The Great Cleric – Capítulo 1– Volume 2

 

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The Great ClericSeija Musou

Arco 2: O Labirinto e as ValquĂ­rias
Light Novel Online – Capítulo 01:
[A Guilda dos Curandeiros]


Cinco dias de viagem de carroça pelo interior se passaram em nossa jornada atĂ© o centro da RepĂșblica de Saint Shurule. Finalmente, a Cidade Sagrada de Shurule apareceu no horizonte. Nanaella e o pessoal de Merratoni me disseram que a viagem normalmente levava dois, talvez trĂȘs dias. A nossa levou o dobro, mas tivemos bons motivos para isso. Logo apĂłs nossa partida, Bazan me deu algumas opçÔes.

— Podemos seguir direto cortando caminho por monstros e bandidos e dormir ao relento, ou podemos pegar o caminho mais longo, viajar só de dia e parar em cada vila pelo caminho.

Acho que dĂĄ para adivinhar qual foi a minha escolha.

Obviamente, nĂŁo conseguimos evitar todos os monstros, mas a Equipe Bazan cuidou dos que apareceram antes mesmo que eu tivesse tempo de sentir medo.

Para falar a verdade, eu atĂ© esperava conseguir absorver um pouco de experiĂȘncia ao longo da viagem, mas a boa e velha realidade nunca estĂĄ do meu lado. E lĂĄ estava eu, ainda no nĂ­vel um. Pelo visto, estar no mesmo lugar onde uma batalha acontece nĂŁo era o suficiente para ganhar pontos de experiĂȘncia. Pelo menos, a Linhagem do Lobo Branco me deu bons exemplos de combate ao longo do caminho. Eles se moviam como a ĂĄgua, um redemoinho de cooperação que arrastava cada inimigo para sua prĂłpria ruĂ­na. Os aventureiros eram incrivelmente coordenados. Fiz uma anotação mental para lembrĂĄ-los caso eu precisasse de segurança para minha futura clĂ­nica.

Bazan estava certo ao me empurrar para escolher o caminho mais longo. Ter uma cama quente e comida boa era um luxo. As vilas, no entanto, estavam longe de ser como Merratoni. Chamar aquilo de “organizado” seria um exagero. Não havia nenhum posto de cura, nenhuma clínica sequer, então bastava um pouco de magia de cura para garantirmos estadia e alimentação. Eu pegava um quarto na casa do prefeito local, começava a trabalhar, recebia uma enxurrada de gratidão e, de repente, pronto—uma festa começava em minha homenagem.

Essa cena se repetiu em todas as vilas por onde passamos. Se era certo ou nĂŁo deixĂĄ-los nos paparicar, eu nĂŁo sei dizer, mas pelo menos eu sabia que tinha o poder de ajudar os outros.

Minha política de zero ålcool continuava em vigor, e Bazan e sua equipe estavam oficialmente em serviço, então nossos anfitriÔes compensavam nossa falta de interesse por bebidas com montanhas de comida deliciosa. Lembro do desconforto extremo que senti enquanto os moradores continuavam a se aproximar durante a festa para me agradecer. Alguns pareciam até me reverenciar, mas eu dizia a todos a mesma coisa, com meu melhor sorriso profissional:

— VocĂȘs jĂĄ me pagaram o suficiente com toda essa comida incrĂ­vel e uma cama confortĂĄvel. Considerem isso um pagamento justo.

Ao ouvir isso, eles abaixavam a cabeça e me agradeciam novamente. Bazan e os outros se divertiam me vendo tão sem jeito.

E assim, o ciclo se repetiu em cada vila ao longo do caminho. Eu curava aqueles que precisavam com Magia Sagrada, e em troca, nos davam comida e um lugar para dormir. Graças a isso, nossa viagem foi tranquila e chegamos ao destino sem nenhum problema.

— Essa Ă© a Cidade Sagrada de Saint Shurule? E aquele castelo brilhante Ă© a sede da Guilda dos Curandeiros?

O palåcio chamativo e cristalino só piorou minha jå péssima impressão da guilda. Eu podia sentir minha ansiedade aumentando conforme me aproximava do meu novo posto.

— Esse mesmo — respondeu Bazan com um olhar sombrio para o prĂ©dio. — A sede da Guilda. Administrada pela prĂłpria Igreja.

Talvez em algum momento todos tenham convivido pacificamente, mas pelo tom de voz dele, estava claro que, no presente, aventureiros e plebeus compartilhavam do meu receio quanto à organização dos curandeiros.

— Pela prĂłpria Igreja
 — murmurei. — Sabe, “a RepĂșblica de Saint Shurule, Cidade Sagrada de Saint Shurule” Ă© um baita trava-lĂ­ngua. Por que eles usam tanto “Shurule”?

— Fica quieto, Luciel. Isso Ă© tabu. O governante que fundou o paĂ­s, o papa, tinha seus motivos. As pessoas nĂŁo gostam de ignorĂąncia por aqui — alertou Sekiros.

