The Great Cleric â CapĂtulo 10â Volume 2
The Great ClericSeija Musou
Arco 2: O Labirinto e as ValquĂrias
Light Novel Online – CapĂtulo 10:
[Uma Série de Apelidos Infelizes]
Lucy, Queena e eu chegamos ao refeitório e pedimos nossa comida. Todas as mudanças na minha rotina habitual me deixaram meio fora de sintonia.
â Bom dia â cumprimentei a atendente de sempre. â Hoje estĂĄ sendo difĂcil, entĂŁo vou querer um pouco mais do que o normal, por favor. E nĂŁo vou precisar de um almoço para viagem.
â Bom dia, querido. Tem certeza de que consegue comer tudo isso?
â Vou ficar bem. Vou precisar da energia mais tarde. â Parecia que eu estava de volta ao meu clube de esportes, me preparando para uma longa noite de treino no campo. Levei meu cafĂ© da manhĂŁ montanhoso atĂ© a mesa onde Lucy e Queena estavam sentadas.
â Desculpem a demora.
â Tenho essa dĂșvida faz um tempo, Luciel, mas como vocĂȘ consegue comer tanto? â Lucy perguntou, olhando para minha pilha de comida.
â NĂŁo Ă© tĂŁo difĂcil. Eu costumava ser sĂł pele e osso, mas meu mestre lĂĄ em Merratoni me disse: âO primeiro passo para ser forte Ă© ter um bom apetite.â E ser forte significa menos chance de morrer, entĂŁo virou um hĂĄbito.
â Eu tenho outra pergunta â Queena acrescentou. â Por que vocĂȘ trata os garçons e garçonetes como se fossem seus amigos? Ă estranho. VocĂȘs nem se conhecem direito.
â Como assim? Uma pessoa deve mostrar respeito a autoridades, mas isso nĂŁo significa que precisa ser rude com quem nĂŁo Ă©. E tambĂ©m nĂŁo gosto desse negĂłcio de âsenhorâ. NĂŁo sou tĂŁo importante assim.
â Ignorante â as duas disseram em uma sincronia impressionante.
â VocĂȘ Ă© um diĂĄcono, nĂŁo Ă©? Um exorcista? â Lucy perguntou.
â Isso mesmo â respondi.
â DiĂĄconos e exorcistas estĂŁo abaixo dos sacerdotes â Queena explicou â, mas na prĂĄtica, eles tĂȘm a mesma autoridade que um capitĂŁo da cavalaria. E recebem o mesmo salĂĄrio tambĂ©m.
â Huh. EntĂŁo Ă© por isso que o pagamento Ă© tĂŁo bom.
â Isso nĂŁo Ă© um detalhe menor, Luciel. Um dia, alguĂ©m nĂŁo vai gostar desse seu jeito â Lucy alertou.
â Ah, eu sĂł preciso fazer bem o meu trabalho e, se algo der errado, corro para chorar no colo da papa.
Os paladinos, mais uma vez em perfeita sincronia, suspiraram.
Tudo o que eu precisava era ficar do lado bom da papa, e tinha certeza de que ela me ajudaria caso algo acontecesse. As ValquĂrias, por outro lado, pareciam prestar atenção demais em status e hierarquia, mesmo que eu nunca tivesse tido essa impressĂŁo vinda da Lumina. Achei que talvez tivesse a ver com a forma como foram educadas.
Conversamos mais um pouco e, depois de terminarmos de comer, passei no meu quarto para pegar o Substance X. Quando encontrei as meninas na entrada do campo de treinamento restrito, me desculpei por fazĂȘ-las esperar e entramos juntos.
â Vamos retomar â Lumina ordenou ao regimento. â Como Luciel se juntou a nĂłs hoje, faremos um exercĂcio de escolta. Os defensores devem proteger seu alvo contra os atacantes dentro do tempo determinado. Se os atacantes conseguirem acertar um golpe no alvo, vencerĂŁo. Alguma pergunta?
â Sim, senhora. â Levantei a mĂŁo.
â Pergunte.
â Magia Ă© permitida? Acho que nĂŁo vou conseguir acertar ninguĂ©m sem ela.
â Hm. â Ela pensou por um momento e entĂŁo respondeu: â Essa Ă© uma ameaça plausĂvel a se considerar durante uma escolta. Vou permitir.
â Obrigado. â Assim, nĂŁo doeria tanto quando eu levasse uma surra.
â VocĂȘs serĂŁo divididos em equipes de cinco e devem continuar o exercĂcio atĂ© eu dar o sinal de encerramento. Luciel serĂĄ o alvo. Protejam-no bem.
â Sim, senhora! â os paladinos responderam.
ComeçarĂamos nas extremidades do campo e avançarĂamos atĂ© o centro. Simples. Meu time, como um esquadrĂŁo do serviço secreto, era totalmente calado. Mas eu imaginava que isso mudaria no calor do combate.
No time de defesa comigo estavam Lucy, Queena, Ripnear e duas novas caras. Uma delas era Myra, que prendia o cabelo em um rabo de cavalo e tinha uma presença intimidadora. A outra, Saran, usava sua armadura de forma pouco modesta, deixando seus mĂșsculos abdominais bem Ă mostra.
