Hai to Gensou no Grimgar â CapĂtulo 18 â Volume 7
Hai to Gensou no GrimgarGrimgar of Fantasy and Ash
Light Novel Online – CapĂtulo 18:
[Antes do Festival]
â …Oh. Duzentos, hein â disse Haruhiro.
Enquanto se infiltrava em Waluandin, percebeu que aquela era a 200ÂȘ noite desde que haviam chegado a Darunggar. NĂŁo que isso importasse muito. Obviamente. Se era a 200ÂȘ, a 300ÂȘ ou atĂ© mesmo a 666ÂȘ noite, isso nĂŁo fazia diferença para os habitantes desse mundo.
Mesmo assim, havia algo estranho em Waluandin naquela noite. Ou melhor, estranho até nas aldeias ao redor.
Os orcs das aldeia tinham o costume de dormir cedo e, entĂŁo, acordar cedo. Mais cedo que os orcs de Waluandin, ou waluos, para simplificar. Normalmente, Haruhiro passava sorrateiro pelas aldeias enquanto eles dormiam, entrando em Waluandin pelo distrito das oficinas, depois que os orcs dessa ĂĄrea jĂĄ haviam saĂdo. Havia muitos lugares para se esconder no distrito das oficinas, entĂŁo, mesmo se alguns waluos estivessem por lĂĄ, ele conseguia passar sem problemas.
No entanto, naquela noite, os orcs das aldeias estavam acordados até mais tarde. Havia luzes saindo de dentro de suas casas, que lembravam iglus, e ele conseguia ouvir o som de orcs conversando. Até avistou alguns orcs do lado de fora, fazendo algo. Isso não parecia ser uma ameaça à sua habilidade Stealth, mas, obviamente, o incomodava.
No distrito das oficinas de Waluandin, o expediente havia chegado ao fim, como de costume, e a tranquilidade predominava. Contudo, a partir desse ponto, tudo era diferente.
Depois do distrito das oficinas, havia um distrito residencial misto. Normalmente, não havia muitos waluos andando pelas ruas à noite. Era assim até então, mas dessa vez havia waluos por todos os lados, barulhentos. Cada casa estava iluminada.
Alguns waluos estavam dentro de suas casas, ocupados, enquanto outros estavam do lado de fora, conversando. Provavelmente nĂŁo era sĂł a ĂĄrea residencial. Waluandin inteira parecia estar cheia de atividade. NĂŁo era bem uma festividade, mas parecia que estavam preparando algo, quase como se fosse um festival.
Havia um nĂșmero razoĂĄvel de waluos andando por aĂ, o que tornava perigoso. No entanto, com base em suas experiĂȘncias passadas, Haruhiro sabia que eles nĂŁo estavam nem um pouco atentos a possĂveis intrusos. Havia um lugar parecido com um coliseu no distrito do entretenimento, onde frequentemente apostavam em lutas. Haruhiro jĂĄ havia presenciado combates chamativos, e os waluos adoravam exibiçÔes de habilidade marcial, mas essa cidade nĂŁo tinha nada que pudesse ser chamado de defesa.
Provavelmente, nunca tinham considerado a possibilidade de um ataque externo. Jamais imaginariam que humanos, como a party de Haruhiro, estariam dentro de sua cidade. Desde que Haruhiro fosse cuidadoso e não chamasse atenção, dificilmente seria descoberto.
Por ser medroso, Haruhiro manteve a calma enquanto observava a ĂĄrea residencial. Na 200ÂȘ noite em Darunggar, Waluandin estava definitivamente diferente. O que estava acontecendo? Ele queria saber mais detalhes. Estariam se preparando para um festival? Por que ele tinha essa sensação? Ele passou de beco em beco, Ă s vezes se movendo pelos telhados enquanto os observava, e aos poucos foi compreendendo a situação.
Devido Ă lava incandescente que fluĂa nas proximidades, a escuridĂŁo da noite nunca chegava a Waluandin. Mesmo assim, naquela cidade, que estava mais iluminada do que o normal, os waluos pareciam estar construindo alguma coisa. Na verdade, muitas coisas.
