Hai to Gensou no Grimgar â CapĂtulo 04 â Volume 6
Hai to Gensou no GrimgarGrimgar of Fantasy and Ash
Light Novel Online – CapĂtulo 04:
[Caminhos Divergentes Sob um Céu Distinto]
Quando todos se reencontraram, foram Ă s compras. Kuzaku comprou um novo escudo e um elmo para substituir os que haviam sofrido bastante. Mary comprou um cajado com mais poder de ataque. Quanto Ă Betrayer Mk. II de Rantaâum nome que, claro, o estĂșpido do Ranta havia dado Ă sua nova espadaâele negociou atĂ© o preço cair ao mĂĄximo. Para o restante da party, eles compraram apenas suas necessidades diĂĄrias.
Foi muito mais divertido do que esperavam. Eles conseguiam encontrar muitas coisas no Posto Avançado do Campo Solitårio e não sentiam falta de muita coisa, mas Altana tinha uma seleção de produtos melhor. Não havia comparação. Só de olhar para tudo aquilo, jå ficavam animados.
Mesmo Haruhiro, que sempre era criticado por ser chato, desanimado, estraga-prazeres e mesquinho… A experiĂȘncia de explorar as lojas ali era um tanto esmagadora, e houve momentos em que ele sentiu que poderia acabar comprando todo tipo de coisa de que nĂŁo precisava realmente, mas se segurou com muito esforço.
Quando deixaram Altana, sentiram uma pontinha de saudade.
Eles viajaram para o oeste atravĂ©s das PlanĂcies de Vento RĂĄpido. No caminho, acamparam uma vez, percorrendo aproximadamente 35 quilĂŽmetros a pĂ© atĂ© chegarem ao Posto Avançado do Campo SolitĂĄrio por volta das duas da tarde. Se entrassem no Reino do CrepĂșsculo e alcançassem o assentamento naquele dia, poderiam começar a trabalhar jĂĄ na manhĂŁ seguinte. A party de Haruhiro e os Tokkis tinham essa intenção, mas…
No Posto Avançado do Campo Solitårio, eles encontraram Shinohara.
â Ei, Haruhiro â disse o homem. â E vocĂȘ tambĂ©m, Tokimune.
Shinohara nĂŁo havia mudado nada desde a primeira vez que Haruhiro o conhecera. Ele tinha um rosto amigĂĄvel, um comportamento tranquilo e usava uma capa branca. A capa tinha um emblema com sete estrelas em forma de X. O sĂmbolo do ClĂŁ Orion.
Haruhiro havia notado outros homens e mulheres usando as capas brancas de Orion espalhados pelo Posto Avançado do Campo Solitårio. Shinohara não estava sozinho; com ele estavam o guerreiro de olhos estreitos e cabelo curto, Hayashi, e um homem de óculos com o cabelo raspado.
Hayashi fez um aceno para Mary, que retribuiu com um leve sorriso. Hayashi pareceu surpreso.
â …Espera, hein? â Haruhiro ficou espantado, mas satisfeito ao ver que Mary conseguia cumprimentar seu antigo companheiro com um sorriso. Ele suprimiu o pensamento cĂnico: Ah, aposto que isso tambĂ©m Ă© graças a ele, nĂ©?, enquanto esfregava a bochecha com a ponta do dedo. â Shinohara, vocĂȘs estĂŁo saindo do Reino do CrepĂșsculo?
â A verdade Ă© que ainda nĂŁo temos certeza â disse o homem.
â HĂŁ?! HĂŁ?! HĂŁĂŁĂŁ?! â Os olhos de Kikkawa se arregalaram. Ele deu um salto no ar e agitou os braços. â O que, o quĂȘ? Aconteceu alguma coisa? Teve um pening-hap?!
â O que Ă© um pening-hap? â perguntou o homem de cabelo raspado e Ăłculos.
â Uau, vocĂȘ vai me questionar sobre isso?! SĂ©rio?! Tipo, de verdade?! â Kikkawa gritou.
