The Great Cleric â CapĂtulo 2- Volume 1
The Great ClericSeija Musou
Light Novel Online – CapĂtulo 02:
[Promovido a Aprendiz]
Como era de se esperar, o grimĂłrio enumerava os fundamentos do treinamento mĂĄgico. O resumo era o seguinte:
Passo 1: Percepção da Magia
Para usar magia, a pessoa primeiro precisava estar ciente da energia mĂĄgica dentro de si. Se alguĂ©m nĂŁo conseguisse fazer ao menos isso, o livro nĂŁo hesitava em sugerir que reconsiderasse onde realmente estavam seus talentos… Cruel.
Passo 2: Manipulação da Magia
Supondo que a pessoa conseguisse perceber sua prĂłpria magia, o prĂłximo passo era aprender a movĂȘ-la â ou seja, Manipulação MĂĄgica. O texto explicava que, para muitos, esse era um grande obstĂĄculo, e para alguns, exigia todo o seu poder mĂĄgico apenas para alcançar esse nĂvel. Ainda assim, o grimĂłrio incentivava a paciĂȘncia e perseverança. No final, explicava que magos experientes podiam usar a mesma magia de um iniciante gastando apenas um quinto do poder mĂĄgico. TambĂ©m aconselhava a continuar praticando esses fundamentos pelo resto da vida.
Fazia sentido, Ă© claro. Quanto menor o consumo de magia, mais feitiços de nĂvel avançado poderiam ser lançados.
Passo 3: Controle da Magia
Depois de aprender a perceber e manipular a magia, vinha a capacidade de influenciå-la para além do próprio corpo (ou seja, Controle Mågico). Uma vez que a pessoa dominasse isso, os feitiços jå não estavam longe, mas ainda exigiam habilidade. Sem um controle adequado, outras pessoas poderiam interferir na sua magia e causar o caos.
Passo 4
â Lance feitiços de nĂvel um do seu atributo associado â dizia o texto.
Lançar um feitiço fazia a magia deixar o corpo e, aparentemente, ter sucesso nisso aumentava seu nĂvel de habilidade. Aqueles que falhavam repetidamente eram mandados de volta direto para o primeiro passo.
â Se ainda assim nĂŁo obtiver sucesso, significa que vocĂȘ nĂŁo tem talento, e desistir Ă© sua Ășnica opção.
No momento em que meus olhos pousaram nessas palavras, uma vontade imensa de jogar o livro longe tomou conta de mim. Depois de toda aquela explicação meticulosa e cuidadosa, eu esperava algo melhor do que um autor que simplesmente desistia das pessoas no final.
Provavelmente, a preocupação com os diferentes pontos de partida das pessoas nĂŁo foi considerada ao escrever esse livro, entĂŁo talvez essa falta de compaixĂŁo com os mais lentos atĂ© fizesse sentido. Mas, mesmo assim, precisava ser tĂŁo impiedoso? Alguma criança poderia ler isso e ter sua confiança totalmente destruĂda, e aĂ?
Além disso, o livro não explicava em detalhes como treinar a percepção e a manipulação da magia, apesar de afirmar o quanto esses passos eram essenciais. Ainda assim, esse grimório pertencia à guilda, então não podia simplesmente descontar minha frustração nele. Respirei fundo para me acalmar e continuei lendo algumas partes não relacionadas ao treinamento.
A magia Ă© um fenĂŽmeno que ocorre atravĂ©s da oferenda â o ato de lançar â da prĂłpria energia ao deus Galdardiano Crya, permitindo que uma imagem mental seja trazida Ă realidade.
Ao implantar essa imagem com clareza dentro da própria magia, o controle sobre ela melhora. Além disso, conforme cresce a compreensão mågica, o processo de conjuração pode ser abreviado ou até mesmo eliminado por completo.
â Essa teoria mĂĄgica parece mais uma religiĂŁo com todo esse papo sobre GaldĂĄrdia e “oferenda aos deuses”. Mas, bem, Deus Ă© real, entĂŁo Ă© melhor tentar.
Respirei fundo e me concentrei.
â Certo, lĂĄ vai. Ă Senhor, receba minha energia e cure esta ferida. Curar!
