The Great Cleric â CapĂtulo 5 â Volume 4
The Great ClericSeija Musou
CapĂtulo 5: Para Reviver a Guilda dos Curandeiros
Light Novel Online – CapĂtulo 5:
[Todo Poderoso]
Nossa demonstração de cura havia sido um sucesso. Ganhamos o favor do Mestre da Guilda Goldhus, do Vice-Mestre da Guilda Jeiyas e de vĂĄrios aventureiros. A partir de agora, atĂ© que as clĂnicas fossem estabelecidas, eles viriam diretamente Ă Guilda dos Curandeiros para qualquer necessidade de cura que nĂŁo envolvesse doenças.
â VocĂȘs foram frios, hein? â comentei. â Especialmente vocĂȘ, Britz. E vocĂȘ, Doughertis. VocĂȘs sĂŁo cavaleiros! Era para me protegerem!
Eles se mexeram desconfortavelmente.
â Desculpa â disse Britz. â Eu sĂł… nunca tinha visto um dragonewt antes. E ele parecia amigĂĄvel.
â O mesmo aqui â acrescentou Doughertis. â Ele Ă© o mestre da guilda, entĂŁo baixei a guarda.
Os dois piscavam e olhavam para todos os lados. Tinha algo que nĂŁo estavam me contando.
Sorri de canto. â Uhum… tĂĄ bom. Agora me diz a verdade.
â Dragonewts, uh, sĂŁo meio assustadores…
â Eu admiro como vocĂȘ ficou firme contra ele.
Ah, a doce verdade.
â Caso tenham esquecido, vocĂȘs fazem parte da minha guarda. E vocĂȘs dois, Lionel e Ketty, nem adianta insistir. NĂŁo vou levar nenhum de vocĂȘs para perto daquele labirinto, mesmo que essa tal clĂnica temporĂĄria aconteça. Podem tirar o cavalinho da chuva.
O sorriso deles sumiu na hora.
â Mestre, nĂŁo precisa ser tĂŁo cruel…
â I-Isso aĂ! E se algo ruim acontecer, como hoje? A gente tem que estar lĂĄ para te proteger!
Eles tinham uma fixação doentia por batalha, então provavelmente não estavam mentindo, mas ainda escondiam alguma coisa. Meu instinto dizia isso.
â Falem logo. O que estĂŁo aprontando?
â NĂŁo vou inventar desculpas para meu fracasso hoje â confessou Lionel â, mas Ă© verdade que meus sentidos enferrujaram e meus mĂșsculos atrofiaram mais do que eu imaginava. Se ao menos eu tivesse uma chance de recuperar o equilĂbrio…
â Sempre quis explorar um labirinto desde que era um filhotinho!
NĂŁo sabia hĂĄ quanto tempo Lionel estava sem lutar, mas a diferença entre sua força superior e inferior era bem visĂvel. NĂŁo que eu tivesse a menor chance contra ele, mesmo assim. Talvez ele tivesse servido no exĂ©rcito e Ketty fosse sua subordinada. Fazia sentido que seus reflexos de batalha tivessem piorado, mas eu queria mesmo ser o tipo de pessoa que cedia a todos os desejos dos meus servos? Nem um pouco. Eu sĂł queria ser eu.
â Trabalhem duro e talvez eu confie em vocĂȘs para mais responsabilidades. Vamos ver. Nunca se sabe o que pode acontecer no futuro.
â Entendido. Farei do treinamento dos outros escravos minha meta por enquanto â ele declarou.
SĂł nĂŁo quebra eles, por favor.
â Espera sĂł pra ver! â exclamou Ketty.
Eu nĂŁo tinha ideia do que estava esperando, exatamente, mas ela parecia motivada, entĂŁo, seja lĂĄ o que for.
Virei-me para Jord. â Por que vocĂȘ acha que Jeiyas nĂŁo impediu imediatamente aqueles caras? Os que jogaram o pĂł negro.
â NĂŁo sei. Aquele cara podia ter matado muita gente, principalmente quando os outros apareceram do nada. Parecia mĂĄgica.
Para alguém que praticamente fez reféns, eu estava surpreso que ele não tivesse causado mais estrago. Tudo parecia muito bem planejado.
