Rakuin no Monshou – CapĂ­tulo 6 – Volume 2

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Rakuin no Monshou
Emblem of the Branded

Light Novel Online – Capítulo 06:
[Aqueles que Carregam a Marca]


O dia da luta final. Esse era o Ășnico tema tratado nas ruas de Solo desde o inĂ­cio da manhĂŁ.

A Guilda dos Gladiadores anunciou os confrontos e ficou definido que Orba e Pashir nĂŁo se confrontariam imediatamente. Essa era a Ășnica coisa que as pessoas consideravam lamentĂĄvel.

— Quando se trata de velocidade, tem que ser o Orba! O Pashir Ă© lento como um boi. Sinceramente, se esses dois brigassem, a batalha seria decidida em um instante!

— Isso nĂŁo Ă© verdade, Pashir nĂŁo faz movimentos inĂșteis! Ele Ă© diferente do Orba, que fica se movendo o tempo todo. Essa tĂĄtica covarde do Orba nĂŁo vai funcionar contra ele. Se a luta se prolongasse nem que fosse um pouco, Orba ficaria sem energia e estaria em desvantagem esmagadora.

Nas esquinas, em frente Ă s barracas de comida, nos locais de festa, as pessoas discutiam sobre a luta dos gladiadores. Isso nĂŁo se limitava apenas aos cidadĂŁos de Solon, mas tambĂ©m incluĂ­a os nobres. Eles se envolviam em debates acalorados sobre quem sobreviveria, apostando cavalos, pinturas raras, ou atĂ© mesmo um grande nĂșmero escravas, ocupando-se com apostas que ostentavam seu status.

Entre os debates, surgiu a questão de que, supondo que Orba e Pashir sobrevivessem como esperado, qual deles receberia a honra de ser o herói matador de dragÔes, Clovis?

— Se fosse Sua Majestade Imperial — um desses nobres falou de repente com ar pomposo —, acredito que ele gostaria que o Orba herdasse o tĂ­tulo de Clovis. Afinal, ele Ă© o herĂłi que derrotou Ryucown. Se vencer o torneio, a imagem dele de um ex-escravo seria apagada, e nem preciso dizer que ele teria conquistado a patente de nenente ou mesmo de capitĂŁo. Ele poderia atĂ© receber toda a companhia da guarnição de Solon!

E quando se aproximou o momento da noite que abrigaria a luta decisiva, o próprio imperador fez sua aparição, para entregar pessoalmente o elmo dourado ao vencedor. Os Guardas Imperiais e escravos que acompanhavam o imperador, totalizando cerca de trinta homens, ocuparam a metade superior da arquibancada.

As figuras da princesa imperial Ineli e suas amigas, assim como a princesa de Garbera, Vileena, e sua camareira-chefe, Theresia, também estavam presentes.

Na grande arena, vårias batalhas estavam acontecendo. Assim que uma dupla terminava, outra dupla era enviada para preencher o lugar vago, e assim essas batalhas continuaram sem fim. No entanto, conforme a força do sol ardente diminuía, os assentos vazios por todo o coliseu começaram a se destacar lentamente.

Ao anoitecer, a batalha final terminou. Os sons dos gladiadores e suas armas se chocando lĂĄ embaixo de repente ficaram em silĂȘncio mortal, e inversamente, o entusiasmo da multidĂŁo nĂŁo conhecia limites enquanto seus rugidos ecoavam como uma onda gigante.

Após um breve intervalo que os manteve ainda mais em suspense, os quatro espadachins que lutaram ferozmente através de suas batalhas e venceram fizeram sua aparição, cada um armado com uma arma de sua escolha. Um carregava uma longa lança, outro estava pronto com um machado de batalha, e Orba carregava sua espada longa usual.

Finalmente a hora chegou.

Orba murmurou para si mesmo, apoiando sua espada no ombro. Ele podia ter se jogado no ringue dos gladiadores, mas nĂŁo era como se ele quisesse, e agora finalmente estava chegando ao fim. A seguir seria usar o que ouviu de Pashir sobre o plano para encurralar Noue e Oubary, e obstruir o esquema que Zaat estava ajudando-os.

Neste momento, eles provavelmente estavam assistindo a cena se desenrolar lĂĄ de cima, aproveitando o espetĂĄculo dos escravos matando uns aos outros de seu refĂșgio seguro.
Assim que eu terminar “isso”, vocĂȘs sĂŁo os prĂłximos.

Ele estava animado, diferente de como geralmente era.

O orador gritou os quatro nomes deles, e então saudou o imperador. Os quatro homens também fizeram o mesmo, e o imperador baixou o queixo para encarå-los. Ao mesmo tempo, um dos Guardas Imperiais que o acompanhavam apresentou a ele o elmo dourado com ambas as mãos. Um par de asas estava anexado à esquerda e à direita, a marca do herói Clovis.
Esse foi o sinal para começar. O chão tremeu quando a arena explodiu em um pandemÎnio e as batalhas começaram.

O oponente de Orba era um gigante que ultrapassava dois metros de altura. Para completar, ele empunhava uma lança longa. Com uma diferença de alcance que o fazia hesitar em dar atĂ© mesmo um Ășnico passo Ă  frente, Orba foi rapidamente encurralado. Sem mencionar que ele tinha sofrido ferimentos de sua batalha com Gash.

Antes do fim da terceira investida, Orba havia caĂ­do para trĂĄs. A arena ficou agitada. O gigante investiu sua lança para baixo. Orba rolou de lado em direção ao flanco do gigante, e saltando para cima, cortou-o. Sangue jorrou de seu pescoço no momento em que os pĂ©s de Orba tocaram o chĂŁo. O Ășnico corte de Orba foi bem direcionado e abriu a artĂ©ria de seu oponente.

O gigante desabou no chão. E em pouco tempo, Pashir também resolveu sua luta. Sua vitória foi mais clara. Justo quando ele pareceu colocar alguma distùncia entre si mesmo e o homem do machado, ele jogou sua espada por cima dos ombros e a arremessou com toda sua força. A espada acertou em cheio e perfurou o coração do inimigo.

O silĂȘncio desceu sobre os cinco mil espectadores por um breve momento. Nem mesmo um minuto havia passado desde que as batalhas começaram. Com as mĂŁos envolvidas em oração, Vileena exclamou um suspiro de alĂ­vio.

— Parece que eles nĂŁo foram pĂĄreo — o imperador, Guhl Mephius, murmurou distraidamente. Ele piscou os olhos com sinais inconfundĂ­veis de tĂ©dio e falou com sua esposa sentada ao lado dele.

— Nenhum dos dois servia como oponente para eles. O que vocĂȘ acha, Melissa? VocĂȘ nĂŁo quer ver uma batalha entre homens de verdade?

A imperatriz respondeu com moderação, uma maneira apropriada para sua idade e que traĂ­a sua aparĂȘncia. — Sim, eu gostaria — ela consentiu com honestidade. O imperador baixou o queixo.

— Seria decepcionante ter isso terminando assim. Pashir e Orba; esses dois agora competirĂŁo. AtĂ© que a luta termine em vitĂłria ou derrota, a entrega do elmo de Clovis serĂĄ suspensa.

Todos os sentados ao redor olharam para o imperador em choque.

Ao ouvir isso, a arena se levantou em comoção, e logo rugiu em concordùncia. Eles também não estavam satisfeitos com a quantidade de sangue derramado, e acima de tudo, queriam saber qual deles era verdadeiramente o mais forte.

Como Ă©?