Solidifiquei em minha mente a imagem de uma ferida se regenerando e recitei o feitiço com toda minha força… mas nada aconteceu. Eu senti algo saindo do meu corpo, mas nenhuma magia foi ativada.
â Acho que Ă© assim quando vocĂȘ nĂŁo Ă© um prodĂgio ou um trapaceiro.
Com um pedido ao Avaliar Maestria, abri minha tela de status para verificar meu progresso (ou a falta dele) e encontrei uma nova habilidade: Magia Sagrada 0 – 5/1000.
â Ufa, entĂŁo estou no caminho certo. Parece que sĂł preciso repetir isso umas duzentas vezes. Pelo menos tem um fim Ă vista, senĂŁo eu jĂĄ teria desanimado. Bom, vamos testar algumas coisas…
Dessa vez, tentei lançar sem formar uma imagem mental. Minha maestria aumentou em exatamente zero pontos.
â Ă, entĂŁo realmente precisa da imagem na mente.
Olhando para o meu MP, que agora estava em 40/50, concluĂ que um Curar consumia 5 MP.
â Fico me perguntando quanta vida o alvo recupera… Mas primeiro, preciso ver como Ă© essa exaustĂŁo mĂĄgica.
Lancei os oito Heal restantes, sempre mantendo a imagem correta na cabeça. Depois do Ășltimo feitiço, meu MP estava em 1/50, recuperado naturalmente, mas a exaustĂŁo me atingiu da mesma forma. Uma tontura intensa e uma dor de cabeça latejante me impediram de ficar de pĂ©.
Mesmo depois de me recuperar um pouco, ainda não conseguia sair da cama. Mais tarde, quando minha dor de cabeça diminuiu e eu pude finalmente relaxar, abri a tela de status para checar meu MP, que agora estava em 5/50.
â NĂŁo posso continuar assim. Desse jeito, sĂł o tempo vai progredir, e nĂŁo eu.
Fiquei encarando o teto, pensando. Segundo o grimĂłrio, esse perĂodo de fadiga era o momento ideal para treinar Manipulação MĂĄgica e Controle MĂĄgico, mas eu nĂŁo estava exatamente no melhor estado para isso. Dava para assumir que a exaustĂŁo começava quando o MP caĂa abaixo de 10% do total.
â Quanto maior a Manipulação MĂĄgica e o Controle MĂĄgico, menos magia eu vou gastar no futuro. EntĂŁo acho que vou focar nisso por agora.
E assim comecei a meditar e a testar mĂ©todos para acelerar minha recuperação mĂĄgica. NĂŁo sei quanto tempo passou. Estudei e pratiquei incansavelmente, repetindo os exercĂcios inĂșmeras vezes. Foi entĂŁo que ouvi trĂȘs batidas na porta.
â Entre â consegui dizer com a voz fraca.
â Ah, estĂĄ fazendo uma pausa?
A recepcionista entrou no quarto com uma expressĂŁo preocupada e carregando uma bandeja de comida.
â Nossa, vocĂȘ estĂĄ pĂĄlido como um fantasma. EstĂĄ tudo bem?
â Sim, de alguma forma. Ah, e desculpe por nĂŁo me apresentar antes. Meu nome Ă© Luciel e, no momento, estou sofrendo de fadiga mĂĄgica. EntĂŁo, por favor, nĂŁo se preocupe.
â VocĂȘ Ă© bem dedicado para a sua idade â ela riu. â Meu nome Ă© Kururu. Aqui, comer deve ajudar a recuperar um pouco da sua magia.
Ela colocou a bandeja com a refeição sobre a mesa.
â Obrigado por se dar ao trabalho.
â NĂŁo foi nada. Quando terminar, deixe os pratos do lado de fora do quarto. Ah, e mais uma coisa: nĂŁo exagere. NĂŁo podemos deixar um curandeiro desmaiar dentro da nossa prĂłpria guilda.
Ri.
â Tem razĂŁo. Mas acho que jĂĄ estou pegando o jeito. Claro, com pausas apropriadas.
â Bom, jĂĄ que ainda consegue falar, acho que vai ficar bem. Mas nĂŁo se esqueça de dormir, ok? Isso ajuda a recuperar energia.
