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Rakuin no Monshou – Capítulo 5 – Volume 2

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Rakuin no Monshou
Emblem of the Branded

Light Novel Online – Capítulo 05:
[Confronto de Máscaras]


Orba deixou o campo de detenção ainda de madrugada. Seu combate seria à tarde, e a viagem de ida e volta ao palácio levou cerca de duas horas.

Restavam apenas algumas horas para o início do espetáculo. Nos arredores da arena, os gladiadores treinavam em grupos, preparando-se para a próxima partida. Como no dia anterior, o lutador mascarado apareceu entre eles. E, como da última vez, tentaram ignorá-lo, embora, na verdade, não conseguissem desviar os olhos daquela figura enigmática.

O gladiador mascarado não empunhava uma espada, nem se alongava. Limitava-se a circular pelo local, observando.

Desde que Pashir o insultou chamando-o de cão, os outros espadachins-escravos já não viam Orba como um igual. Agora, ele era um inimigo a serviço de Mephius. E, de fato, a maioria dos olhares que o seguiam transbordava hostilidade.

Se Pashir, que odeia Mephius, está tocando esse plano sozinho, então deve estar alinhado com seus objetivos.

Era o que Orba suspeitava. Nesse caso, valia a pena aproximar-se dele e dos que compartilhavam desse ódio. Quem sabe até pudesse infiltrar-se no plano. Passou os dedos pelo rosto descoberto e começou a descer as escadas das arquibancadas. Sim, havia algum tempo que observava a arena de cima. E então, para aquele gladiador que circulava pelo terreno:

— Orba!

Chamou. Não pôde evitar um sorriso irônico ao gritar o próprio nome antes de saltar para a arena.

O gladiador mascarado aproximou-se. Consciente de que todos os olhos estavam voltados para eles, Orba prosseguiu:

— Devo dizer, você fez um ótimo trabalho ontem. Encheu-me de orgulho. Mas não pense que me contentarei com pouco.

“Orba”, ou melhor, o gladiador mascarado, permaneceu em silêncio.

— Seu oponente hoje é Gash, um veterano da guerra de dez anos contra Garbera. Dizem que decapitou cem homens no campo de batalha. Um monstro, temido como a Fera Demoníaca dos Cem Mortos. Foi libertado da escravidão por seus serviços… e depois escravizado novamente por assassinar seu comandante. O povo está ansioso para vê-lo em ação. Entendeu? O que todos querem é ver aquele “herói” cair diante da espada do novo campeão, você. E assim, meu prestígio como seu patrono subirá ainda mais. Escute bem, mate-o de forma rápida e limpa. Não quero um combate equilibrado. Um só golpe. Entendido?

Na verdade, o gladiador mascarado nada disse, mas fingiu concordar. E então, diante de todos, Orba arrancou-lhe a máscara com um tapa violento.

— Não me responda, escória! Já se acha um herói? Sabe quem foi que te tirou da escravidão? Gash é forte? Sim, admito que não é fraco, mas se você não for capaz de matar esse tal “grande guerreiro”, então não tem mais utilidade para mim! Em menos de um minuto, farei você voltar a ser um escravo! Entendeu?

Gritou com toda sua arrogância, deixando o guerreiro mascarado para trás e então, lançando um olhar fugaz aos gladiadores ao redor, que o encaravam com ódio.

— Tudo pronto — murmurou, dirigindo-se então ao covil dos dragões, que ficava próximo da arena.

As feras usadas nos jogos eram mantidas em jaulas. Havia algumas visivelmente maiores, porém ainda vazias. No último dia, dali a dois dias, os escolhidos como Clovis e Felipe liderariam duzentos escravos contra vários dragões adultos. As jaulas deviam estar preparadas para isso.

— Orba.

Hou Ran chamou-o pelo nome. Embora não houvesse ninguém por perto, ele ergueu os dedos aos lábios, em alerta.

— Shh!

Ela, divertida, imitou o gesto.

— Que complicação, ter dois nomes. Os dragões não associam significado aos sons, mas posso ensinar-lhes o conceito. Qual deles devo usar?

— Escolha um.

Por mais irracional que fosse, guardava rancor de Ran. Mas agora já se esquecera disso.

— E então, qual Baian eu montaria melhor?

A batalha contra Gash nas semifinais seria montado em um dragão de porte médio. Algo que até Orba só experimentou poucas vezes.

— Se procura os acostumados a cavaleiros, há alguns. Foram treinados para guerra e obedecem a comandos. Mas este aqui seria melhor para você.

Acariciou o focinho do único dragão que insistia em espreitar entre as grades. Seus olhos amendoados estreitaram-se.

— Lembra dele? Já o montou antes.

— Lembro.

Assentiu, embora não reconhecesse o animal. Como Ran disse, quando ainda era um espadachim-escravo, chegou a montar um Baian. Logo depois, Fedom apareceu e o transformou no sósia do príncipe.