Com o choque da reviravolta sĂșbita dos eventos, Orba instintivamente encarou o imperador. A espada em sua mĂŁo cheirava intensamente a sangue e agora ele teria que manchĂĄ-la com ainda mais sangue. O sangue de ninguĂ©m menos que Pashir. Os mĂșsculos em seu braço pulsaram.
Do outro lado,

— Por favor, espere, Vossa Majestade — Simon disse enquanto se levantava. — Isso difere de nosso costume anual. NĂŁo existe outra razĂŁo para este torneio alĂ©m de selecionar os dois espadachins escolhidos.

— NĂŁo se preocupe com os detalhes, Simon. — O imperador apontou para o ringue. — Honestamente, sou incapaz de determinar qual dos dois Ă© mais adequado para herdar o tĂ­tulo de Clovis. FazĂȘ-los lutar e entregar o elmo dourado ao vencedor, nĂŁo hĂĄ mĂ©todo mais decisivo que este. Se o perdedor morrer, podemos fazer a Guilda escolher alguĂ©m apto para atuar como seu auxiliar, Felipe.

Sentado ao lado de Simon, que agora estava sem palavras, Fedom estava ofegando pesadamente. Cada vez que ele estava prestes a se levantar e sugerir uma proposta, ele se encontrava caindo para trås em sua cadeira ao reconsiderar. O imperador ficava mais e mais convencido de sua retidão a cada dia que passava. Ele era como uma lùmina nua que cortaria Fedom em pedaços se ele não pisasse com cuidado.

— Orba e Pashir! VocĂȘs dois, voltem para a frente dos portĂ”es! — Um soldado os comandou.

— Tch.

Orba cuspiu. Seu interior parecia estar pegando fogo.

É sempre assim. Eles controlam as vidas e destinos das pessoas sem pensar duas vezes.
— Hah, isso foi algo digno de se ver.

Pashir disse. Por “algo digno de se ver”, ele provavelmente quis dizer o ato dele cuspir atravĂ©s de sua mĂĄscara. Pashir nĂŁo estava nem um pouco intimidado em como as coisas acabaram.

— VocĂȘ vai obedecĂȘ-los?

— O imperador falou e ninguĂ©m pode ir contra ele. É melhor vocĂȘ se preparar.
Dizendo isso, Pashir virou as costas para Orba. Suas costas marcadas subiam e desciam. Orba o chamou para parar com pressa.

— Espere, Pashir!

— Eu posso ser o lĂ­der da rebeliĂŁo por enquanto, mas ela nĂŁo pode ser parada mesmo se alguĂ©m tentar fazer um estrago nela. EntĂŁo nĂŁo se segure, vamos lutar com o objetivo de matar. Esta serĂĄ nossa luta de final como gladiadores.

— Pashir.

Um escravo da arena correu até Pashir e os interrompeu. Enquanto limpava seu suor e fingia cuidar dele, falou em voz baixa.

— E se vocĂȘs dois encenassem? O Orba Ă© popular entre os cidadĂŁos. Deveria ficar tudo bem se vocĂȘs lutassem normalmente e depois o Orba derrubasse sua espada em rendição para vocĂȘ. As pessoas deveriam poupar a vida do Orba.

— Isso nĂŁo funcionarĂĄ — Pashir balançou a cabeça —, as pessoas de Solon estĂŁo acostumadas a ver batalhas na arena. Elas imediatamente veriam atravĂ©s de qualquer preocupação pela vida do oponente durante a luta. NĂŁo podemos fazer com que eles suspeitem dos escravos agora. VocĂȘ jĂĄ sabe disso. NĂŁo temos escolha senĂŁo nos matarmos.

— 
 — Orba silenciosamente baixou a cabeça.

Seus motivos diferiam dos de Pashir, mas Orba tambĂ©m abrigava um motivo que ninguĂ©m jamais poderia imaginar. Noue, Oubary e Zaat
 nem uma Ășnica de suas açÔes era para ser confiada.

— Vamos jurar sobre isso — Pashir falou como se fosse Ăłbvio —, nĂŁo importa quem vença, ele carregarĂĄ o peso dessas almas. Mesmo se vocĂȘ morrer, eu assumirei seus sentimentos. Juro conseguir a cabeça de Gil Mephius. E se eu morrer, vocĂȘ assumirĂĄ meus sentimentos; liberte todos os escravos e queime Mephius atĂ© o chĂŁo.

Com essas palavras, Orba sentiu um nĂł na garganta e foi incapaz de dar uma resposta imediata.
Assumir seus sentimentos


Nem precisava dizer que Orba odiava Mephius. Como ele sonhou incontåveis vezes em cortar os pescoços daqueles nobres com o balanço de sua espada por suas próprias mãos. No entanto,
— Sim


Orba disse enquanto acenava, em uma voz que parecia de outra pessoa.

Os dois se separaram e se moveram em direção aos portĂ”es leste e oeste. O escravo chamado Mira limpou seu suor e substituiu sua espada por uma nova. Seu rosto estava pĂĄlido e instĂĄvel. Mesmo tendo a conhecido apenas duas ou trĂȘs vezes, estava claro para Orba que ela tinha sentimentos por Pashir. Orba tentou abrir a boca, mas nĂŁo conseguiu pensar em nada para dizer. Ela desejava que Pashir vencesse. Isso significava a derrota de Orba — e sua morte. E isso estava bem para ele. Orba tambĂ©m tinha suas prĂłprias razĂ”es para sobreviver, mesmo se isso significasse derrotar — matar Pashir.

EstĂĄ realmente tudo bem assim?

Tal pensamento rasgou seu peito. Orba balançou seu rosto mascarado. Não estava tudo bem. Por que ele estava hesitando agora? Sim, ele carregava um ódio em direção a Mephius similar ao de Orba ou um que poderia até ter excedido o dele, e o objetivo de Pashir se assemelhava ao seu próprio; em um futuro não muito distante, eles certamente ficariam lado a lado e lutariam como camaradas.

Droga! NĂŁo pense demais nisso.

Ele agarrou o cabo de sua espada com vigor renovado. Para piorar as coisas, Orba estava coberto de feridas. Até mesmo a batalha hå pouco levou o pouco que restava de toda sua força restante. Quantas vezes mais ele teria que empunhar sua espada até seus limites? Orba não tinha a menor ideia.

A vitória parecia ficar cada vez mais além de seu alcance. Sua lùmina nunca alcançaria seu alvo se ele pensasse nas coisas que viriam enquanto balançava sua espada.
Vou terminar isso em um Ășnico golpe.

Orba decidiu. Ele balançaria com toda sua força uma vez, quando visse uma abertura certeira. Falhar significava morte.

— Para o leste, Tigre de Ferro Orba! Para o oeste, Pashir Braço-Forte!
Os dois nomes chamados se aproximaram um do outro no centro da arena.

— Qual poderia ser o significado disso? Isso nĂŁo terminou? — Vileena assistiu sem fĂŽlego em suspense ao desenvolvimento sĂșbito. Os gritos da multidĂŁo eram tremendos, a ponto de tornarem a voz de Theresia inaudĂ­vel. No entanto, uma breve troca de olhares, e ela foi capaz de entender calmamente o que ela estava dizendo. No meio desta loucura, uma tranquilidade estranha flutuou entre os dois que estavam prestes a se matar.

— Comecem!

Ambas as partes balançaram suas espadas em um choque e então saltaram para trås em retirada.
O grande torneio de gladiadores de Solon; aqui, a luta para determinar o homem mais forte começou.

