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Grieving Soul – Capítulo 8 – Volume 7

 

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Nageki no Bourei wa Intai shitai
Let This Grieving Soul Retire

Light Novel Online – Volume 07 – Capítulo 08:
[História Paralela: Que Essa Grieving Soul Jogue a Toalha!]


O chefe da vila arregalou os olhos ao ouvir o nome que lhe foi dito.
— Minha nossa! Já ouvi esse nome antes. Sua máscara, sua aparência, tudo me soa familiar. Você é aquele caçador famoso, não é?!

Estavam em uma vila isolada, distante de qualquer cidade importante. A população era inferior a mil habitantes, sua única defesa era uma cerca de madeira e nem mesmo havia uma filial da Associação dos Exploradores.

Quando a vila enfrentava uma emergência grande demais para resolver sozinha, o procedimento comum era recorrer à Associação da cidade vizinha. Mais uma vez, haviam recorrido vergonhosamente à Associação por não conseguirem lidar com um problema de monstros.

Mas, desta vez, quem apareceu foi um jovem alto e magnânimo. Tinha olhos bem desenhados e cabelos negros como a noite. Em suas mãos, segurava um cajado que nenhum caçador comum teria condições de possuir. No topo havia uma gema dourada que emitia um brilho peculiar.

Ouvindo o tom de surpresa e confusão na voz do chefe, o jovem apenas esboçou um leve sorriso. Só isso já tirou o fôlego dos moradores proeminentes reunidos na casa do chefe. Não havia dúvida: aquele era o artífice sobre-humano, o Mil Truques — o homem que causava tanto burburinho no grande império de Zebrudia que até uma vila remota como aquela havia ouvido falar dele.

— Esse não poderia ser eu — respondeu o jovem. — Ainda não fiz meu nome por aí.

— Q-Que modéstia! Só tem um problema. Entendo que veio até aqui de bom grado, mas não temos dinheiro pra pagar um caçador de alto nível como você, ainda mais se trouxe seu grupo junto.

O ganha-pão de um caçador de tesouros era invadir cofres escondidos. Aceitar outras missões era uma questão de preferência pessoal, e poucas vilas tinham moedas suficientes para atrair alguém de alto nível.

Só que esse não era o único motivo da confusão do chefe. Atrás do jovem, havia mais alguns rapazes e moças, todos com uma aparência um tanto menos impressionante (não era a maneira mais gentil de colocar, mas era verdade) do que a do líder. Ainda assim, batiam perfeitamente com a descrição do grupo liderado pelo Mil Truques.

Seria preciso um otimismo absurdo para acreditar que uma vila como aquela teria dinheiro para contratar sequer um caçador de alto nível — quanto mais um grupo inteiro. A missão nem era tão perigosa assim pra justificar esse exagero. Além disso, quando fizeram o pedido à Associação, os moradores disseram que o pagamento era negociável. Quem diria que seriam atendidos por um grupo tão famoso?

Um dos caçadores, um homem de cabelos ruivos, ajustou os óculos e esboçou um sorriso meio suspeito.
— Disseram que o pagamento era negociável. Entendemos que não podem nos recompensar generosamente. No entanto, nosso nome é conhecido por muitos. Se trabalharmos por pouco, a Associação não vai ficar muito—

— Hmph. Não precisam nos pagar — interrompeu o jovem. — Não buscamos nada além de sermos caçadores de tesouros.

— O-O quê?! — gaguejou o chefe.

Ele sabia que existiam todos os tipos de caçadores, mas nunca pensou que haveria quem viajasse até o fim do mundo e trabalhasse de graça. O que essas pessoas estavam fazendo ali, afinal?

O Mil Truques parecia transbordar confiança, mas seus companheiros estavam todos com as mãos na cabeça.

— Que diabos, Kule?! — gritou Kutri, a Alquimista. — A ideia era levar uma vida tranquila!

— E o que você quer que eu faça?! — rebateu Kule, soltando um suspiro logo em seguida. — O Krahi é puro demais.

Não era pra ter sido assim. Quando encontraram aquele jovem extraordinário com um nome assustadoramente parecido com o do líder famoso das Grieving Souls, a intenção era aproveitar essa semelhança para tirar vantagem e encher os bolsos.

Lá fora, o chão tremia constantemente. Era o líder deles praticando magia de raio, parte da rotina diária de Krahi Andrihee.

— Tem alguma coisa errada com esse cara — disse Kutri. — Se eu soubesse quantos parafusos soltos ele tem na cabeça, nunca teria topado isso.

— Pode ser, mas a Izabee e eu estamos em dívida com ele — deu de ombros Kule.

Ele e Izabee conheceram Krahi durante uma caçada. Um pouco de azar e acabaram cercados por monstros, sem nenhuma esperança de escapar. Foi quando Krahi, o caçador solitário, surgiu e os salvou com uma elegância absurda.

No começo, Kule realmente achou que ele fosse o verdadeiro Mil Truques, mas logo esse mal-entendido foi esclarecido. O verdadeiro Mil Truques da artífice sobre-humana jamais poderia ser tão estu— ingênuo.

Foi aí que Kule teve a ideia das Bereaving Souls. Krahi tinha poderes no mesmo nível do verdadeiro Mil Truques, enquanto Kule mal conseguia levantar uma espada. Por outro lado, Krahi não fazia ideia de como funcionava o mundo da caça ao tesouro, e nisso Kule podia ser útil. Só não esperava que Krahi fosse do tipo que se jogava de cabeça no perigo.

Krahi era forte. Corajoso, bom de briga, relativamente esperto, e acima de tudo, tinha uma paixão intensa demais por heroísmo. Quando os outros Bereavers perceberam isso, já era tarde demais pra voltar atrás. E assim nasceu o grupo mais poderoso, as Bereaving Souls, lideradas pelo Teúrgico Milenar.