— Este aqui é o melhor para você. Ele está afeiçoado a você. Viu? Está tão feliz por causa da sua presença.

Os olhos do Baian brilharam. Ele bufou com a língua oscilando entre as presas.

— …Não estou percebendo. Como sempre.

Falou, despreocupado. Ganhar o afeto de um dragão era o mesmo que ser visto como comida.

— Por outro lado, qual seria o mais difícil de dominar?

— O que fará se eu disser? — Ran franziu a testa, intrigada. — Vai empurrá-lo para seu oponente?

— E se eu o fizer?

— Covarde.

— Chama-se estratégia. — Orba sorriu, mostrando os dentes brancos.

Depois disso, retornou ao palácio e, ao entardecer, voltou para a arena, mas desta vez, é claro, trajando sua máscara de tigre e armadura de couro.

No dia seguinte, os quatro finalistas seriam escolhidos para os títulos de Clovis e Felipe, enfrentando-se em duelos individuais. Naquele dia, as arquibancadas para os nobres estavam um terço ocupadas devido as eliminatórias que definiriam os quatro finalistas.

Pouco antes do meio-dia, o imperador Guhl Mephius apareceu, acompanhado por vários vassalos. O soberano não era particularmente fã dos jogos e, no ano anterior, raramente comparecera, exceto na final. Todos comentavam que Orba tinha despertado seu interesse.

Mas quem talvez chamasse ainda mais atenção que o imperador era a presença de Vileena Owell. Como nunca compareceu a eventos públicos até então, a platéia chegou a esquecer momentaneamente os combates para admirar a princesa estrangeira.

Entre as lutas do dia, ocorreria a cerimônia de maioridade.

Quatro jovens nobres, todos com doze anos ou mais, apresentaram-se. Romus, filho de Rogue Saian, era o mais novo. Mas quem mais chamou atenção foi Lannie Lorgo, segunda filha do Comandante Odyne Lorgo. A garota demonstrava coragem inquebrantável, nem pestanejando quando trouxeram o dragão até ela.

O pescoço do Baian estava envolto em correntes, seguras por soldados musculosos. Lannie saltou sobre o dorso da fera e a controlou com facilidade. Ao ser ovacionada, fez uma reverência digna de uma dama.

Ao descer, sorriu para Romus, que aguardava sua vez, e sussurrou algo em seu ouvido. Para quem observava, parecia estar dando conselhos e encorajando o garoto.

— Parabéns por não ter fugido como um covarde. Mas é inútil. Antes que comece a chorar, por que não diz que está com dor de barriga?

Foi o que realmente disse. Os dois sempre tiveram essa relação.

Logo chegou a vez de Romus. Os soldados incentivaram-no, mas ele, sem avançar, olhou ao redor, buscando algo.

— Papai não virá salvá-lo — cochichou Lannie.

Foi quando avistou Hou Ran no portão dos gladiadores. Ela sorriu e acenou. Ele correspondeu com determinação e avançou corajosamente em direção ao dragão, pulando em seu dorso.

O corpo da fera contorceu-se. Ainda que jovem, seu movimento foi suficiente para arrastar os soldados que seguravam as correntes. Romus quase caiu, provocando gritos de horror na plateia. Mas o garoto manteve a calma. Deitado sobre o dragão, colocou uma mão em seu pescoço. A fera emitiu um grunhido baixo, acalmou-se e, por fim, começou a mover-se.

Os maiores aplausos daquele dia foram para Romus.

Seus pais suspiraram aliviados. Lannie, longe de irritar-se por ter o holofote roubado, ficou paralisada em choque.

A cerimônia terminou sem incidentes, dando lugar a mais combates. Todos os gladiadores eram veteranos, vitoriosos desde o primeiro dia. As arquibancadas estremeciam de ansiedade.

Indiferente ao frenesi ao redor, Theresia falou com o rosto pálido:

— Princesa, a vez do Orba ainda está por vir? Sinceramente, não suporto assistir. Avise-me quando chegar sua hora. Até lá, ficarei de olhos fechados.

— Que absurdo é esse, em nome de Garbera?

A própria expressão de Vileena não era das melhores. Membros voavam, entranhas jorravam. Mas ela não desviava o olhar, apenas apertava os punhos sobre os joelhos.

Logo trouxeram um Baian pelo portão leste. As próximas lutas seriam montadas. Ou seja, era quase a vez de Orba. Por algum motivo, Vileena recuperou as cores ao ouvir:

— Princesa.

O pajem do imperador ajoelhou-se diante dela.

— Sua Majestade convida-a para assistir ao jogo em sua companhia. Sua acompanhante também é bem-vinda.

Vileena e Theresia trocaram olhares.

— Aceito.

Não havia motivo para recusar. Enquanto caminhavam, Theresia puxou sua manga e sussurrou:

— Imploro, não mencione o Lorde Kaiser. Num estádio, esses homens estão mais exaltados que o normal. Um passo em falso pode levar a um desastre.