Foi uma luta sem precedentes na longa histĂłria das lutas de gladiadores de Mephius.
Assim que a luta começou, quem avançou foi Orba. Ele correu direto para Pashir com a ponta de sua espada deslizando pelo chão. Pashir dobrou os joelhos em preparação. Orba imediatamente chutou o chão para o lado de Pashir. Mais rápido que seu oponente pudesse reagir, ele saltou mais uma vez. Orba planejou resolver a luta neste instante. As pernas, braços ou costas de Pashir — ele saltaria em qualquer abertura na defesa que visse e acabaria com Pashir antes que ele pudesse se recuperar.

No entanto, Pashir parou de seguir Orba com os olhos e imediatamente rolou para frente. Se levantando rapidamente, ele se virou e balançou sua espada. Orba o perseguiu, mas o balanço o impediu de avançar mais. Orba recebeu a lùmina com a sua própria e saltou para trås.

Sua troca interminåvel de golpes desde o início fez todos na arena ficarem loucos de emoção.
E então eles se aproximaram de um impasse, pela própria definição de seu significado. Os dois cessaram todo movimento, fazendo sua troca råpida anterior de golpes parecer uma mentira.

Orba ficou como sempre ficava, com suas costas curvadas observando cada movimento de Pashir. O braço que aparou o ataque de Pashir havia ficado dormente. Uma gota de suor escorreu sob sua mĂĄscara. Era justo dizer que seus movimentos iniciais o drenaram da maioria de sua resistĂȘncia. Ele havia empurrado para uma batalha curta e decisiva, mas Pashir havia visto completamente atravĂ©s de seus movimentos.

Venha, Pashir! Venha, venha, venha!

Era perigoso para ele se mover. Pashir ficou com ambas suas pernas massivas entrincheiradas no chĂŁo, sangue pulsando atravĂ©s de seus mĂșsculos, pronto para esmagĂĄ-lo a qualquer momento. Saltar seria seu Ășltimo movimento, e ele facilmente teria seu ataque virado contra ele.

Então em vez disso, Orba encarou Pashir através de sua måscara, esperando que ele se movesse. Ele ainda mantinha a vantagem de velocidade. Claro, também seria perigoso se o inimigo viesse investindo, mas também tornaria mais provåvel encontrar buracos em sua defesa.

No entanto, Pashir nĂŁo se moveu. Ele segurou a espada com ambas as mĂŁos acima do ombro, nĂŁo se mexendo nem um centĂ­metro.

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Tch.

Orba bateu o chão com o arco dos pés. Sua espada cintilou. Saltou numa direção diferente de onde estava olhando. Contudo, as açÔes de sua finta não conseguiram perturbar Pashir.

O vento da tarde soprou sob sua mĂĄscara.

Os espectadores retornaram subitamente ao silĂȘncio. Os milhares de olhos fixaram sua atenção nestes dois espadachins de habilidade insondĂĄvel. Uma tensĂŁo expectante pairou no ar, onde o resultado poderia ser decidido na prĂłxima piscada de olho; entretanto, estes dois nĂŁo permitiram o menor movimento.

Dez segundos, vinte segundos, trinta segundos — o tempo passou. Um minuto se passou. Dois minutos se passaram. Todos prenderam a respiração, mas não durou muito.

— Pegue ele!

AlguĂ©m gritou aos cinco minutos. — Mate-o! — uma garota gritou logo apĂłs.

— Pegue ele! Pegue ele! Pegue ele!

— Mate! Mate! Mate!

Todos os presentes bateram os pés em uníssono e explodiram num clamor de vaias. Criaram a confusão na esperança de que os despertasse para o movimento, mas ainda assim os dois não se moveram.

Orba tambĂ©m estava ficando impaciente. Sua espada e armadura nunca tinham parecido tĂŁo pesadas. Ficar parado sozinho tensionou seus mĂșsculos. No confronto anterior, Orba tinha deixado tudo de lado por um Ășnico golpe, mas estava incerto se conseguiria exercer toda sua força mesmo naquele Ășnico golpe.

Mova-se!

Orba rezou intensamente.

— Não se mova — Gowen falou, enquanto atuava como guarda-costas nas arquibancadas.

— NĂŁo se mova num acesso de impaciĂȘncia, Orba. Mantenha esse mau hĂĄbito seu sob controle aqui, por favor.

Pashir provavelmente tinha visto através daquele håbito por ter testemunhado todas as batalhas de Orba até agora. Orba era excelente em contra-atacar. Em termos de físico e poder, Orba se mostrava medíocre entre os gladiadores, e sofria muitas desvantagens num confronto direto. Portanto, se baseava em circular seus oponentes e atraí-los. E quando o inimigo era puxado para seu espaço, ele entregaria um golpe direcionado aos pontos vitais.

Especialmente por causa disso, Gowen o instruiu repetidas vezes:

— Não deixe esse temperamento explosivo tomar a frente.

Um temperamento explosivo era prejudicial às suas tåticas de luta. Técnicas que lhe permitiam provocar seu oponente e ganhar controle das emoçÔes deles eram essenciais.

Elas eram o que permitiam Orba vencer durante seus dois anos como gladiador. Ele havia desenvolvido vĂĄrias maneiras de recuar para atrair o inimigo. Às vezes iniciava, Ă s vezes ficava na defensiva, e Ă s vezes tomava açÔes para irritar seu oponente, tudo para puxar o oponente para seu ritmo. Contudo, todas se provaram ineficazes contra Pashir. Sua postura firme estava completamente livre de qualquer abertura. Porque Orba entendia isso, nĂŁo conseguia se mover.

O prĂłprio Gowen rangeu os dentes de impaciĂȘncia, enquanto o tempo passava livremente. E nĂŁo era sĂł ele. Em meio Ă  tempestade de vaias chovendo sobre eles, aqueles minimamente curiosos em saber o vencedor desta luta de espadas conseguiam sentir a tensĂŁo pesada entre Orba e Pashir, e seus rostos se enrijeceram como se estivessem parados ali eles mesmos.

Alguns limparam o suor escorrendo por seus queixos.

Como uma vela prestes a se apagar, o sol poente espremeu suas Ășltimas gotas de luz solar e cobriu a arena num vermelho carmesim—

Subitamente, a luta progrediu para o movimento.

— Ah — todos na arena soltaram.

Aquele que deu um passo à luz e mirou em direção ao inimigo foi Pashir. Ele pareceu ter sido aquele incapaz de suportar a paralisação excessivamente incomum. Contudo,

— Orba, NÃO!

Gowen gritou.

Dentro do ringue de batalha da arena, que tinha tanta significùncia quanto qualquer eståtua e havia resistido de anos a décadas de exposição, Pashir deu vida ao seu corpo e deu um passo afiado para frente com o pé esquerdo. Aplicou uma estocada que cortou o vento.

Os corpos e mentes destes dois estavam taxados ao mĂĄximo; para Orba, que esperou por Pashir, seu movimento sĂșbito foi o maior banquete a se ter. Orba, olhos praticamente gritando de prazer, combinou seus movimentos tĂŁo soberbamente que pareciam quase premeditados.

Orba dobrou as pernas e saltou no ar, evitando a estocada giratória enviada em sua direção, e então balançou para baixo, executando uma série de movimentos superiores. Mas Pashir também havia antecipado isso.

Ele exibiu uma estocada de força total, mas tinha um pé recuado, e usando isso como alavanca, empurrou para longe o golpe de Orba. Ele cortou diagonalmente para baixo, a trajetória curvando para tomar a forma de um círculo perfeito.

Whoosh.

O balanço que perfurou os ouvidos, junto com os gritos da audiĂȘncia, indistinguĂ­vel entre gritos e vaias, soou pelo coliseu. Orba cambaleou para trĂĄs, sangue jorrando de seu peito ao longo de onde sua armadura de couro rasgou.

