĂĄ cair primeiro, seja eu ou a maldição que reside debaixo desse pĂąntano!”

Poder mågico colidindo contra poder mågico, criando vendavais explosivos e ondas de choque. Ao final da primeira colisão, meu vórtex começou a sugar a mana contida na maldição e lentamente, mas com toda certeza, passou a demonstrar a sua verdadeira forma.

A medida em que a maldição penetrava em mim, a carga sobre o meu corpo se tornava cada vez mais pesada. Uma sensação de tontura e nåusea tomou conta de mim e, como se meu peso tivesse dobrado, minha mão ficou tão pesada que parecia que havia se solidificado em pedra. Entretanto, não havia qualquer dor e, embora isso em si me causasse medo, por esta razão fui capaz de suportar o fardo.

“Eu nĂŁo vou morrer atĂ© te sugar por inteira, sua maldição desgraçada!”

Minha determinação não estava nem um pouco abalada.

Ambos, a maldição e o meu vĂłrtex, nĂŁo mostravam qualquer sinal de estarem prĂłximos do seu fim. Assim, mais uma vez, tornei-me ciente do tamanho da coisa com que estava lutando. Eu estava ali sofrendo enquanto aquele monstro sĂł fazia rir de mim… foi o que pensei quando meu espĂ­rito se abalou um pouco.

De repente, sangue começou a escorrer pelo meu nariz. Não era só o meu espírito que estava abalado, até mesmo meu corpo começou a mostrar sinais de estrar sofrendo. Sendo bem sincero, não pensei que tudo seria fåcil ao usar o Feitiço Supremo, mas nunca imaginei que seria uma tortura tão grande. A sensação que eu tinha era de que, se me distraísse por um instante sequer, poderia cair de joelhos, incapaz de me levantar novamente.

A dor era tamanha que nem mesmo tentar pensar em coisas boas ajudaria. AtĂ© mesmo senti a minha consciĂȘncia vacilar por alguns momentos. Como a primeira geração conseguiu superar essa crise? Como imaginava, Helan foi um homem incrĂ­vel. Pude sentir mais uma vez sua grandeza ao me deparar com a mesma dor que ele sentiu. Eu jĂĄ nĂŁo sabia mais o que fazer. Minha missĂŁo era apenas suportar, mas sĂł isso jĂĄ era muito difĂ­cil.

“Arrrrgh, eu preciso de alguma coisa! Qualquer coisa para fortalecer a minha convicção de novo! NĂŁo dĂĄ mais! Eu preciso de alguĂ©m! Preciso da ajuda de alguĂ©m!”   

— Kururi-sama…?

Tive a impressão de ouvir a voz de Eliza. Para minha surpresa, apesar de ser apenas um pouco, senti a dor diminuir. Quem imaginaria que uma alucinação dela iria me ajudar em um momento tão difícil? No entanto, esta årea jå estava cercada por tempestades e um calor escaldante, tornando difícil para qualquer um se aproximar. Infelizmente, não havia como aquela voz ser real, provavelmente era apenas algo da minha cabeça.

— KURURI-SAMA!

Uma voz estrondosa junto com uma dor aguda em minhas bochechas.

— Eh, eeeeeeeehhhh??? ELIZA???  

“Por que ela está em lugar como esse!? É uma ilusão!? Como ela sempre vem parar ao meu lado quando eu mais preciso!?”

— Kururi-sama! Essa Ă© a sua punição por ter sido egoĂ­sta!

Ela apertou com força as minhas bochechas de novo. Dessa vez, nĂŁo senti tanta dor… porque a felicidade em vĂȘ-la era maior.

— Eliza, aqui Ă© perigoso! A mana ao redor estĂĄ fora de controle!

— Eu sabia que se fosse vocĂȘ, tentaria fazer isso sozinho, Kururi-sama. Que vocĂȘ iria para um lugar distante carregando o fardo todo consigo. NĂŁo irei tolerar algo tĂŁo egoĂ­sta! Ficarei ao seu lado atĂ© o fim!

— NĂŁo, Eliza! VocĂȘ nĂŁo pode! NĂŁo quero te arrastar nisso comigo!