â Kikkawa, vocĂȘ Ă© irritante, tĂĄ! â Anna-san deu um tapa na cabeça de Kikkawa.
â Bom… â Haruhiro achou chato, mas deveria explicar, pelo menos. â Um pening-hap Ă© um… acontecimento… Acho que ele embaralhou a palavra.
â Ohhh. â O homem de cabelo raspado começou a rir de repente. â Entendi, entendi.
Ele acha isso… engraçado? NĂŁo Ă© engraçado.
â E aĂ? â Tokimune perguntou, mostrando os dentes brancos. â Aconteceu alguma coisa, Sheeno?
â Sheeno? â Shihoru repetiu baixinho, desconfiada.
â Porque ele Ă© o Shinohara! â gritou Ranta (o idiota). â Por isso ele Ă© Sheeno, entendeu?!
â Coloca um -san, pelo menos. Ele merece um -san â Haruhiro o repreendeu, incrĂ©dulo.
Ranta (o lixo), que bajulava os poderosos e pisava nos fracos, rapidamente se curvou e fez uma saudação exagerada. â Desculpa! Me empolguei! NĂŁo, sabe, foi sĂł a forma como falamos, ou o calor do momento, sabe como Ă©! Tipo quando falamos de pessoas famosas sem usar honorĂficos!
â Eu nĂŁo me importo com isso. â Foi a resposta madura que se esperava de Shinohara.
â Heh… â O Ășnico olho de Inui brilhou de maneira sinistraâbem, na verdade, ele tinha dois olhos, mas estava cobrindo um com o tapa-olho. â Ele Ă© sĂł o Shinohara, mas ganha o apelido de Sheeno, hein…
Whoa, Inui, vocĂȘ estĂĄ sendo ainda mais rude que o Ranta, sabia?, pensou Haruhiro.
â Nunca ouvi isso antes â disse Mimorin, piscando.
HĂŁ? Ela nunca ouviu esse apelido antes?
â Acabei de inventar â disse Tokimune, piscando e fazendo um sinal de positivo com o polegar. â Ă o apelido perfeito pra ele, nĂŁo Ă©?
â Sem dĂșvida, nĂ©?! â Anna-san deu um sorriso radiante e fez o mesmo gesto de positivo com o polegar.
â Ă mais fofo que Shinoharadon e Shinoharacchom, pelo menos â acrescentou Yume, sem sentido, cruzando os braços e acenando para si mesma.
â O quĂȘ? â Tada franziu a testa. â VocĂȘs sĂŁo todos idiotas? Cada um de vocĂȘs? Shinoharaiden Ă© melhor.
Kuzaku e Mary se entreolharam com sorrisos constrangidos, entĂŁo rapidamente desviaram o olhar.
O que, o que, o que? Por que estĂŁo desviando o olhar? Podem ir em frente, nĂŁo me importo. Por que nĂŁo fogem para o prĂłprio mundinho de vocĂȘs? NĂŁo vĂŁo fazer isso? Hmm. Ah, entendi. NĂŁo que eu me importe.
â Estou bem com qualquer coisa, na verdade â disse Shinohara. Mesmo depois de toda essa bobagem, ele ainda era um adulto, rindo feliz com um sorriso genuĂno. â Agora, quanto Ă resposta da sua pergunta… Sim, algo aconteceu. Indo direto ao ponto, o Reino do CrepĂșsculo estĂĄ se tornando menos atraente.
â Permita-me fornecer o restante da explicação â interrompeu o homem de cabelo raspado e Ăłculos.
Espera, quem Ă© esse cara? JĂĄ o vi antesâjĂĄ vi, nĂ©? Mas nĂŁo sei o nome dele.
Enquanto Haruhiro inclinava a cabeça, olhando para o homem de forma questionadora, o homem de cabelo raspado se virou para ele e sorriu.
â Desculpe a demora na apresentação. Sou Kimura, do clĂŁ Orion.
â …Oh. â Haruhiro fez uma reverĂȘncia reflexiva. â Obrigado. Ă muita gentileza sua.