Para Orba, foi o mesmo que o inimigo subitamente ter desaparecido bem diante de seus olhos, seguindo com um corte invisĂ­vel enviado em sua direção; do jeito que Orba sempre fazia com outros. Atacando com a ferocidade de um animal, Pashir nĂŁo lhe deu trĂ©gua. Dois, trĂȘs golpes. Ele mal conseguiu seguir os ataques com os olhos e foi forçado a confiar nas reaçÔes desajeitadas de seu corpo. Metade de sua consciĂȘncia havia sido destruĂ­da.

A marca está


Orba foi forçado ainda mais para o recuo.

A marca está queimando


Quando circulou ao redor de Pashir, Orba viu um vislumbre fraco em suas costas. Orba viu a marca de um escravo gravada em suas costas queimando como chamas.

Os desejos de morte, coraçÔes e almas de cada pessoa que Pashir supostamente havia matado; agora, eles se manifestaram como chamas prontas para incinerar Orba até as cinzas. Ou talvez, a malícia quisesse que a alma de Orba se juntasse às delas.

Junte-se a nĂłs, junte-se a nĂłs, junte-se a nĂłs.

Rostos apareceram como fragmentos flutuantes e sussurraram para ele.

Odeie Mephius, odeie Mephius


E ainda assim


E ainda assim, vocĂȘ tem “dĂșvidas”. VocĂȘ “hesita”.

Pashir entregou um ataque na velocidade da luz. O golpe foi demais para suportar e Orba tropeçou para trås.

É por isso que nĂŁo serĂĄ vocĂȘ. VocĂȘ nĂŁo consegue. NĂŁo podemos confiĂĄ-los a vocĂȘ.

Junte-se a nĂłs dentro de Pashir.

Pashir consegue fazer, Pashir consegue realizar o que queremos e queimar Mephius num mar de chamas!

— Parem!

Orba falou com voz rouca. Seu corpo não lhe obedecia. Não era apenas por causa do dano que havia sofrido. Mesmo agora, os rancores das almas jorraram não apenas das costas de Pashir, mas também das de Orba. Elas se espalharam e escorreram sobre ele, restringindo-o. Por assim dizer, as centenas de almas de gladiadores que Orba havia matado estavam abandonando seu hospedeiro tudo para se tornarem uma com a chama da ira acesa nas costas de Pashir.

Se vocĂȘ nĂŁo vai fazer isso


Teremos Pashir fazendo isso por nĂłs. Teremos Pashir queimando Mephius.

VocĂȘ morrerĂĄ tambĂ©m. Morra e junte-se a nĂłs e torne-se uma faĂ­sca da chama queimando na marca de Pashir. Queime junto com Mephius, Orba!

O-r-b-a

Tendo virado o jogo, Pashir mergulhou sua espada para baixo sem hesitação.

Orba olhou para cima, em neblina, para a espada prestes a mergulhar nele.

DĂșvidas—— Hesitação——

Orba não tinha poder nele para resistir a elas. Se tivesse que haver uma razão, era porque essas questÔes e sugestÔes sedutoras todas brotaram de dentro dele. Através da ponta da espada de Pashir, os milhares de rostos pertencentes à chama engoliram Orba inteiro. Ele sentiu uma dor insuportåvel, como se seu coração estivesse sendo queimado até virar cinzas.

E,

Justo antes que pudessem queimá-lo completamente e antes que a espada perfurasse seu peito—

Um objeto dourado tremulou na frente dos dois. Era a medalha presa à corrente que Orba usava sobre o pescoço. Libertada do rasgo na armadura de couro de Orba, ela dançou no ar.

Ela queimou com uma chama brilhante.

Ela brilhou vividamente, quase como se estivesse acumulando as luzes que se esvaíam com o anoitecer, e lançaram um raio de luz refletindo o sol.

— Ugh.

Pashir desviou os olhos.

E ao mesmo tempo, as restriçÔes inexplicåveis que o prendiam desapareceram. Orba desesperadamente rolou para o lado e evitou a espada mergulhando sobre ele.

Vileena!

Recitando aquele nome dentro de si, ele varreu a perna de Pashir. Pashir caiu para frente, mas imediatamente recuperou o equilĂ­brio no tempo que Orba levou para se levantar. Suas espadas colidiram a uma distĂąncia igualmente afastada de seus rostos.

A malĂ­cia havia ido embora. Elas nunca deveriam ter estado lĂĄ desde o inĂ­cio. Se tivessem existido, entĂŁo teriam se originado das costas de Orba e nĂŁo das de Pashir.

Eu nĂŁo vou carregĂĄ-las.

Supondo de quem era a vida, supondo de quem era a alma,

Mesmo se as montanhas acumuladas de cadĂĄveres me amaldiçoarem a noite toda; mesmo se seus rancores me incitem incontĂĄveis vezes, nĂŁo vou deixĂĄ-los me influenciar, nĂŁo importa quem, o quĂȘ, como


Espada colidiu com espada. Mesmo aquele Ășnico golpe se provou demais para o ferido Orba suportar. Ele se dobrou.

— Argh!

A mĂĄscara de ferro de Orba atingiu o nariz de Pashir.

O espadachim cuja måscara estava tingida de vermelho e Pashir, que igualmente tinha sangue escorrendo pelo rosto, ambos cambalearam para trås, e ainda assim também apertaram o punho em suas espadas ao mesmo tempo.

Eles se aproximaram um do outro Ă  distĂąncia de uma lĂąmina, e quase simultaneamente soltaram um Ășnico balanço. Theresia instintivamente se virou, e ao lado dela, Vileena cravou as unhas em seus punhos cerrados, gravando este instante em seus olhos.

A metade quebrada de uma espada foi enviada girando no ar antes de se cravar no chĂŁo.

Não havia espada na mão de Orba. A ponta da espada de Pashir brilhou opacamente indo contra seu pescoço. Ele jå havia usado toda sua força, e não havia razão para enfrentar Pashir numa confrontação.

Isso era algo que Orba sabia mais que ninguém. Ele balançou à direita com toda sua força, quebrando sua espada, ou pode até ter deliberadamente permitido que sua espada fosse quebrada, e, dando um passo à esquerda, esquivou do ataque que chegava enquanto entregava um soco direito no queixo de Pashir.

Aconteceu num instante. Depois disso, Pashir caiu de costas, desabando de cara para cima. Pashir foi nocauteado e ficou imóvel, e o corpo de Orba subiu e desceu pesadamente com respiração difícil.

O vencedor foi iluminado num vermelho brilhante pelas fogueiras.

O grande estĂĄdio de Solon tremeu.

Os arredores subitamente ficaram escuros. Orba foi dominado pelos gemidos aterrorizantes enviados dos céus pelas numerosas almas libertadas de sua marca.

— Poupe-o!

— Mate-o!

O barulho feito destes dois cùnticos era quase o mesmo. Como se paralisado com hesitação, Orba não se moveu.

EntĂŁo, a arena tremeu, numa maneira diferente de falar. Aquela que se levantou e estava apontando os polegares para baixo era a imperatriz, Melissa.

Naturalmente, aquele era o sinal para “matar”.

Orba mancou em direção a Pashir, e arrancando a espada de suas mãos, estendeu o braço. Contudo, naquele instante seu corpo se curvou, e ele também caiu, desabando. Nem vencedor nem perdedor existiam entre estes dois que ficaram desabados um sobre o outro. Isso, acima de tudo, deu testemunho à luta de tirar o fÎlego que havia se desenrolado.