Ele devia estar se referindo a Lord Reinstar. Melhor tomar cuidado, ou um simples deslize de linguagem poderia me colocar em apuros. Melhor eu levar esse aviso a sério. Não saber algo que era considerado conhecimento båsico em um mundo onde a maioria das pessoas era praticamente analfabeta não era uma boa ideia


Nos aproximamos do portĂŁo, onde um sentinela pediu nossos documentos de entrada. Entreguei a carta que recebi do papa.

— Minhas desculpas pela demora. Se me permitir, eu o acompanharei atĂ© a Sede da Igreja no lugar dessas feras, senhor Luciel.

— Não será necessário. Sabemos o caminho — respondi com um sorriso firme. Engole essa, supremacista humano.

Seguimos em frente pela cidade.

— Tem certeza, Luciel? — Bazan perguntou, preocupado.

— Certeza do quĂȘ?

— Deixa pra lá.

Eu não tinha sentido tanto essa discriminação racial em Merratoni, mas agora estava frustrado com o quão pouco podia fazer contra isso.

No caminho até a sede, avistei uma visão familiar: uma Guilda dos Aventureiros.

— Ah, estou quase sem Substacia X.

— UĂ©, vocĂȘ nĂŁo tinha um barril cheio pra dez dias? Quer reabastecer? — Basura perguntou.

— Acho uma boa ideia. E vocĂȘs podem relatar sobre o trabalho. Todo mundo sai ganhando.

— Aham, agora diz o verdadeiro motivo.

— Quero que vocĂȘs venham comigo para ninguĂ©m mexer comigo.

Ele caiu na risada.

— VocĂȘ Ă© um cara engraçado, sabia? Vai lĂĄ, Bazan, ajuda o pobre coitado.

— Vamos esperar aqui — acrescentou Sekiros.

— Certo — Bazan resmungou.

Seguimos juntos para o prédio da guilda.

— Já esteve nessa filial antes?

— Uma ou duas vezes. O mestre da guilda daqui Ă© meio maluco do jeito dele, entĂŁo acho que vocĂȘ vai esquecer rapidinho que estĂĄ na Cidade Sagrada.

— Se a Igreja permitir, vou fazer disso o meu esconderijo.

— Não seria má ideia — ele riu, empurrando as portas.

Independentemente da filial, parecia ser uma regra que todo mundo no salĂŁo da Guilda dos Aventureiros parasse o que estava fazendo para encarar qualquer pessoa que entrasse. Bazan nĂŁo hesitou. Foi direto atĂ© a recepcionista—ou melhor, atĂ© o refeitĂłrio?

Fui atrĂĄs dele.

— Parece exatamente igual.

O interior, o layout, praticamente tudo era uma cĂłpia perfeita da guilda de Merratoni.

— O mestre da guilda está por aqui? — Bazan chamou.

— Bem-vindo. Posso anotar seu pedido?

Como se quisesse me contrariar de propósito, uma jovem garçonete nos recebeu de forma agradåvel, diferentemente de Merratoni. Jå passava do meio-dia, mas ainda havia vårios aventureiros sentados, comendo.

— NĂŁo Ă© o guildmaster que geralmente fica na cozinha?

— Sim, Ă© ele. Posso saber quem sĂŁo vocĂȘs? — perguntou, estreitando os olhos de forma suspeita.

— Bazan, da equipe de rank A, Linhagem do Lobo Branco. Vim apresentar o Luciel ao chefe.

A expressĂŁo da mulher suavizou.

— Entendido. Vou chamá-lo, se puderem aguardar um momento.

Depois que ela desapareceu nos fundos, Bazan se virou para mim.

— Não julgue um livro pela capa, Luciel. Essa garçonete aí? Provavelmente daria um pau em mim numa luta.

— HĂŁ? — fiquei boquiaberto. Em um mundo com nĂ­veis e atributos, claro, julgar apenas pela aparĂȘncia nĂŁo era sensato, mas mais forte que o Bazan? Um rank A? — Vou me esforçar para ficar do lado bom dela.

— Boa ideia.

Bazan deu um sorriso de canto enquanto a garçonete voltava, acompanhada por um homem baixo, idoso e musculoso — a própria imagem de um anão de fantasia.

— Tava me perguntando quem era o idiota. Bom te ver de novo, Bazan.

— Igualmente. Tenho alguĂ©m que vocĂȘ deveria conhecer.

— VocĂȘ? Apresentando um humano? Como Ă© que te chamam, moleque?

— Ah, hum, Luciel — respondi. — Sou um curandeiro.

— Curandeiro? Com esses mĂșsculos? — o homem baixote retrucou, desconfiado.

— Sim, senhor.

Senti aqueles familiares e invisĂ­veis punhais cravando-se em mim de todos os cantos do salĂŁo.

— Bazan, esse cara é 

— Ele tem alguns apelidos — Bazan explicou. — Se eu te dissesse que ele veio de Merratoni, ajudaria a esclarecer as coisas?

