The Great Cleric â CapĂtulo 7 â Volume 3
The Great ClericSeija Musou
Arco 4: O Curandeiro Que Mudou o Mundo
Light Novel Online – CapĂtulo 7:
[O Protagonista Ridiculamente OP]
Encontrei-me com Jord e o grupo depois da minha audiĂȘncia com o papa, e partimos para o Guilda dos Aventureiros.
â Luciel, eu nĂŁo teria vindo com vocĂȘ se soubesse para onde estĂĄ nos levando â reclamou Jord assim que chegamos.
â Por isso que nĂŁo contei â ri. â Melhor se acostumar. Vamos fazer isso com frequĂȘncia.
Jord parecia prestes a chorar, enquanto os outros apenas estavam confusos ao entrarmos. O grupo de dezesseis pessoas chamava bastante atenção, para dizer o mĂnimo, e a falta de olhares hostis, insultos e abuso verbal deixou a maioria deles desnorteada, seus olhos vasculhando a guilda sem entender nada.
Sorri e segui para o refeitĂłrio, onde Grantz gritou:
â Santo EsquisitĂŁo! O que diabos tĂĄ fazendo trazendo esse monte de gente aqui? Perdeu o juĂzo?
â Sem grosseria. Esse Ă© o meu time, e acho que agora sou meio que o lĂder deles. NĂŁo se preocupe, nĂŁo viemos causar problemas. Eles jĂĄ entenderam como as coisas funcionam.
â Deuses te ajudem, garoto. E entĂŁo, o que tem no cardĂĄpio pra eles? SubstĂąncia X? â O mestre da guilda sorriu. Ele nunca se cansava disso. Me perguntei se um dia toparia um concurso de bebida. Seria uma vitĂłria fĂĄcil para mim.
Havia mais aventureiros por ali do que da Ășltima vez, o que era perfeito.
â Isso mesmo, e hoje Ă© mais um Dia do Santo EsquisitĂŁo. TambĂ©m gostaria que minha equipe treinasse com alguns aventureiros, se estiver tudo bem.
â VocĂȘ tĂĄ falando sĂ©rio? â ele riu. â Cavaleiros contra aventureiros.
â Qual Ă© o problema nisso? Falei sĂ©rio. Ă uma situação onde todos ganham, e depois eu curo todo mundo.
â A Igreja vai aceitar isso? â O trabalho do mestre da guilda era se preocupar com essas coisas, afinal.
Ser um ranque S tinha suas vantagens.
â Provavelmente, sim. Eu trabalho diretamente para a prĂłpria papa.
â Melhor nĂŁo enfiar o nariz onde nĂŁo deve, ou o FuracĂŁo nĂŁo vai me deixar em paz.
â Agradeço a preocupação, mas estou bem tranquilo por enquanto.
â Imagino. Pff, esses caras da Igreja tĂŁo ficando cada vez mais doidos com quem contratam. Mas enfim, sobre esse tal de ganha-ganha que mencionou… Tem tempo agora? Quero ouvir os detalhes.
â Claro. E pode trazer a SubstĂąncia pra eles enquanto isso?
Senti todos os homens atrĂĄs de mim me perfurando com os olhos.
â Tem certeza que eles nĂŁo vĂŁo te esfaquear pelas costas um dia desses?
â Ah, vĂŁo ficar bem. Tenho muita coisa para incentivĂĄ-los. VocĂȘ pode atĂ© dar um tratamento especial pra eles se estiver com pena.
â NĂŁo queria estar no lugar de vocĂȘs â Grantz murmurou.
Vi todos assentirem em silĂȘncio enquanto o mestre da guilda ia buscar as bebidas. Assim que receberam suas canecas, rapidamente viraram o centro das atençÔes no salĂŁo… e entĂŁo desmaiaram.
Enquanto isso, deixei minha carta para o Mestre com Grantz e acertamos os detalhes das sessÔes conjuntas de treinamento que eu havia mencionado.
Jord e os outros nĂŁo ficaram nada felizes quando acordaram, entĂŁo os levei para almoçar e prometi que logo terĂamos aquele passeio com as ValquĂrias. Isso os animou de imediato. Mas esse mĂ©todo nĂŁo funcionaria sempre, entĂŁo eu precisaria de uma nova isca para mantĂȘ-los motivados em breve.
Quando voltamos ao quartel, pedi ForĂȘt emprestada ao mestre dos estĂĄbulos para um pouco de treinamento.
â Bom te ver de novo, parceira.