— Como era de se esperar de você, Theresia. Sempre atenta.

Gracejou, mas ao encontrar os olhos do imperador, curvou-se sem disfarçar a ansiedade. Guhl Mephius ofereceu-lhe o assento ao seu lado. E, como se combinado, anunciaram os nomes dos próximos gladiadores.

O guerreiro mascarado Orba e Gash, o gladiador que outrora conquistara glórias na guerra. A aparição dos dois fez a arena explodir em gritos.

— O novo herói e o antigo — Guhl Mephius comentou. — Pelo futuro deste país, percebi que alguns usam truques para se destacar como novos heróis. Mas não permitirei isso aqui. Aqueles que não abrem seu próprio caminho com sua própria força não merecem o título.

Vileena não respondeu. O imperador perguntou:

— Gosta dos jogos, princesa?

— Não — respondeu ela, ignorando o horror de Theresia. — São avassaladores. Sinceramente, o cheiro de sangue e o fervor daqui estão me deixando tonta.

O imperador riu.

— Diz as mesmas coisas que Lana. — Mencionou a falecida imperatriz. — O rótulo de selvageria que outros países nos dão é, admito, merecido. Mas esse espetáculo é tão necessário ao povo quanto o pão em suas mesas. Não só produz guerreiros poderosos, mas preserva nosso caráter bélico. Os homens reúnem-se sob uma espada forte. E porque acreditam estar protegidos por ela, vivem em paz. Algo que a princesa deve compreender.

— …

— Bem, a paz com Garbera está estabelecida. No próximo ano, espero convidar pilotos garberanos para uma competição de aeronaves. Será festivo. Conto com sua ajuda.

Falou meio a brincar. Vileena baixou os olhos, pensativa. Aquele imperador parecia um velho bondoso, mas certamente jogaria aos dragões qualquer vassalo que ousasse contradizê-lo hoje. Ela via isso nos rostos tensos dos estadistas. Compreendia, mas não cederia.

Orba e Gash avançaram para o centro. Entre todos os gladiadores famosos em Solon, esses dois se destacavam. Seus nomes ecoavam pela arena. O imperador observou o alvoroço antes de perguntar:

— Quem acha que vencerá, princesa?

— Não entendo os meandros da espada. Apenas desejo que Orba vença.

— Compreendo. Ele é o escravo que invadiu Fortaleza Zaim e a resgatou. Natural apoiá-lo.

— Posso perguntar em quem o senhor aposta, Vossa Majestade?

— Depende de quem a deusa da sorte abençoar — respondeu Guhl, seco. — …É o que eu diria, mas seria rude. Que tal uma aposta? Se a princesa torce por Orba, eu aposto em Gash.

— O quê…?

— Não se preocupe. É apenas um jogo. Se a princesa vencer, concederei qualquer desejo. E se eu vencer…

— …Não tenho nada a oferecer.

— Gostaria da honra de nomear meu neto.

Vileena ficou sem fôlego. Aquela frase trouxe de volta memórias de seu avô, o antigo rei Ainn Owell, em sua villa real.

Que tipo de criança você terá?

Quero vê-la embalando o bebê em seus braços.

Guhl Mephius e Ainn Owell. Dois anciãos tão diferentes quanto dia e noite, unidos pelo pensamento de um neto.

Vileena ficou sem palavras. Foi quando o arauto anunciou:

— Guerreiros que se aproximam da morte, prestem homenagem a Sua Majestade Imperial!

Orba e Gash viraram-se para o imperador. Com uma mão no peito, ergueram as lanças ao céu.

Dois Baians, um tamanho maior que os usados na cerimônia anterior, foram trazidos para a arena. Seus chifres reluziam e seus corpos transbordavam energia. Dragões plenamente preparados para a batalha.

Orba e Gash afastaram-se, rompendo o contato visual. O corpo de Gash era completamente depilado, coberto por tatuagens multicoloridas, talvez um costume de sua terra natal, ou apenas adereços para impressionar como Gladiador. Em porte e aparência, lembrava Verne, a quem Orba enfrentou em Ba Roux, mas diferia no modo como lambia os lábios com a língua vermelha, exalando crueldade pura.

Agora montariam os Baians, numa recriação do herói Clovis, que lutou em batalhas sobre dragões.

Orba tinha pouca experiência como cavaleiro.

E pior

Olhou para o Baian ao seu lado sem completar o pensamento. Uma inquietação tomou conta dele. Não apenas pela inexperiência, mas porque sua estratégia ia além da simples vitória.

Ao sinal, ambos montaram. Orba ajustou-se à sela, enfiou os pés nos estribos e pegou duas lanças do assistente: uma lança-dragão de dez metros, pesada o suficiente para ser apoiada no anel da sela quando não em uso, e uma lança comum de dois metros. Na outra mão, um pequeno broquel.

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— Comecem!