— Eu sabia. Ele Ă© aprendiz do Brod, nĂŁo Ă©?

Assenti, e os olhos do guildmaster relaxaram, para meu alĂ­vio.

— Espero que vocĂȘs nĂŁo tenham me arrastado aqui sĂł pra jogar conversa fora.

— NĂŁo foi isso. Luciel, vou atĂ© a recepção resolver umas coisas. Faça o que precisa.

— Ah, claro. Valeu pela ajuda.

Bazan saiu ainda com um sorrisinho no rosto.

O guildmaster me olhou com expectativa.

— Então?

— Certo. Deixe-me me apresentar direito. Meu nome Ă© Luciel, aventureiro e curandeiro. Vim estocar um barril de SubstĂąncia X pura.

O salĂŁo inteiro mergulhou em um silĂȘncio mortal. Os olhos que me perfuravam se arregalaram em choque antes de se desviar.

— Hã
 vocĂȘ poderia repetir o pedido, por favor? — perguntou a garçonete, se adiantando no lugar do chefe.

— Claro. Quero um barril grande de Substñncia X pura.

O guildmaster rapidamente foi para os fundos e voltou com uma caneca, batendo-a na mesa.

— Beba.

— Isso Ă© um teste?

— Com certeza. Não vendo essa substñncia pra quem não aguenta segurar no estîmago.

Dava pra ver que alguém poderia fazer mau uso daquilo, então, por mais que quisesse protestar, não discuti. Brod e Gulgar me treinaram bem.

Pra dentro de uma vez


No meio dos goles, ouvi sussurros ao redor.

— Ele Ă© um maluco.

— A língua dele deve estar quebrada.

— Esse Ă© o Curandeiro Masoquista que todo mundo anda comentando?

— Isso Ă© sĂł uma lenda urbana. E ele deveria estar em Merratoni.

NĂŁo estavam sendo nada sutis.

Terminei a caneca e soltei um suspiro satisfeito.

— Pronto. Isso basta?

— Er
 sim.

O guildmaster estava tremendo por algum motivo.

— Vou pegar o barril pra vocĂȘ.

— Ah, sempre quis saber
 A SubstĂąncia X Ă© um lĂ­quido, entĂŁo sabe por que chamam de “substĂąncia”?

— N-Não faço ideia — gaguejou. — De qualquer forma, tem algo pra encher?

— Tenho um barril pequeno, mas ainda tem um pouco dentro. VocĂȘ pode fornecer um novo?

— Claro, mas vai te custar tempo e dinheiro. Cerca de uma prata por barril.

— Nesse caso, sĂł peça para reabastecer o que eu tenho por enquanto. E aqui estĂŁo trĂȘs pratas adiantadas por mais alguns.

Peguei um barril de SubstĂąncia X da minha bolsa mĂĄgica.

— Certo
 Certo


O homem musculoso pegou o barril e levou para os fundos.

— VocĂȘ viu isso? Ele comprou trĂȘs barris daquela porcaria!

— Ele Ă© um doente.

— Mais pra um demînio.

— Nem demĂŽnios chegam perto dessa coisa. O fedor Ă© insuportĂĄvel!

— Dizem que Ă© o melhor repelente de monstros que existe, mas se desperdiçar muito, acorda com a boca cheia disso.

O que Ă© isso, fogueira de histĂłrias de terror?

— Que tipo de vida alguĂ©m tem que levar pra conseguir engolir essa coisa?

— Provavelmente uma bem triste.

Os aventureiros, que Ă  primeira vista pareciam absurdamente fortes e mais bem equipados que os de Merratoni, nĂŁo se preocupavam nem um pouco em manter a voz baixa. Um olhar errado e eles estariam todos em cima de mim. Eu sabia disso.

Me ajude, Bazan. Estou com medo


— Aqui está sua
 coisa.

O guildmaster voltou com uma expressĂŁo azeda.

— Obrigado. Quando acabar, voltarei para pegar mais, se puder deixar os trĂȘs barris prontos.

— Farei isso.

Guardei o barril recém-preenchido na bolsa e me dirigi à porta. Com cuidado.

— Espere, curandeiro — o guildmaster me chamou. — É verdade o que dizem? VocĂȘ cura por uma Ășnica prata?

Virei-me.

— O pessoal da guilda de Merratoni foi bom comigo. Se me tratarem da mesma forma, posso pensar em retribuir o favor.

Deixei o salĂŁo, me reuni com Bazan e saĂ­ ileso.

— Este lugar definitivamente nĂŁo Ă© Merratoni. Parece que todo mundo quer me pegar.

— VocĂȘ deve isso ao FuracĂŁo, sabia? Ele garantiu que ninguĂ©m te enchesse o saco. SenĂŁo, eles Ă© que iam levar porrada.

— Eu
 não fazia ideia.

Parece que todo dia eu descobria algo novo que devia ao meu mestre. Precisava retribuir de alguma forma. Para isso, precisava trabalhar duro e sair dessa cidade o mais rĂĄpido possĂ­vel.