â Sei quem vocĂȘ Ă© â disse Kimura. â VocĂȘ Ă© o Sr. Haruhiro. Aquele Ă© o Sr. Ranta. Srta. Yume. Srta. Mary. Srta. Shihoru. Sr. Kuzaku. Sr. Tokimune e Sr. Tada, Sr. Inui, Anna-san, Srta. Mimori e Sr. Kikkawa. Estou certo?
Ele adora chamar as pessoas de âSr.â E âSrta.â, mas ainda se referiu Ă Anna-san com -san, como deveria. Esse Kimura nĂŁo Ă© um cara comum, acho, pensou Haruhiro.
â Kimura-san e Shinohara-san sĂŁo amigos inseparĂĄveis â explicou Hayashi.
â Possum buddies? â perguntou Yume.
Yume, isso estĂĄ errado.
â Idiota, Ă© boobie buddies (amigos do peito), obviamente! â gritou um pedaço de lixo.
Ranta, isso também estå errado.
â Amigos de peito, hein… Heh… â Inui estava errado tambĂ©m.
â SĂŁo amigos melosos, nĂ©?! â A de Anna-san estava longe demais.
â O quĂȘ?! Tipo, eles se metem em todo tipo de situaçÔes suculentas e pegajosas juntos?! â gritou Kikkawa.
Por que Kikkawa estava tĂŁo empolgado?
â Gyudon Ă© suculento â Mimorin acenou.
Tem um lugar de gyudon em Altana, mas por algum motivo nĂŁo serve carne nele.
â Bosom buddies… â Mary parecia estar pensando profundamente. â O que isso significa?
â Ah, hum… â Kuzaku tambĂ©m nĂŁo parecia saber.
Bosom buddies, hein. Sim, Ă© um pouco difĂcil de definir. NĂŁo se usa esse termo com frequĂȘncia. NĂŁo estou surpreso que eles nĂŁo saibam.
Por acaso, Haruhiro jĂĄ havia ouvido antes e podia mais ou menos adivinhar o significado. Provavelmente, queria dizer que eram prĂłximos, ou algo assim, certo? Confidentes, talvez? Shinohara e Kimura? Eles faziam um par um pouco estranho.
â Heh heh heh. â Kimura soltou uma risada misteriosa, que fez seus ombros tremerem. â Eu, amigo inseparĂĄvel de Shinohara? VocĂȘ exagera. Somos simplesmente amigos. Claro que nĂŁo hĂĄ nada de BL rolando entre nĂłs. NĂŁo Ă© mesmo, Shinohara?
â Sim. â A resposta de Shinohara continuava sendo amigĂĄvel. â Se houvesse algo de BL rolando entre mim e Kimura, isso seria nojento.
â Uwah ha ha ha! â Kimura riu tanto que precisou segurar a barriga.
â BL Ă© a abreviação de boysâ love â explicou rapidamente Hayashi.
â Eu jĂĄ sabia disso, seu idiota! â gritou Anna-san com ele.
Que bagunça caĂłtica, Haruhiro pensou consigo mesmo. Essa conversa nĂŁo vai a lugar nenhum…
NĂŁo, seria mais correto dizer que nĂŁo tinha ido a lugar nenhum. ApĂłs uma boa risada, Kimura explicou de forma eficiente e lĂłgica o que havia acontecido.
Acreditava-se que tudo começara cinco dias antes, quando o Iron Knuckle atacou outra base de cultistas e massacrou os cultistas que estavam lå.
O ataque em si havia sido um sucesso, mas dois dias depoisâou seja, trĂȘs dias atrĂĄsâhouve uma mudança no Reino do CrepĂșsculo.
Inacreditavelmente, um deus gigante, uma criatura humanoide tão imensa que parecia tocar os céus, havia aparecido e começado a perseguir humanos sempre que os encontrava.
JĂĄ tinham visto o deus gigante Ă distĂąncia antes. Haruhiro e os outros o haviam avistado vĂĄrias vezes. No entanto, o deus gigante nunca se aproximava, e parecia estar sempre longe da colina inicial.