Continuei pensando nisso enquanto voltåvamos para casa, até finalmente chegarmos à guilda. Alguns dos escravos criminosos faziam guarda na entrada.
â Bom trabalho, pessoal. Algo aconteceu?
Eles assentiram e um deles respondeu:
â Teve uma confusĂŁo por causa de um pequeno incĂȘndio aqui perto e, no meio da bagunça, alguns homens tentaram invadir a guilda. EstĂŁo paralisados nas celas do subsolo agora.
â Como vocĂȘs os encontraram?
Trocaram olhares.
â Teve um barulho muito alto quando tentaram entrar.
â Parece coisa do Dhoran e da Pola. Eles comentaram algo sobre uma barreira. EstĂŁo nas celas, nĂ©? Quinto andar?
Eles assentiram de novo.
â O ataque foi em duas frentes, ao que parece â comentou Lionel.
â Ă… Vamos descer. Guardas, fiquem atentos.
Os escravos pareciam chocados, mas os ignorei e entrei. Para meu alĂvio, nada parecia fora do normal.
â Bom trabalho hoje â disse ao grupo. â EstĂŁo dispensados. Mas fiquem Ă vontade para ajudar no jantar. Lionel, Ketty, venham comigo.
â Como desejar.
â Pode deixar!
Descemos pelo elevador mĂĄgico, onde Piaza e oito escravos faziam guarda de sete homens atrĂĄs das grades.
â Valeu, Piaza.
â Sempre Ă s ordens, mestre. Cerca de duas horas depois que vocĂȘs saĂram para a Guilda dos Aventureiros, um pequeno incĂȘndio começou. VĂĄrios de nĂłs saĂram para ajudar a apagar e essas pessoas tentaram usar a confusĂŁo para se infiltrar.
A histĂłria dele batia com a dos guardas lĂĄ de cima.
â E entĂŁo eles foram paralisados de repente, e vocĂȘs jogaram eles aqui, certo?
â Isso mesmo, mestre. O anĂŁo estĂĄ examinando os pertences deles agora.
Fiquei impressionado com o desempenho de Piaza, mas percebi que a escassez de pedras mĂĄgicas deixou Dhoran com mais tempo livre do que o esperado.
â Agradeço o relatĂłrio. Podem voltar aos seus postos. Cuidarei das coisas a partir daqui. Ketty, vĂĄ buscar Dhoran e Pola, por favor.
â Sim, mestre!
Piaza bateu continĂȘncia. â Vamos, pessoal!
Ele com certeza os mantinha na linha, pensei enquanto observava o grupo sair. Ou talvez eu fosse mole demais. Em minha defesa, Lionel e os outros ainda nĂŁo tinham tentado me matar.
Quando o Ășltimo deles saiu do meu campo de visĂŁo, olhei para os prisioneiros e percebi algo.
Lionel riu. â Parece que nossos problemas acabaram.
â Nossa, vocĂȘ estĂĄ animado.
â Eu? Ha! SĂł encontrei um novo objetivo. Preciso recuperar minha forma. NĂŁo decepcionarei vocĂȘ novamente.
Os homens nas celas eram os mesmos que nos confrontaram na Guilda dos Aventureiros. Me aproximei de um deles.
â EntĂŁo, vieram atĂ© aqui sĂł para nos poupar o trabalho de ir atrĂĄs de vocĂȘs.
O homem resmungou algo ininteligĂvel. Pelo processo de eliminação, o brutamontes que eu havia identificado antes agora parecia bem menor, seu rosto nada parecido com o de antes. Suas habilidades de mudança de forma claramente iam alĂ©m de troncos.
â Ah, certo, a paralisia. Acho que vamos deixar vocĂȘs assim por um tempo. O que acha, Lionel? Conseguimos alguma informação antes de entregĂĄ-los aos aventureiros?
â Normalmente, eu sugeriria fazer isso depois de escravizĂĄ-los, mas suspeito que muitos aqui prefeririam se matar antes de obedecer. Devemos ser cautelosos.
â Anotado.
Ketty desceu as escadas trazendo os anÔes com ela.
â AĂ estĂŁo vocĂȘs â eu disse.
Eles não pareciam felizes. Devem ter se afastado a contragosto dos itens mågicos que confiscaram. Mas tenho que dar crédito quando é devido.
