The Great Cleric â CapĂtulo 8â Volume 1
The Great ClericSeija Musou
Light Novel Online – CapĂtulo 08:
[Uma Festa de Boas-Vindas e Sombras Ă Espreita]
Tolamente, achei que minha vida mudaria um pouco, mas meus dias continuaram como sempreâtreinando e curando.
â As coisas nĂŁo estĂŁo muito diferentes de antes, nĂ©? â murmurei para mim mesmo.
â O que vocĂȘ esperava? â Brod respondeu. â Seu trabalho Ă© curar pessoas. E vocĂȘ queria continuar treinando, nĂŁo queria?
â Claro. Qualquer coisa que me mantenha vivo por mais tempo.
Eu realmente queria dizer isso. Meu objetivo do ano passado, superar meu medo de aventureiros, tinha sido alcançado, e agora eu me sentia confortĂĄvel dentro das paredes da guilda. Era verdade que as pessoas temiam o que nĂŁo conheciam. Mas, ao conhecer alguĂ©m, na maioria das vezes, descobria-se que nĂŁo eram tĂŁo ruins assimâcomo aprendi durante o treinamento no meu antigo emprego, na vida passada.
â Luciel, aguente firme este ano. Eu juro que vou te deixar ao menos forte o bastante para sobreviver a um esbarrĂŁo com um ladrĂŁozinho de baixo nĂvel.
O treinador era tĂŁo confiĂĄvel como sempre, mas me perguntava se era realmente certo treinar durante o trabalho. Afinal, ele me contratou como curandeiro. Mas, se ele diz que estĂĄ tudo bem, entĂŁo nĂŁo vou reclamar.
â Vou dar o meu melhor.
â Ătimo. Agora, vamos jantar.
â Sim, senhor.
Juntos, seguimos para o domĂnio de Gulgar, mas algo parecia estranho. Onde todo mundo foi parar? Brod nĂŁo disse nada e continuou andando, entĂŁo ignorei essa sensação.
No momento em que entramos no refeitĂłrio, uma voz poderosa ecoou:
â Apresentamos o curandeiro da Guilda dos Aventureiros!
Uma explosĂŁo de aplausos se seguiu.
â HĂŁ?
No meio da multidĂŁo que me recebeu estavam os funcionĂĄrios da guilda, que deveriam estar de folga, e muitos aventureiros que eu conhecia.
â Por que essa surpresa toda? VocĂȘ agora faz parte da guilda, entĂŁo Ă© um membro temporĂĄrio da equipe. Por que nĂŁo farĂamos uma boa e velha festa de boas-vindas? â Meu instrutor exibia um sorriso de orelha a orelha antes de soltar uma gargalhada animada.
O salĂŁo de jantar estava organizado em estilo buffet, mas ainda assim parecia apertado com tanta gente. Eu sĂł conseguia sentir gratidĂŁo por todos que vieram.
â Ei, Luciel, chega aqui rapidinho â Gulgar chamou da cozinha. Perto do balcĂŁo, uma Ășnica cadeira estava esperando para ser ocupada.
O que Ă© isso, uma festa de aniversĂĄrio? Que vergonhaâŠ
â Senta aĂ e pega isso. â Ele me entregou o de sempre.
Ver as garotas correndo para a saĂda nos fundos foi bem deprimente. Elas praticamente fugiram de mim. Um cheiro pĂștrido subia da jarra de Substancia X que eu segurava.
â Eu realmente preciso beber isso? Nem comi ainda.
â NĂŁo, vocĂȘ vai tomar banho com isso. Claro que tem que beber! Como a festa vai começar se esse nĂŁo for o brinde? â ele provocou. Os outros aventureiros me olhavam com a mesma expectativa.
â Beleza. EntĂŁo, quem vai fazer o brinde?
â O palco Ă© todo seu, Luciel.
Eu sabia. Eu ia ter que aguentar esse tipo de coisa o ano inteiro, nĂŁo ia?
â Bom, entĂŁo, permitam-me começar â comecei. â Tive muitas memĂłrias aqui no Ășltimo ano. Algumas boas, outras nem tanto. Que este ano traga apenas boas lembranças. Aventureiros, espero que voltem para casa todos os dias, mesmo que tenham que rastejar meio mortos. Eu estarei aqui para salvar vocĂȘs. Equipe da guilda, espero que consigam me aturar por mais um tempo. Ă felicidade e Ă fortuna. SaĂșde!
â SaĂșde! â a sala inteira gritou.