Ouviram dizer que, muito ao sudoeste da colina inicial, havia uma bacia, o Grande Caldeirão dos Deuses, e que o deus gigante vagava por aquela årea. Também ouviram dizer que quem havia descoberto o Grande Caldeirão dos Deuses e dado esse nome foram Lala e Nono.
O deus gigante era tão grande que parecia irreal, e estava claro que mexer com ele seria perigoso. Por isso, naturalmente, ninguém tinha sido tolo o suficiente para tentar, e mesmo que ele visse pessoas, nada acontecia. Ele era considerado essencialmente inofensivo.
Contudo, isso havia mudado de repenteâaparentemente.
Era âaparentementeâ porque ninguĂ©m havia realmente enfrentado o deus gigante ainda. Por isso, nĂŁo podiam afirmar com certeza se ele realmente queria lutar ou nĂŁo.
Era difĂcil imaginar que alguĂ©m fosse imprudente o suficiente, ou melhor, estĂșpido o suficiente, para desafiar uma criatura tĂŁo imensa em uma luta. No momento em que percebessem Ah, droga, ele estĂĄ aqui, qualquer um fugiria. Uma vez que se afastassem a certa distĂąncia, ele nĂŁo perseguia, mas qual era essa distĂąncia exata nĂŁo estava claro. Se tivessem que ficar em alerta o tempo todo, isso tornava a caça de cultistas e gigantes ainda mais exaustiva.
Ah, isso estĂĄ ficando ruim, eles decidiram, e entĂŁo Orion se retirou temporariamente do Reino do CrepĂșsculo.
A situação poderia mudar, então não era uma retirada permanente. Decidiram deixar apenas uma party para trås enquanto Shinohara e os outros iam ganhar dinheiro em outro lugar por enquanto.
â Iron Knuckle, de novo?! â gritou Ranta. â Aqueles arrombados! Eles nĂŁo pensam em como as açÔes deles afetam os outros?! Isso Ă© um saco, droga!
â Olha quem fala â murmurou Haruhiro.
â Huhhh?! O que vocĂȘ disse de mim, Parupiroooo?!
â Ah… â Shihoru apontou para a longe. â AlguĂ©m do Iron Knuckle…
â Desculpaaaa! â Ranta imediatamente saltou no ar e se jogou no chĂŁo. â Eu nĂŁo quis dizer isso agora. SĂ©rio, sĂ©rio, nĂŁo fui eu, nosso Haruhiro estava dizendo isso antes, entĂŁo…!
â AĂ vai ele, sutilmente jogando a culpa em mim… sutilmente, claro â murmurou Haruhiro.
â O quĂȘĂȘĂȘ?! â gritou Ranta. â Eles nĂŁo estĂŁo lĂĄ?! Nenhum Iron Knuckle! Shihorurururu, vocĂȘ me enganou! Sua bomba secreta de peitos caĂdos!
â NĂŁo me chama de nomes estranhos!
â Cala a boca, peitos caĂdos! Pelo seu crime, eu te sentencio a trocar de roupa publicamente!
â Heh… â Inui exibiu um sorriso de maldade irreparĂĄvel em seu rosto de velho. â Eu tambĂ©m gostaria de gravar essa cena na minha memĂłria… No entanto, sĂł eu deveria ver isso!
â NinguĂ©m vai ver nada. â Shihoru cruzou os braços ao redor do corpo, lançando um olhar sujo para Inui.
â VocĂȘs sĂŁo um grupo bem animado â disse Shinohara com um sorriso.
â Eles sĂł sĂŁo irritantes â Tada ajustou os Ăłculos com o dedo indicador. â Um bando de rola-bosta.
Chama de rola-bosta foi um pouco demais, mas Haruhiro nĂŁo poderia concordar mais.
â O deus gigante, hein… â Tokimune olhou para Haruhiro. â O que vocĂȘ quer fazer?
Havia algo que eles realmente poderiam fazer?