Bazan e seus companheiros me levaram direto Ă  porta da sede da Igreja.

— Pessoal, obrigado por tudo nesses Ășltimos dias — agradeci, fazendo uma reverĂȘncia.

— SĂł fizemos nosso trabalho. Como se nĂŁo fĂŽssemos proteger o cara a quem devemos nossas vidas, nĂ©?

Basura olhou para os outros.

— Verdade. Se vocĂȘ nĂŁo estivesse lĂĄ por mim e Sekiros, estarĂ­amos encrencados.

Bazan sorriu ferozmente.

— Basura não faz nada sozinho.

— Isso Ă© verdade — Sekiros concordou. — VocĂȘ realmente nos salvou.

— Por favor, não foi nada. Mas, honestamente, falar assim só reforça uma coisa pra mim. Vou estar cercado de estranhos aqui. Vai ser solitário.

Parecia o primeiro dia depois de ser transferido para um novo escritĂłrio.

— Vamos estar esperando vocĂȘ de volta em Merratoni. Concentre-se em se virar bem por aqui e trabalhe por todos aqueles livros de magia que conseguiu de graça.

— Vou fazer isso. Obrigado de novo.

— Da próxima vez que nos encontrarmos, tomaremos uma juntos.

Esperava sinceramente que sim.

— Ficarei ansioso por isso. É por minha conta.

— Parece ótimo.

— Não vá acabar como Bottaculli, ouviu?

— Pode acreditar, não vou.

Ilustração The Great Cleric Animexnovel Ilustracoes Volume 02 4 do capítulo The Great Cleric – Capítulo 1– Volume 2

Nos despedimos, e eles partiram de volta para Merratoni.

— Vai ser difícil começar do zero em uma cidade nova.

Mas talvez ainda fosse cedo demais para ficar sentimental.

Certo
 Esses grimórios. Como Basura disse, eu os consegui de graça, e provavelmente valiam uma pequena fortuna. Não seriam fáceis de substituir, então precisava tratá-los com cuidado.

Coloquei a mĂŁo na minha bolsa mĂĄgica e pensei na minha jornada recente. Recebi sete grimĂłrios da Guilda dos Curandeiros de Merratoni. JĂĄ tinha folheado todos e memorizado os encantamentos de cada feitiço. Uma vez, enquanto praticava na estrada, Bazan perdeu a paciĂȘncia e mandou eu parar com o murmĂșrio constante.

— VocĂȘ parece um maluco. Se vai ficar falando sozinho, pelo menos fale alto — ele disse.

Na hora, me encolhi um pouco, mas agora conseguia lembrar daquilo com um sorriso. Mesmo assim, um cara parado na frente da sede da Igreja com uma cara estranha nĂŁo ia causar uma boa impressĂŁo, entĂŁo me recompus e segui em frente.

Serå que vou ter a chance de testar esses feitiços novos em breve?

Encantamento de Magia Sagrada, Aura Coat: um véu protetor que isola o usuårio da måcula, retarda doenças e protege contra debuffs de status. Nove de MP.

Magia Sagrada de Purificação, Purificação: usada para remover maldiçÔes e impurezas. Também é eficiente contra manchas. Dezesseis de MP.

Magia de Cura Avançada, Cura Superior: dez vezes mais eficaz que a Cura padrão, mas custa quinze de MP.

Magia de Cura em Área IntermediĂĄria, Cura MĂ©dia em Área: uma versĂŁo aprimorada da Cura em Área padrĂŁo, com o mesmo alcance, mas trĂȘs vezes mais potente. Trinta de MP.

Magia de Cura em Área Avançada, Cura Superior em Área: uma forma ainda mais avançada de Cura em Área, com um raio expandido de trĂȘs metros, mas ao custo elevado de setenta e cinco de MP.

Magia de Cura de Status, Recuperação: alivia os efeitos de veneno, paralisia, charme, sono, silĂȘncio e enfraquecimento mĂĄgico, mas nĂŁo remove petrificação, ilusĂ”es ou doenças. Dezoito de MP.

Magia Sagrada Especial de Recuperação, Dissipar: anula os efeitos de petrificação, maldiçÔes e ilusÔes. Supostamente possui efeitos adicionais. Cinquenta de MP.

Nem a Cura Superior em Área nem o Dissipar eram bem documentados nos textos que li, e meu nĂ­vel de Magia Sagrada ainda era muito baixo para testĂĄ-los. Isso nĂŁo me impediu de memorizar os encantamentos, claro, entĂŁo tudo que precisava era ganhar mais experiĂȘncia com a habilidade. Mas nĂŁo dava para usĂĄ-los de qualquer jeito. Comparados a uma simples Cura, esses feitiços exigiam uma quantidade absurda de magia, e eu esperava, do fundo do coração (seja lĂĄ qual deus me ouvisse), que nĂŁo precisasse lançå-los.

Falando em coisas que eu precisava fazer, no que exatamente consistia trabalhar na sede da Igreja?