Os escravos soltaram as correntes que prendiam os dragões. O Baian de Orba rugiu com tanta força que derrubou um dos homens.

— Avancem!

Do outro lado, Gash inclinou-se sobre seu dragão, que partiu em galope.

Orba lutava para controlar sua montaria. O Baian ergueu-se nas patas traseiras, tentando derrubá-lo. Enquanto se equilibrava, Gash aproximou-se veloz. Sem tempo para desviar, Orba jogou-se contra o dorso do dragão e agarrou-se com força. Um impacto violento sacudiu seu corpo como se um punho gigante o esmagasse. Ossos estalaram, dentes rangendo como se fossem partir.

Gash, claro, recuperou-se primeiro. Girou a ponta da lança que arranhara o flanco do dragão de Orba e, no mesmo movimento, atacou com a lança curta.

Orba bloqueou com o escudo. Frustrado, Gash preparou-se para outro golpe, mas seu dragão debateu-se violentamente, desequilibrando-o.

— Tss.

Seu Baian golpeava com garras e cauda, pescoço retorcido como se quisesse cravar os dentes na garganta do oponente. Orba e Gash trocaram golpes entre colisões. Era como lutar num barco à deriva — mais importante que acertar o inimigo era mantê-lo longe do próprio dragão. Mas a diferença de habilidade era gritante. Gash não sobrevivera a cem batalhas à toa. Dominava os dragões como poucos, enquanto Orba mal se equilibrava. Um erro mínimo seria fatal.

Agarrado ao Baian, focando apenas na defesa, Orba provocou:

— Só isso? Gash, o matador de cem homens, não é digno do elmo de Clovis! O povo quer sua cabeça. Morra e alimente os dragões!

Gash mergulhou de cima, lança apontada. Orba ergueu o escudo enquanto era sacudido como um boneco.

Quase ao mesmo tempo, seu Baian esticou o pescoço, pronto para morder. Gash ergueu a lança-dragão, acompanhando os movimentos da fera.

— Moleque — rosnou entre dentes cerrados. — Diz isso com essa habilidade patética? Vai engolir suas palavras!

Chutou o Baian, recuou e disparou para um canto da arena. Sangue jorrava de feridas abertas por lanças e dentes.

Quando Orba percebeu a segunda investida, já era tarde para reagir. A distância era intransponível.

Engoliu seco. Deveria enfrentar o choque ou não?

A plateia sustinha a respiração.

E lá vem —

Ergueu a lança-dragão, assumiu posição e soltou um grito que ecoou sob a máscara de ferro.

Do outro lado:

— Eyyyyyaaa!

A voz de Gash cortou o ar.

Inclinado, ele investiu. A luz refletida na ponta de sua lança cegou o Baian de Orba por um instante. O animal recuou, desviando a lança de Orba.

— Caiu na armadilha!

Antes da colisão, Gash soltou os estribos. Orba, desequilibrado, foi arremessado ao chão.

As costas bateram no solo. Gash aproveitou para atacar Orba, ainda atordoado.

Orba rolou no chão duro, desviando por um triz e então, levantou-se rapidamente.

Mas estava sem armas. A visão ainda turva da queda.

Os dragões lutavam furiosamente atrás dele. Gash avançou sob a nuvem de poeira.

Nas arquibancadas dos nobres, Vileena desviou o olhar instintivamente.

Mesmo com a máscara, via-se que Orba estava atordoado, com seus movimentos descoordenados. Esquecendo-se de que estava ao lado do imperador, Vileena abriu a boca quando a lança de Gash mirou a máscara:

— Orba!

Uma voz trovejou das arquibancadas, vinda dos portões.

Orba abriu os olhos de repente e, com agilidade surpreendente, esquivou-se de Gash. Cada golpe da lança cortava o ar contra sua máscara, com sangue escorrndo pelo pescoço e ombros.

Então, Orba parou abruptamente. Gash viu a chance e atacou em diagonal — um movimento previsível. Orba desviou, agarrou o braço estendido, chutou o joelho e jogou-o para frente.

Era impossível distinguir qual dragão pertencia a quem, mas um finalmente imobilizou o outro, pronto para cravar os dentes. O Baian imobilizado debateu-se, chicoteando a cauda — que acertou Gash no peito.

Engasgando com sangue, Gash cambaleou, com suas tatuagens coloridas agora vermelhas.

Orba pegou a lança que Gash deixou cair e, sem hesitar, cravou-a no coração.

Um calafrio percorreu Orba ao sentir a lança perfurar. Sangue respingou em sua máscara ao puxá-la de volta. Ele ficou imóvel por um momento, sem limpar o sangue fumegante.

A plateia explodiu em aplausos.

Vileena afundou na cadeira, soltando um suspiro de alívio. Só então percebeu que estivera sem respirar.

— Vileena-sama, pode soltar minha mão agora.