â Obrigado pelo conselho, Kururu.
Ela respondeu com uma risadinha e saiu do quarto.
A comida que ela trouxe era uma sopa de legumes sem gosto com um pedaço de pão igualmente sem graça. Mas cumpriu seu papel e encheu meu estÎmago, servindo também como uma boa pausa.
Depois disso, retomei o treinamento. Trabalhei duro, lançando feitiços sem problemas por um tempo, exceto por uma vez em que acabei lançando um a mais sem querer. Minha magia drenada rapidamente reduziu minha motivação a nada, então finalmente decidi parar por hoje.
Eu não fazia ideia de quanto tempo tinha dormido. O teto desconhecido para o qual acordei reafirmou a realidade de que eu havia reencarnado, para minha decepção. Mas lamentar não ajudava ninguém. Em um ritmo digno de um empresårio, me recompus e segui em frente com o que precisava fazer.
â Sua vida jĂĄ deveria ter acabado. Se trabalhar duro, pode ter uma ainda melhor do que antes. Vamos lĂĄ, vocĂȘ consegue! â me incentivei.
Com vigor renovado, reabri o grimĂłrio, mas nĂŁo antes de perceber que o quarto nunca escurecia.
â SerĂĄ que mantĂ©m esse nĂvel de iluminação constante por causa da magia? â murmurei.
â Talvez a construção seja encantada, ou tenha algum tipo de ferramenta mĂĄgica alimentando isso. Devo perguntar quando tiver a chance.
Usei o tempo antes do café da manhã para continuar meu årduo treinamento, lançando feitiços até o limite da exaustão e então exercitando meu Controle Mågico. No entanto, o café da manhã nunca veio. Verifiquei o horårio e vi que ainda estava próximo do nascer do sol. Minha juventude revigorada, ao que parecia, vinha acompanhada de um apetite adequado. Mesmo assim, continuei treinando.
Naquele momento eu ainda não sabia, mas esse segundo dia trouxe um foco ainda maior. Me concentrar na magia dentro desse espaço apertado parecia fazer maravilhas para minha compreensão geral. Sentindo que algo em mim havia mudado, usei Avaliação de Maestria e encontrei vårias novas melhorias de habilidade.
â Uau, isso cresceu muito! Trabalhar com um objetivo claro faz tudo valer mais a pena. E ver os resultados Ă© bem satisfatĂłrio tambĂ©m.
Saber que meus esforços, minha dor, estavam realmente dando frutos fez minha motivação disparar. As pessoas trabalham melhor quando tĂȘm aspiraçÔes claras, em vez de viver na incerteza sobre se seu esforço serĂĄ recompensado ou nĂŁo. Era a mesma coisa no trabalho da minha vida passada. E, ao longo de tudo isso, fiz outras descobertas, como o fato de que meditar melhora as habilidades de Meditação, Foco e Recuperação de Magia.
Meu tempo aqui era uma grande oportunidade para desenvolver o mĂĄximo de habilidades possĂvel e testar algumas coisas ao longo do caminho. Por exemplo, na tentativa de aprimorar Pensamento Paralelo, tentei simular uma bateria no ar e jogar pedra, papel e tesoura comigo mesmo, mas nenhuma das duas tĂ©cnicas funcionou. No entanto, trava-lĂnguas ajudavam a aumentar a Velocidade de Conjuração, entĂŁo fiz uma anotação mental dos mĂ©todos mais eficazes. Esse ciclo de sucessos e falhas alimentava meus experimentos.
â Eu sou sĂł um cara comum e sem graça â murmurei. â Ă incrĂvel como os herĂłis das histĂłrias conseguem superar qualquer coisa, mas enquanto eu estiver aqui e meus esforços forem recompensados, meu espĂrito nunca serĂĄ quebrado.
Meu treinamento continuou.
â Trouxe comida.
Uma garota nova chegou carregando minha refeição bem no meio de um alongamento que eu fazia para variar um pouco. Ela era linda, com um cabelo castanho refinado que combinaria muito bem com óculos.
â Ah, obrigado. â Isso nĂŁo ajudou em nada a acalmar meu coração acelerado.
â De nada. Aguente firme, certo?