Inclinei a cabeça para trås e virei o veneno na minha caneca. Ninguém me acompanhou. Todos me encaravam, boquiabertos.
â Caramba⊠â ouvi alguĂ©m murmurar na multidĂŁo.
â Eu sabia que esse cara era masoquista.
â SerĂĄ que o nariz dele tambĂ©m Ă© defeituoso?
Meu nariz estĂĄ Ăłtimo, obrigado. O cheiro Ă© horrĂvel, mas nĂłs, humanos, funcionamos de forma diferente, pensei. Talvez eu pudesse convencer Gulgar a forçar aqueles engraçadinhos a experimentarem o Substancia X tambĂ©m.
Quando finalmente consegui falar de novo, Brod jĂĄ estava me dando um aviso.
â Ah, e nada de ĂĄlcool pra vocĂȘ, Luciel.
Demorei um momento para processar o que ele disse. Desde que vim para este mundo, nĂŁo toquei em uma gota de ĂĄlcool, mas na minha vida passada, eu costumava beber em quase todos os jantares. Hoje, pelo menos, eu queria tomar um gole.
â Por quĂȘ? Isso aqui nĂŁo Ă© uma festa?
â Ele amplifica a SubstĂąncia X tanto que vocĂȘ nĂŁo vai conseguir sair da cama amanhĂŁ.
â VocĂȘ tĂĄ brincando.
Como diabos algo jĂĄ absurdamente forte podia ficar ainda pior? Era minha prĂłpria festa, e eu nem podia beber. Que absurdo.
Brod colocou um prato cheio de comida na minha frente enquanto tampava o nariz.
â Come aĂ pra ficar grande e forte â ele zombou, segurando o riso. â NĂŁo pode beber com a gente, mas tem toda a comida e Substancia X que quiser.
Agora ele estava só me sacaneando. Era minha festa de boas-vindas, e ninguém aguentava ficar perto de mim por meia hora, até o cheiro do meu hålito sumir. Fiquei no meu canto, comendo sozinho.
Quando jĂĄ estava no meu limite, Gulgar apareceu com mais um prato enorme.
â Eu tĂŽ completamente cheio, sĂ©rio.
â Ă? Notei que anda comendo mais ultimamente.
â SĂł tentando nĂŁo desperdiçar nada. Ah, vocĂȘ viu o Galba por aĂ?
â Meu irmĂŁo tĂĄ num trabalho importante. NĂŁo veio hoje.
â Soa misterioso.
Um trio de aventureiros se aproximou.
â Ei, curandeiro, como Ă© que vocĂȘ consegue beber essa coisa?
â Ă porque a lĂngua dele Ă© toda zoada, nĂŁo Ă©?
â Ouvi dizer que curandeiros tĂȘm os sentidos meio entorpecidos.
Eles ficaram jogando teorias um atrĂĄs do outro, mas nĂŁo pareciam estar de mĂĄ intenção. Enquanto tentava me defender das acusaçÔes, Gulgar voltou com trĂȘs copos.
â Se vocĂȘs tĂȘm algo contra o convidado de honra, tenho algo aqui pra calar a boca de vocĂȘs â ele ameaçou.
â Eu bebo isso por um encontro com a MĂŽnica â retrucou um dos aventureiros.
â Eu fico com a Nanaella â acrescentou outro.
â Eu aceito qualquer uma, nem ligo mais â disse o Ășltimo.
â Gulgar, me traz um jarro de SubstĂąncia X â pedi.
â O-Opa, claro â ele respondeu, parecendo bastante chocado.
Eles podiam dizer o que quisessem sobre mim, mas nĂŁo achava certo tratarem as garotas como objetos. Um pouco daquele inferno lĂquido ia ensinar uma lição a eles.
â Desculpa pela demora.
â Valeu. Agora, aqui estĂĄ o jogo, pessoal. Se conseguirem terminar esses copinhos, eu bebo esse jarro inteiro. Se vencerem, eu converso com as garotas por vocĂȘs.
â Ă bom que nĂŁo esteja mentindo.
â Vamos cobrar essa.
â Beleza, tĂĄ valendo.
Eles começaram a beber.
No momento em que o primeiro gole passou por seus lĂĄbios, caĂram no ato. E sĂł para ninguĂ©m reclamar depois, virei meu prĂłprio jarro o mais rĂĄpido que pude. Segundo Gulgar, todos tinham desmaiado.
Fiz uma reverĂȘncia para MĂŽnica e Nanaella, que riram em resposta. Se estavam rindo comigo ou de mim, nunca consegui descobrir, pois trĂȘs sombras subitamente obscureceram minha visĂŁo: a Linhagem do Lobo Branco.