— Assim, parece que hĂĄ pouca escolha senĂŁo esperar e ver quem acorda primeiro para dar o golpe final — o imperador disse. — Contudo, isso deixaria um gosto amargo. É um fim inadequado para batalha tĂŁo esplĂȘndida. O vencedor Ă© Orba. Isso basta.

— Princesa! Princesa!

Theresia balançou os ombros de Vileena num sobressalto.

— Ele venceu! Orba-sama venceu!

— Sim
 ele venceu


Vileena baixou a cabeça, com olhos bem abertos. Seu rosto uma vez pålido retomou a cor e seu pescoço estava encharcado de suor. O espetåculo não foi tão horrendo quanto a jovem garota pensou. Foi a representação de uma batalha atroz e miseråvel, mas ela também sentiu algo tomar conta profundamente dentro dela e abalar seu próprio ser.

— Aquela Ă© a medalha que a princesa enviou para Orba-sama, nĂŁo Ă©? Orba-sama fez o favor de usĂĄ-la, e tenho certeza de que a amizade da princesa lhe concedeu a vitĂłria!

— S-sim
!

Agarrando-se à mão de Theresia, Vileena acenou inocentemente como uma garotinha. Seu coração acelerado ainda não havia se acalmado, os jogos de gladiadores tinham seriamente feito mais mal que bem ao seu corpo.

As multidĂ”es de pessoas reunidas de dentro de Solon — ou melhor, dentro de Mephius, cantaram o nome do vencedor. Como se completamente esquecendo da longa paralisação e sua explosĂŁo de vaias, eles repetidamente gritaram “Orba” tĂŁo alto quanto conseguiam, nunca se cansando do nome.

— Uma luta louvável!

O imperador se levantou e anunciou. Todos direcionaram seu fervor ao imperador Guhl Mephius em concordĂąncia. Ele ergueu a mĂŁo e esperou que os aplausos diminuĂ­ssem.

— Foi uma batalha esplĂȘndida, uma que nĂŁo trouxe vergonha Ă s batalhas de outrora. O vencedor que ganhou a coroa dourada, e claro, aqueles que foram derrotados nestas batalhas tambĂ©m, servem como pedra angular de Mephius e nunca serĂŁo esquecidos. Enquanto damos boas-vindas Ă s centenas de pessoas a cada ano, nĂŁo devemos esquecer o sangue dos milhares que morreram. No lugar dos mortos enlutados, eles serĂŁo a prova viva de nosso orgulho. Pelo nome do Deus DragĂŁo, eles trarĂŁo glĂłria ao nosso paĂ­s.

— Glória
!

— Glória a Mephius!

As pessoas gritaram em coro.

Enquanto jazia desabado, Orba ouviu a voz do imperador ressoar através de suas costas.

— Passando por toda essa confusĂŁo
 — Pashir gemeu deitado de cara para baixo. — Teria sido melhor se vocĂȘ tivesse dado o golpe final. VocĂȘ Ă© ingĂȘnuo demais se pensa que vou me juntar ao exĂ©rcito.

— O que quer dizer?

Orba falou como se tivesse acabado de acordar, e lentamente se levantou.

— Caminhar Ă© o melhor que consigo fazer. VocĂȘ fique aĂ­ e durma por agora. Seria patĂ©tico se o vencedor estivesse mais ferido que o perdedor.

— Hmph — Pashir soltou um bufo.

Depois, o lĂ­der da Guilda dos Gladiadores e representante interino dos nobres, Fedom, chamou.

— Vencedor Orba, por aqui por favor.

Os portÔes abaixo das arquibancadas se abriram, e Orba foi trazido à escadaria. Fedom irradiou com orgulho. Depois de entregar sua espada aos Guardas Imperiais, Orba pisou na escadaria. Logo alcançaria o imperador, se ajoelharia, e receberia a coroa em sua cabeça. Gradualmente, os gritos da multidão do nome de Orba ficaram aquecidos. Contudo,

— Pare.

Guhl Mephius subitamente parou Orba com a mĂŁo. Ao lado de Fedom que exibiu um rosto questionador, ele deu um comando.

— Aquela mĂĄscara Ă© um obstĂĄculo na coroação do elmo de Clovis. Tire-a.

Orba instantaneamente parou de se mover. Vileena, Ineli, e um nĂșmero considerĂĄvel daqueles sentados nas arquibancadas que conheciam o guerreiro mascarado, Orba, fizeram rostos chocados.

— Bem? — O imperador disse gentilmente. — Isso Ă© presunçoso. Nenhum escondeu o rosto como Clovis. Tire a mĂĄscara.

— P-Por favor espere, sua majestade.

— O que Ă©, Fedom?

— I-Isto Ă©, a mĂĄscara que ele usa nĂŁo Ă© uma feita para capturar a atenção das massas e adornar sua aparĂȘncia. Ela recebeu a maldição de um mago para nunca sair. E-Eu tambĂ©m nĂŁo acreditei no inĂ­cio mas Orba nunca realmente ficou sem sua mĂĄscara mesmo sob circunstĂąncias normais.

— Oh? — O imperador acariciou a barba com interesse.

Todos estavam quietos no momento. Ouvindo a situação, os espectadores observaram num silĂȘncio cheio de admiração.

— NĂŁo saberemos a menos que tentemos. VocĂȘs dois.

Ele estalou os dedos, e direcionou os dois guardas imperiais em direção a Orba. Ele ia puxå-la através de força bruta.

— P-P-Por favor espere, sua majestade.

— O que Ă©? Sua atitude estĂĄ sendo lamentĂĄvel, Fedom.

O rosto de Fedom empalideceu e ele espumou numa bagunça total.

— É-É perigoso. A maldição naquela mĂĄscara Ă© provavelmente aterrorizante. Aqueles que tentam tirĂĄ-la ou quebrĂĄ-la independentemente da vontade de Orba morrem pelas mĂŁos dele.

— FicarĂĄ tudo bem se o segurarmos. Ou vocĂȘ quer dizer que a maldição, por alguma mĂŁo invisĂ­vel, se estenderĂĄ e me matarĂĄ, o imperador?

— O, o, o—

“Ou possivelmente” Fedom havia começado a dizer, mas se viu incapaz de falar ao perceber que estava cruzando uma linha perigosa. O imperador era o descendente do imperador fundador nascido do homem e Deus DragĂŁo. AtĂ© mesmo tentar dizer que ele seria morto por algo como uma maldição lhe renderia a pena de morte de Guhl Mephius.

Vileena Owell havia instintivamente começado a se levantar de seu assento mas foi forçosamente empurrada para baixo pela mão de Theresia. Mesmo se ela não soubesse suas razÔes para fazer isso, ela entendia ao ver o comportamento de Orba que ele não queria seu rosto exposto nu aqui. Então ela ia lhe dar uma mão amiga; contudo, ela não tinha chance de suceder. Orba ficou parado congelado, ciente do suor frio brotando sob sua måscara e descendo pelas costas. Ele estremeceu ao pensar em como enfrentaria Pashir depois. Naturalmente, a måscara atualmente não tinha poder amaldiçoado. Se alguém a puxasse com toda força, ela facilmente sairia direto.

Então eles vão com isso, né.

Ele pensou por um momento råpido, enquanto olhava para os dois guardas imperiais se aproximando mansamente dele. Ele nocautearia ou chutaria eles para baixo, e então fugiria correndo. O plano não era exatamente bem pensado, e com sua condição atual, a chance de suceder era pequena. Contudo, ter seu rosto exposto aqui terminaria com sua morte de qualquer jeito.

Vileena empurrou de lado a mão de Theresia e começou a se levantar. Ela planejou recorrer à “aposta” que havia feito com o imperador no dia anterior. Orba ligeiramente arqueou as costas, como se fosse um animal pronto para morder as traqueias dos guardas que se aproximavam, quando,

— Por favor espere, sua majestade.