Por exemplo, as janelas de suas casas geralmente nĂŁo tinham venezianas, entĂŁo era possĂvel ver dentro delas quando as luzes estavam acesas, e ele podia ver vĂĄrias mulheres waluo trabalhando com tear. Por que trabalhar nos tear tĂŁo tarde da noite? Elas poderiam fazer isso durante o dia. Uma coisa era certa: Haruhiro nunca havia visto essas mulheres waluo tecendo atĂ© tĂŁo tarde antes.
TambĂ©m havia um bom nĂșmero de homens waluo decorando a frente de suas casas com varas. Eles conversavam com os vizinhos e comiam enquanto faziam isso, mas provavelmente nĂŁo estavam apenas se divertindo. Ele nunca tinha visto os waluos fazerem isso antes.
Haruhiro nĂŁo fazia ideia do que aquelas varas deveriam ser, mas devia haver um motivo para elas. Eles precisavam fazĂȘ-las naquele momento, e era por isso que estavam trabalhando nisso.
As crianças waluo estavam reunidas, mexendo em algo que parecia uma gaiola. Os waluos mais velhos davam instruçÔes aos meninos, e eles ajudavam com o trabalho.
Estava claro que os waluos estavam se preparando para algo. Todos estavam confeccionando fantasias e decoraçÔes, e então as usavam, faziam algo ou outra coisa. Tinha que ser um evento por toda a cidade. Um ritual? Um festival? Uma atração? Seja lå o que fosse, Waluandin estava envolta em uma atmosfera que se distanciava das rotinas diårias normais.
O centro de Waluandin era dominado por um edifĂcio particularmente grande, que lembrava um dragĂŁo agachado. NĂŁo estava claro se os waluos tinham um rei ou nĂŁo, mas Haruhiro tinha passado a chamĂĄ-lo de palĂĄcio, para facilitar.
O palĂĄcio era cercado por ruas largas e vĂĄrios rios finos de lava, com uma estrada principal que se estendia em direção Ă Montanha do DragĂŁo de Fogo. AlĂ©m disso, havia muitos edifĂcios impressionantes ao redor do palĂĄcio, e sempre havia muitos waluos entrando e saindo, tanto durante o dia quanto Ă noite. AlĂ©m disso, havia waluos armados patrulhando essa ĂĄrea mesmo tarde da noite. Sendo assim, era uma ĂĄrea difĂcil de se aproximar, mas naquela noite Haruhiro decidiu criar coragem para tentar se infiltrar.
Era um risco calculado, claro. Como de costume, os waluos da ĂĄrea do palĂĄcio estavam ocupados preparando alguma coisa. Esse era um distrito onde os waluos costumavam sair para passeios noturnos, mas estava diferente agora. A maioria estava absorvida em seu trabalho, entĂŁo, se Haruhiro utilizasse bem Stealth, nĂŁo seria descoberto tĂŁo facilmente.
Mas… ele nĂŁo podia deixar de pensar.
Eles realmente levavam vidas cultas ali em Waluandin. Comparado a esse lugar, a Vila do Poço parecia o fim do mundo, e Herbesit era anĂĄrquica e excessivamente bĂĄrbara. Aqui havia ordem. Os waluos, na maior parte, nĂŁo se roubavam uns aos outros. Trabalhavam juntos em vĂĄrias coisas enquanto ganhavam seu sustento e viviam suas vidas. Eles nĂŁo apenas comiam, trabalhavam e dormiam. TambĂ©m tinham lazer. Era uma sociedade altamente estratificada, mas proporcionava a metade… nĂŁo, a maioria dos waluos uma vida mais segura e, possivelmente, mais prĂłspera do que a que Haruhiro e sua party levavam.
â Um altar…? â murmurou para si mesmo.
No telhado de um prédio que dava para a praça em frente ao palåcio, Haruhiro fez um esforço para liberar a tensão excessiva de seu corpo. Era a primeira vez que ele chegava tão longe. No entanto, ele jå tinha visto a praça de longe antes. Aquela coisa não estava lå antes.
Era um palco que devia ter cerca de dois metros quadrados e trĂȘs metros de altura. Havia outra plataforma no topo, e sobre essa plataforma… havia uma jaula. Provavelmente era uma jaula. Decorada e dourada, realmente chamativa. Normalmente, jaulas eram usadas para segurar criminosos ou prisioneiros, mas nĂŁo parecia ser esse o caso.