No começo, eu tinha medo deles, mas desde que os salvei da beira da morte, ficaram bem apegados a mim. Vieram direto até mim, apesar de eu provavelmente estar fedendo.
â Diz aĂ, Luciel. Tem uma coisa que eu queria te perguntar faz tempo â Bazan hesitou.
â O que foi?
â VocĂȘ curte caras?
Engasguei imediatamente com a prĂłpria saliva.
â De onde diabos veio isso?! â exasperei â NĂŁo! Eu gosto de garotas!
A aleatoriedade total da pergunta me pegou completamente desprevenido. Não queria ter ficado tão nervoso, mas foi inevitåvel. Felizmente, ninguém mais estava prestando atenção.
â Ah, entendi. Ă que vocĂȘ anda tanto com o Brod e nunca deu em cima de nenhuma daquelas recepcionistas bonitas.
Isso porque eu não estava em posição nenhuma de testar minha sorte. Brod cairia em cima de mim mais råpido do que um piscar de olhos se tentasse algo, e sinceramente, eu não estava com disposição suicida.
Suspirei.
â Romance Ă© importante, sim, mas a vida pode acabar num instante. Tenho me focado tanto em garantir minha sobrevivĂȘncia que nĂŁo sobra tempo pra mais nada.
â Caramba, moleque, vocĂȘ Ă© jovem demais pra ficar filosĂłfico desse jeito. Tem que relaxar um pouco!
Agora, parecia que todo o salĂŁo estava ouvindo nossa conversa. Minha Ășnica saĂda era entrar na brincadeira.
â Suponho que sim. JĂĄ me acostumei, mas onde cresci, as pessoas nĂŁo andavam por aĂ armadas, entĂŁo quando cheguei em Merratoni, passei meio ano morrendo de medo.
â VocĂȘ tem coragem de beber aquela porcaria, mas os aventureiros te deixavam cagando de medo? â Bazan caiu na gargalhada. â VocĂȘ tem umas prioridades bem estranhas.
â Ei, aquele troço nĂŁo me mata, mas quando trombei com vocĂȘ no dia em que cheguei, Bazan, fiquei completamente petrificado. Desde entĂŁo, morro de medo do que aventureiros podem fazer comigo se eu pisar na bola.
â VocĂȘ aguenta se levantar depois de levar uma surra do Brod como se fosse um zumbi, mas tem medo de cair nas graças erradas dos aventureiros? Bom, nĂŁo precisa se preocupar, ninguĂ©m aqui vai se meter contigo. Se algo acontecer, nos avise.
â Agradeço.
Bazan e eu nos dĂĄvamos surpreendentemente bem. EntĂŁo, Sekiros e o taciturno Basura entraram na conversa.
â EntĂŁo, vocĂȘ Ă© mesmo um mulherengo, Luciel? â Sekiros provocou.
â De novo? â gemi. â Sim, eu gosto de garotas.
â Agora, agora. NĂŁo seja rabugento.
â De quem vocĂȘ acha que Ă© a culpa?
Ele riu.
â Bem, senhor mulherengo, o que acha de sair com a gente pra uma noite na cidade um dia desses? Se divertir um pouco.
â Essa cidade tem esse tipo de lugar?
â Tem, sim. Interesse? Mas vocĂȘ se destaca como um farol, entĂŁo vamos precisar de um disfarce ou os boatos vĂŁo se espalhar como fogo.
â E-Eu sĂł fiquei curioso, tĂĄ? Como se eu tivesse tempo ou dinheiro pra isso â ri secamente de mim mesmo. O trio caiu na risada e virou suas canecas de cerveja.
A festa continuou atĂ© tarde da noite. Quando finalmente o cheiro da SubstĂąncia X dissipou, foi a vez das mulheres me interrogarem. Como estavam um pouco bĂȘbadas, nĂŁo foram muito a fundo, o que me deu a oportunidade de conversar com Monica.
â Kururu perguntou de vocĂȘ.
Ela hesitou.
â Como estavam as coisas na Guilda dos Curandeiros?
â Meio vazia. Como se nĂŁo tivessem nada pra fazer. EstĂŁo tentando contratar outra recepcionista, mas acho que ninguĂ©m quer um trabalho tĂŁo parado. Pelo menos foi essa a impressĂŁo que tive.
