The Great Cleric â CapĂtulo 12 â Volume 4
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The Great ClericSeija Musou
CapĂtulo 5.5: HistĂłrias Curtas
Light Novel Online â CapĂtulo 12:
[Outra Perspectiva â Jord]
O nome Ă© Jord, ex-curandeiro e exorcista da Sede da Igreja, agora segundo em comando de um curandeiro de rank S que talvez vocĂȘ jĂĄ tenha ouvido falar e de sua Ordem da Cura. Recentemente, tambĂ©m adicionei âvice-mestre da guildaâ da Guilda dos Curandeiros de Yenice ao meu currĂculo. Para quem nĂŁo entende os protocolos da Sede da Igreja, isso pode parecer uma despromoção, mas eu nĂŁo trocaria essa posição por nada. Considero que segui-lo foi uma das melhores decisĂ”es que jĂĄ tomei, se Ă© que posso dizer isso.
Eu estava em frente ao recĂ©m-construĂdo prĂ©dio da guilda com o resto da Ordem, vendo Luciel partir para sua reuniĂŁo no conselho. O coitado nem estava enganando ninguĂ©m com aquele sorriso. Todo mundo via a tempestade pairando sobre sua cabeça, mas ninguĂ©m podia culpĂĄ-lo. Viemos aqui para restaurar uma guilda e, em poucos dias de tirar o fĂŽlego, ele acabou virando um polĂtico. Mas se quer saber minha opiniĂŁo, a culpa era dele mesmo. Por outro lado, foi graças a ele que as pessoas realmente passaram a aceitar nossa presença.
Eu me preocupava com ele Ă s vezes. Nosso trabalho estava tecnicamente concluĂdo, a guilda estava funcionando, mas ele nunca parecia ter tempo para descansar. Ele jĂĄ era uma lenda viva a essa altura, e praticamente todo mundo tinha algum problema que queria que seu herĂłi resolvesse. Tudo que eu podia fazer era aliviar a carga dele o mĂĄximo possĂvel.
â A guilda estĂĄ com vocĂȘ.
â Pode contar com a gente!
Os ombros de Luciel relaxaram.
â Eu sei que posso. Voltarei em breve.
Ficamos em posição de sentido e saudamos, então ele e sua escolta partiram para a reunião com o conselho. Foi nesse momento que me peguei relembrando do dia em que nos conhecemos.
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Eu era um garoto do interior, nascido e criado em Grandol. EstĂĄvamos praticamente sempre em guerra com o impĂ©rio, entĂŁo, quando me tornei curandeiro na minha cerimĂŽnia de maioridade, nĂŁo foi difĂcil encontrar um aprendizado na Ășnica clĂnica da minha cidade natal. Naqueles dias, as lendas de Lorde Reinstar me fascinavam. Eu queria tanto ser um Ăcone, um revolucionĂĄrio como ele foi, e esse Ășnico desejo alimentava minha paixĂŁo. Como era de se esperar, nĂŁo demorou muito para que eu pegasse o jeito da magia sagrada.
Eu consigo!, pensei. Vou ser como Lorde Reinstar! Algum diaâŠ
Mas meus sonhos foram destruĂdos quando meu mestre me proibiu de praticar qualquer feitiço alĂ©m do bĂĄsico Cura e Purificação. E nĂŁo, o salĂĄrio de aprendiz nĂŁo era suficiente para compensar a frustração que senti na Ă©poca. Protestei o quanto pude, mas os termos da minha posição exigiam obediĂȘncia inquestionĂĄvel. EntĂŁo, obedeci.
Meu aprendizado finalmente chegou ao fim quando Grandol começou a recrutar curandeiros para a guerra. Meu mestre, outros dois e eu fomos convocados como médicos de combate, e foi só então que ele finalmente me reconheceu como curandeiro.
ApĂłs cinco anos de treinamento, ele me deixou com um grimĂłrio surrado e dinheiro suficiente para fundar uma clĂnica. Uma semana depois, partimos para o campo de batalha. E foi a Ășltima vez que o vi.
Depois de dois anos exaustivos, fui dispensado do serviço e voltei para casa, apenas para descobrir os rumores sobre meu mestre e as esperanças que ele depositava em mim. As pessoas me contaram como ele falava de mim, como dizia que, com uma base sólida, eu me tornaria o maior curandeiro de Grandol.
Suas palavras voltaram Ă minha mente. âNunca negligencie o bĂĄsicoâ, ele sempre dizia. âNunca esqueça a importĂąncia do controle mĂĄgico fundamental.â Foi entĂŁo que tudo fez sentido. Finalmente entendi o quĂŁo importante eu era para ele e por que aceitava tĂŁo poucos aprendizes. SĂł queria que ele tivesse me dito isso pessoalmente.
Minha cidade ficou sem curandeiro apĂłs o desaparecimento do meu mestre, entĂŁo assumi a responsabilidade de manter a clĂnica funcionando⊠pelo menos atĂ© que ele voltasse. Mas trĂȘs anos se passaram, minha cidade virou um campo de batalha e ele nunca retornou.
Eu tinha vinte e cinco anos e estava farto de lutar, entĂŁo fugi para a capital real, onde tinha certeza de que a guerra nunca chegaria. Escolhi acreditar no potencial que meu mestre via em mim e abri uma pequena clĂnica ali. Uma acessĂvel, para todos. Mas eu nĂŁo sabia nada sobre a podridĂŁo que assolava os curandeiros da capital naquela Ă©poca.