Theresia falou. Ela apertara a mão da criada sem perceber e, ao soltá-la, viu a marca vermelha de seus dedos.

— Parece que a princesa venceu.

O imperador levantou-se. Vileena tentou fazer o mesmo, mas ele a tranquilizou:

— Quando decidir o que deseja, não hesite em pedir. O imperador de Mephius cumpre suas promessas.

Do outro lado das arquibancadas, Noue soltou um “Oh?” curioso. Nada ali o impressionava. Apesar de dizer-se fã dos jogos, só se interessava por estratégia e guerra — ou melhor, por nada que não envolvesse seu intelecto.

Então era Gash. Tenho quase certeza de que ele estava no plano… Bem, não importa. Habilidade não é requisito. Basta uma faísca de rebelião para que o pus acumulado em Mephius incendeie.

Mas Noue voltou sua atenção para outro lugar. O príncipe Gil não estava entre os nobres. Viera a Mephius para estudá-lo, mas até seu faro estratégico falhava diante de tão poucas informações. Não que importasse agora. Se tudo ocorresse como planejado, provaria que sua capacidade ainda estava afiada. Assim, perdia o interesse em Gil.

Ao retirar-se, Orba cruzou com Pashir, que lutaria em seguida. Desta vez, seus papéis invertiam-se. Cambaleando, quase esbarrou nele.

— Por quê?

Orba perguntou.

— Por que gritou meu nome?

— Oh, então ouviu. — Pashir não diminuiu o passo. — Parece que paguei minha dívida.

— Dívida?

— Não com você. Com o príncipe que serve.

Sem outra palavra, seguiu para a arena.

Pashir enfrentaria outro gladiador invicto, também montado. Como veterano, dominava os dragões com facilidade. No segundo ataque, perfurou o Baian inimigo, caminhou sobre o dragão tombado e fincou a lança no guerreiro caído.

Assim, definiram-se os quatro finalistas. Tornaram-se apostas não só no estádio, mas em toda Solon. “Ele vai vencer”, “Não, ele é melhor”. Eram os melhores entre os melhores, cada um com seus defensores fanáticos.

Com o fim dos jogos, veio a execução de Kaiser Islan. Vileena, é claro, recusou-se a assistir e retirou-se com Theresia. Quase nenhum mephiano foi para casa, até aquilo era entretenimento.

— Se…

Vileena refletiu em voz alta.

— Se eu tivesse pedido ao imperador para poupar Kaiser como minha recompensa… o que ele teria feito?

— Só de pensar, me dá calafrios, princesa.

Theresia estremeceu. Sabia que sua mestra era capaz de tudo.

O cair da noite trouxe silêncio à arena, como se o tumulto da tarde fosse um delírio. Sob o sol poente, o cheiro de sangue e vísceras ainda pairava no ar. Foi nesse cenário que o príncipe Gil Mephius apareceu pela segunda vez, ignorando o supervisor alarmado.

Encontrou Orba saindo da enfermaria, ainda cambaleante. As lesões da batalha o deixavam longe da forma ideal para a próxima luta. Até manejar o chicote doía.

— Tem algo a dizer por si mesmo, Orba?

O guerreiro mascarado manteve-se em silêncio.

— Dificuldades contra um oponente como Gash? E ainda manejou seu dragão pior que um escravo? Estaria melhor no estômago da fera.

— Deve estar satisfeito por me humilhar.

O príncipe agarrou a máscara e sacudiu. O espadachim não resistiu, mas também não desviou o olhar.

— O que há com esses olhos?

Arrancou um chicote de um guarda e golpeou o homem mascarado. O manto rasgou-se, seguido por um gemido. Outro golpe.

— Não suporto esse seu olhar insolente… quando não passa de gado sob meu comando!

Chutou o rosto do espadachim, depois puxou-o pelo braço.

— Venha!

Os escravos observaram em silêncio enquanto Gil arrastava o homem para um local isolado. Só então soltou-o.

— Foi cruel, Orba.

A voz do espadachim era dolorida. Claro, o príncipe “Gil” era o próprio Orba, sendo o homem sob a máscara Kain, um gladiador com físico similar.

— Fui brando, sabia?

Dizer que fui cruel… Para mim foi pior.

O verdadeiro ferido era Orba. Além das lesões nas costas e cintura, seus ombros estavam machucados pela queda. Não havia fraturas, mas estava longe de estar em condições para a próxima batalha.

— Não me importo de ser o espadachim mascarado, mas será que não arranja um trabalho mais fácil?

— Vou pensar no assunto.

Orba recuperou o elmo e a armadura de couro, transformando-se novamente no gladiador mascarado. Jogou o chicote para Kain.

— Levo isso de volta?

— Não. Use para me bater.

— Ah, dispenso. Não te odeio tanto.

— Idiota — Orba sorriu. — Preciso das marcas.

Kain obedeceu, relutante. Já atuara como sósia do príncipe antes, sem saber que Orba era o verdadeiro Gil. Desta vez, porém, Orba revelou sua identidade.