— Foi escolha minha ser arrastada!

— Por que estĂĄ sendo cabeça dura atĂ© em um momento como esse!? Ainda hĂĄ um futuro brilhante Ă  sua frente, entĂŁo simplesmente me deixe aqui e agarre a isso com as suas mĂŁos! NĂŁo jogue tudo fora por minha causa!

— Nesse caso o mesmo vale para vocĂȘ! NinguĂ©m vai me obrigar a sair daqui!

Dizendo aquilo, ela abraçou o meu peito, não deixando qualquer sinal de que iria me largar. A este ponto, eu estava tão fraco que e mal podia sentir seu calor sendo transmitido a mim e nem conseguia resistir a ela. Não que eu quisesse resistir, é claro.

— …VocĂȘ vai morrer se ficar comigo.

— Eu nĂŁo me importo…

Meu medo de envolvĂȘ-la no trĂĄgico destino que me aguardava era enorme, mas ao mesmo tempo, sentir seu calor ao meu lado me deixava em paz. Agora eu estava confiante de que nĂŁo iria mais me render Ă  dor. Se a Eliza estivesse comigo atĂ© o fim…

— …Kururi-sama… por favor, me deixe carregar, nem que seja um pouquinho, do fardo que vocĂȘ estĂĄ levando sozinho agora.

— …Tudo bem

Jå não havia como ela deixar o lugar onde eståvamos e, jå que era assim, que ficåssemos juntos até o final.

— Obrigada… Isso me deixa muito feliz. JĂĄ que um mundo sem o Kururi-sama Ă© como um ensopado sem batatas.

“Essa era a Ășltima coisa que eu queria ouvir dela a essa altura.”

A luz reunida em volta do meu punho subiu aos céus e assumiu a forma de uma linha vermelha. O imenso vórtex entrou no seu estågio final de atividade.

Os arredores foram abalados pelas ondas de choque e as årvores começaram a cair, uma após a outra. O redemoinho em meu corpo se estendeu para fora do meu corpo e se manifestou no mundo físico. E isso foi o fim de tudo. O vórtex devorou a maldição e desapareceu completamente.

Aquela foi a Ășltima coisa que pude ver.

A maldição desapareceu. Eu queria confirmar isso antes que meu corpo perecesse, mas se fosse para ser ganancioso, tambĂ©m queria dar uma Ășltima olhada no rosto de Eliza que permaneceu ao meu lado, mas este simples desejo nĂŁo me foi concedido.

Parece que a estrada de KururiHelan termina aqui…

◇◇◇

No mundo onde o imenso vĂłrtex e a maldição consumiram um ao outro, as tempestades de areia que cobriram os cĂ©us do territĂłrio Helan desapareceram completamente e milagres se propagaram por toda aquela terra ressecada.  No solo estĂ©ril, plantas começaram a brotar uma apĂłs a outra e pĂ©talas verdejantes floresceram. Tais milagres aconteciam em toda parte e a natureza daquelas terras secas se tornou ainda mais abundante do que antes, em apenas poucas semanas apĂłs o desaparecimento do pĂąntano que havia ali. Era possĂ­vel encontrar atĂ© mesmo peixes e pequenos insetos pela regiĂŁo, e logo a população voltou a morar ali.

Eles não sabiam como os rumores se espalharam tão rápido entre os antigos cidadãos, mas provavelmente havia sido obra daquela pessoa. Não demorou muito para que este incidente passasse a ser chamado de “O Milagre de Kururi” pelo resto do mundo.

No entanto, a pessoa a quem todos ansiosamente aguardavam encontrar, KururiHelan, nĂŁo deu qualquer sinal de que iria vir. NĂŁo havia qualquer forma de entrar em contato com ele. As pessoas de Helan construĂ­ram uma nova mansĂŁo para o Senhor Feudal, na esperança de que ele pudesse se instalar confortavelmente no momento em que retornasse, alĂ©m disso, aquele lugar seria o sĂ­mbolo do renascimento do territĂłrio Helan. Entretanto, Kururi nĂŁo retornou. A mansĂŁo permaneceu vazia, um lugar que ninguĂ©m habitava.  

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