â Hum, posso fazer uma pergunta? â Se havia um momento para isso, era agora. Ela inclinou a cabeça, curiosa. â Quantas vezes por dia trazem comida? NĂŁo hĂĄ um relĂłgio aqui dentro, e gostaria de ter uma noção geral do horĂĄrio.
â Duas vezes por dia. Ăs seis da manhĂŁ e Ă s seis da noite.
â Entendi. VocĂȘ se importaria de responder outras perguntas que eu tiver?
â Claro. Pergunte quando quiser.
Ela colocou minha comida na mesa antes de sair.
â E… claro que esqueci de perguntar o nome dela. Mas, caramba, todo mundo que vive nesse mundo Ă© insanamente atraente? NĂŁo que dizer isso vĂĄ me ajudar em algo, entĂŁo Ă© melhor sĂł comer e parar de pensar nisso.
A noite de hoje seria igual Ă anterior.
Naquela noite, Kururu trouxe minha comida novamente. EntĂŁo, no terceiro dia, antes do cafĂ© da manhĂŁ, minha ducentĂ©sima conjuração de Cura emitiu uma luz pĂĄlida das minhas mĂŁos. Logo ela se dissipou, mas eu sabia, sem dĂșvidas, que havia conseguido usar magia de cura com sucesso.
â Ătimo! Aposto que ninguĂ©m esperava que eu pegasse o jeito tĂŁo rĂĄpido. Eu sabia que todo aquele esforço nĂŁo era em vĂŁo.
Eu mal podia esperar para ver que tipo de elogios todos teriam para mim.
â Preciso agradecer a Lumina e a Kururu tambĂ©m.
A alta probabilidade de que hoje seria o dia em que eu sairia deste espaço incrivelmente seguro e produtivo, agora com a cura em mãos, me deixava um pouco triste. O medo que senti ao esbarrar naqueles aventureiros não era algo fåcil de esquecer. Me jogar de cabeça em um mundo onde pessoas assim existiam era pedir por problemas.
A ansiedade girava dentro de mim.
â Talvez eu devesse perguntar Ă s recepcionistas se posso ficar aqui atĂ© encontrar um lugar para trabalhar? Pensando bem, eu gostaria de elevar minha Magia Sagrada pelo menos atĂ© o nĂvel dois.
Tomei minha decisĂŁo. Eu me aproveitaria da Guilda dos Curandeiros e colocaria tudo o que tinha no treinamento.
O cafĂ© da manhĂŁ daquele dia nĂŁo foi trazido por Kururu, mas sim pela linda garota de cabelos castanhos. Monica, Kururu havia dito que esse era seu nome. O que era bom, mas toda vez que ela chegava, eu estava dobrado pela exaustĂŁo mĂĄgica, entĂŁo minhas chances de conhecĂȘ-la melhor eram bem limitadas.
Isso nĂŁo abalava meu espĂrito, no entanto. Antes de qualquer coisa, incluindo romance e trabalho, meu objetivo principal era nĂŁo morrer. Meu treinamento prosseguiu com esse lema. Como prova do seu sucesso, Avaliação de Maestria indicou que eu havia adquirido com sucesso as habilidades Meditação, Foco e Recuperação de Magia apĂłs muito esforço.
Então, uma semana depois da minha chegada a este santuårio, chegou a hora de emergir da minha caverna. No balcão da recepção estava Monica.
â Monica, finalmente dominei a Magia Sagrada!
â ParabĂ©ns, Senhor Luciel. Posso pegar seu cartĂŁo por um momento?
Entreguei o cartĂŁo conforme solicitado, e ela iniciou os procedimentos com um sorriso. Eu havia aprendido anteriormente que esse costume de “senhor” e “senhorita” dentro da guilda existia porque, para eles, os curandeiros eram seus patronos. Com exceção de como Kururu falava comigo, que era um caso especial, os funcionĂĄrios chamarem os curandeiros assim era parte da etiqueta bĂĄsica da guilda.
Peguei meu cartão de volta de Monica, agora contendo Magia Sagrada, Meditação, Foco e Recuperação de Magia listados como habilidades.
â ParabĂ©ns novamente. VocĂȘ trabalhou duro, hein? â Ela sorriu. â Agora, serĂĄ uma prata.