Kule e os demais faziam o possível para traçar rotas que evitassem qualquer chance de esbarrar com o grupo verdadeiro. Mas Krahi era difícil de controlar. Se monstros atacassem do lado leste, ele corria para lá disparando raios. Se houvesse rumores de bandidos no oeste, ele corria pra lá disparando raios. E pra piorar, recusava qualquer pagamento. E mais: fazia doações de caridade com frequência. Seria estranho se os boatos não começassem a circular.

Isso afetava os outros também, atraindo atenção demais e limitando o comportamento deles. Só a Kutri continuava aprontando por conta própria, mas até ela estava se contendo. Os verdadeiros Grieving Souls não tinham a melhor das reputações, então qualquer atenção negativa só tornava mais difícil saber qual grupo era o verdadeiro.

Todo caçador tinha direito a ser remunerado pelo seu trabalho, então recusar pagamento não era necessariamente um gesto nobre. Se o Krahi ignorasse as tradições, algumas pessoas poderiam esperar que os outros caçadores fizessem o mesmo. Se eles continuassem trabalhando de graça, a Associação poderia querer ter uma conversa com eles — e isso podia até levar à exposição do Bereaving Souls como os farsantes que eram.

— Acho que a linha entre idiotas e campeões é mesmo bem fininha — suspirou Izabee, cansada. — Mas a gente tem que fazer alguma coisa, senão tamo ferrado.

— Bom, se a gente encontrar os verdadeiros, provavelmente vão perdoar o Krahi. Ele não tá tentando enganar ninguém — comentou Kutri. — Talvez a gente devesse só se separar logo?

— Mas o Krahi tá tão feliz de ter companheiros — rebateu Kule. — Nem quero imaginar o que ele diria se a gente tentasse acabar com o grupo.

Esses três não eram nem de longe talentosos o bastante pra lutar ao lado de alguém como o Krahi. O grupo deles só existia porque o Krahi queria — o que, em condições normais, seria um baita golpe de sorte para eles.

— Exato — concordou Izabee. — Se a gente tentasse se separar, ele ia levar super pro lado pessoal.

— E isso significa que temos que jogar a ideia fora? — retrucou Kutri. — Pelo amor… eu ando entre santos.

— Não é isso, é que olhar pra ele dá uma dorzinha na consciência. Tipo, a gente vai direto pro inferno se trair ele.

— Tá, mas e a gente faz o quê então? A gente pode até tentar manter distância dos verdadeiros, mas tem razão de temer eles. Eles são ainda mais malucos que o Krahi!

— Éééé… a gente precisa arrumar um jeito de segurar o Krahi.

Esse era o problema. O Krahi era bem forte, mas o verdadeiro era muito mais experiente do que o Kule tinha percebido a princípio. Ele nunca tinha encontrado o verdadeiro Mil Truques pessoalmente, mas já tinha ouvido os boatos. Não era só que o cara era formidável — ele tinha um grupo inteiro de caçadores renomados. O Bereaving Souls nunca teria chance contra eles — nem chegava a ser uma luta. O peito de Kule apertava só de imaginar o que poderia acontecer se o Krahi descobrisse a farsa deles.

Ele se levantou e suspirou.

— Não temos escolha melhor. Vamos continuar com a Operação Recrutar Irmã!

Kutri fez uma careta.

— A gente vai arrumar uma irmãzinha adorável pra ele só pra cancelar um mal com outro? Você tava mesmo falando sério?

— É melhor que não fazer nada, né? — disse Izabee, e parecia realmente acreditar nisso.

— E você ainda se chama de “Sortida Proteana”? Nada saiu como planejado! E o que a gente vai fazer pro nosso querido irmão mais velho?

— Mesmo entre os Grieving Souls, o Ansem Smart é bem famoso e tem uma aparência marcante. Não vai ser fácil copiar ele.

— Se precisar, talvez a gente ache um cara baixinho?

— E ser descoberto na hora? Kutri, isso não é uma brincadeira.

— Desculpa se eu esqueci! Você tá mesmo tentando parecer com o cara? O verdadeiro é um Espadachim, você podia pelo menos carregar uma espada! Tá errando tanto quanto qualquer um de nós!

Kule ignorou as provocações e fechou o punho com força.

— A gente pode não encontrar um Ansem, mas tenho certeza de que vai dar tudo certo no caso da Lucia! Ouvi dizer que o verdadeiro gosta muito da irmã, e com a beleza do Krahi, não deve ser difícil encontrar alguém disposta a fazer o papel! Tenho certeza de que ele vai sossegar se tiver uma irmã de primeira linha!

Kutri e Izabee trocaram olhares e suspiraram.

— Irmã de primeira linha. A gente tá cavando o próprio buraco — disse Kutri.

— Depois de pintar o cabelo combinando, acho que não temos moral pra falar nada — comentou Izabee.

Interesses, criação, lugar de nascimento, aparência — tudo neles era diferente, mas naquele momento, até pareciam irmãos de verdade.

Kule aguentou os olhares de exasperação e ajustou os óculos.

— Essa vilaniazinha de vocês também não vai funcionar! Vício não pega no Krahi! A gente tá procurando por uma irmã de coração puro! Uma que ele possa levar pra qualquer lugar e que mantenha ele na linha!

— A gente é que são os vilões agora?! — gritou Kutri. — O Kule Saicool tá tentando me chamar de canalha?! Por que você não tenta pelo menos se parecer com o verdadeiro Espadachim?!

— Chega de falar de mim!

Enquanto os membros do Bereaving Souls discutiam, um raio excepcionalmente poderoso caiu ali perto.

As aventuras deles estavam só começando.


Tradução: Carpeado
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