Me apresentei para ambas, mas Myra parecia ser do tipo forte e silenciosa, então ela ainda era um mistério para mim. Jå Saran falava como um marinheiro às vezes, e eu estava convencido de que, no fundo, ela era uma pessoa doce.
Seguimos pelo campo e a luta começou. Eles caĂram em cima da gente como moscas. Flechas voavam perto da minha cabeça e alguĂ©m me empurrou para o chĂŁo. Eu nĂŁo conseguia entender nadaâo caos havia começado de uma vez. Tudo o que consegui fazer foi erguer uma Ărea de Barreira.
Os atacantes nos cercaram rapidamente, e entĂŁo vieram os sons de espadas e escudos se chocando.
â Por aqui!
Não sei quem gritou, mas segui a voz, mantendo a cabeça baixa até chegarmos a um muro. Quando finalmente consegui me situar, vi que Lucy estava comigo, enquanto os outros seguravam os atacantes.
EntĂŁo veio um firme:
â Chega!
Os paladinos rapidamente se alinharam para ouvir a avaliação de Lumina.
â Defensores, parabĂ©ns pela vitĂłria. Atacantes, vocĂȘs lutaram bem. Agora, gostaria de levantar alguns pontos de melhoria…
O resumo da avaliação de Lumina foi o seguinte:
Atacantes
- Ficaram impacientes ao nĂŁo conseguirem romper a defesa, mesmo tendo uma vantagem de cinco contra quatro.
- O time inteiro avançou para o combate corpo a corpo.
- Só tentaram atacar o alvo no começo da luta.
Defensores
- Apenas reagiram ao ataque depois que as flechas começaram a voar.
- Deveriam ter planejado uma rota com antecedĂȘncia, assim como alternativas seguras.
Lumina se voltou para mim.
â Alguma observação, Luciel?
â NĂŁo muito. As flechas eram tĂŁo silenciosas que mal consegui ouvi-las chegando. Eu nĂŁo fazia ideia de quem estava atacando, de onde ou como. Foi tudo meio confuso. Se eu tivesse que descrever, diria que foi um pouco estressante, mas nada alĂ©m disso.
â Hm, levarei isso em consideração. Mais alguĂ©m?
Uma garota de cabelos loiros encaracoladosâuma das atacantesâlevantou a mĂŁo.
â Sim, Elizabeth.
â A derrota do nosso time certamente aconteceu pelos erros que a senhora apontou, mas acredito que o maior fator para a nossa perda â ela apontou para mim â foi ele.
Os outros de sua equipe concordaram com um aceno.
Lumina sorriu e assentiu.
â Bem colocado. Lucy e seu time sĂŁo paladinos hĂĄ menos de cinco anos. Em circunstĂąncias normais, nĂŁo teriam chance contra a experiĂȘncia combinada de vocĂȘs. A verdade inconveniente, no entanto, Ă© que os defensores tinham uma anomalia: um garoto que, aos dezessete anos, alcançou o nĂvel cinco como curandeiro e possui habilidade de Magia Sagrada no nĂvel sete.
Espera aĂ, de onde ela tirou essa informação? Ela tinha uma habilidade de avaliação como a Cattleya?
â Mas isso… isso nĂŁo Ă© possĂvel! â Elizabeth exclamou, incrĂ©dula. â Nenhum talento natural conseguiria isso!
Dessa vez, todos concordaramâatĂ© os defensores.
â Paz, Elizabeth. Como eu disse, ele Ă© uma anomalia. Um âesquisitĂŁoâ, por assim dizer â declarou Lumina com absoluta certeza e sem a menor consideração pelo meu bem-estar mental.
â Poxa, eu sou um esquisitĂŁo? NĂŁo Ă© meio rude dizer isso? Principalmente vindo de vocĂȘ, senhorita Lumina.
â Ah, estou errada? Por favor, me explique como meus relatĂłrios sobre vocĂȘ se hospedando em uma Guilda de Aventureiros apenas dez dias depois de se registrar na Guilda dos Curandeiros estĂŁo errados. Pelo que sei, vocĂȘ recebeu refeiçÔes, uma cama e treinamento em troca de curar os outros.
De onde diabos estavam vazando todas as minhas informaçÔes pessoais?! â Er⊠bom, vocĂȘ nĂŁo estĂĄ errada, mas eu estava desesperado. SĂł queria aprender a sobreviver, de qualquer jeito.
â Ouvi dizer que vocĂȘ foi espancado atĂ© o chĂŁo do amanhecer ao anoitecer, mas nunca desistiu. Pelo que me lembro, isso lhe rendeu alguns epĂtetos bem interessantes.
Um sorriso radiante se espalhou pelo rosto dela. Por mais lindo que fosse, senti um pressentimento muito, muito ruim.