— SerĂĄ que essa Ă© a ignorĂąncia que Sekiros me avisou? É normal nĂŁo saber o que um curandeiro faz na sede? Bom, nĂŁo adianta me preocupar com isso agora.

Respirei fundo e caminhei em direção ao imenso palåcio de vidro branco.

O interior nĂŁo era tĂŁo intimidador quanto a arquitetura sugeria, e todos ali eram humanos, o que, para ser sincero, me deixava menos nervoso do que estar cercado por homens-fera. Cada passo no chĂŁo de mĂĄrmore ecoava pelo enorme salĂŁo.

Bem no centro estava meu destino: a recepção. Ambas as recepcionistas se levantaram ao me ver.

— Bem-vindo à sede da Guilda dos Curandeiros — disse uma delas quando me aproximei. — Como podemos ajudá-lo?

— Oi, meu nome Ă© Luciel. Eu era um curandeiro da filial de Merratoni, mas fui transferido para cĂĄ por ordem do papa. Posso falar com seu superior?

— Um momento, por favor.

A recepcionista sentou-se novamente, pegou uma bola de cristal e fechou os olhos. Jå tinha ouvido falar bastante desses itens mågicos, mas nunca tinha visto um em Merratoni. Enquanto minha curiosidade crescia, a recepcionista começou a falar com o objeto.

— Talvez seja algum tipo de item de suporte que permite comunicação telepática — murmurei para mim mesmo.

— Isso mesmo. VocĂȘ Ă© bem informado, senhor — disse a outra recepcionista, que me ouviu.

— Ah, não — respondi, me recuperando da surpresa. — Não sei nada sobre como funciona. Só vi algo parecido na Guilda dos Aventureiros.

— Uma
 Guilda dos Aventureiros?

É, sem surpresa aĂ­. Aventureiros e curandeiros nĂŁo se misturam, nĂ©?

A recepcionista com a bola de cristal finalmente se virou para mim.

— Senhor Granhart está à sua espera.

Virei-me e vi um homem imponente, do tamanho de um aventureiro, vestindo um manto branco esvoaçante, vindo direto na minha direção. Parecia ter uns quarenta anos. Mas como ele apareceu atrĂĄs de mim? A Ășnica coisa naquela direção era a porta da frente. SerĂĄ que estava lĂĄ fora?

— VocĂȘ Ă© o curandeiro chamado Luciel? — ele perguntou. — Sou Granhart, um sacerdote desta igreja e a pessoa que o convocou. Me siga.

Sem me dar tempo para responder, ele caminhou até a parede atrås da recepção e colocou a mão sobre ela. Por um instante, me perguntei o que ele poderia estar fazendo, então a pedra se abriu, revelando um mecanismo que parecia algum tipo de elevador.

— Entre.

Fiz o que ele mandou. Pela primeira vez em dois anos, senti aquele frio familiar no estĂŽmago enquanto subĂ­amos.

— Como isso funciona? Nunca andei em um desses antes — perguntei animado. Melhor agir como uma criança curiosa do que um completo ignorante.

— Este Ă© um elevador mĂĄgico. O usuĂĄrio controla sua velocidade e direção com sua prĂłpria energia mĂĄgica.

— Uau! Um elevador mĂĄgico? NĂŁo vi nenhuma outra porta lĂĄ embaixo. Esse Ă© o Ășnico caminho?

— Sim. O edifício foi construído assim especificamente para evitar que plebeus e intrusos entrem e saiam como bem entenderem.

— Nossa, interessante.

Algo me dizia que isso também servia para evitar que as pessoas saíssem
 Pensei, sentindo crescer minha vontade de voltar para Merratoni.

O elevador parou. Granhart saiu primeiro e continuou andando pelo corredor sem me esperar. NĂŁo fiquei parado para ver se ele me deixaria para trĂĄs.

O corredor era largo o suficiente para acomodar cinco pessoas lado a lado, e embora a decoração não fosse excessivamente extravagante, as paredes e o chão brilhavam com um luxo que nem a Guilda dos Aventureiros nem a Guilda dos Curandeiros de Merratoni jamais poderiam igualar.

— Oh? VocĂȘ Ă© aquele a quem guiei atĂ© a Guilda dos Curandeiros de Merratoni, nĂŁo Ă©? Creio que seu nome era
 Louise?

Ouvi uma voz feminina me chamar (erroneamente). Ao me virar, vi um rosto familiar.

— Faz tempo, Senhorita Lumina. Nunca tive a chance de agradecer por aquilo.

— Eu nĂŁo fiz nada que merecesse agradecimento. Diga-me, Louise, como vocĂȘ tem passado?

— Ela tinha esquecido completamente meu nome. Não podia culpá-la, considerando que nos encontramos brevemente há muito tempo. Notei que ela estava em armadura completa.

— Acho que uma reintrodução estĂĄ em ordem. Meu nome Ă© Luciel. E devo dizer, estou impressionado que tenha me reconhecido. Todos dizem que eu cresci bastante.