Subi na sela e partimos em um galope. Minha habilidade de Montaria estava aumentando lentamente, mas nĂŁo sabia se, ao finalmente alcançar o nĂvel um, eu conseguiria montar outros cavalos.
De repente, ForĂȘt relinchou e parou.
â Foi mal, perdi o foco.
Ela era uma Ă©gua esperta e parecia sempre sintonizada com meus sentimentos. Lancei magia de purificação nela enquanto pensava em como convencer Sua Santidade e Yanbath a me deixarem levĂĄ-la em minhas viagens. ForĂȘt adorava magia de purificação â assim como os outros cavalos, mas eles ainda nĂŁo me deixavam chegar perto. Era um ponto sensĂvel. Eu evitava tocar no assunto.
â Por favor, sĂł me deixem montar vocĂȘs pelo menos uma vez â implorei, ao devolver ForĂȘt aos estĂĄbulos.
Mais tarde, me retirei para o meu quarto e abri A Lenda de Reinstar Gustard.
Lord Reinstar nasceu hå cerca de trezentos anos como o segundo filho do prefeito de uma vila na fronteira. Ele era uma criança precoce e começou a cuidar dos rebanhos e dos feridos ainda aos cinco anos de idade. Aos sete, tornou-se aprendiz de caçador, mas não demorou muito para que sua vila fosse atacada por monstros. Lord Reinstar lutou com unhas e dentes contra os invasores, e foi nessa época que disparou suas primeiras flechas contra as bestas miasmåticas.
TrĂȘs anos depois, sua vida mudaria para sempre quando orcs invadiram sua casa. NĂŁo havia aventureiros na vila naquele momento, e tudo parecia perdido atĂ© que Lord Reinstar exterminou quase todos sozinho com flechas carregadas de magia. Quando seus feitos chegaram aos ouvidos do Conde Gustard, ele foi imediatamente convocado para se tornar o assistente de sua filha da mesma idade, Lizalia, que estava prestes a ingressar na academia. Dizem que seu companheiro durante a viagem atĂ© a propriedade dos Gustard foi um pĂ©gaso, criatura que ele resgatou em um ato que lhe rendeu a amizade dos espĂritos.
E assim, Reinstar, um plebeu, foi matriculado em um instituto para nobres, onde se destacou em todas as matĂ©rias e rapidamente alcançou o topo da classe. Um de seus feitos mais infames ocorreu durante um discurso que deveria fazer, mas que acabou sendo dado por outro aluno de uma famĂlia extremamente poderosa. Para Reinstar, livros e estudos eram perda de tempo. Ele frequentemente matava aula para se dedicar Ă sua verdadeira paixĂŁo â a vida de aventureiro â alĂ©m de inventar feitiços. Era considerado um prodĂgio das artes arcanas.
Ao se formar, a propriedade dos Gustard enfrentou uma grande crise, e Lizalia se tornou a Ășnica herdeira do conde. Um ano depois, ela e Reinstar se casaram, tornando-o um nobre por direito. ApĂłs anos estudando polĂtica e administração, ele foi reconhecido como o novo conde da regiĂŁo e se dedicou inteiramente ao povo.
***
Continuei lendo.
Depois da guerra, um grande nĂșmero de crianças ĂłrfĂŁs surgiu pelo mundo. EntĂŁo, Lord Reinstar restaurou as terras ĂĄridas e, com sua magia, criou um vasto orfanato, um refĂșgio para essas almas perdidas. Assim nasceu a RepĂșblica de Saint Shurule.
VĂĄrios anos se passaram, e Lord Reinstar viajou pelo mundo, curando os doentes e alimentando os famintos. Mas entĂŁo os monstros se revoltaram em fĂșria, e ele os exterminou em hordas, alcançando a classificação de aventureiro SSS. Os corpos das criaturas derrotadas foram purificados com magia e transformados em alimento para as cidades e vilarejos.
A guerra, seguida por mais violĂȘncia, acabou esgotando Lord Reinstar, e ele decidiu deixar um legado que curasse, em vez de apenas lutar e destruir. Seu Ășnico desejo era acabar com todo o sofrimento, entĂŁo criou guildas para curandeiros, complementando as jĂĄ existentes para aventureiros ao redor do mundo.