A mulher waluo corpulenta dentro da jaula não parecia uma prisioneira. O pano enrolado em sua cabeça e seios, e a saia que usava nos quadris, eram a moda padrão das mulheres waluo, mas todas as suas roupas eram claramente de alta qualidade. Elas estavam bordadas com padrÔes vibrantes e brilhavam. Parecia que havia pedras preciosas entrelaçadas nelas. Isso fazia com que sua pele verde parecesse brilhante, como se estivesse reluzente. E ela estava usando maquiagem?
Pelo comportamento da mulher waluo, que provavelmente era de alta classe, não parecia que ela era uma prisioneira. Ela estava calma, até mesmo digna.
Além disso, embora estivesse na jaula, ela não estava sozinha. Muitos waluos subiam ao palco, um após o outro, para cumprimentå-la. Conversavam através das barras da jaula e, às vezes, seguravam sua mão, então talvez fossem conhecidos dela. Mas a mulher estava claramente mais bem vestida do que qualquer um deles.
Haruhiro olhou mais de perto para a jaula dourada. As decoraçÔes nos quatro cantos eram… dragĂ”es? Havia decoraçÔes de dragĂŁo espalhadas pelo altar tambĂ©m. Isso tambĂ©m era verdade nas roupas daquela mulher waluo. O padrĂŁo bordado em sua saia era um dragĂŁo, nĂŁo era? AlĂ©m disso, sobre o pano enrolado em sua cabeça, ela usava algo parecido com uma coroa. Aquilo tambĂ©m parecia um dragĂŁo.
Os enfeites que os homens waluos na årea residencial estavam colocando nos postes não eram iguais? DragÔes. Eram dragÔes. Agora que ele pensava nisso, o palåcio também se assemelhava a um dragão. Por que ele não tinha notado antes? Waluandin estava repleta de designs baseados em dragÔes. Havia dragÔes por toda parte.
Haruhiro voltou os olhos para a Montanha do Dragão de Fogo, que parecia pronta para entrar em erupção a qualquer momento.
Como o nome sugeria, havia ao menos um dragĂŁo lĂĄ. O dragĂŁo de fogo.
Os waluos haviam construĂdo sua cidade e viviam ao pĂ© daquela montanha. O dragĂŁo de fogo comia salamandras, e o Sr. Unjo disse que ele havia comido seus companheiros tambĂ©m. SerĂĄ que os orcs simplesmente nĂŁo tinham um gosto bom para ele? Era difĂcil imaginar isso. O dragĂŁo de fogo tinha que ser uma criatura perigosa. Haruhiro nĂŁo sabia por que, mas, por alguma razĂŁo, os waluos viviam bem ao lado dessa criatura. Seria exagero dizer que estavam prosperando tambĂ©m?
Os waluos talvez adorassem o temĂvel dragĂŁo de fogo. Ele poderia ser como um deus para eles. Ou melhor, talvez fosse um deus.
Agora, eles estavam enchendo a cidade de dragÔes, se preparando para algo. Poderia ser algum tipo de festival com um ritual envolvido. Então, o que seria aquela mulher na jaula?
â NĂŁo, ela nĂŁo pode ser um sacrifĂcio… pode? â Haruhiro murmurou para si mesmo.
Os waluos continuavam a visitar a mulher na jaula. Parecia que talvez estivessem se despedindo dela. NĂŁo havia uma atmosfera trĂĄgica, entĂŁo talvez fosse uma honra tornar-se um sacrifĂcio. NĂŁo, bem, nĂŁo estava decidido que ela era um sacrifĂcio ainda, e nĂŁo havia uma prova definitiva de que adoravam o dragĂŁo de fogo, tambĂ©m. SerĂĄ que a imaginação de Haruhiro estava indo longe demais…?
Ele não podia evitar pensar que havia muito espaço para diferentes possibilidades, mas, se especulasse demais enquanto fazia reconhecimento, acabaria cometendo um erro descuidado. Ele teria que sair quando a noite acabasse de qualquer maneira. Esse era um bom momento para se retirar, então ele o fez.