A figura de uma pessoa se levantou reta.

Orba olhou para cima para ver o rosto da pessoa, e fez um rosto surpreso sob sua mĂĄscara. Aquela sorrindo e se curvando ao imperador era Ineli Mephius.

— NĂŁo estĂĄ tudo bem que ele se recuse a tirar sua mĂĄscara? Ele finalmente se estabeleceu como o herĂłi mascarado, Orba. O atrativo de um enigma reside em seus mistĂ©rios cuidadosamente ocultos. Ouso dizer que nada virĂĄ disso se o senhor o expuser. E Ă© muito provĂĄvel que ele nunca mais ande mascarado.

Os pensamentos de Ineli foram bem-vindos pelos nobres com sorrisos.

— O que pensa, pai?

— Suponho que isso tambĂ©m fica bem. — Guhl estreitou os olhos ao pedido de sua enteada. — Orba o gladiador, vocĂȘ deveria se sentir honrado por receber o afeto de minha filha. Oh, mas tenha em mente, nĂŁo tolerarei tais aproximaçÔes entre vocĂȘs dois diante de minha presença no futuro.

— Oh pai, o que está dizendo?

Ilustração Rakuin No Monshou Animexnovel Light Novel Volume 2 17 do capítulo Rakuin no Monshou – Capítulo 6 – Volume 2

O rosto de Ineli ficou vermelho, e ela desviou o olhar; as pessoas ao redor riram mais uma vez. Assim, a tímida Ineli triunfou. Ela sabia que Vileena também não queria que a måscara de Orba fosse removida. Por isso, pÎde se deleitar com uma onda de excitação, muito parecida com o que sentiria se uma jovem fosse despida diante dela.

Acima de tudo, seu alvo era Orba; aquele que nĂŁo lhe deu atenção e, ainda por cima, dançara com Vileena, arruinando seus planos. Ela sentiu prazer em vĂȘ-lo diante do perigo e embriagou-se com a satisfação perversa de tĂȘ-lo salvo.

De qualquer forma, Orba ajoelhou-se diante do imperador, como planejado, e recebeu a coroa sobre a cabeça. As orelhas do tigre atrapalharam um pouco, e a coroa ficou torta, mas os espectadores gritaram seu nome novamente e bateram palmas.

Vileena soltou um suspiro de alívio. Então, percebeu alguém a observando. Entre os rostos à sua frente, estava Ineli. Seu sorriso triunfante desapareceu por completo. Vileena ficou instantaneamente perplexa com a emoção que viu naquele olhar.

Ódio.

Um sentimento nunca antes dirigido a ela. Sim, seu pai e Theresia jå a repreenderam, outros competidores lhe mostraram hostilidade na corrida de aeronaves, Ryucown apontara sua espada para ela no Forte Zaim e até ameaçou matå-la.

Mas nada disso poderia ser descrito como Ăłdio. Ela sentiu um calafrio, como se um pequeno fogo dentro do peito a atacasse.

Acima do gladiador Orba, que passava pela coroação, os olhares das duas garotas, como se ligados por um fio invisível, não se separaram.

◇◇◇

A noite chegou ao Ășltimo dia do festival.

A exibição naval e o desfile aéreo começariam em breve. No entanto, Zaat prestou pouca atenção a esses eventos e adentrou rapidamente na arena vazia.

Ele veio olhar o local onde a histĂłria mudaria. Agora, era um capĂ­tulo do governo de Mephius sob os imperiais. Mas, na manhĂŁ seguinte, quando ele visse novamente aquele lugar vazio, tudo estaria completamente diferente.

A mudança, é claro, não seria visível. No entanto, a paisagem após Mephius ser libertada das mãos dos imperialistas e tomada por suas mãos não seria a mesma. A vista das montanhas distantes, da névoa matinal deslizando sobre o solo fino, até mesmo a sensação das roupas ao cruzar os braços.

— Oh?

Despertando de seu devaneio, Zaat Quark avistou a figura do prĂ­ncipe, Gil Mephius, dentro da arena. Acompanhado por alguns que pareciam ser seus guardas imperiais, ele andava de um lado para o outro.

Parecia que estava se exibindo há uma hora, com a mentalidade de “eu estou no comando”.

— Que tolo simplório.

Zaat zombou. O fato de que ele, de todas as pessoas, fosse o primeiro sucessor ao trono poderia muito bem significar o fim do futuro de Mephius. Até agora, ele vivera na extravagùncia, desperdiçada como era, mas em breve amaldiçoaria o dia em que nascera.

Zaat até considerou cumprimentå-lo de passagem, mas desistiu da ideia.

Embora o tumulto da luta entre Orba e Pashir tivesse ocorrido no dia anterior, nada parecia impedir a execução do plano. Era uma sorte que Pashir ainda estivesse vivo. Para avançar com o plano, Noue infiltrou um instigador entre os gladiadores com a cooperação de Oubary. Segundo uma carta de Noue, o instigador encontrou-se com Pashir e determinou que o escravo era um homem carismåtico e talentoso e, acima de tudo, odiava Mephius.

As chamas que Pashir emanava rapidamente afetaram as pessoas ao redor. A pequena luz contida dentro da lùmpada, sem querer, reuniu as fagulhas do descontentamento em uma só e se incendiaram. Enquanto ele vivesse, a revolta dos gladiadores avançaria sem problemas.

Convencido disso, Zaat Quark aguardava ansiosamente o momento destinado a chegar.

Quanto a Orba, ele percorreu cada centĂ­metro da arena. Agora, dirigia-se aos camarotes reservados aos nobres e a famĂ­lia imperial. A maioria dos estadistas presentes jĂĄ tinha seus assentos designados. Claro, isso incluĂ­a o lugar do prĂ­ncipe Gil e da Vileena.

Orba parou em frente ao seu assento, ao lado de Kain. que era um especialista em armas de fogo, pistolas, rifles, tudo. Orba perguntou-lhe:

— Qual Ă© o melhor lugar para mirar aqui? E tem que ser uma posição de sniper decidida com antecedĂȘncia, com a arena lotada.

— Com antecedĂȘncia
 hmm, acho que seria difĂ­cil. — Kain estreitou os olhos e olhou em todas as direçÔes. — Mas, se quisessem chamar a atenção do pĂșblico, hĂĄ um lugar fĂĄcil de dominar.

Kain apontou para um Ășnico alvo: as torres de vigia posicionadas em todas as direçÔes da arena.

Durante as lutas de gladiadores, vĂĄrios guardas ficavam no topo, supervisionando o que acontecia dentro e fora do coliseu. Geralmente, uma pequena aeronave estacionava ali e, caso algum problema surgisse, poderia ser rapidamente enviada para investigar.

Se todas as etapas da rebelião dos gladiadores já estiverem organizadas


Então, a ocupação das torres de vigia estaria incluída no plano? Orba ponderou e, em seguida, deu vårias ordens aos guardas imperiais. Entre elas, as aeronaves de sua unidade eram especialmente importantes. Sua unidade possuía doze aeronaves, e Orba planejava usar todas.

— NĂŁo se deixem ser vistos atĂ© o inĂ­cio. Fiquem escondidos nos arredores da arena, em espera. Um mensageiro darĂĄ o sinal. NĂŁo errem o timing.

Pouco depois, os cidadãos impacientes de Solon começaram a chegar, e Zaat sentou-se em seu lugar. Nessa hora, Gil e seus guardas imperiais jå haviam desaparecido.

Em mais uma hora, os nobres começariam a aparecer. Sem saber que era um dos peÔes, Zaat deleitou-se enquanto os via se reunir.