Considerando a natureza do comĂ©rcio dos soldados voluntĂĄrios, nĂŁo havia como sobreviver sem correr riscos. Dito isso, da parte de Haruhiro, ele queria evitar todos os riscos evitĂĄveis o mĂĄximo que pudesse. Eles eram, tecnicamente, os descobridores do Reino do CrepĂșsculo, entĂŁo era decepcionante ter que fazer isso, mas talvez fosse melhor considerar outras opçÔes.
Essa era a sua opiniĂŁo, e ele disse isso.
Agora, quanto Ă resposta que ele recebeu, aqui estĂĄ como as coisas se desenrolaram:
â Uhhhuuuuu! â No topo daquela colina inicial, Ranta soltou um grito estranho, com os olhos arregalados.
Era aquela hora do dia em que normalmente o sol estaria se pondo, mas no Reino do CrepĂșsculo, nĂŁo havia manhĂŁ nem noite. Era sempre o mesmo cĂ©u de vĂĄrias cores que se estendia atĂ© onde a vista alcançava.
Sob aquele cĂ©u indescritĂvel e de outro mundo, um deus gigante e esquelĂ©tico estava dando um passeio tranquilo.
â Acha que ele estĂĄ a quantos quilĂŽmetros? â Kuzaku suspirou. â DifĂcil ter noção de distĂąncia.
â Hmmm. â Anna-san estava montada nos ombros de Tokimune. â Diria uns oitenta quilĂŽmetros? Por aĂ?
â NĂŁo pode estar tĂŁo longe assim â Haruhiro nĂŁo conseguiu evitar apontar.
â Cinco quilĂŽmetros… talvez, cĂȘ acha? â Yume estreitou os olhos para o deus gigante. â Talvez uns dez quilĂŽmetros? Vinte, talvez? Yume tĂĄ tendo dificuldade de adivinhar tambĂ©m. Uooooh. Ele Ă© pequeno, mas Ă© grandĂŁo, nĂ©?!
â Isso Ă© contraditĂłrio, mas realmente parece assim â Shihoru disse, assentindo, ao lado de Yume.
Sim, sério.
Considerando a teoria de Yume e assumindo que ele estava, no måximo, a vinte quilÎmetros de distùncia, isso ainda era bem longe. Se estivesse a vinte quilÎmetros nessa direção, mesmo um gigante extra-grande de duzentos metros de altura seria apenas um pontinho à distùncia. Mesmo aquele deus gigante não era tão grande a ponto de precisarem olhar para cima.
Mas ele era imenso. NĂŁo era um tamanho que qualquer criatura viva deveria ter. Era uma montanha. NĂŁo apenas uma colina, era uma montanha.
Ele se lembrou da primeira vez que tinham visto o deus gigante. Foi quando estavam voltando do resgate dos Tokkis depois que eles tentaram trapacear.
Naquela ocasiĂŁo, Haruhiro pensou que ele era incrivelmente grande, dado que estava a vĂĄrios metros de distĂąncia deles.
VĂĄrios metros?
DifĂcil. Naquela vez, ele tinha que estar pelo menos tĂŁo longe quanto agora.
NĂŁo, mais longe.
Era como Kuzaku disse. O deus gigante era tão grande que distorcia sua noção de distùncia.
â Ele Ă© bem rĂĄpido, hein â Tada murmurou.
â As pernas dele sĂŁo beeeeem longas… â Kikkawa parecia impressionado, sem motivo aparente. â Tipo, longas demais. Seus movimentos sĂŁo surpreendentemente ĂĄgeis tambĂ©m. Uau, uau…
O deus gigante estava ao sul da colina inicial, movendo-se de leste a oeste. Seus movimentos nĂŁo pareciam tĂŁo ĂĄgeis para Haruhiro, mas eles conseguiam ver o movimento das pernas mesmo de onde estavam, entĂŁo ele definitivamente nĂŁo era lento.
â Ah! â Mimorin prendeu a respiração, apontando para o sudeste. â Tem algo ali.
â O que Ă© aquilo? â Mary tinha uma expressĂŁo sombria.