Para o retorno, ele saiu pelo distrito das oficinas, como havia decidido anteriormente. No caminho de volta, repetia em sua mente: Entrar Ă© fĂĄcil, mas voltar Ă© assustador. Era fĂĄcil se apressar na volta e, como resultado, baixar a guarda. Era melhor permanecer cauteloso.
Quando cruzou para o distrito das oficinas, os pelos da nuca de Haruhiro se arrepiaram. Ele rapidamente se escondeu em uma oficina prĂłxima. Ele havia sentido algo, embora nĂŁo pudesse ter certeza do que era. Deveria se esconder ali e ver o que estava acontecendo?
NĂŁo… ele decidiu seguir em frente.
Haruhiro manteve-se com a postura baixa, andando enquanto mantinha Stealth. Ele não conseguia ouvir seus próprios passos, o farfalhar das roupas ou mesmo sua respiração. Era como se Haruhiro não estivesse ali. Havia alguém, além dele, se movendo? Ele não via ninguém. Serå que imaginou?
NĂŁo necessariamente.
Ele estava conseguindo manter o foco. NĂŁo havia problema na forma como estava andando.
Sentia algo.
Tem alguĂ©m… algo, lĂĄ fora? EstĂŁo me observando?
Bem, quem se importa, ele decidiu.
Se estavam apenas observando, que observassem. Se viessem atrås dele, que viessem. Se se aproximassem mais, ele tinha certeza de que saberia. Ele seria capaz de reagir. Havia treinado bastante durante suas investigaçÔes solitårias nessas expediçÔes. Não era apenas para impressionar.
NĂŁo fique convencido, ele imediatamente se advertiu. NĂŁo se deixe levar. NĂŁo pense que estĂĄ indo bem. Pense que tem que se esforçar mais. Sempre dĂȘ o seu melhor.
Haruhiro jå estava convencido. Havia algo lå fora, e estava observando Haruhiro. Seguindo-o à distùncia. Ele só podia chamar isso de uma presença neste momento, mas ele sentia. Ela estava lå o tempo todo.
E nĂŁo apenas isso, havia mais de uma. Normalmente, uma atrĂĄs dele, Ă s vezes Ă direita, outras Ă esquerda, havia uma presença. A que estava logo atrĂĄs dele era constante, observando Haruhiro de uma distĂąncia fixa. A outra presença se aproximava, depois se afastava. Ăs vezes sumia, mas sempre voltava.
Não é como se ele não estivesse incomodado com isso. Ele também estava com medo. Contudo, ainda não o atacaram. Não adiantaria ceder ao medo nessa fase. Ele sabia disso, então estava se mantendo sob controle.
Saltou sobre o rio de lava do distrito de armazéns, deixando Waluandin para trås. Parou por um momento, depois se virou.
As presenças haviam desaparecido. Elas se foram? NĂŁo, ele nĂŁo podia ter certeza ainda. Haruhiro havia parado, entĂŁo elas tambĂ©m pararam. Por isso, tornou-se mais difĂcil para Haruhiro detectĂĄ-las. Talvez fosse apenas isso. Era cedo demais para se sentir aliviado.
As aldeias finalmente haviam adormecido a essa altura, entĂŁo ele correu por elas, arriscando-se.
Quem eram seus perseguidores? Waluos? Isso era bem provåvel. Humanos tinham ladrÔes como Haruhiro, então não seria tão estranho que houvesse orcs especializados em furtividade também. Serå que um par de waluos ladinos detectaram um intruso, Haruhiro, em Waluandin, e decidiram segui-lo para descobrir sua identidade e intençÔes? Bem, provavelmente era algo assim.
Isso era constrangedor. Ele jĂĄ havia ficado preocupado antes, quando mataram os caçadores waluo, mas, felizmente, aquilo nunca foi rastreado atĂ© eles. No entanto, se os waluos tomassem consciĂȘncia da existĂȘncia de Haruhiro, poderiam se tornar mais cautelosos. Se colocassem uma segurança adequada, ele nĂŁo conseguiria mais entrar e sair de Waluandin como vinha fazendo atĂ© agora.