— De fato, Luciel, mas eu jamais esqueceria um fluxo mágico tão vibrante.

Fluxo mågico? O que é isso agora? Alguma habilidade dela? Ou ela é tipo
 eletromagnética?

— Bem, me sinto lisonjeado por vocĂȘ se lembrar de mim.

— Tenho algo que gostaria de discutir com vocĂȘ, mas sei que acabou de chegar. Passe nos meus aposentos quando puder.

— Desde que não se importe com a minha intromissão.

— De jeito nenhum. Perdoe-me pela interrupção, Granhart.

— VocĂȘ tem esse direito como capitĂŁ das ValquĂ­rias. NĂŁo hĂĄ nada a perdoar — Granhart respondeu com um leve hesitação.

— Muito bem. Por favor, peça para alguĂ©m escoltĂĄ-lo atĂ© mim quando terminarem.

A expressĂŁo do sacerdote endureceu.

— Como desejar.

— Estarei esperando, Luciel.

E com isso, ela se foi.

Granhart e eu caminhamos em silĂȘncio absoluto atĂ© chegarmos a um cĂŽmodo que nĂŁo tinha nada a ver com uma igreja. Era notavelmente mais escuro do que qualquer outro lugar onde estive atĂ© agora, com chicotes e serras de propĂłsito desconhecido espalhados pelo ambiente. NĂŁo era difĂ­cil adivinhar que se tratava de uma sala de tortura. TambĂ©m sabia que Lumina provavelmente tinha salvado minha pele—Granhart nĂŁo poderia tentar nada se ela estava esperando por mim. O que eu nĂŁo entendia era por que ele me trouxe aqui em primeiro lugar. As maquinaçÔes de Bottaculli me vieram Ă  mente. Mas eu nĂŁo chegaria a lugar nenhum sem respostas, entĂŁo juntei a pouca coragem que tinha e forcei as palavras para fora.

— Este lugar parece uma cñmara de tortura. Posso perguntar por que me trouxe aqui? — Não fiz questão de esconder meu desagrado.

— Isso Ă© apenas um depĂłsito — ele respondeu rapidamente, como se jĂĄ esperasse a pergunta. — Estamos apenas pegando um atalho.

A sala seguinte parecia ter saído direto de um seriado
 Daqueles onde investigadores interrogam suspeitos. Dado meu encontro com a senhorita Lumina, senti-me seguro o suficiente para segui-lo.

— Sente-se — ele ordenou. Sentou-se na cadeira oposta e puxou uma carta. — Recebi isso da Guilda dos Curandeiros da filial de Merratoni e seu conteĂșdo me surpreendeu. Aparentemente, vocĂȘ tem prejudicado os lucros de outras pessoas com sua cura, incluindo a prĂłpria guilda de Merratoni. Pelo menos, Ă© o que estĂĄ escrito aqui, mas o que eu quero saber Ă© a verdade.

A verdade, hein? Agora entendi. Talvez eu consiga sair vivo dessa.

Fechei os olhos. Dois anos atrĂĄs, eu era um homem de negĂłcios. Dois anos atrĂĄs, eu estava Ă  beira de uma grande promoção. Sabia exatamente como virar uma negociação a meu favor e conhecia as Ășltimas coisas que qualquer empresĂĄrio queria ouvir. Tudo que eu precisava era encontrar as palavras certas.

Abri os olhos.

— VocĂȘ jĂĄ leu a verdade.

— VocĂȘ admite seu crime? — ele perguntou, arregalando os olhos.

— Meu crime? Há dois anos, tornei-me curandeiro. Depois disso, entrei para a Guilda dos Aventureiros e usei minha cura como pagamento em troca de treinamento. Isso constitui um crime?

— Creio que não.

— Na Ă©poca, eu sĂł conseguia usar Cura, mas eles me deram comida, uma cama, atĂ© roupas e um salĂĄrio. Isso constitui um crime?

— Não, não constitui.

— Durante todo o primeiro ano, foi assim. No segundo ano, fui oficialmente contratado pela guilda como curandeiro designado. Aprendi novos feitiços e minha habilidade em Magia Sagrada aumentou consideravelmente. Quebrei alguma regra atĂ© aqui?

— NĂŁo, vocĂȘ
 agiu como um curandeiro deve agir.

Eu estava conseguindo.

— Eles me trataram bem no primeiro ano e ainda melhor no segundo. Sou imensamente grato à Guilda dos Aventureiros por isso.

— VocĂȘ mostrou seu ponto. Agora entendo que o problema nĂŁo estĂĄ na sua conduta. No entanto, a questĂŁo dos seus preços—o quĂŁo pouco vocĂȘ cobra—ainda permanece.

— Granhart, senhor, o que acha do estado atual das coisas? Pessoalmente, não vejo problema em ser recompensado por usar magia para curar as pessoas. É justo que sejamos pagos pelo nosso trabalho.

— Naturalmente. Curar Ă© uma profissĂŁo.

