The Great Cleric â CapĂtulo 12â Volume 2
The Great ClericSeija Musou
Arco 2: O Labirinto e as ValquĂrias
Light Novel Online – CapĂtulo 12:
[A ValquĂria HonorĂĄria]
Acordei ainda mais cedo do que o normal e, depois do treino de magia, comecei a me empolgar com a ideia da beleza do estilo de luta com duas lùminas. Hoje seria o dia em que Elizabeth e Ripnear começariam a me ensinar.
Na minha mente, lutar com duas lĂąminas era uma arte de enganar, de brincar com o oponente com movimentos ĂĄgeis. NĂŁo era uma estratĂ©gia infalĂvel, mas sem dĂșvida era o estilo de luta mais adequado para ganhar tempo. Eu sabia que nem todos compartilhavam dessa filosofia, mas era assim que eu via a coisa.
Lembrei-me do tempo em Merratoni, quando tentei manejar uma espada grande com uma mão só. Gulgar viu meu esforço indo por ågua abaixo e me jogou um copo para me consolar. E não era um copo de cerveja, só para deixar claro. Agora que parei para pensar, foi mais ou menos nessa época que pararam de diluir meu Substance X.
TrĂȘs batidas na porta.
â Quem Ă©?
â Elizabeth das ValquĂrias. Vim te buscar.
Nada de Ripnear hoje. Serå que Elizabeth era algum tipo de aristocrata? Ela sempre tinha esse ar nobre. Virei meu Substance X, limpei a boca com Purificação e abri a porta.
â Bom dia, Elizabeth. Obrigado por vir atĂ© aqui.
â De nada. Espero que tenha se preparado. Hoje vocĂȘ vai aprender a lutar com duas lĂąminas. E vai aprender direito.
â HĂŁ, vocĂȘ estĂĄ brava com alguma coisa?
â Bobagem. Vamos logo.
â Ok, entĂŁo â suspirei, resignado. Algo me dizia que nĂŁo adiantava fazer mais perguntas.
Seguimos até o campo de treinamento. O regimento jå estava em formação, exatamente como na semana anterior. Todos estavam me esperando.
â Bom dia, Luciel â Lumina me cumprimentou. â Obrigada, Elizabeth.
A paladina fez uma saudação Ă sua lĂder antes de se juntar Ă formação.
â Bom dia, pessoal.
Tentei imitĂĄ-los, mas Lumina me interrompeu.
â Luciel, quero que fique com isso.
Ela me entregou um cartĂŁo.
â O que Ă© isso?
â Este cartĂŁo indica sua ligação com as ValquĂrias. Ele Ă© seu. Com ele, vocĂȘ pode entrar livremente em ĂĄreas que normalmente sĂŁo restritas aos paladinos.
â Er… Mas eu sou um homem, e esse Ă© um regimento feminino. Sei que Ă© sĂł no nome, mas como eu posso ser uma ValquĂria? Isso parece problemĂĄtico de algum jeito…
â Conversei com um colega e ele achou a ideia interessante. EntĂŁo meus superiores autorizaram. NĂŁo tem mais nada alĂ©m disso.
â Sinto que pode ter um pouco mais do que isso…
Colega? Quem serĂĄ que era essa pessoa?
â Se fosse vocĂȘ, Luciel, eu aceitaria minha masculinidade e seguiria em frente. Caso contrĂĄrio, vai acabar arrancando os prĂłprios cabelos de tanta preocupação. Agora, vamos começar com o aquecimento.
Lumina saiu na frente correndo. Ouvi risadinhas atrås de mim, mas quando me virei, as garotas jå estavam disparando para me ultrapassar. Essa doeu. Eu não seria um saco de pancadas tão fåcil se não fosse tão fraco, mas, por enquanto, tudo o que eu podia fazer era me esforçar para mudar isso no futuro.
â Eu nĂŁo vou ficar careca…
SaĂ correndo com tudo o que tinha.
***
Nenhuma quantidade de ar que eu puxasse parecia aliviar a queimação nos meus pulmÔes.
â VocĂȘ ficou mais rĂĄpido â Lumina comentou.