Espera, isso custa dinheiro?
Pensando bem, uma prata por uma semana de estadia em um quarto privado era um bom negĂłcio, entĂŁo paguei com um suspiro aliviado por ter o dinheiro em mĂŁos.
â E agora, o que devo fazer? Kururu nĂŁo parece estar por aqui. Devo tentar procurar a Senhorita Lumina?
â Oh, entĂŁo vocĂȘ foi quem a Senhorita Lumina trouxe? Minhas mais sinceras desculpas, esta prata Ă© sua. â Ela devolveu a moeda. â A Senhorita Lumina solicitou que reservĂĄssemos um quarto para vocĂȘ, para ser usado durante dez dias de treinamento de magia, entĂŁo nĂŁo haverĂĄ cobrança.
â SĂ©rio? Ela fez isso? Ela parece tĂŁo jovem, mas deve ter bastante influĂȘncia por aqui.
â Com certeza tem. Afinal, ela Ă© a capitĂŁ da recĂ©m-formada unidade de paladinas da Igreja.
Que sorte a minha ter encontrado uma pessoa tão elegante e delicada, mas ao mesmo tempo capaz e respeitada, logo ao chegar aos portÔes da cidade. A minha Sorte Monstro estava trabalhando duro. Acho que jå posso começar a chamå-la de Monsieur Sorte.
De qualquer forma, Monica disse que o quarto era meu por dez dias, cortesia de Lumina. A partir disso, coloquei minha expressĂŁo de negĂłcios.
â EntĂŁo, vocĂȘ pode me emprestar o quarto por mais trĂȘs dias, certo?
â Isso mesmo, se assim desejar. A guilda nĂŁo tem problema em ajudar alguĂ©m tĂŁo dedicado como vocĂȘ.
Com isso, Monica concluiu nossa “negociação” com um sorriso. Sua disposição em me acomodar me deixou extremamente feliz, mas meu futuro ainda era tĂŁo vazio quanto uma folha em branco. Eu queria que eles me apresentassem a uma clĂnica, mas antes de qualquer coisa, percebi que sabia muito pouco sobre a guilda em si e pensei que deveria aproveitar a oportunidade para perguntar mais detalhes.
â Obrigado, isso Ă© muito gentil da sua parte. A propĂłsito, nĂŁo tive a chance de perguntar quando me registrei, mas nĂŁo tenho muita clareza sobre o que exatamente a Guilda dos Curandeiros faz. VocĂȘ poderia me dar um pouco de contexto?
â Oh? Claro, sem problemas. A Guilda dos Curandeiros Ă© uma organização formada com o Ășnico propĂłsito de curar os outros. Ela Ă© organizada em um sistema de dez patentes baseado na sua habilidade em Magia Sagrada, que, em ordem crescente, inclui os rankings G, F, E, D, C, B, A, AA, AAA e S â ela explicou. â A prĂĄtica comum Ă© aprimorar suas habilidades e experiĂȘncia em uma clĂnica da cidade, e muitos acabam abrindo suas prĂłprias clĂnicas a partir disso. Em ocasiĂ”es raras em que o pedido de transferĂȘncia entre guildas era feito, o curandeiro em questĂŁo poderia escolher aceitar e se mudar, ou recusar.
â AlĂ©m disso â ela continuou â, se um curandeiro nĂŁo conseguir encontrar uma clĂnica por conta prĂłpria, a guilda atuarĂĄ como intermediĂĄria, entĂŁo pode ficar tranquilo quanto a isso. TambĂ©m oferecemos suporte financeiro para aqueles que desejam abrir sua prĂłpria clĂnica independente, entĂŁo venha nos procurar para aconselhamento caso queira seguir esse caminho.
Monica me explicou os pontos principais de forma longa, mas clara e fåcil de entender, sem hesitar. Aproveitei a chance para perguntar algo que estava na minha cabeça hå um tempo.
â Obrigado pela explicação tĂŁo detalhada. Ah, tambĂ©m queria saber⊠é possĂvel se registrar tanto na Guilda dos Curandeiros quanto na Guilda dos Aventureiros?