Daqui a duas horas, quando o dia atingisse seu ĂĄpice, Orba, usando o capacete de Clovis, apareceria para liderar os duzentos gladiadores. TrĂȘs Sozos seriam transportados em gaiolas sobre carrinhos.

Seria o momento que mudaria a histĂłria. Logo apĂłs o inĂ­cio da batalha, os escravos do campo de detenção provavelmente agiriam. Alguns de seus subordinados infiltraram-se entre os guardas. IncĂȘndios surgiriam, fumaça subiria, e os guardas do palĂĄcio seriam forçados a se mover, reduzindo seus nĂșmeros.

Usando isso como sinal, os escravos dentro do coliseu se levantariam. Conseguiriam o apoio de escravos escondidos nas arquibancadas, escalariam as paredes e invadiriam com os espadachins. E entĂŁo, os escravos que serviam seus mestres aproveitariam a chance para virar suas espadas ou armas contra eles. E Zaat planejava agir no meio desse caos.

Depois disso, dependerá do que os escravos fizerem, mas


Nessa situação, talvez fosse melhor vĂȘ-los como aliados. Ele nĂŁo queria enfraquecer suas forças, mas a libertação total dos escravos era outra histĂłria. Se os escravos se revoltassem por todo o paĂ­s, Mephius afundaria ainda mais no caos. NĂŁo era uma situação que desejasse para um paĂ­s que pretendia governar. Por isso, mesmo que os chamasse de aliados agora, mais tarde os silenciaria com a guilhotina. Um homem como Pashir era especialmente perigoso. Ele precisava ser capturado primeiro.

Talvez nĂŁo fosse ruim se a princesa Vileena perdesse a vida no meio da confusĂŁo.

Isso pagaria sua dĂ­vida com Noue.

No entanto
 esses insolentes garberanos! Se acham que cooperarei facilmente com eles, estĂŁo enganados. Enquanto esses imperiais inĂșteis nĂŁo estiverem por perto, farei de Mephius a maior potĂȘncia do continente.

Enquanto se perdia em seus pensamentos, o coliseu continuava a se encher. Exceto pelo imperador e a imperatriz, todos os estadistas jĂĄ estavam reunidos.

Cada um desses porcos indulgentes em seus próprios interesses. Enviarei todos eles para um lugar adequado — acorrentados.

Em algum momento, Zaat convencera-se de que era o Ășnico nobre que se importava com os pobres, enquanto todos os outros eram corruptos e sujos, velhos usurpadores do trono. No entanto, quando viu o rosto de Simon, seus pensamentos se desorganizaram um pouco.

Ele respeitava apenas esse homem e ansiava por tĂȘ-lo como seu braço direito.

Infelizmente, Simon nĂŁo era alguĂ©m que diria “sim” facilmente.

NĂŁo, isso sĂł torna tudo mais interessante. Lorde Simon nĂŁo Ă© do tipo que ignoraria o caos no paĂ­s. Pode levar algum tempo, mas farei com que ele coopere comigo.

Zaat alimentava a ilusĂŁo de que jĂĄ governava o paĂ­s e, por isso, nĂŁo percebeu que, entre os assentos da famĂ­lia imperial, Gil Mephius nĂŁo estava. Mas, mesmo que tivesse notado, nĂŁo estaria disposto a dar importĂąncia.

Do outro lado, sentada em uma seção separada, Vileena preocupava-se com a ausĂȘncia do prĂ­ncipe.

— Ele ainda está doente?

Theresia perguntou ao seu lado, mas ela nĂŁo sabia. O imperador e os outros imperiais nĂŁo pareciam preocupados. Tendo ficado no palĂĄcio de Solon, ela naturalmente soube como o prĂ­ncipe era visto.

Aquele homem também pode estar completamente sozinho.

A ideia ocorreu-lhe de que talvez essa fosse a razão por trås de sua proposta repentina de incluir Orba no torneio. Ele não mencionou o assunto apenas para chamar atenção?

— Princesa, por favor, tome isto.

Vileena distraidamente pegou o copo de chĂĄ gelado da bandeja da escrava. Depois, reparou no rosto da garota enquanto ela se afastava. Pele branca, lĂĄbios vermelhos e atraentes, sua aparĂȘncia era deslumbrante. Aqueles que podiam entrar no camarote destinado a famĂ­lia imperial e nobres estavam limitados aos soldados da guarnição de Solon, aos guardas imperiais e aos escravos que serviam seus senhores. Ela provavelmente era uma delas. Seus modos eram ĂĄgeis, seus movimentos, graciosos.

Depois disso, duas horas se passaram.

A arena estava lotada, todos os nobres jĂĄ estavam em seus lugares, mas o evento nĂŁo começava. Zaat franziu a testa. Quantas vezes os nobres jĂĄ haviam olhado para o cĂ©u escaldante? A multidĂŁo tambĂ©m começava a perder a paciĂȘncia, e o barulho aumentava.

— O que significa isso? — O imperador explodiu em fĂșria. — VocĂȘs planejam me envergonhar no final do festival? Comecem a luta imediatamente!

Em resposta, um relatório inesperado chegou. Um oficial do coliseu correu em direção ao imperador com uma expressão perplexa.

— O príncipe apareceu de repente e está tentando impedir os escravos de saírem. Ele continua dizendo “Esperem um pouco mais, esperem um pouco mais” e repete essa frase.

Todos trocaram olhares. Metade se divertia com aquila, jĂĄ a outra metade estava atĂŽnita.

— O que aquele idiota estĂĄ pensando? Mandem alguĂ©m trazĂȘ-lo de volta!

— Francamente
 — Melissa suspirou, abanando seu leque. — Vossa Majestade, os enviados dos outros países certamente subestimarão o príncipe depois disso.

— Deve haver algum engano.

Simon murmurou, completamente surpreso.

Naquele momento, Gil Mephius — Orba — estava abaixo do camarote, do outro lado do portão.

Ele fazia sua verificação final. O timing da estratégia de hoje não podia errar nem um pouco. Ele agiu com discrição e, arbitrariamente, decidiu atrasar a aparição dos gladiadores, enquanto dava novas ordens a seus subordinados.

E, como fase final de seu plano, chamou Kain para uma sala no fundo do acampamento. Kain vestir-se-ia como Orba e apareceria como Clovis dali em diante.

Como estrela do clĂ­max do festival, nĂŁo poderia ser simples. Ele estava totalmente coberto por uma armadura dourada brilhante. Originalmente, deveria usar o capacete dourado com asas que marcava Clovis, mas a mĂĄscara de Orba dificultava o uso, entĂŁo, em vez disso, prendeu um cinto com um par de asas abertas na cintura.

— É terrivelmente pesado — Kain reclamou, querendo estufar o peito — Não vou conseguir agir como um herói assim.

— Aguente. Estufe o peito, majestosamente, já que está nisso — Orba riu.

Nessa mesma hora, Pashir andava pelo campo de detenção Ă  procura de Orba. Designado como o auxiliar de Clovis, Felipe, ele tambĂ©m teve que vestir roupas especiais e trocar em uma sala separada. Assim que terminou, saiu imediatamente. Queria revisar o plano que lideraria uma Ășltima vez com Orba.

Vestindo um manto completo com ombreiras de couro e o arco e aljava caracterĂ­sticos de Felipe nas costas, ele procurou ao redor. Passou pelo grande salĂŁo onde os escravos se reuniam. Seus rostos estavam tensos, prontos para morrer ali, naquele dia.

— VocĂȘ sabe onde Orba estĂĄ?