â VocĂȘs ainda estavam sete voltas na minha frente â resmunguei. Pelo menos era uma volta a menos do que na semana passada. Um grande avanço, mas ainda tinha um longo caminho pela frente.
â Para um curandeiro, eu chamaria isso de rĂĄpido, nĂŁo acha?
â Por que vocĂȘ estĂĄ me perguntando isso? VocĂȘ nĂŁo tem outro ponto de comparação?
â Continuem, garotas! â Lumina chamou. â Exceto Elizabeth e Ripnear, quero que todas formem duplas e comecem a treinar. Depois, vocĂȘs vĂŁo se enfrentar em um torneio entre si. Entendido?
â Sim, senhora! â responderam as paladinas.
â Elizabeth, Ripnear, mostrem para o Luciel um duelo entre lutadoras de duas lĂąminas. Depois, quero que treinem com ele. Nada de cortes ou golpes em pontos vitais.
SĂ©rio? Ăamos fazer isso com espadas de verdade? Melhor eu deixar um Alto Cura pronto, sĂł por precaução.
â Sim, senhora! â responderam as duas.
â Podem começar.
Foquei totalmente nelas, pronto para ver como as ValquĂrias lutavam.
Ripnear abaixou sua postura e avançou rapidamente em direção a Elizabeth com uma elegùncia fluida. Deslizou para a esquerda e tentou atacar as pernas da oponente com sua espada direita. Mas Elizabeth defendeu com calma, girou sobre o pé direito e tentou acertar as costas de Ripnear com a lùmina esquerda. No entanto, como se jå estivesse esperando por isso, Ripnear girou no ar, desviou o golpe e usou o impacto para se afastar.
Uma atacava com uma enxurrada de golpes rĂĄpidos como um raio, entĂŁo a outra revidava na mesma intensidade. Eu nĂŁo conseguia nem piscar com medo de perder um Ășnico momento. Nenhuma delas tinha vantagem. O que uma fazia, a outra conseguia responder na mesma moeda. NĂŁo parecia que isso teria fim.
A luta seguiu nesse ritmo atĂ© que Elizabeth bloqueou o ataque duplo de Ripnear com uma Ășnica lĂąmina e, entĂŁo, empurrou sua outra espada para frente, parando a poucos centĂmetros do pescoço da oponente. E assim, a batalha terminou. O erro de Ripnear, sem dĂșvida, foi tentar atacar com as duas lĂąminas ao mesmo tempo.
O fato de eu ter conseguido acompanhar o duelo jĂĄ era algo impressionante.
Lumina me lançou um sorriso.
â O que achou?
â Elas sĂŁo incrivelmente rĂĄpidas. E focadas nos pontos fracos uma da outra. Era como se estivessem sempre prevendo os movimentos do adversĂĄrio, quase como se lessem a mente uma da outra.
â E o que achou da luta com duas lĂąminas?
â Deixa a pessoa mais vulnerĂĄvel do que eu imaginava. Quanto mais vocĂȘ se expĂ”e, mais se coloca em perigo. E vocĂȘ tem que ficar sempre na ofensiva. Se deixar o oponente ganhar impulso, jĂĄ era. Agora tenho algumas teorias…
â De fato. Fico feliz que tenha prestado atenção. Lutar com duas lĂąminas Ă© Ăłtimo para enganar o inimigo, mas seu equilĂbrio sofre com isso. Muitas vezes, o golpe final Ă© o mais difĂcil de acertar. Agora que jĂĄ entendeu as desvantagens, acho que Ă© sua vez.
â Vou fazer o que puder.
Minha primeira luta seria contra Ripnear.
***
Assim que o combate começou, ativei minha Barreira de Ataque para aumentar minha defesa fĂsica, levantei meu escudo e esperei o ataque. Os golpes dela caĂram sobre mim como um tsunami. De cima, de baixo, da esquerda, da direita… de todos os lados. Eu parecia uma tartaruga encolhida dentro do casco, mas aguentei. A velocidade dela me lembrava Brod, mas nĂŁo era tĂŁo rĂĄpida, nem tĂŁo esmagadora.