— NĂŁo vou perguntar quem enviou essa carta, mas ouvi rumores sobre uma certa clĂ­nica em Merratoni. Uma clĂ­nica que usa Cura Superior para ferimentos que precisariam apenas de uma Cura MĂ©dia ou menos. Eles cobram taxas exorbitantes depois e, quando os pacientes nĂŁo podem pagar, os jogam na escravidĂŁo por dĂ­vida. VocĂȘ nĂŁo acha isso deplorĂĄvel? Esse nĂŁo Ă© o verdadeiro problema aqui? NĂŁo seria mais fĂĄcil para curandeiros e pacientes se os preços fossem mais transparentes? É uma solução tĂŁo Ăłbvia que me pergunto o que a Guilda dos Curandeiros estĂĄ realmente fazendo.

— VocĂȘ tem coragem de falar assim com a Igreja!

— Por favor, nĂŁo mude de assunto. NĂŁo quero ofender; estou realmente perguntando o que o senhor acha. Minha ignorĂąncia, minha falta de compreensĂŁo sobre como um curandeiro deve se comportar, nĂŁo Ă© culpa da falta de liderança da guilda?

— VocĂȘ estĂĄ questionando o papel da guilda?

— Exatamente. Li que, quando foi fundada, curandeiros e pacientes eram nobres e benevolentes, e os curandeiros nĂŁo eram remunerados com dinheiro, mas sim com presentes dados em gratidĂŁo pelos seus serviços. Mas as coisas mudam com o tempo, e essa profissĂŁo nĂŁo Ă© exceção. Mais uma vez, nĂŁo acho que o problema seja os curandeiros serem pagos em dinheiro.

Granhart cruzou os braços e fechou os olhos.

— Continue.

— Indo direto ao ponto, a questĂŁo Ă©: quanto vale a magia? Um cobre? Uma prata? Ouro? Platina? As pessoas nĂŁo atribuem o mesmo valor ao dinheiro. Isso varia de pessoa para pessoa. E sem a guilda estabelecendo diretrizes, cabe a indivĂ­duos com diferentes visĂ”es sobre preços e diferentes habilidades comerciais decidir isso. EstĂĄ me acompanhando atĂ© aqui? — Essencialmente, eu estava sugerindo que, sem um sistema, os preços poderiam ser qualquer coisa.

— VocĂȘ estĂĄ sugerindo que deverĂ­amos aplicar uma faixa de preços para diferentes tipos de magia?

— NĂŁo exatamente. Uma Ășnica Cura feita por alguĂ©m que acabou de aprendĂȘ-la e uma Cura feita por um veterano nĂŁo tĂȘm o mesmo valor. O veterano, compreensivelmente, cobraria mais por um resultado melhor.

— NĂŁo entendo exatamente o que vocĂȘ estĂĄ querendo dizer. Seja conciso.

— Estou dizendo que a raiz do problema levantado nessa carta são as regras ambíguas da guilda sobre preços.

— Entendi.

— Um curandeiro precisa avaliar a gravidade do ferimento e informar o custo do tratamento de antemĂŁo. Exceto, Ă© claro, em casos de emergĂȘncia em que isso nĂŁo seja possĂ­vel.

— Naturalmente.

— Curandeiros trabalham sob a Igreja de Saint Shurule. Eles pagam suas contribuiçÔes, recebem permissĂŁo para praticar Magia Sagrada e entĂŁo saem para exercer sua função. O sindicato facilita isso vendendo grimĂłrios, mas eles fazem isso por lucro? Claro que nĂŁo, certo?

— Obviamente. Os fundos são usados para beneficiar os jovens curandeiros e cobrir despesas.

— EntĂŁo vocĂȘ entende aonde quero chegar? Se o sindicato estabelecesse diretrizes para a precificação, os pacientes saberiam exatamente com o que estariam lidando de antemĂŁo, e a cura voltaria a ser uma profissĂŁo honesta e respeitada.

Especialmente considerando que o conceito de seguro nĂŁo existia neste mundo.

— Vejo seu ponto de vista, mas isso não passa de uma opinião.

Ok, senhor teimosia.

— Certo, deixe-me dar um exemplo. Digamos que vocĂȘ vĂĄ comer em um lugar que nĂŁo lista os preços. Com base na quantidade que pediu, na qualidade e no custo dos ingredientes, vocĂȘ estima que valha cerca de dez cobres, mas quando a conta chega, cobram dez moedas de ouro. O que vocĂȘ faria?

— Eu apresentaria uma reclamação, naturalmente.

— E se eles lhe dissessem que usam apenas os ingredientes da mais alta qualidade e ameaçassem vendĂȘ-lo como escravo se vocĂȘ nĂŁo pudesse pagar sua dĂ­vida imediatamente? Se lhe faltasse uma Ășnica moeda, vocĂȘ seria escravizado. Como isso te faria sentir?