Eu não conseguia acreditar que o homem descrito nessas påginas realmente existiu. Era absurdo. Todos os seus feitos, incluindo a criação da Guilda dos Curandeiros, tinham vindo de suas próprias economias, acumuladas ao aumentar a riqueza do condado no qual ele se casou. E aquela parte sobre ele ser um aventureiro de rank SSS? Era como se ele tivesse atingido o auge ainda no ensino médio e simplesmente continuado. Ele era um protagonista. Um verdadeiro protagonista.
Era isso que significava ser um curandeiro de rank S? Trazer esperança para as pessoas? Eu nĂŁo estava pronto para isso, mas tinha que fazer o que fosse possĂvel. E, felizmente, eu nĂŁo era nem de perto tĂŁo sobre-humano quanto Lord Reinstar. Ainda queria expandir minha rede de amigos e aliados e viver meus dias como curandeiro de maneira pacĂfica, livre dessas expectativas. Eu ainda nĂŁo tinha terminado de ler o livro inteiro, mas estava claro que, se as informaçÔes nele fossem precisas, Lord Reinstar ou tinha adquirido mĂșltiplas classes ou era simplesmente uma lenda viva.
Francamente, comparando nĂłs dois, Reinstar me superava em praticamente tudoâcom uma Ășnica exceção: minha força de vontade. Eu podia ser fraco, mas se conseguisse manter a cabeça erguida independentemente da situação, isso nos colocaria em pĂ© de igualdade. Eu realmente acreditava nisso. Porque eu sabia que havia pessoas como Brod que se preocupavam comigo. Pessoas que me apoiavam. E esse era outro ponto onde eu podia me equiparar a Reinstar. NĂŁo tinha tanta certeza sobre ele, mas eu sabia como criar conexĂ”es.
Eu era um curandeiro de rank S. SĂł precisava fazer o que um curandeiro de rank S poderia fazer e deixar que as outras pessoas desempenhassem seus papĂ©is. Nada de bom viria de estabelecer padrĂ”es impossĂveis ou me comparar a uma lenda. Eu nĂŁo estava sozinho nessa. Ao meu redor, havia pessoas gentis e prestativas, e foram elas que me tornaram quem eu era. Confiar nelas nĂŁo era uma fraqueza, era uma força. Da mesma forma, melhorar a mim mesmo para que os outros pudessem contar comigo apenas tornava nossos laços mais fortes. Eu nĂŁo precisava ser o mais forte para ser o melhor.
A história de Reinstar não me desanimou. Eu não deixaria que isso acontecesse. Com nova determinação e esperança no coração, voltei meu olhar para o futuro.
Na manhĂŁ seguinte, a caminho do treinamento com as ValquĂrias, ouvi alguĂ©m me chamar por trĂĄs:
â Bom dia, Luciel.
â Bom dia, Lumina â respondi. â Animada para o treino de hoje?
â Igualmente. Me diga, vocĂȘ e seu grupo tĂȘm planos para esta tarde?
â NĂŁo, nada em particular. Costumo deixĂĄ-los livres quando nĂŁo temos alguma missĂŁo. Por quĂȘ?
â O que acha de se juntar ao nosso treino?
â Na floresta, quer dizer? Bem, isso depende de como ForĂȘt Noire estiver se sentindo, jĂĄ que ela Ă© basicamente o Ășnico cavalo que consigo montar.
Ela riu.
â Ainda tendo problemas com cavalos, hein?
â VocĂȘ nĂŁo faz ideia. Eles gostam da minha magia de purificação, mas nosso relacionamento Ă©… complicado.
â Talvez sua Ă©gua seja ciumenta.
â Quem me dera fosse tĂŁo simples. Na verdade, Ă© um mistĂ©rio, entĂŁo nĂŁo hĂĄ nada que eu possa fazer para resolver. AtĂ© o Yanbath desistiu de mim.
â Se piorar, suponho que vocĂȘ possa vir de carruagem.
â VocĂȘ realmente precisa de mim lĂĄ? O que vocĂȘs estĂŁo planejando?
â SĂł quero ajudar. Minhas garotas me contaram que nossos exercĂcios conjuntos impressionaram seu grupo, e eu queria ajudar a melhorar ainda mais sua imagem, se me permitir.
Caramba. O que eu tinha feito para merecer tanta gentileza? Como eu poderia retribuir isso? Eu estava nas nuvens.
â Claro, com certeza. Muito obrigado.
Lumina riu novamente.
â No treinamento de hoje, vamos subjugar javalis gigantes nas florestas prĂłximas. Seria bom para vocĂȘ entender a diferença entre enfrentar inimigos de labirintos e criaturas vivas.