Esperei pacientemente, observando os padrÔes dela, esperando minha chance. E então, vi uma abertura. Quando ela recuou para um grande ataque, empurrei meu escudo para frente e esperei. Era agora! Consegui bloquear sua lùmina com o escudo, interrompendo o impulso dela, e desci minha espada com força.
Uma dor intensa e surda atravessou meu queixo, e de repente, eu estava olhando para o céu. Minhas pernas falharam, e caà de joelhos.
Lumina se aproximou.
â VocĂȘ estĂĄ bem?
â Sim, estou consciente, pelo menos… Mas o que aconteceu no final? Achei que tinha vencido, e do nada, eu estava no chĂŁo.
â VocĂȘ bloqueou o ataque dela esplendidamente, mas no momento em que abaixou sua espada, ela usou o impulso do rebote contra seu escudo para dar um salto mortal para trĂĄs. E receio que seu queixo tenha sido um alvo fĂĄcil para o pĂ© dela. VocĂȘ perdeu o equilĂbrio depois disso.
â Oh.
Sim, fazia sentido. Dano cerebral não parecia nada divertido, então lancei Cura na minha cabeça, e a força voltou para as minhas pernas.
Pedi outra rodada, mas dessa vez minha oponente era Elizabeth. Se o estilo de Ripnear era pura velocidade e enxurradas de ataques, o de Elizabeth era completamente baseado em contra-ataques e astĂșcia. Ela aparava e desviava meus golpes com maestria e nunca deixava escapar uma abertura. Qualquer brecha na minha defesa era detectada e, literalmente, chutada atravĂ©s dela. Seus padrĂ”es eram tĂŁo variados que eu nĂŁo tinha esperança de acertar um golpe a menos que jogasse de forma mais inteligente.
Testei algumas aberturas com fintas e, em seguida, avancei com meu escudo, esperando que nossa diferença de tamanho jogasse a meu favor.
â Imprudente.
Ouvi a voz, mas nĂŁo vinda da minha frente. Elizabeth havia desaparecido.
Antes que eu pudesse reagir, minhas pernas foram varridas e caĂ para frente. O toque suave de uma espada contra minhas costas sinalizou o fim da nossa luta.
â HĂŁ… o que acabou de acontecer? â perguntei, confuso. â Como a Elizabeth desapareceu assim?
â Magia â respondeu Lumina. â Explique, por favor, Elizabeth.
â Sim, senhora. Luciel, eu tenho duas afinidades: fogo e ĂĄgua. Usei-as para criar uma ilusĂŁo, um chamariz, para atraĂ-lo a criar uma abertura.
NĂŁo apenas ela havia usado magia debaixo do meu nariz, mas tambĂ©m o fez utilizando afinidades diametralmente opostas. Eu subestimei as paladinas. Elas estavam em um nĂvel completamente diferente. E nĂŁo sĂł em termos de nĂveis numĂ©ricos, mas tambĂ©m em pura habilidade e tĂ©cnica refinada.
â Obrigado. Foi uma experiĂȘncia informativa.
Baixei a cabeça, humilde. Eu sabia que ainda tinha muito a aprender com elas.
NĂłs trĂȘs continuamos participando das lutas do torneio interno, e apĂłs Lumina oferecer seu feedback, o treinamento matinal foi concluĂdo.
Depois do cafĂ© da manhĂŁ, as ValquĂrias se separaram para uma luta de cinco contra cinco, enquanto Lumina e eu observĂĄvamos e analisĂĄvamos.
â Duvido que vocĂȘ algum dia se veja liderando tropas â disse ela â, mas avaliar suas prĂłprias estratĂ©gias e identificar as fraquezas dos outros pode lhe ser Ăștil de outras formas.
â Rezo para nunca precisar usar essas habilidades.
Quando o treinamento terminou, Lumina e as outras partiram para seus exercĂcios de campo novamente, enquanto eu subi na sela. No entanto…
â Minhas desculpas; ForĂȘt nĂŁo estava se sentindo bem, entĂŁo trouxe um cavalo diferente para vocĂȘ hoje â disse Yanbath.
E, assim, meus planos foram frustrados. O substituto de ForĂȘt era um grande castanho.
â Ele Ă© bem grande â comentei.
â Maior que ForĂȘt, com certeza. E um pouco mais inquieto, mas vocĂȘ nĂŁo encontrarĂĄ outro cavalo que possa enfrentar monstros como esse.