— Nojo. O que lhes dá o


— Exatamente — interrompi. — O que lhes dĂĄ esse direito? Toda essa situação poderia ser evitada se vocĂȘ apenas soubesse os preços de antemĂŁo. Isso vale para qualquer estabelecimento comercial.

Granhart permaneceu em silĂȘncio, entĂŁo continuei:

— Com todo respeito, acho que essa Ă© a realidade das clĂ­nicas hoje. Consigo contar nos dedos os lugares que mostram seus preços antes de fornecer tratamento.

— Explique-me como essa ‘precificação transparente’ mudaria as coisas.

Desta vez, seu tom nĂŁo foi acusatĂłrio, mas de genuĂ­na curiosidade. Senti uma abertura em sua postura, como se ele realmente considerasse minhas palavras.

— Se as pessoas soubessem exatamente quanto custaria o tratamento com antecedĂȘncia, acho que mais delas começariam a procurar as clĂ­nicas.

— E qual Ă© a sua base para essa afirmação?

— Da maneira como as coisas estĂŁo, ir a uma clĂ­nica Ă© como apostar. VocĂȘ nunca sabe o tamanho da dĂ­vida que pode acabar contraindo, ou o que acontecerĂĄ se nĂŁo puder pagar, e simplesmente nĂŁo querem correr esse risco. Mas se soubessem exatamente quanto seriam cobradas


— Se sentiriam mais seguras e, portanto, mais inclinadas a ir?

— Exatamente. AlĂ©m disso, alguns curandeiros usam magia de nĂ­vel mais alto para casos que nĂŁo precisam dela, apenas para inflacionar os preços. Por isso, acho que o tipo de feitiço a ser usado tambĂ©m deveria ser informado previamente.

— VocĂȘ certamente pensou bem sobre isso.

— Estou apenas trabalhando com essa ideia de transparĂȘncia com base no que vi. NinguĂ©m se endivida porque quer. E acho que nem preciso dizer que ninguĂ©m quer ser escravizado.

— Pode haver algum mĂ©rito no seu ponto de vista.

Fiquei grato por vĂȘ-lo considerar minhas ideias. Agora, eu precisava selar o acordo com uma anedota.

— Quando eu estava curando no Sindicato dos Aventureiros antes de vir para cĂĄ, recebia cerca de cinquenta pacientes por dia, em mĂ©dia. Acho que a razĂŁo disso era que eles sabiam exatamente quanto iriam pagar: uma moeda de prata.

— EntĂŁo vocĂȘ fala por experiĂȘncia prĂłpria.

Ele se recostou na cadeira, ainda de braços cruzados.

— Admito, vocĂȘ Ă© um curandeiro admirĂĄvel.

— Há outra coisa que está na minha mente, se não se importar que eu pergunte.

— Não me importo.

— Tanto a Igreja quanto o Sindicato dos Curandeiros sobrevivem com as contribuiçÔes e a venda de grimĂłrios, certo?

— Isso e doaçÔes, sim.

Isso me fez parar por um momento. A ideia cheirava a suborno e propina. Eu não queria tirar conclusÔes precipitadas ou duvidar de tudo, mas com uma organização tão corrupta, era difícil não ser cético. Seria menos problemåtico se as doaçÔes fossem feitas publicamente, embora isso ainda não impedisse acordos de bastidores.

Pensei um pouco antes de falar sério:

— Pelo que ouvi, em outros paĂ­ses Ă© legal escravizar pessoas por suas dĂ­vidas. Agora, digamos, hipoteticamente, que houvesse uma clĂ­nica corrupta com conexĂ”es com escravistas desses paĂ­ses. Eles poderiam cobrar preços exorbitantes, vender seus pacientes e lucrar enormemente com isso. Esse tipo de negociação seria uma vergonha para a Igreja de Saint Shurule.

— Hm, vocĂȘ diz que hĂĄ mais do que aparenta. Mas certamente isso nĂŁo Ă© apenas conjectura. VocĂȘ tem provas?

— Infelizmente, não.

— Então não passa de especulação.

— É mais do que isso. HĂĄ coisas acontecendo que a sede nĂŁo vĂȘ, mas as pessoas e os aventureiros sim. Os curandeiros sĂŁo odiados por um motivo.

Ok, talvez eu tenha ido um pouco longe, mas nĂŁo disse nenhuma mentira.

— Entendo. Vou discutir isso com meus colegas sacerdotes e com os arcebispos — Granhart cedeu, visivelmente exausto.

— Obrigado por me ouvir. E agora, o que devo fazer? Imagino que não possa voltar para Merratoni tão cedo.

Poucas chances.

— VocĂȘ imagina corretamente. Por ora, chamarei alguĂ©m para levĂĄ-lo aos aposentos de Lumina.

Com Granhart parecendo esgotado, saímos da sala juntos e encontramos um atendente esperando no corredor. Após lançar um olhar breve de preocupação para o rosto abatido do sacerdote, o guia me acompanhou até o quarto de Lumina.


Tradução: CarpeadoPara estas e outras obras, visite o Carpeado Traduz – Clicando Aqui


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