Menos de uma semana depois da inauguração, hordas de pacientes lotavam minha porta. A maioria vinha por ferimentos leves, que eu tinha magia de sobra para tratar sozinho, mas percebi que nĂŁo duraria muito tempo naquele ritmo. EntĂŁo, pedi assistĂȘncia Ă Guilda dos Curandeiros.
Esse foi meu pior erro.
Os curandeiros que me enviaram eram mais do que qualificados, mas sempre usavam feitiços de nĂvel absurdamente alto para tratar ferimentos simples e depois extorquiam os pacientes. Quando os critiquei por isso, me olharam como se eu fosse o louco da histĂłria â e no dia seguinte, jĂĄ tinham desaparecido.
Eu estava diante de uma escolha difĂcil: confrontar a guilda ou seguir sozinho.
No fim, decidi administrar a clĂnica por conta prĂłpria. Mas o mestre da guilda nĂŁo gostou nada disso. Os dias passaram sem um Ășnico momento em que eu nĂŁo sentisse que estava sendo vigiado⊠atĂ© que recebi uma carta da Sede da Igreja. Era uma convocação para um jovem curandeiro talentoso e prometia muitas coisas, como grimĂłrios raros que nĂŁo podiam ser encontrados em nenhum outro lugar. Nem por um segundo passou pela minha cabeça que aquilo poderia ser uma armadilha. Aceitei a oferta sem hesitar.
Cheguei Ă Sede trĂȘs meses depois e nĂŁo perdi tempo me dedicando aos estudos. Foi por volta dessa Ă©poca que aprendi sobre os contratos, um tipo de magia semĂąntica.
Minha vida como âfaxineiro de labirintoâ começou logo depois. Rapidamente ficou claro que eu nĂŁo estaria fazendo muita cura. Passei dias e mais dias nas profundezas lutando contra zumbis, cercado por colegas ridiculamente talentosos, mas completamente desprovidos de paixĂŁo, que nĂŁo davam a mĂnima para ajudar os outros. E me perguntava por que diabos a Igreja precisava de tantos curandeiros no mesmo lugar. Para tratar os feridos durante o treinamento dos cavaleiros? Pouco provĂĄvel. Meu superior, Granhart, nunca me deu uma resposta clara sobre isso.
Os dias viraram semanas, e nada nunca mudava. Só as memórias ocasionais do meu mestre me impediam de enlouquecer com a monotonia. Eventualmente, perdi até a energia para me importar se essa seria minha vida para sempre.
Então algo mudou. Granhart me informou que alguém tomaria meu lugar. Um garoto de uns dezessete anos. Minha primeira impressão? Ele devia ser muito talentoso⊠e alguém devia odiå-lo muito. Mas eu estava sob contrato, então o destino dele não era problema meu. Ainda assim, eu jå tinha desistido de mim mesmo, mas pelo menos poderia ajudar o garoto quando ele precisasse.
E foi assim que o conheci. O curandeiro mais parrudo que jå vi: Luciel. Depois de conversar um pouco com ele, percebi que não era um cara ruim, mas definitivamente tinha algo estranho nele. Esquisito, até. Tive até a impressão de que ele ia gostar do labirinto.
Levei-o até a masmorra, expliquei o båsico e matei um zumbi perdido como demonstração. Depois, saà correndo, porque eu simplesmente não suportava o fedor daquele lugar. Estranhamente, ele não me seguiu para fora.
Algum tempo depois, ele ainda nĂŁo tinha voltado, entĂŁo entrei para checar e nĂŁo encontrei o cara em lugar nenhum. Comecei a imaginar o pior.
Meio dia se passou e nada dele aparecer. Quando jå estava quase desistindo, finalmente o vi voltando tranquilamente, carregando uma sacola cheia de pedras mågicas como⊠como se ele tivesse se divertido lå dentro. Fiquei chocado. Ainda mais quando ouvi de Catherine, a ex-capitã, o quanto ele tinha trazido de volta.
Senti um sorriso se formando no meu rosto pela primeira vez em anos. Esse cara ia longe, ia fazer coisas insanas, e eu mal podia esperar para ver tudo acontecer. E sabe de uma coisa? Meu instinto estava certo. Luciel nĂŁo era normal. Ele treinava com o esquadrĂŁo mais forte dos cavaleiros, as ValquĂrias, saĂa do QG sem permissĂŁo para visitar a Guilda dos Aventureiros e, para completar, limpou o labirinto e impediu um motim numa Ășnica tarde, depois se tornou um curandeiro de rank S como recompensa.
De repente, senti uma admiração familiar â a mesma que eu sentia por Lorde Reinstar. Ele reacendeu o que restava da minha paixĂŁo e, quando soube que estava recrutando para um time, nĂŁo hesitei nem por um segundo.
A partir daquele dia, segui onde quer que ele fosse. Cada dia prometia algo novo. Cada dia prometia mais vidas para salvar.
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A vida na recĂ©m-reconstruĂda Guilda dos Curandeiros com o matador de dragĂ”es nĂŁo era ruim, mesmo que o Senhor HerĂłi precisasse aprender a se preocupar um pouco mais consigo mesmo.
â Muito bem, pessoal, temos que estar prontos para qualquer tempestade que o Luciel cause a seguir. Apertem os cintos e mĂŁos Ă obra!
â Sim, senhor!
Fosse qual fosse a mudança que ele traria para Yenice, eu estava feliz por estar aqui para testemunhar.


Tradução: CarpeadoPara estas e outras obras, visite o Carpeado Traduz â Clicando Aqui
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