Era melhor assumir que, se quisessem, os waluos poderiam se preparar para lidar com inimigos externos. Isso tambĂ©m era verdade para os orcs de Grimgar, mas os orcs de Waluandin eram aproximadamente tĂŁo inteligentes quanto os humanos. Embora fossem diferentes, e houvesse muitas coisas que um lado nĂŁo conseguia aceitar sobre o outro, nĂŁo se podia dizer que um dos lados era superior ou inferior. Em Grimgar, os humanos foram derrotados pela Aliança dos Reis, que incluĂa orcs, e foram forçados a recuar para o sul das Montanhas Tenryu por um tempo. Para os humanos, os orcs eram um inimigo Ă altura.
Haruhiro fez o mĂĄximo para nĂŁo entrar nos campos das aldeias. Era difĂcil chamar aquele terreno de bom, o que certamente reduziria sua velocidade. Isso tornaria difĂcil reagir rapidamente. Ele seguiu rĂĄpido pelas trilhas estreitas criadas entre os campos.
No caminho, ele sentiu as presenças novamente. Como esperado. Parecia que não tinham intenção de deixar Haruhiro ir.
Ele ainda nĂŁo havia pensado em todos os detalhes, mas tinha um plano geral em mente. Primeiro, ele sondaria as presenças enquanto saĂa das aldeias o mais rĂĄpido possĂvel. Se o atacassem, ele teria que fugir imediatamente. Ele conseguiria escapar? Havia muitos elementos desconhecidos, honestamente, e ele sĂł teria certeza ao tentar, mas se chegasse a isso, teria que fugir.
Isso Ă© assustador.
Ele viu sombras em movimento duas vezes. Parou de sentir as presenças assim que entrou no caminho sinuoso entre as fendas da falĂ©sia, mas era melhor nĂŁo presumir que elas haviam desistido. Manter a calma nessa situação era incrivelmente difĂcil. Sim, isso nĂŁo ia acontecer.
Ainda assim, de alguma forma, ele estava conseguindo evitar o pĂąnico. Isso jĂĄ era algo bom, certo? Ele queria se elogiar por isso. Bem, nĂŁo, nĂŁo realmente. Ele ainda nĂŁo estava seguro. Deveria esperar antes de cantar vitĂłria.
Ele saiu das fendas e entrou nas planĂcies. Estava quase de volta ao ponto de encontro no Rio das Fontes Termais.
A noite ainda não havia terminado. Seus companheiros provavelmente estavam dormindo, com alguém de guarda. Se fosse de dia, estariam caçando gujis ou talvez indo para Alluja. Ambas as situaçÔes dificultariam o reagrupamento, então talvez fosse melhor ver isso como sorte dentro do azar.
SerĂĄ?
Minha barriga dĂłi, pensou Haruhiro. Nada de novo aĂ. Talvez eu desenvolva uma Ășlcera? Se eu tiver, acho que poderĂamos tratar com magia de luz. SerĂĄ que funciona em doenças internas? NĂŁo sei. Vou ter que perguntar Ă Mary quando tiver a chance.
Ele estava pensando em coisas que não importavam. Isso era prova de que sua concentração estava se desfazendo.
Haruhiro se forçou a voltar à tarefa em mãos. Ele conseguia ver o local onde os outros estavam esperando.
Quem estava de guarda? Parecia ser Shihoru. Todos os outros estavam deitados. Shihoru era a Ășnica sentada.
Isso nĂŁo Ă© bom.
Haruhiro começou a suar frio e sentiu uma sensação desagradåvel subindo em seu peito. Serå que tinha cometido um erro?
Ele praticamente havia levado seus perseguidores atĂ© seus companheiros. Talvez esse fosse o objetivo deles o tempo todo. Eles descobriram um indivĂduo suspeito, Haruhiro, mas tinham certeza de que ele nĂŁo estava sozinho, e que outros tinham que estar em algum lugar. EntĂŁo, para pegĂĄ-los todos de uma vez, ou para matĂĄ-los, eles seguiram Haruhiro. Foi por isso que deliberadamente escolheram nĂŁo atacĂĄ-lo.
Estavam deixando Haruhiro nadar, por assim dizer. Agora, o inimigo poderia deixĂĄ-lo de lado e emboscar todos os seus companheiros, exceto Shihoru, enquanto dormiam.
O que ele deveria fazer nesse caso? O que ele faria? Não havia tempo para indecisão. Haruhiro correu em direção aos outros.