Kuzaku estava olhando para ela de soslaio.
â Parece ser grande tambĂ©m â Tokimune lambeu os lĂĄbios.
â Bem, sim â Haruhiro disse. Tenho certeza que Ă©.
Haruhiro esfregou a barriga. Seu estĂŽmago doĂa um pouco.
Isso serve para todos os Tokkis, mas por que ele parece estar se divertindo tanto? Por que ele estĂĄ tĂŁo descaradamente empolgado?
Eu sei como eles sĂŁo. Estou ciente disso, mas mesmo assim fico cansado. No entanto, estou acostumado, entende? Quer dizer, temos o Ranta.
Sim. Foi graças ao Ranta que ele conseguiu se dar bem com os Tokkis atĂ© agora. Isso definitivamente fez parte de como ele conseguiu. Se ele nĂŁo estivesse acostumado com o Ranta, atĂ© mesmo se comunicar com os Tokkis teria sido difĂcil.
O efeito Ranta era realmente impressionante. Se as pessoas tinham um lado ruim, também tinham que ter um lado bom. Não poderia haver sombras sem luz.
No entanto, ele também poderia inverter a teoria e dizer que, por estar muito acostumado com o Ranta, acabaram trabalhando com os Tokkis, e isso estava os colocando em sérios problemas.
Ele poderia concluir que, no fim, Ranta era uma praga para a party. E, na verdade, ele sempre havia sido algo muito prĂłximo de uma praga para eles.
A grande coisa que eles viram ali, era branca e contorcida. Pode nĂŁo ser tĂŁo grande quanto o deus gigante, mas era bem grande. O que diabos era aquilo? NĂŁo era humanoide. Ele podia afirmar isso com certeza.
Ă um polvo… ou algo assim? Embora eu nunca tenha ido ao oceano em Grimgar, eu sei o que Ă© um polvo. NĂŁo Ă©… exatamente como um polvo. Mas, de alguma forma, dĂĄ pra ver que tem um monte de coisas parecidas com tentĂĄculos, e parece que ele os estĂĄ movendo para andarâNĂŁo, talvez seja como uma massa de tentĂĄculos?
A essa distĂąncia, era difĂcil dizer. Estava muito mais perto do que o deus gigante. Dois quilĂŽmetros, trĂȘs talvez. Ou quem sabe, apenas um.
â Que fofura… â Mimorin estava olhando apaixonadamente naquela direção.
Haruhiro, Shihoru, Yume, Mary, Kuzaku e até Ranta estavam chocados, mas os Tokkis pareciam completamente despreocupados.
Esse Ă© o problema da Mimorin…
â HĂŁ… â Haruhiro levantou a mĂŁo, hesitante.
Tokimune olhou para ele com um âHm?â
Agora que eles tinham visto aquela coisaâou melhor, aquelas coisasâcom seus prĂłprios olhos, certamente atĂ© os Tokkis concordariam com Haruhiro. Ou, pelo menos, teriam a mesma opiniĂŁo que ele.
â Que tal voltarmos? â sugeriu ele. â Essas coisas sĂŁo perigosas. Independentemente de como vocĂȘ veja isso.
â Seu idiota! â Ranta se virou para ele. â VocĂȘ se diz um homem, falando essas coisas? VocĂȘ tem mesmo um par de bolas?! TĂŽ perguntando se vocĂȘ tem um par de bolas penduradas entre as pernas, seu frouxo!
â Isso tem alguma coisa a ver? â perguntou Haruhiro.
â Claro que tem! Tem, nĂ©, Tokimune-san?!
â NĂŁo sei. â Tokimune inclinou a cabeça para o lado. â Talvez nĂŁo?
â Claro que nĂŁo tem! â Ranta rapidamente mudou de ideia. â Hahaha! NĂŁo faz diferença, faz? Ă por isso que eu disse, Panpirorin! NĂŁo importa se vocĂȘ Ă© homem, mulher ou se tem bolas! VocĂȘ realmente Ă© um idiota que nĂŁo entende nada, nĂ©?