â Sim, Ă© possĂvel, mas eu nĂŁo recomendaria â disse ela. â Curandeiros nĂŁo sĂŁo muito adequados para adquirir habilidades ofensivas, e trocar de profissĂŁo exige experiĂȘncia apropriada para aumentar o nĂvel da nova função. AlĂ©m disso, vocĂȘ deve ser nĂvel seis ou superior em uma determinada ĂĄrea antes de poder mudar ou assumir mĂșltiplas ocupaçÔes. Como curandeiros ganham experiĂȘncia curando, eles terĂŁo muito mais dificuldade em subir de nĂvel em profissĂ”es voltadas para combate sem treinamento adequado.
Uau, ela realmente sabia de tudo.
â Mas uma vez que o nĂvel sobe, eu poderia fazer mais coisas, certo?
â Sim, mas progredir como aventureiro exige derrotar monstros para aumentar seu nĂvel geral, o que acho que seria bastante difĂcil para um curandeiro.
Hmm⊠parece que me colocar nesse tipo de perigo não me ajudaria muito a me defender de outros aventureiros.
â Entendi. EntĂŁo, um curandeiro pode ganhar a vida apenas com a magia Curar?
â NĂŁo posso dizer com certeza, jĂĄ que isso depende do seu padrĂŁo de vida, mas, com base no valor mĂ©dio cobrado por curas, eu diria que um preço justo seria um prata por cada uso da magia.
â Uma prata inteira?! â exclamei. Se isso e o conhecimento que eu recebi de Deus fossem verdadeiros, esse trabalho era um verdadeiro achado.
Monica sorriu ao ver minha surpresa e continuou.
â SĂł para deixar claro, a guilda cobra uma taxa anual de todos os seus membros, de acordo com seu rank. Para manter o rank G, Ă© necessĂĄrio pagar doze pratas por ano. Fique atento, pois nĂŁo pagar essa quantia significa violar os termos da guilda, o que resulta no banimento da prĂĄtica de cura.
EntĂŁo, atĂ© um curandeiro de rua precisaria ser registrado na guilda? Ou isso assumia que todos trabalhariam em uma clĂnica? DifĂcil dizer.
Monica seguiu com sua explicação. Ela me contou que, a cada promoção de rank, a taxa anual aumentava em doze pratas, mas grimĂłrios com magias de cura mais poderosas poderiam ser adquiridos por um valor reduzido nos ranks mais altos. AlĂ©m disso, esses feitiços superiores podiam render o equivalente a um ano inteiro de taxas em um Ășnico uso, embora eu tenha levado essa afirmação com um pĂ© atrĂĄs.
â Claro, algumas pessoas atingem seus limites e podem nĂŁo conseguir lucrar, mesmo trabalhando em uma clĂnica â acrescentou ela.
Senti um tom de cautela em suas palavras. Esses curandeiros sem lucro me lembravam muito aqueles funcionĂĄrios presos em empregos monĂłtonos de escritĂłrio.
â Mais uma coisa⊠e eu hesito em contar isso para um curandeiro novato como vocĂȘ, mas a guilda atualmente nĂŁo tem poder sobre as açÔes de seus membros ou das clĂnicas.
â Como assim?
â Quando clĂnicas ou curandeiros cobram valores abusivos ou se envolvem em conflitos com frequĂȘncia, a sede da guilda envia inspetores. Caso a prĂĄtica seja considerada corrupta, a guilda pode revogar sua licença. â Ela fez uma breve pausa antes de continuar. â Infelizmente, os esquemas dessas clĂnicas se tornaram tĂŁo sofisticados que nĂŁo conseguimos agir, e eles continuam impunes.
â NĂŁo hĂĄ como mudar essas leis? â perguntei.
â AtĂ© que a sede tome uma atitude, nĂŁo podemos fazer nada, por mais petiçÔes que enviemos.
â Parece um baita problema. Nesse caso, deixe-me prometer uma coisa: eu nunca me tornarei um curandeiro corrupto.
â Melhor mesmo â ela riu.
Depois de agradecĂȘ-la pelo tempo, paguei uma prata pela mensalidade, me preparei mentalmente para o que estava por vir e segui para as ruas de Merratoni.
Tradução: CarpeadoPara estas e outras obras, visite o Carpeado Traduz â Clicando Aqui
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