â Me corrija se eu estiver errada, mas vocĂȘ nĂŁo Ă© conhecido como Luciel, o Curandeiro Masoquista? Ou devo dizer, Curandeiro Zumbi? Como mais chamar o dono de tĂtulos tĂŁo coloridos, senĂŁo de esquisitĂŁo?
Prostrei-me diante dela. â Por favor, tenha misericĂłrdia. Eu nĂŁo faço ideia de onde esses nomes surgiram. Eu sĂł estava tentando sobreviver. Estou implorando.
â PreferĂȘncias sexuais Ă parte, agora vejo que meus relatos sobre sua determinação zumbi estavam corretos. Obrigada por confirmĂĄ-los.
Ela jĂĄ sabia de tudo isso. Eu sĂł era um fantoche no showzinho doentio dela.
â VocĂȘ nĂŁo apenas curou aventureiros, mas tambĂ©m civis, todos os dias, sem descanso, por apenas uma moeda de prata, correto?
Por mais que eu tivesse trinta anos por dentro, Lumina claramente me superava na corrida pela maturidade mental. Ou serĂĄ que esse corpo novo estava me segurando?
Os outros paladinos pareciam perplexos, murmurando entre si.
â Isso Ă© insano.
â Acho que a reputação dos curandeiros estĂĄ condenada desde o inĂcio.
â Sua confusĂŁo Ă© compreensĂvel â Lumina interveio â, mas eu aconselharia vocĂȘs a considerarem a habilidade de cura de Luciel como a de um veterano experiente.
Eu nĂŁo sabia se ela estava me elogiando ou tirando sarro de mim de novo, e sabia que nĂŁo teria uma resposta agora. O exercĂcio de escolta continuou com equipes rotativas atĂ© a tarde.
â Basta! Dispensados para o almoço. Retornem aqui assim que terminarem os preparativos para partirmos rumo Ă floresta.
â Sim, senhora!
Embora Lumina tivesse anunciado o fim do treino, isso nĂŁo significava que eu teria tempo para descansar. Durante todo o almoço, as ValquĂrias me bombardearam com perguntas sobre minha vida na Guilda dos Aventureiros. Fazia pouco tempo desde que eu deixara Merratoni, mas eu me pegava sentindo falta do meu mestre, Nanaella e dos outros cada vez mais.
Senti que a algazarra em nossa mesa estava atraindo olhares frios no refeitório (um bom treino para as minhas habilidades de detecção?), mas essas pessoas não eram aventureiros, então eu não estava em perigo⊠certo?
O almoço passou voando.
â Montem e preparem seus cavalos, senhoritas. Entraremos na mata para caçar monstros.
No meio de um coro de âSim, senhora!â, uma Ășnica voz soou confusa:
â O quĂȘ?!
Todos os olhos se voltaram para mim.
â VocĂȘ tem alguma pergunta, Luciel? â perguntou Lumina.
â Ah, na verdade nĂŁo. Ă sĂł que⊠eu nunca andei a cavalo antes.
Lumina, assim como todo mundo, parecia genuinamente chocada. â Isso é⊠inesperado â disse ela, e parecia que a palavra âignoranteâ piscava em seus olhos. Mas como Ă© que um regimento de paladinos assumia que todo mundo e suas mĂŁes jĂĄ tinham montado um cavalo antes?! â Ă o que temos â suspirou. â Vou deixĂĄ-lo treinando com os tratadores. Nossos exercĂcios podem ser observados por outros, entende?
â Sinto muito. Eu realmente me sinto mal por isso.
â NĂŁo Ă© nada. Foi falta de consideração minha. VocĂȘ pode usar o campo para praticar e retornaremos quando o exercĂcio terminar.
â Obrigado. VocĂȘs tomem cuidado.
â Senhoritas, vamos indo. Eu me juntarei a vocĂȘs assim que deixar Luciel nos estĂĄbulos.
Quando chegamos, Lumina me apresentou ao homem responsĂĄvel.
â Luciel, este Ă© Yanbath, o mestre dos estĂĄbulos. Yanbath, este Ă© o novo exorcista, Luciel.
â Ă um prazer conhecĂȘ-lo. Eu nunca nem toquei em um cavalo antes, entĂŁo tenho muito o que aprender. Agradeço muito sua ajuda.
Yanbath parecia um homem de meia-idade comum.
â Senhor Luciel, por favor, levante a cabeça! Eu sou apenas um mestre dos estĂĄbulos.
Comparado ao Brod e ao pessoal, ele parecia mais velho, mas essa comparação era injusta. Aqueles aventureiros de elite provavelmente eram uma exceção.
â Ele estĂĄ em suas mĂŁos, Yanbath.
â Com certeza, minha senhora.
â Luciel â Lumina me chamou enquanto montava seu cavalo e olhava para trĂĄs â, aprenda bem.
EntĂŁo, galopou para longe como uma cavaleira destemida.
â Nossa, isso foi legal.
Virei-me para Yanbath.
â Obrigado novamente pela ajuda.
â NĂŁo hĂĄ de quĂȘ.
Meu primeiro cavalo me esperava.
Tradução: CarpeadoPara estas e outras obras, visite o Carpeado Traduz â Clicando Aqui
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