â Que pena… â Ela fez uma pausa. â Certamente tenho mais o que fazer aqui do que tinha lĂĄ. O salĂĄrio era bom, mas nĂŁo muito diferente do que ganho agora.
â Acha que foi uma boa decisĂŁo ter vindo pra cĂĄ? â perguntei.
â Acho, sim â respondeu. â Posso interagir com tanta gente, como vocĂȘ e os outros aventureiros. E sempre tem trabalho suficiente pra me manter ocupada. Os dias passam tĂŁo rĂĄpido que mal consigo acompanhar. Parece que estou vivendo, como se estivesse realmente fazendo algo. â Ela me olhou e sorriu. â Se vocĂȘ nĂŁo tivesse salvado minha vida, Senhor Luciel, eu nunca teria tido essa chance. NĂŁo posso te agradecer o suficiente.
Me peguei levantando a mĂŁo para acariciar sua cabeça quandoââ
â Cara, que nojo, para de vomitar!
â Eu tĂŽ vomitando porque vocĂȘ tĂĄ vomitando! NĂŁo me culpa!
â A culpa Ă© daquele masoquista desgraçado por fazer a gente beber aquela merda!
De repente, perdi completamente a vontade de fazer carinho na cabeça de Monica. Suspiramos ao mesmo tempo, nos olhamos e sorrimos.
Eu estava testando alguns novos feitiços depois dos meus alongamentos matinais.
Cura intermediĂĄria: cerca de trĂȘs vezes o efeito de cura de Heal por oito MP.
Cura em Ărea: magia de cura para iniciantes que restaurava todos em um raio de dois metros com um efeito equivalente ao de uma cura normal. Quinze MP.
Brreira FĂsica e Barreira MĂĄgica: duas magias de barreira para iniciantes que reduziam o dano de ataques fĂsicos e mĂĄgicos, respectivamente. Dez MP cada.
Barreira em Ărea: magia de barreira intermediĂĄria que aplicava tanto Barreira Fisica quanto Barreira MĂĄgica a qualquer um dentro de um raio de dois metros. Obs.: isso nĂŁo criava um campo de proteção contra monstros. Trinta MP.
â Isso Ă© um treino pesado logo de manhĂŁ. Uma Ășnica barreira em ĂĄrea jĂĄ me suga trinta MP. Preciso descobrir um jeito de tornar esses feitiços mais fĂĄceis de usar.
Pensamentos sobre magia começaram a preencher minha meditação diåria.
Enquanto Luciel refletia sobre seus feitiços, rugidos furiosos ecoavam pelos corredores de uma certa clĂnica em Merratoni.
â AlguĂ©m pode me explicar isso?! Nossa renda e as vendas de escravos caĂram pela metade! Metade! â bradou um homem de meia-idade e aparĂȘncia robusta, vestindo um manto branco adornado com joias e enfeites.
Os doze homens à sua frente abaixaram a cabeça, temendo sua expressão distorcida pela raiva. Um deles avançou como representante e se curvou.
â Mil desculpas, Senhor, mas como dissemos, o culpado Ă© o curandeiro da Guilda dos Aventureiros.
A fĂșria do homem nĂŁo diminuiu.
â E por que diabos ele ainda nĂŁo foi eliminado, seus incompetentes?! TambĂ©m falharam em assassinar aquela recepcionista, se nĂŁo me engano! AlguĂ©m aqui estĂĄ querendo morrer, hein?!
Ele pegou um copo ornamentado e caro, arremessando-o no representante, que nem tentou desviar. O vidro se estilhaçou contra sua cabeça, e com sangue escorrendo, ele continuou:
â Com todo respeito, Senhor, mas em um ano inteiro, esse curandeiro saiu de lĂĄ apenas quatro vezes. NĂŁo conseguimos nos aproximar.
â EntĂŁo entrem lĂĄ!
â Veja bem… Ele treina com o mestre da guilda o tempo todo. Quando dorme, aventureiros de alto nĂvel guardam seu quarto. Ele Ă© intocĂĄvel.
â Maldição! Essa guilda e seu curandeiro estĂŁo atrapalhando demais. Que buraco esse verme saiu? Algo precisa ser feito. VocĂȘ! Chame todas as clĂnicas subordinadas!
â Imediatamente! â respondeu o subordinado, saindo apressado.
â Parece que deixei um inseto crescer demais. Mas pragas precisam ser esmagadas.
Os homens restantes empalideceram enquanto o riso ensandecido do homem fazia o ar vibrar.
Tradução: CarpeadoPara estas e outras obras, visite o Carpeado Traduz â Clicando Aqui
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