Ela era gentil demais, de verdade. Mas isso significava que as ValquĂrias iriam dar tudo de si. Espero que meu grupo conseguisse voltar com a dignidade intacta.
â Estaremos lĂĄ. SĂł me deixe esclarecer uma coisa… Ă verdade que os monstros sentem emoçÔes?
â Sim. Alguns atĂ© imploram por suas vidas.
Os mortos-vivos nunca faziam isso. Eu definitivamente nĂŁo estava pronto para enfrentar monstros humanoides ou criaturas fofas implorando por misericĂłrdia. Sem dĂșvida, eu hesitaria em atacar.
â Acho que prefiro os monstros dos labirintos.
â Concordo.
Era impressĂŁo minha ou Lumina sempre foi tĂŁo legal assim?
â Ah, outra coisa que nunca tive a chance de perguntar. Qual o nĂvel de vocĂȘs? Acabei de chegar ao nĂvel onze outro dia.
â VocĂȘ deveria se orgulhar, Luciel. Aguentou um treinamento com pessoas acima do nĂvel cento e trinta. NĂŁo Ă© pouca coisa para alguĂ©m que começou no nĂvel um.
â Uau, essa diferença de nĂvel Ă© absurda. Mas nĂŁo gosto de usar status como desculpa, entĂŁo gostaria de ser capaz de vencer vocĂȘs antes de alcançar esse nĂvel.
â Aceito o desafio â ela sorriu.
Para deixar claro, eu nĂŁo estava almejando uma vitĂłria esmagadora. NĂŁo contra os membros mais fortes dos cavaleiros. Isso seria irrealista.
â Nos encontramos depois do almoço, entĂŁo?
â Sim. Planejo que dure da tarde atĂ© o inĂcio da noite.
â Entendido. E desculpe mudar de assunto de novo, mas vocĂȘ acha que terĂamos alguma chance contra vocĂȘs se usĂĄssemos Encantamento FĂsico no treino de hoje?
â Certamente nĂŁo sem sua barreira e sua magia de cura. â Ela pensou por um momento. â Fora isso, suponho que poderia ser uma luta interessante. Mas hĂĄ uma coisa que me preocupa.
â O quĂȘ?
â Acidentes acontecem ao treinar com lĂąminas, e embora eu saiba que sua magia pode curar ferimentos fĂsicos, me preocupo com os danos mentais que ela nĂŁo pode consertar.
Ah. Certo. Eu estava tão acostumado a cortes e hematomas por causa do meu mestre que esqueci que pessoas normais geralmente não gostam de sofrer laceraçÔes graves.
â Vou deixĂĄ-los de fora se perceber que hĂĄ algum problema, mas acho que quanto mais treinarmos, mais todos vĂŁo se fortalecer.
â Essa Ă© uma expectativa perigosa.
Ela tinha razĂŁo. Usar magia para se dessensibilizar a ferimentos nĂŁo era exatamente uma boa ideia.
â Ainda assim, quero que eles fiquem fortes o suficiente para enfrentar as suas ValquĂrias.
â Eu daria boas-vindas a isso. Se for possĂvel, Ă© claro.
Chegamos rapidamente ao campo de treinamento, fizemos nossas voltas de aquecimento e, entĂŁo, lutamos como da Ășltima vez, onze contra onze. O resultado foi uma derrota esmagadora para o meu time. No entanto, dessa vez as garotas deram tudo de si desde o começo, e alguns dos meus ainda conseguiram segurĂĄ-las ou atĂ© contra-atacar. Isso ajudou todos a entenderem melhor suas habilidades e a terem um objetivo a perseguir.
Quando terminamos a sessĂŁo e fizemos a revisĂŁo, contei a todos sobre os treinamentos que terĂamos naquela tarde.
â VocĂȘ Ă© o maior, CapitĂŁo! Vou segui-lo atĂ© o fim do mundo!
â Estou tĂŁo feliz por ter me juntado ao time!
â Diga o que precisamos, CapitĂŁo, e eu providencio tudo.
As ValquĂrias que nos observavam caĂram na gargalhada. Olhei para o meu grupo, que basicamente parecia um bando de adolescentes barulhentos numa excursĂŁo escolar, e me senti desapontado com a falta de compostura do meu prĂłprio gĂȘnero.
Com isso, o treinamento foi concluĂdo, e dispensei todos com a ordem de estarem prontos com seus cavalos atĂ© a tarde.
Tradução: CarpeadoPara estas e outras obras, visite o Carpeado Traduz â Clicando Aqui
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