â Um durĂŁo, hein?
Pressionei suas costas para sinalizar que estava prestes a montar e pulei na sela. Mas o castanho imediatamente se ergueu sobre as patas traseiras e me jogou no chĂŁo.
â Oof! Isso doeu!
â Senhor Luciel, vocĂȘ estĂĄ bem?!
â No geral, sim.
Tentei vĂĄrias vezes, mas o resultado foi o mesmo, mesmo depois de Yanbath trazer um segundo cavalo. Mas eu era persistente e nĂŁo desisti. As ValquĂrias nunca me deixariam participar de seus exercĂcios de campo desse jeito.
Dezenas de vezes, até que as paladinas retornaram, eu subi nas costas dos cavalos apenas para ser arremessado de volta ao chão. E ele não era nada macio. Mas me recusei a deixar um pÎnei idiota me menosprezar e me neguei a me curar.
Quando Lumina me viu coberto de sujeira e hematomas, colocou a mĂŁo no meu ombro e disse:
â Talvez devĂȘssemos adiar os exercĂcios de campo por enquanto.
E assim, minha segunda sessĂŁo com as ValquĂrias foi concluĂda. Parti para o labirinto para suar um pouco e me animar.
Na manhĂŁ seguinte, acordei e fiz meus alongamentos habituais. Sem dor, felizmente. Hora de me preparar para o dia.
Depois do café da manhã, peguei meu almoço com a serviçal de sempre e fui direto para a exploração do labirinto. Purifiquei esqueletos e fantasmas na sala do chefe do décimo andar sem dificuldades. Zumbis jå não eram adversårios para minha esgrima. Então, hoje eu planejava tentar algo novo.
Eu tinha trĂȘs adagas de prata sagrada que comprei na loja e as mantive na minha bolsa mĂĄgica. Quando mentalizei uma delas na minha mĂŁo esquerda, ela apareceu ali quase instantaneamente. Isso seria Ăștil caso eu estivesse em apuros ou enfrentando um inimigo voador e precisasse de uma arma de arremesso rĂĄpida. Ou pelo menos depois que eu treinasse o suficiente para usĂĄ-la corretamente.
TrĂȘs dias inteiros se passaram enquanto eu aprimorava meu estilo de combate com a bolsa mĂĄgica na sala do chefe. E hoje, na vĂ©spera da minha prĂłxima sessĂŁo com as ValquĂrias, era o dia em que eu desafiaria o chefe do vigĂ©simo andar.
Fiquei diante da grande porta e fiz meus preparativos finais.
â Armas, confere. Armadura, confere. Itens de recuperação, confere. Barreira de Ărea, ativada. SubstĂąncia X motivacional, engolida.
Era a hora da verdade. Eu jå tinha estudado todos os mortos-vivos e seus padrÔes de ataque no décimo andar, então estava pronto.
â Deus, Buda, ancestrais, me deem forças. E por favor, que eu consiga usar magia dessa vez.
A porta rangeu ao se abrir, revelando um salão sombrio, igual ao do décimo andar.
â Agora sim, isso Ă© uma sala de chefe. JĂĄ estava ficando confortĂĄvel demais com a outra.
Assim como antes, a porta se fechou com um estrondo atrĂĄs de mim assim que entrei. A luz preencheu o ambiente, revelando um wight e dois cavaleiros esqueleto armadurados. Mas, na verdade, eles nĂŁo eram apenas esqueletos. Eram muito mais intimidadores. Eram cavaleiros da morte.
Senti um mau pressentimento e comecei a entoar um feitiço imediatamente.
â Ă sagrada mĂŁo da cura. Ă sopro vivificante da terra. Ouça minha prece. Bane as impurezas diante de mim e conduza-as Ă libertação. Purificação!
O brilho sagrado envolveu as criaturas e as engoliu por completo… SĂł que nĂŁo.
â Imaginei.
O trio de mortos-vivos rugiu ferozmente, com um toque de dor perceptĂvel. O feitiço teve algum efeito, mas nĂŁo o suficiente. Lancei outra Purificação, mas os cavaleiros ergueram os escudos e avançaram contra mim, sem hesitar.