— Sabia que era misterioso, mas nunca imaginei que fosse o príncipe. Será que é aquilo? Foi traído, jogado na escravidão, mas sobreviveu e agora vai retomar seu reino? Que história!

Kain dramatizava, deixando Orba sem saber o quanto realmente entendia.

Maldito seja, Kain.

Após os preparativos, Orba apoiou-se na parede e arrastou-se para fora. Metade era atuação, metade dor real. As primeiras chicotadas foram leves, mas ele insistira: “Mais forte!” E Kain obedeceu. Marcas profundas sulcavam seus braços, pernas e costas. Sangue fresco escorria pelo pescoço.

Ao chegar onde os escravos estavam, Orba desabou. Um espetáculo lastimável, mas necessário. Então, uma mão estendeu-se. Era Pashir.

— Ainda pretende ser o cão do príncipe depois disso?

A voz era calma, mas o rosto, distorcido de raiva.

— Quem sabe?

Respondeu, indiferente, certo de que Pashir caíra em sua armadilha. Ele escolheu de propósito um Baian difícil e deu a Gash um dragão treinado para guerra.

— Podem chamá-lo de herói, mas você é descartável. Sabe disso.

— O que você sabe? — Orba cuspiu sangue no chão. — Sou um escravo. Como guarda imperial, só obedeço ordens. E além disso? Vai dizer que, com seu braço orgulhoso, destruirá Mephius agora?

Pashir fitou os olhos ardentes de Orba, sem palavras.

◇◇◇

Naquela noite, Pashir sentou-se ao lado de Orba no refeitório. Na presença da escrava Mira, que os servia, Pashir começou a murmurar sobre seu passado.

Ele cresceu numa vila a oeste de Mephius e perdeu os pais ainda criança. Para sustentar a si mesmo e à irmã mais nova, seu único familiar restante, começou a trabalhar numa mina próxima. As condições eram brutais, sem qualquer medida de segurança. Morte por exaustão ou desabamentos eram frequentes. Por mais que protestassem, nada mudava. Os donos das minas os viam como escravos.

Mesmo assim, era um trabalho cobiçado. Pashir continuou em silêncio.

— Por que nasci? O que poderia fazer? Nunca pensei nisso. Estava vivo. Era o que importava.

Pashir falou. Ouvindo apenas os murmúrios dos outros escravos, Orba sentiu-se transportado de volta à própria época de escravo.

Até que um incidente arruinou até mesmo o frágil desejo de Pashir. Sua irmã, após conseguir carne no mercado, foi até a mina procurá-lo. O homem a quem perguntou pelo irmão era um supervisor conhecido por sua luxúria.

Mentiu, dizendo que Pashir cometera um crime terrível. Levou a garota para dentro e violentou-a.

— Por acaso passei por lá — seja por sorte do Deus Dragão ou por alguma piada cruel de um deus maligno.

Tomado pela fúria acumulada, Pashir espancou o supervisor até a morte. Não foi surpresa que o venderam como escravo. Já havia se passavam cinco anos desde então, mas ele continuava sobrevivendo de arena em arena.

Pashir, o Braço Forte.

Orba lembrou-se do nome. Um veterano, um espadachim-escravo condenado por crimes imperdoáveis. Como Orba, tinha um estilo de luta simples, sem adornos ou personalidade extravagante. Lutava de forma direta e vencia. Por isso, seu nome não era famoso.

Mas são justamente esses os mais perigosos.

— Talvez seja só boato — Pashir bebeu o caldo frio e insosso antes de continuar, sem expressão.

— Mas ouvi que minha irmã também foi escravizada. Claro, não sei onde ela está. Como poderia? Amaldiçoo Mephius. Jurei destruí-la. Mesmo que eu morra no caminho, minha alma possuirá quem me matar e garantirá que todos paguem.

— …

— O mesmo vale para mim. As centenas de gladiadores que matei… suas almas grudaram em mim. Dia e noite, sussurram, “Mate os mephianos. Queime os nobres ainda vivos. Tome de volta tudo que roubaram de nós. Essa é sua missão, assassino.”

Soldados armados vigiavam os cantos do refeitório, mas Orba os ignorou.

— Mas do jeito que as coisas estão, nada mudará. Só aumentará o número de almas em seus ombros.

— Exato. Se continuarmos assim, pelo menos.

Pashir era jovem e escravo, mas emanava uma presença mais pesada que qualquer comandante mephiano que Orba já vira.

Depois, Orba também falou de seu passado. Algo que detestava mencionar. Mas para ganhar confiança, não tinha escolha. Não exagerou nem fingiu. Era sua verdade, a que julgou necessária para enganar Pashir. Contou como o exército de Mephius queimou sua vila, como roubaram sua família. Suas mãos tremeram. Seu corpo inteiro estremeceu. A imagem de Oubary veio à mente. Por que a chance de matá-lo sempre escapa? A resposta era óbvia. E por ser óbvia, precisava fingir que não era.