â Ătimo trabalho com a barreira, vocĂȘs dois. Como fizeram para que ela detectasse os invasores?
â IncrĂvel, nĂŁo Ă©? â Dhoran se gabou. â Pola elaborou o mecanismo de choque defensivo, e eu ajustei o gatilho.
â Como, exatamente?
â Ădio e malĂcia. Se ativa para qualquer desgraçado rancoroso.
â E se a pessoa for rancorosa, mas nĂŁo em relação Ă Guilda dos Curandeiros?
O silĂȘncio foi ensurdecedor. Olhei para Pola e sĂł piorou. Durou uma eternidade. Finalmente voltei meu olhar para Dhoran, mas ele desviou. EntĂŁo olhei novamente para sua neta, que rapidamente se escondeu atrĂĄs do velho.
â Certo, se ninguĂ©m tem nada a dizer, sinto muito, mas terei que punir vocĂȘs. Nada de criação por uma semana.
â Agora, chefe, nĂŁo seja tĂŁo duro! A gente conserta rapidinho, prometo!
â Chefe, vocĂȘ… estĂĄ me maltratando?
Eles estavam desesperados, mas eu me mantive firme.
â Nunca tratarei nenhum de vocĂȘs de forma desumana. Prometi isso. Mas espero que sejam honestos comigo sobre coisas que preciso saber. Juro que poderia levar vocĂȘs dois de volta para onde os encontrei. â Suspirei. â TĂĄ bom, certo. Me contem tudo agora e nĂŁo vou punir vocĂȘs.
â Bem, essas celas abafam magia e enfraquecem qualquer um lĂĄ dentro, a menos que a pessoa tenha resistĂȘncia a silenciamento ou enfraquecimento.
Levei um dedo Ă testa e respirei fundo. Eu jĂĄ deveria saber que nada criado por esse anĂŁo seria normal.
â Toda vez que fizerem algo novo, quero um relatĂłrio completo. Confio nas habilidades de vocĂȘs dois, mas ainda nĂŁo confio totalmente em como as usam. SĂł quero que me ajudem a chegar lĂĄ.
â Ah, minhas desculpas â disse Dhoran.
â Eu me empolgo demais Ă s vezes. Vou ter mais cuidado daqui pra frente.
â Ătimo. Foquem em consertar a barreira atĂ© a hora do jantar.
O anĂŁo assentiu. â Entendido.
Pola também assentiu, mas sem dizer uma palavra. Para o bem ou para o mal, ainda não tinham perdido o entusiasmo.
Depois que saĂram, lancei Recuperação em um dos atacantes. Assim que se levantou, ele me encarou e cuspiu:
â Como vocĂȘ ainda estĂĄ aqui, curandeiro? Seu teatrinho foi um fracasso! Eles deveriam ter te devorado vivo!
Aqueles agitadores deviam fazer parte do plano para atiçar as chamas. Não que importasse agora, mas fiz uma anotação mental para avisar a guilda depois.
â Foi mal, mas eu sou resistente demais, entĂŁo o pozinho de vocĂȘs nĂŁo funcionou. Nosso “teatro” saiu sem nenhum problema.
O homem estalou a lĂngua e ficou em silĂȘncio. Seus lĂĄbios ficariam bem apertados a partir de agora, entĂŁo a verdadeira interrogação começava. Curei todos com Recuperação.
â Vamos tirar isso do caminho â eu disse. â VocĂȘs tentaram me matar, entĂŁo nĂŁo tenho um pingo de pena de nenhum de vocĂȘs. Quero informaçÔes, e vocĂȘs podem fornecĂȘ-las quando quiserem, mas fiquem avisados: se nĂŁo disserem nada, isso aqui vai ser o jantar de vocĂȘs.
Peguei vĂĄrios barris e os arrastei para frente de cada cela, removendo as tampas. O cheiro caracterĂstico da SubstĂąncia X encheu a sala rapidamente.
â Eu sou um curandeiro. NĂŁo gosto de ver as pessoas se machucando. Mas isso aqui nĂŁo machuca. Agora, se vocĂȘs nĂŁo quiserem viver Ă base disso pelo resto da vida, melhor começarem a falar. A escolha Ă© de vocĂȘs, claro.