Eram rĂĄpidos. Mas eu mantive a calma e li seus movimentos. O feitiço de Purificação se dissipou ao atingir os escudos deles, apenas retardando-os levemente. Segurei minha espada e escudo, pronto para me defender, quando trĂȘs lanças de chamas vermelho-sangue vieram direto na minha direção.
â EntĂŁo esse Ă© o truque deles, hein?
Esses trĂȘs formavam um time perigoso. E essa luta nĂŁo ia ser nada bonita.
Levantei meu escudo para bloquear as lanças flamejantes e, no instante em que o impacto me atingiu, uma imagem passou pela minha mente: meu escudo derretendo em minhas mãos.
Sem hesitar, joguei-o para trås, na direção dos cavaleiros da morte, onde ele imediatamente pegou fogo e começou a se dissolver. Em seguida, invoquei outro escudo da minha bolsa mågica. Girei rapidamente e lancei uma terceira Purificação nos cavaleiros da morte a curta distùncia, paralisando-os por um instante.
Era agora ou nunca. Me aproximei de um dos cavaleiros e o cortei com minha espada imbuĂda de magia. Um arrepio percorreu minha espinha. Um aviso. Soltei a espada imediatamente e saquei uma adaga de prata sagrada, arremessando-a com força contra a cabeça do outro cavaleiro da morte.
Se isso fosse um conto de fadas, a histĂłria terminaria aqui. Mas nem os monstros nem a realidade eram tĂŁo gentis. A adaga ricocheteou no escudo do cavaleiro com um estrondo metĂĄlico.
Precisei recuar e repensar minha estratĂ©gia. Eu jĂĄ tinha derrotado um deles, mas agora o cavaleiro remanescente assumiu uma postura totalmente defensiva, protegendo o wight para que ele continuasse lançando aquelas lanças de fogo impossĂveis de bloquear.
Eles eram uma dupla incrivelmente poderosa. O escudo que eu havia descartado estava no chĂŁo, derretido e em chamas… Um destino que teria esperado pelo meu braço se eu nĂŁo tivesse reagido a tempo.
Enquanto eu pensava no feitiço do wight, o cavaleiro avançou contra mim. Interceptei seu golpe, mas de forma desajeitada, e a lùmina passou pelo meu ombro direito. Se eu não fizesse algo råpido, eles me encurralariam.
â SĂł tem um jeito… Eu tenho que ir com tudo!
O wight lançou mais magia de fogo. Dessa vez, em vez de bloquear diretamente, inclinei meu escudo para desviar o ataque, depois o joguei longe e corri contra o cavaleiro. Bem na frente dele, entoei:
â Ă sagrada mĂŁo da cura. Ă sopro vivificante da terra. Ouça minha prece. Bane as impurezas diante de mim e conduza-as Ă libertação. Purificação!
Mas meu inimigo nĂŁo hesitou e ergueu a espada para me atacar. No Ășltimo segundo, me joguei para o lado e invoquei outra adaga, lançando-a num Ășltimo esforço. Ela acertou em cheio o crĂąnio do monstro.
â Sim!
Mas não havia tempo para comemorar. O wight ainda estava de pé. No instante em que desviei o olhar do cavaleiro da morte, seus olhos brilharam em um vermelho intenso. Ele me encarou diretamente. Um medo instintivo tentou tomar conta de mim, mas eu o reprimi com um grito feroz.
Invoquei uma espada e saltei contra ele, cortando sua cabeça fora. Não morreu imediatamente, ainda conseguindo abrir um corte feio no meu ombro antes de desaparecer por completo. Pelo menos tive sorte de não ser partido ao meio.
Uma dor ardente percorreu meus ferimentos. Mesmo depois de usar um Alto Cura, ainda doĂa. SerĂĄ que era dor fantasma?
â Espera… NĂŁo pode ser…
Lancei uma Purificação e, instantaneamente, a dor desapareceu.
Suado e ofegante, murmurei:
â EntĂŁo era um efeito de maldição? Mas isso deveria ser sĂł uma ilusĂŁo… Se meu mestre nĂŁo tivesse me treinado, eu teria pensado que a dor era real e provavelmente teria desmaiado.