â Shihoru! Acorda todo mundo! Fujam!
â Huh… Haruhiro-kun?! Ah! â Apavorada, Shihoru bateu na cabeça de Ranta com seu cajado. â A-Acorda…!
â Ngahh?! â Ranta saltou. â O-O-O que tĂĄ fazendo?!
â …Huh? â Yume esfregou os olhos enquanto se sentava.
â Gah?! â Kuzaku gritou enquanto se levantava rapidamente.
â Estou… â Mary tentou correr assim que acordou, mas tropeçou. â …Wah!
Ahhh, Haruhiro pensou freneticamente.
Isso fez meu coração disparar. Não, agora não é hora de me encantar com ela. Honestamente, tenho preocupaçÔes maiores.
Haruhiro olhou em todas as direçÔes, correndo enquanto gritava: â Provavelmente temos inimigos! Corram! NĂŁo se separem!
â Vamo! â Yume puxou Mary para se levantar e colocou a mochila dela nos ombros.
â Obrigada â disse Mary, pegando suas prĂłprias coisas. Shihoru jĂĄ estava saindo de lĂĄ.
Kuzaku assumiu a liderança, enquanto Ranta sacava RIPer.
â Inimigos?! Onde? Eu vou pegĂĄ-los… â Ranta começou.
Antes que Haruhiro pudesse gritar qualquer coisaâ
â Espera aĂ! â ele ouviu uma voz familiar dizer.
â NĂŁo… â Haruhiro parou tĂŁo de repente que quase caiu, entĂŁo se virou em direção Ă voz.
A voz vinha de trĂĄs dele, Ă direita. A mulher que saiu da escuridĂŁo vestia um manto escuro e um chapĂ©u de aba larga. Por algum motivo, ela imediatamente tirou o manto e o chapĂ©u, revelando-se comoânĂŁo importa onde ou como vocĂȘ a olhasseâuma dominatrix.
Por que ela precisava acentuar suas partes femininas, expondo habilmente tudo, exceto as partes que realmente nĂŁo deveria mostrar? Quando ela empinou o peito, era difĂcil desviar o olhar.
â …Lala-san? â Haruhiro disse lentamente.
â Quanto tempo, nĂŁo Ă©? â Lala disse com um sorriso sedutor, lambendo os lĂĄbios. â Estou surpresa de ver vocĂȘ vivo.
â Aqueles que me seguiram de Waluandin… eram vocĂȘ e Nono-san?
â Bem, sim â disse Lala. â Embora eu nĂŁo esperasse que vocĂȘ notasse. Nono!
O homem apareceu na direção das fendas estreitas. Ele tinha cabelos brancos e usava uma måscara preta cobrindo a metade inferior de seu rosto.
Nono se aproximou de Lala e se ajoelhou de quatro. Lala se sentou nas costas de Nono e cruzou as pernas.
â EntĂŁo? O que vocĂȘ estava fazendo na cidade dos orcs, bem antes do Festival do DragĂŁo de Fogo?
â Festi…val? â Yume inclinou a cabeça para o lado, confusa.
â E-Espere aĂ! â Ranta estava quase colocando sua espada de volta na bainha, mas a preparou novamente. â Haruhiro, sĂŁo esses os inimigos de que vocĂȘ estava falando, nĂ©?! SĂł porque sĂŁo humanos e os conhecemos, nĂŁo significa que estĂŁo do nosso lado! Eles jĂĄ nos abandonaram uma vez!
â Abandonamos vocĂȘs? â Lala bufou. â Fizemos isso?
â S-S-Sim! VocĂȘs nos deixaram para trĂĄs e saĂram sozinhos, nĂŁo deixei isso passar!
â Essa nĂŁo era nossa intenção, mas, mesmo que fosse, por que trazer isso Ă tona agora? VocĂȘ Ă© tĂŁo enjoado. Nem consigo reunir motivação para treinar vocĂȘ e expandir isso.
â E-Expandir isso… â Shihoru gaguejou.
(NT: Lala chama Ranta de âtight-assâ, que pode significar que ele Ă© muito sĂ©rio e sem graça ou atĂ© âapertadoâ.)