Lionel e Ketty jå tinham recuado até a escada do outro lado da sala. Eu não corria perigo imediato, mas poxa, gente, me deixaram sozinho nessa? Eu estava quase pensando em obrigar Lionel a tomar um gole disso mais tarde.
â SĂł para deixar registrado… â Peguei um copo e engoli o lĂquido de uma vez. â Como podem ver, isso nĂŁo me incomoda nem um pouco. Posso esperar o dia inteiro. Falem e talvez eu leve vocĂȘs para a Guilda dos Aventureiros. Ainda Ă© melhor do que ficar aqui.
Observei os rostos pålidos deles, tentando calcular quanto tempo resistiriam. Enquanto isso, pratiquei minha magia. Lionel ficou perto da escada, como um sinal de confiança, e o tempo foi passando até que eu perdi a noção.
Pegadinha. Os caras começaram a levantar bandeira branca quase que imediatamente.
â Eu realmente preciso da minha maldita mĂĄscara…
â Droga, pegaram meus Ăłculos tambĂ©m.
â E minhas calças mĂĄgicas…
â Queria meu capacete.
Seja lĂĄ qual fosse o equipamento especial que os protegeria do cheiro, jĂĄ era. Perdido para o duo infernal que nĂŁo consegue manter as mĂŁos longe de novos brinquedos para experimentar. Pelo menos agora eu sabia que precisava ser ainda mais cuidadoso com aqueles dois, graças ao sacrifĂcio desse grupo.
â Ei, cadĂȘ meu sutiĂŁ mĂĄgico, Rank-S? â perguntou o primeiro homem (ou mulher?) que acordou. O lĂder do grupo definitivamente parecia… robusto para uma mulher.
â VocĂȘ Ă© uma garota?
â Vai se ferrar! Eu sĂł… eu preciso dele! Isso me acalma!
Tå, tanto faz. Não julgo, mas também não faço ideia do que ele quis dizer com isso. Além disso, agora que eu tinha certeza de que era um homem, não precisava mais pegar leve.
â Acho que suas coisas estĂŁo com os dois anĂ”es que estavam aqui agora hĂĄ pouco. Ou seja, nĂŁo conte em recuperar nada. Eles nĂŁo sabem se controlar, entĂŁo Ă© melhor aceitar a perda.
ProteçÔes contra odores e status negativos deviam ser recursos comuns nos equipamentos por aqui. Os prisioneiros ficaram arrasados ao saber que perderam tudo, então era só questão de tempo até alguém abrir a boca.
â Se ninguĂ©m quiser falar, para mim tanto faz. AmanhĂŁ vocĂȘs viram escravos, depois eu nocauteio todo mundo com SubstĂąncia X e levo para a Guilda dos Aventureiros. E nĂŁo, nĂŁo vou diluir nada.
As celas se encheram de xingamentos e insultos, mas, alguns minutos depois, um deles finalmente falou.
â Fomos contratados pela Guilda dos Doutores e pelo Representante Shahza.
Para falar a verdade, achei que levaria mais tempo. Até Lionel, assistindo de longe, parecia decepcionado. Os outros começaram a gritar para ele calar a boca quando me aproximei.
â Me diga o que sabe, e eu prometo me livrar desse barril. Juro que vocĂȘ nĂŁo vai ter que engolir uma Ășnica gota dessa coisa. Mas se mentir para mim, vai ter que tomar um caneco em toda refeição. Concorda com esse contrato?
â S-Sim! Eu nĂŁo vou mentir, eu juro! SĂł mantenha essa porcaria longe de mim!
â Dou minha palavra de que serĂĄ tratado com humanidade. Pelo menos enquanto estiver aqui.
O homem relaxou com um suspiro.
â Nosso trabalho hoje era destruir o seu salĂŁo e fazer sua demonstração fracassar. A segurança estava muito rĂgida de manhĂŁ, mas quando um grupo de vocĂȘs foi atĂ© a Guilda dos Aventureiros, tivemos a chance que esperĂĄvamos. E, bem, vocĂȘ viu no que deu.
Ele estava sob contrato agora, então se escolhesse mentir, haveria alguma reação. Como nada aconteceu, eu guardei o barril de Substùncia X. De repente, gritos explodiram dos outros.
â Eu conto qualquer coisa se nunca mais tiver que ver esse barril!