Apontei minha lĂąmina para o wight.
â VocĂȘ Ă© o prĂłximo! Vamos acabar com isso!
Ativei Barreira Mågica e Manto de Aura, concentrando-me. O wight parecia impaciente e começou a conjurar cinco lanças de fogo de uma vez. Lancei uma adaga contra ele e me preparei para o impacto. O wight desviou, mas eu jå estava em cima dele.
Dessa vez, ele condensou todas as lanças em uma Ășnica, aparentemente desesperado, e a lançou contra mim. Joguei meu escudo no ar, e a lança colidiu com ele, fazendo-o voar na direção oposta. Quando a fumaça se dissipou, eu estava ileso e bem na frente do monstro.
Aproveitei a abertura e entoei Purificação, tentando interromper sua magia, mas o wight contra-atacou, cercando-se de um campo de força negro semelhante à Barreira Mågica.
â Se nĂŁo posso vencĂȘ-lo com magia, ainda tenho muitas lĂąminas afiadas!
Golpeei com minha espada e ele reagiu com flechas mĂĄgicas carmesim. Contra-ataquei com Cura em Ărea. Mortos-vivos nĂŁo eram pĂĄreo para magia de cura, e aquele desgraçado claramente nĂŁo esperava isso. Ele congelou no lugar e gritou quando a luz o envolveu.
Invoquei uma lança de prata sagrada e perfurei a criatura, então invoquei a espada de Brod e a infundi com magia. Com um giro limpo e certeiro, decepei a cabeça do wight. Ela voou no ar, bateu no chão e se desintegrou.
Suspirei, aliviado.
â Pronto. Acho que aquele outro wight era mais forte, mas descobrir como lidar com essa nova magia foi complicado. Pelo visto, aqueles dois cavaleiros da morte equilibraram a batalha.
Recolhi a enorme gema do wight e as duas menores dos cavaleiros da morte. Todas eram mais escuras e maiores que os restos comuns de mortos-vivos. E, assim como da Ășltima vez, havia equipamentos extras deixados para trĂĄs: armas, armaduras, joias e um manto. Purifiquei cada item antes de guardĂĄ-los na minha bolsa. Eram provavelmente valiosos, mas eu teria que entregĂĄ-los ao Papa de qualquer forma.
Assim que terminei de coletar tudo, uma porta se abriu com um estrondo, revelando uma escadaria que levava ao prĂłximo andar.
â Nenhuma surpresa aĂ. Mas quantos andares serĂĄ que tem? Se continuar assim, vai ficar complicado… Bom, de qualquer forma, Ă© hora do almoço.
Aproveitei para descansar meu corpo cansado com uma refeição tranquila e revigorante. Enquanto comia, meditei e concentrei-me em recuperar minhas forças e minha magia. Depois de recuperar o suficiente, decidi:
â Acho que vou dar uma espiada no vigĂ©simo primeiro andar, depois volto para enfrentar aqueles cavaleiros mais uma vez e entĂŁo volto para casa.
Cheguei ao vigĂ©simo primeiro andar e, em pouco tempo, percebi que as coisas iam ser bem diferentes. Os zumbis vagarosos tinham sido substituĂdos por ghouls que me caçavam ativamente e atacavam sem hesitação. A Purificação ainda funcionava, mas, caramba, era assustador. Esses novos inimigos se moviam duas vezes mais rĂĄpido que os zumbis normais, entĂŁo eu teria que me readaptar rĂĄpido ou ia acabar me dando muito mal.
Notei a coloração alaranjada das paredes e voltei para a sala do chefe. Depois de eliminar o Ășnico cavaleiro restante, tirei um momento para me acalmar.
â EntĂŁo o cavaleiro que reaparece nĂŁo dropa itens e cai com uma Ășnica Purificação…
Fiz um juramento silencioso para mim mesmo e para o monstro cristalizado: um dia, eu o derrotaria sem usar magia nenhuma. Mesmo que esse dia ainda estivesse longe.
Meu primeiro mĂȘs na Igreja estava chegando ao fim.
Tradução: CarpeadoPara estas e outras obras, visite o Carpeado Traduz â Clicando Aqui
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