— Agora que mencionou, não o vi por aqui.

— Os trabalhadores da arena o chamaram. Provavelmente Ă© alguma reuniĂŁo especial sobre o papel de Clovis.

Se for só isso


— EntĂŁo posso esperar atĂ© ele voltar.

Pashir pensou. No entanto, um mau pressentimento o incomodava. Jå era hora de se apresentarem, mas ninguém os chamou. Ele também ouviu que Gil Mephius apareceu pessoalmente e discutiu com um oficial do coliseu.

Andou por todo o acampamento. Mas Orba não estava em lugar nenhum. E Mira também desapareceu havia algum tempo. Preocupado, mas achando que jå deviam estar chamando os gladiadores, ele voltou. Talvez tivesse errado o caminho, porque, ao passar por um corredor, parou diante de uma porta. A voz de Orba vinha de dentro. Ele falava com alguém.

— 
e assim, conseguiremos controlar os escravos. Depois, será com Shique e os outros. Quando agirem, fiquem de olho em Pashir e no resto.

O quĂȘ?!

Pashir, prendendo a respiração, abriu a porta silenciosamente. E lå, viu Orba e o príncipe Gil lado a lado. Como se tivesse detectado sua presença, Orba olhou em sua direção. Seus olhares se encontraram e, um instante depois, Pashir arrombou a porta.

— Seu maldito!

Pashir soltou um rugido baixo, bestial.

— SEU MALDITO!

◇◇◇

Vinte minutos depois.

O imperador, impaciente, levantou-se furioso de seu assento.

— Tragam Gil atĂ© mim! NĂŁo me importo se tiverem que amarrĂĄ-lo! AtĂ© quando ele vai agir como uma criança!

Ele estava prestes a ir buscar Gil pessoalmente quando Simon e Fedom o seguraram. Finalmente, os portÔes se abriram.

Totalmente impacientes, a excitação da multidão atingiu o åpice. O imperador sentou-se novamente, respirando pesadamente. Aplausos e gritos encheram o ar enquanto os guerreiros apareciam um após o outro.

— Princesa, parece que finalmente começou.

Theresia sorriu. Vileena inclinou-se para frente, procurando Orba. No entanto, seus olhos logo encontraram uma cena peculiar.

Orba, que deveria liderá-los, não estava entre os gladiadores. Em vez disso, no centro dos gladiadores que entraram, estava


Gil Mephius.

E nĂŁo apenas isso, suas mĂŁos estavam amarradas atrĂĄs das costas. Pashir, no centro dos duzentos escravos em procissĂŁo, segurava a corda.

— Ei, nĂŁo Ă© o prĂ­ncipe?

— O que Ă© isso?

— Que ideia Ă© essa?

As pessoas no coliseu murmuravam, inquietas. Acharam que era algum truque do príncipe, famoso por buscar atenção, para se incluir nos jogos.

Grr.

Zaat Quark estreitou os olhos. Pensou o mesmo. Isso nĂŁo estava no plano. No entanto, ele sentia que estavam falando sĂ©rio e, enquanto os murmĂșrios cresciam, foi o Ășnico a entender.

Por algum capricho, o príncipe fora ver os escravos e acabou capturado. Certamente, isso era mais eficiente do que se revoltarem no meio da luta com os dragÔes, mas Zaat não ficou satisfeito com a mudança no plano. Ele estalou a língua.

Que idiota. Ele deve ter a pior sorte, aparecendo na frente dos escravos prestes a se rebelar. Bem, nĂŁo importa, desde que isso facilite as coisas.

— Princesa, isso é 

Assim que seus olhos se encontraram, o grito de Pashir ecoou.

— ESCUTEM, NOBRES E IMPERIAIS DE MEPHIUS! TEMOS O PRIMEIRO SUCESSOR DE MEPHIUS, GIL MEPHIUS, OU SEJA, O FUTURO DE MEPHIUS, EM NOSSAS MÃOS! NÃO SOMOS MAIS ESCRAVOS, NEM SEREMOS FORÇADOS A MATAR! AGORA, ABRAM CAMINHO PARA NÓS! SEREMOS OS PIONEIROS DA LIBERDADE!

— Isso Ă© um absurdo!

O entorno de Vileena explodiu em caos. A situação ficou clara. Isso não era um truque. Os escravos tinham tomado o sucessor como refém. Era uma rebelião!

— V-Vossa Majestade, isso Ă© grave!

— O que devemos-!

— Imbecis! Não entrem em pñnico! Guardas, reforcem os perímetros! Não deixem que esses loucos façam o que quiserem!

A voz do imperador abafou o alvoroço.

AlĂ©m disso, fumaças negras subiram dos portĂ”es do campo de detenção. Os escravos começaram um incĂȘndio. Vendo isso, os espectadores pularam de seus assentos e correram em desespero. O pĂąnico se espalhou rapidamente. Gritos altos o suficiente para tapar os ouvidos, pessoas se empurrando em todas as direçÔes.

Os guardas armados correram para os portÔes. Ao ver isso, o coração de Zaat bateu furiosamente.

Começou!

O imperador ordenou que os enviados diplomĂĄticos se abrigassem rapidamente. Os soldados nas torres de vigia embarcaram em aeronaves e dirigiram-se Ă s arquibancadas. Noue Salzantes, nesse momento, recusou a ajuda dos soldados e insistiu que as nobres embarcassem primeiro.

— Oh? Então chegaram.

Noue sorriu e olhou para o céu. Outros também notaram.

— Olhem!

— São as aeronaves da Guarnição!

TrĂȘs navios da Guarnição de Solon apareceram no cĂ©u. No centro, estava a nave capitĂąnia usada no desfile. As outras duas eram cruzadores rĂĄpidos de 24 metros.

No entanto, com o príncipe como refém, não podiam atirar. Apenas circulavam o coliseu, encarando os escravos com hostilidade.

Os escravos, nĂŁo apenas Pashir, mas todos os duzentos, estavam surpreendentemente organizados.

Quando as aeronaves chegaram e os guardas do palåcio tentaram cercå-los, eles apontaram a espada para o pescoço do príncipe e os fizeram recuar. Era como se fossem parte de uma tropa de elite, treinada por anos de disciplina.

Ficaram nesse impasse. Enquanto isso, Oubary Bilan desaparecera secretamente com os enviados.

O imperador, perdendo a paciĂȘncia, estava prestes a dar novas ordens quando a nave capitĂąnia começou a descer. NinguĂ©m dera tal ordem. Simon, surpreso, gritou em vĂŁo:

— Esperem!

As outras aeronaves também balançaram. O compartimento traseiro da capitùnia abriu-se, e pequenas aeronaves saíram em enxame. Cada uma levava dois soldados armados com baionetas, mas, ao notarem o príncipe Gil, não pousaram na arena.

Enquanto olhava para o céu, Vileena viu, por um instante, o reflexo das chamas e perdeu o fÎlego. Um rastro de fogo saía do interior de uma das aeronaves da guarnição. Era o resultado de um tiro de canhão da capitùnia e, quando percebeu, outra nave foi atingida.

O lado da aeronave explodiu, lançando destroços vermelhos e tripulantes para fora. Os nobres gritaram e se encolheram de medo. Ao mesmo tempo, as pequenas aeronaves da capitùnia pousaram nas proximidades. Os soldados desceram, um a um, e prepararam suas baionetas.

— Princesa!

Theresia agarrou firmemente a mĂŁo de Vileena.

Seus rostos estavam escondidos sob mĂĄscaras e capacetes. O grupo de soldados sem expressĂŁo mirou suas baionetas exatamente nos nobres nos camarotes.


Tradução feita por fãs.
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