â Aqui, Senhor Curandeiro! Eu tenho o que vocĂȘ precisa! SĂł se livra do meu tambĂ©m!
Nossa, era tĂŁo ruim assim? Para ser justo, meus sentidos jĂĄ tinham sido destruĂdos por aquele primeiro gole.
â Aqui, que tal isso? Purificação!
Limpei a cela do primeiro homem que falou, e ele ficou perplexo por um instante.
â Que diabos? CadĂȘ o cheiro? Sumiu completamente!
â Eu prometi tratar vocĂȘs com humanidade. â Sorri, e entĂŁo todos começaram a fazer barulho de novo. â Certo, pessoal. Vou mover tudo para a cela do lĂder de vocĂȘs.
Depois de realocar todos os barris, escutei as histórias de cada um. Havia vårias versÔes, mas nenhuma delas era mentira.
A Guilda dos Doutores havia contratado o grupo deles. Na verdade, pertenciam à mesma organização dos escravos que nos atacaram no nosso primeiro dia. Era uma organização pequena, e com todos os subordinados eliminados, os chefÔes tinham assumido a operação de hoje.
Aparentemente, Shahza causou um escĂąndalo na Guilda dos Doutores ontem e gritou no ouvido do vice-mestre da guilda por terem mandado nos atacar sem consultĂĄ-lo. Shahza saiu de lĂĄ com ordens bem claras: o evento de hoje nĂŁo podia ser um sucesso. E foi aĂ que esse grupo entrou na histĂłria.
Quando perguntei por que nĂŁo simplesmente me mataram, disseram que as chances de eu ter medidas de segurança eram altas, e eles nĂŁo tinham venenos capazes de burlar essas precauçÔes e me matar instantaneamente. AlĂ©m disso, minha escolta era rĂgida demais. EntĂŁo, bolaram outra estratĂ©giaâbaseada na visĂŁo comum de que curandeiros humanos discriminavam os homens-fera. Bastaria uma faĂsca para que a Guilda dos Curandeiros pegasse fogo. E essa faĂsca seria o pĂł inibidor de magia, que impediria nossa cura. Infelizmente para eles, nĂŁo contavam com uma certa anomalia: eu.
Eu ainda nĂŁo entendia por que Shahza queria tanto nos expulsar da cidade. Mas jĂĄ o havĂamos alertado uma vez, entĂŁo ele certamente tinha algo nos esperando.
â Acho que entendi a situação, mas por que ele estava falando com o vice-mestre da guilda? Por que nĂŁo com o prĂłprio mestre?
â O mestre da guilda sĂł se interessa por sua sĂntese. O vice-mestre cuida de praticamente todo o resto.
â Entendi. Mais uma pergunta: por que Shahza tem tanta influĂȘncia lĂĄ? Sei que ele faz parte do conselho de Yenice, mas ainda assim, parece exagerado.
â Quem me dera saber.
Sem reação. Ele estava dizendo a verdade.
â Mais alguĂ©m? â Todos balançaram a cabeça. â Certo, entĂŁo. AmanhĂŁ vocĂȘs irĂŁo para a Guilda dos Aventureiros, mas atĂ© lĂĄ, vĂŁo ser alimentados.
Peguei um pouco de curry e pĂŁo que sobraram da minha bolsa mĂĄgica, junto com alguns pratos, e comecei a distribuir as refeiçÔes. Sorrisos se espalharam, exceto pelo lĂder deles, ainda escondido atrĂĄs dos barris de SubstĂąncia X, que ficou estranhamente quieto o tempo todo. Curioso, dei uma olhada nele e o encontrei espumando pela boca e se debatendo no chĂŁo. Pelo que pude perceber, ainda estava respirando, mas o que no mundo poderia tĂȘ-lo levado a tentar se matar? Ele nĂŁo podia ter desmaiado sĂł pelo cheiro… Provavelmente.
Rapidamente lancei Recuperação e Cura Avançada nele, depois peguei um pouco de ĂĄgua e joguei nele para trazĂȘ-lo de volta Ă consciĂȘncia.
â SĂ©rio? Eu sou um curandeiro de Rank S. VocĂȘ realmente achou que eu ia deixar vocĂȘ morrer tĂŁo fĂĄcil assim? E o mĂnimo que poderia fazer era algo de Ăștil antes de tentar tirar sua prĂłpria vida.