Hum, Shihoru, Haruhiro pensou. Por que ela, de todas as pessoas, foi quem reagiu a isso?
â Cala a boca! â Ranta reclamou. â Olha, tivemos momentos bem difĂceis desde entĂŁo! Passamos por muita coisa! NĂŁo sabĂamos o que fazer, foi muito difĂcil!
â Foi o mesmo para nĂłs â disse Lala.
â M-Mas! Eu entendo o que vocĂȘ estĂĄ dizendo, mas ainda assim!
â …Ranta-kun â Kuzaku sussurrou para ele. â Com educação. VocĂȘ estĂĄ falando com ela com educação.
â TĂĄ imaginando coisa, seu idiota! Cabeça de vento! VocĂȘ Ă© grande demais pro seu prĂłprio bem, droga!
Mary olhou para Haruhiro. E agora? Sua expressĂŁo perguntava.
Haruhiro esfregou a parte inferior das costas, colocando discretamente um dedo no cabo de seu estilete.
â Eu realmente nĂŁo acho que vocĂȘs nos abandonaram. NĂŁo, nĂŁo sĂł eu… nenhum de nĂłs acha isso. Exceto o idiota. Talvez seja algum tipo de sinal que nos encontramos de novo assim. Eu gostaria de trocar informaçÔes.
Claro, se por algum motivo Lala e Nono tentassem machucar Haruhiro e a party, ou tivessem a intenção de usĂĄ-los, ele nĂŁo pararia por aĂ.
â Sentimos o mesmo, claro â Lala estreitou os olhos, tocando seus lĂĄbios de forma provocante. â VocĂȘ Ă© uma figura estranha. Haruhiro, era isso? VocĂȘ tem um rosto bonito.
â Dizem que tenho olhos sonolentos, no entanto â Haruhiro teve que se esforçar para nĂŁo mudar sua expressĂŁo. Ela enxerga muito bem atravĂ©s de mim. â EntĂŁo, o que Ă© esse tal Festival do DragĂŁo de Fogo?
â VocĂȘ viu eles se preparando para isso, nĂŁo viu? â perguntou Lala. â Ainda nĂŁo sabemos com que frequĂȘncia acontece, mas Ă© relativamente comum. Ă um grande ritual onde oferecem um sacrifĂcio ao dragĂŁo de fogo. A cidade inteira comemora. Ah, e o nome Festival do DragĂŁo de Fogo Ă© sĂł como nĂłs chamamos. Que pena, nĂŁo acha? Parece que nĂŁo vamos conseguir fazer amizade com os orcs.
â SacrifĂcios e rituais, Ă©…? â Ranta guardou sua espada e se ajoelhou. Parecia que ele estava se preparando, caso precisasse se prostrar. O que tinha de errado com esse cara?
â …EntĂŁo, uh… basicamente, eles estĂŁo, sabe â Haruhiro disse. â Oferecendo o sacrifĂcio ao dragĂŁo de fogo? SĂ©rio?
â …Foi o que ela disse â murmurou Shihoru, com a voz carregada de repulsa.
Pode crer, pensou Haruhiro.
EntĂŁo, era isso mesmo? O Festival do DragĂŁo de Fogo. O sacrifĂcio. As ruas lotadas de foliĂ”es.
Talvez, sĂł talvez, isso pudesse ser… o quĂȘ exatamente?
Poderia ser a chance deles… talvez? A chance de quĂȘ?
Isso era Ăłbvio. Se aproveitassem essa oportunidade, talvez fosse possĂvel. O pensamento passou por sua cabeça. Agora ele jĂĄ havia pensado nisso.
Talvez todos pudessem atravessar Waluandin e chegar até a Montanha do Dragão de Fogo. Eles poderiam procurar pela caverna e, quem sabe, voltar por ela.
â Parece que vocĂȘ tem algumas informaçÔes Ășteis â Lala sorriu sedutoramente e fez um gesto com o dedo para Haruhiro se aproximar. â Conte tudo para a Lala-sama. Quem sabe vocĂȘ nĂŁo ganha uma recompensa adorĂĄvel por isso?
Tradução: ParupiroHPara estas e outras obras, visite o Cantinho do ParupiroH â Clicando Aqui
Tradução feita por fãs.
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