Um homem com a mesma dor. A mesma raiva. O mesmo consolo.

Antes que percebesse, a mão de Pashir repousou em seu ombro.

— O que… — começou a dizer, mas a voz sumiu. Sentia uma tristeza inexplicável. Mais que raiva, era um luto sufocante. Orba inclinou a cabeça e apoiou-se no ombro de Pashir.

— Perdoe-me por chamá-lo de cão. Você é como eu. Um gladiador carregado por almas.

Pashir encarou Orba. Num tom mais baixo que nunca:

— Tenho algo interessante para contar. Com esses sentimentos, tenho certeza de que se juntará a nós.

Aí vem.

Orba nunca esteve tão grato por sua máscara de ferro. Os sentimentos que surgiram dissiparam-se num instante, substituídos pela tensão de um guerreiro.

— Do que está falando?

Perguntou, fingindo dúvida. Os escravos ao redor fitavam-no com olhares afiados. Pashir olhou para eles. Alguns assentiam em silêncio.

Ficou claro que respeitavam Pashir como líder.

Lentamente, Pashir revelou o plano. Claro, mantiveram as vozes baixas para que os guardas não ouvissem.

Quem diria…

Pensou Orba enquanto escutava. Já considerara algo assim, mas o plano não era tão ousado ou perigoso quanto imaginou.

Pashir planejava usar o torneio para incitar uma rebelião dos gladiadores.

Agiriam depois de amanhã, quando os dois vencedores fossem escolhidos para liderar duzentos escravos contra os dragões. No clímax do festival, com a família imperial e os nobres presentes, tomariam todos como reféns.

— Cada escravo receberá uma espada para matar os dragões. Os guardas estarão armados, claro, mas além dos duzentos na arena, há mais setenta gladiadores que já lutaram. Eles começarão um tumulto para dividir a guarda palaciana. Escravos servindo os nobres também estão conosco. Incitarão os outros.

Um plano grandioso. Difícil dizer se funcionaria, mas mesmo que sim, o custo em vidas seria alto. Escravos, nobres, espectadores — todos pegos no fogo cruzado.

— Você topa?

Pashir perguntou apenas isso. Orba sabia que a pergunta vinha carregada. Recusar significaria morte ali mesmo. Seu corpo viraria comida para dragões ou cinzas na fornalha da arena.

— Tenho uma condição.

— Qual?

A tensão subiu. Os escravos ao redor fitaram-no com olhos assassinos.

— Deixe-me matar o príncipe Gil com minhas próprias mãos.

Pashir curvou-se para trás e riu. Colocou a mão grossa no ombro de Orba.

— Por mim, tudo bem. — Mostrou os dentes brancos aos outros escravos. — Ele é sua presa. Faça o que quiser.

Aquela noite, os escravos quase não dormiram. Deitados de forma a não despertar suspeitas, fingiam roncar enquanto sussurravam sobre o plano. Alguns gabavam-se de como humilhariam os nobres na arena. Outros sonhavam em saquear mansões. Alguns insistiam em incendiar Solon como manifesto. Mas a maioria só queria voltar para casa.

— Não tenho para onde voltar — disse um escravo de meia-idade com um sorriso fraco. — Vinte anos já se passaram. Minha mãe já era velha na época. Deve ter morrido. Nem sei se minha vila ainda existe.

Mesmo assim, insistia em voltar. Podia não restar nada, mas lembrava-se dela. Via a si mesmo criança, sentado numa pedra, olhando para o céu. “Voltei!” Não como escravo, mas como humano.

— Pashir, e você? — perguntou outro escravo.

Ele pensou um pouco.

— Nunca parei para pensar.

Forçou um sorriso. Alguém brincou:

— Não vai levar a Mira?

— O quê? Como surgiu isso?

— Todos viram como vocês dois estão. Depois que fugirmos, aquele tal de Agon pode roubá-la.

Riram. Pashir virou o rosto. Nos poucos dias no campo de detenção, Mira e ele pareciam ter criado intimidade.

Enquanto observava a cena, Orba pensava em outra coisa. Nunca ouviu os nomes Oubary ou Noue entre os rebeldes. Quem quer que estivesse por trás do plano omitiu suas identidades.

O que ele ganha com uma rebelião de escravos?

O mesmo valia para a princesa Vileena.

Matá-la no caos livraria Garbera de suspeitas, mas o que Noue ganharia com isso?

Amaldiçoou-se por sua ignorância. Se soubesse mais sobre política internacional, talvez visse o que Garbera — e Noue — pretendia com a desordem em Mephius.

Isso era diferente de uma simples luta pela sobrevivência. Muitos interesses se entrelaçavam, exigindo conhecimento. Como na guerra e na política.

Pashir voltou a ficar sério.