Ele nĂŁo disse nada. Eventualmente, Ketty desceu para nos chamar para o jantar.
â Com licença, quando foi que vocĂȘ saiu? E por que nĂŁo disse nada antes de ir? â perguntei.
â Ah, sabe como Ă©, eu sĂł percebi que algo muito ruim ia acontecer! â As orelhas dela se levantaram de repente. â E eu estava certa! Que cheiro Ă© esse?!
â NĂŁo se preocupe, vocĂȘ vai ter bastante tempo para se acostumar com ele enquanto Lionel e eu comemos lĂĄ em cima.
â O quĂȘ?! VocĂȘ nĂŁo faria isso com uma gatinha indefesa como eu, faria?! Ele nĂŁo faria, nĂŁo Ă©, senhor?!
Ela se agarrou a Lionel em desespero, mas sem hesitar, ele respondeu:
â Sou um escravo. A palavra do meu mestre Ă© absoluta.
â VocĂȘ estĂĄ se divertindo com isso!
â A justiça tem um gosto doce, sabia?
Ketty desmoronou enquanto eu guardava todos os barris e limpava o chão com Purificação.
â Pronto, melhor agora? Cuide deles, tĂĄ bom?
â Eu sabia que vocĂȘ tinha um coração, Chefe! Pode contar comigo!
Antes de sair, deixei um Ășltimo comentĂĄrio.
â Espero que sim. Eu odiaria ter que forçar um caneco em vocĂȘ tambĂ©m.
Ela imediatamente se colocou em posição de sentido e fez um estranho miado-saudação.

Isso aqui Ă© bem Ăștil, pensei, seguindo Lionel escada acima.
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O curandeiro e seu guarda-costas desapareceram de vista.
â Ei, moça! â gritei. â VocĂȘ Ă© uma escrava, nĂŁo Ă©? Liberta a gente e te arranjamos um mercador de escravos que conhecemos! Ele pode te tirar daqui tambĂ©m!
Curandeiros nunca tratavam bem os escravos, e ainda pior quando se tratava de feras. As chances eram de que ela fosse apenas mais uma vĂtima do mesmo tipo de abuso.
Mas eu tinha calculado errado.
â Ă verdade, ser escrava nĂŁo Ă© uma vida satisfatĂłria. Mas a vida Ă© o que a gente faz dela. Se “escrava” Ă© meu tĂtulo, entĂŁo que seja. Eu nĂŁo desgosto particularmente da minha situação atual â respondeu ela.
â VocĂȘ estĂĄ se ouvindo? VocĂȘ Ă© uma escrava! â Essa mulher sĂł podia estar maluca.
â Muito observador. Mas sou escrava sĂł no nome. Tenho liberdade, como tĂŁo bem quanto meu mestre, tenho tempo livre e me deram um quarto para dormir. No que diz respeito Ă vida de escravo, poderia ser pior.
â “Poderia ser pior”?
Eu nĂŁo sabia o que dizer. Escravos ferais eram descartĂĄveis, ferramentas usadas atĂ© se tornarem inĂșteis, e todo mundo sabia disso. Ter comida jĂĄ era sorte. Alguns sĂł recebiam ĂĄgua. Mas essa tinha um quarto e uma cama. Era ridĂculo. Ela nĂŁo era uma escrava. Pelo menos nĂŁo no sentido tradicional.
â Quem… Quem Ă© esse cara? O curandeiro.
â Meio covarde e um tanto ingĂȘnuo, mas um homem bom no fundo. Trata todos de forma igual e Ă© incrivelmente talentoso, mas nunca usa isso para se colocar acima dos outros. Pessoalmente, acho que vale minha lealdade.
Eu nĂŁo consegui dizer nada. Apenas um sussurro:
â Ah…
Queria ter encontrado alguĂ©m assim antes na vida, mas o destino era misterioso. E o nosso jĂĄ estava selado. O mĂnimo que eu podia fazer era cooperar e usar o pouco tempo que me restava para mostrar a ele o melhor de nĂłs, feras.
Tradução: CarpeadoPara estas e outras obras, visite o Carpeado Traduz â Clicando Aqui
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