— Depois da final, o imperador entregará pessoalmente o elmo dourado de Clovis. Mas não será a hora de agir, Orba. Matar o imperador não libertará os escravos.

Consideraram assassinar o imperado ali, mas o vencedor estaria desarmado e cercado por guardas. As chances eram baixas. E mesmo que conseguissem, só pioraria a opressão sobre os escravos.

Mas…

Se a rebelião funcionar, o que acontecerá com os escravos depois?

Orba não falou, mas a raiva queimava em seu peito.

Tudo bem voltar para casa. Tudo bem matar os nobres. E depois? O que acontecerá com Mephius e seu povo?

Sua raiva não era direcionada aos escravos, mas a Noue, Oubary, Zaat — e a si mesmo, por não poder compartilhar plenamente da fúria deles.

Haverá muitas mortes. Os lordes provinciais, com medo da rebelião, massacrarão os líderes.

Em quem estava pensando? Como? Sua mente era um caos.

De qualquer forma, parte do plano de Noue estava em suas mãos. Por isso, Orba voltou a ser um espadachim-escravo. Por isso, sujou as mãos de sangue.

Você vai me pagar por isso.

Orba retornou ao palácio já de madrugada.

Por ser festival, os guardas cumprimentaram o príncipe com alegria. Ninguém mencionou sua “doença”.

Fazia tempo que não passava a noite em claro, mas Orba estava desperto. Não conseguia esquecer os rostos dos escravos, sujos, mas com olhos brilhantes. A maioria não falava do futuro. Não sabiam se viveriam até o amanhã. Era inútil pensar nisso. Mesmo assim, olhavam adiante.

Não que acreditassem cegamente no plano. A possibilidade da morte pesava mais.

E ainda assim, estavam dispostos a sangrar, quebrar ossos e morrer por um futuro que nunca tiveram. O que fariam se descobrissem que estavam sendo usados?

Maldição!

Orba teve vontade de chutar a parede. Seria melhor se fosse apenas um gladiador? Assim, abraçaria a raiva e lutaria contra Mephius sem pensar duas vezes. Mas o Orba de agora não podia. Em troca da máscara de ferro, ganhara a de Gil Mephius. Para protegê-la, e o poder que vinha com ela, precisava proteger Mephius.

— Alteza.

Dinn cumprimentou-o em seus aposentos.

— Vou descansar — anunciou Orba, surpreendendo o criado.

— Espere, alteza. Vileena-sama deixou algo para você.

— Deixou? Ela veio aqui de novo? Dessa vez você a enganou?

— Não, foi Theresia quem trouxe.

Era uma medalha dourada embrulhada em tecido, presa a uma corrente fina, algo para ser usado no pescoço.

Era um costume da realeza garberana presentear aliados ou subordinados por serviços prestados. Originalmente, um símbolo de amizade entre nobres jovens e seus servos.

No centro da moeda, o emblema nacional de Garbera, um cavalo e uma espada, e o nome de Vileena, simbolizando “amizade inquebrantável e eterna”.

— “Entregue isto a Orba-sama”, ela disse.

— A Orba? Não a mim?

— A você, sim.

Orba entendeu. Por um momento, confundiu-se entre suas identidades.

A medalha tinha cinco centímetros de diâmetro, pequena o suficiente para ser escondida sob as roupas.

Orba é um amigo querido.”

As palavras ecoaram. Era, pelo menos, a prova da amizade de Vileena com aquele que dançava com a morte.

Depois de trocar de roupa, jogou-se na cama. Seu corpo estava exausto, mas o sono não vinha. Embora entendesse parte do plano inimigo, muito ainda estava oculto.

Aproveitar o movimento do inimigo e tomar o controle do plano seria mais seguro. Mas causaria muitas mortes. O que fazer?

Refletiu até adormecer.

Algumas horas antes, no oeste de Solon, ocorria um problema inesperado.

Num campo de aterrissagem para aeronaves, os mecânicos trabalhavam freneticamente. A eronave de comando da guarnição local, peça central do desfile aéreo do festival, apresentou falhas no sistema de éter. Sem tempo para consertar, precisavam de um substituto.

Foi quando Gary Lynwood, oficial da Divisão Arco Azul de Zaat, apareceu.

— Chegou no momento certo.

Seu rosto alongado e sonolento iluminou-se ao ouvir o problema.

— Num posto entre Solon e Idolo, temos um navio dragão saqueado de Garbera durante a guerra. Reformamos para estudo. Posso trazê-lo. Chegará no meio da noite.

Os mecânicos agradeceram. O fracasso no desfile custaria suas cabeças.

A segurança no porto era rígida. Ninguém entrava nos navios sem autorização. Mas os guardas apenas vigiavam do lado de fora, sem inspecionar o interior.

Não sabiam que Gary — o Trovão — e seus homens aguardavam dentro. Nem que alguém sabotara a aeronave de comando de propósito. Nem que o culpado era um ex-mecânico disfarçado de escravo.


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