â Bolas, bolas, bolas, cala a boca de uma vez, Ă©! â Anna-san gritou para Ranta do alto da cabeça de Tokimune. â VocĂȘ Ă© muito vulgar, tĂĄ?! Temos muitas damas puras aqui!
â VocĂȘ Ă© a Ășltima pessoa que eu quero me chamando de vulgar! Nem eu sou tĂŁo ruim quanto vocĂȘ!
â VocĂȘ sabe?! Ouch! NĂŁo, espera, o que vocĂȘ quis dizer?! Seu bastardo de pau pequeno e cheio de esmegma!
â De qualquer forma, continuando… â Haruhiro disse, limpando a saliva de Anna-san do rosto. â Podemos voltar? Se formos agora, ainda conseguimos chegar ao Posto Avançado do Campo SolitĂĄrio hoje. Podemos decidir o que faremos a partir de amanhĂŁ quando estivermos lĂĄ…
â HĂŁ? â Tokimune piscou. â Por quĂȘ?
â Ei, Haruhiro. â Tada colocou a mĂŁo na testa de Haruhiro. â Parece que vocĂȘ nĂŁo estĂĄ com febre.
â NĂŁo estou. â Haruhiro afastou a mĂŁo de Tada. â Se alguĂ©m aqui estĂĄ com febre, tenho que dizer que sĂŁo vocĂȘs… â murmurou ele, sem querer.
â Heh… â Por algum motivo, Inui começou a rir. â Heh heh heh heh… Ah ha ha ha ha ha ha!
Espera, ele estĂĄ gargalhando. O que hĂĄ de errado com esse cara? SerĂĄ que ele Ă© humano? Talvez nĂŁo seja? Ele estĂĄ me assustando.
EstĂĄ realmente me assustando.
â Escuta, Haruhiro â Tokimune colocou uma mĂŁo no ombro de Haruhiro, enquanto Anna-san ainda estava sentada em cima dele. â Tenho uma opiniĂŁo surpreendentemente boa sobre vocĂȘ. Se eu disser que Ă© surpreendente, serĂĄ que soa rude?
â Nah, tĂĄ tudo bem. Pode chamar de surpreendente, ou o que for.
â Bom, de qualquer forma, vocĂȘ Ă© bem simples, praticamente sem paixĂŁo ou energia, mas Ă© calmo e tem habilidades de tomada de decisĂŁo razoĂĄveis, entĂŁo Ă© reconfortante tĂȘ-lo como aliado. Isso porque vocĂȘ tem algo que nos falta.
â Elogios nĂŁo vĂŁo te conseguir nada comigo, sabia…
â TĂĄ brincando, nĂ©? â Tokimune perguntou.
â NĂŁo, tĂŽ falando sĂ©rio.
â Bem, eu nĂŁo odeio isso em vocĂȘ.
â NĂŁo odeia, huh.
Eu fico feliz em ouvir isso, sabe? Tanto quanto qualquer pessoa ficaria.
Ele talvez não demonstrasse, mas Haruhiro estava feliz à sua maneira. Provavelmente. Porém, isso não tinha nada a ver com o assunto em questão no momento.
â E entĂŁo? â perguntou ele.
â Eu avalio muito bem suas habilidades, e gosto de vocĂȘ, mas Ă s vezes, eu penso, âHĂŁ?â
VocĂȘs nĂŁo me fazem pensar âHĂŁ?â sĂł de vez em quando, me fazem pensar isso o tempo todo. Se dissesse isso diretamente, provavelmente sĂł arranjaria dor de cabeça, entĂŁo Haruhiro permaneceu em silĂȘncio.
Tokimune mostrou um vislumbre daqueles dentes brancos brilhantes. â Nosso objetivo jĂĄ estĂĄ decidido, certo? EntĂŁo o que vocĂȘ quer dizer com voltar atrĂĄs? NĂŁo tĂŽ entendendo.
â Nosso objetivo? â Haruhiro repetiu.
â Sim.
â Qual Ă©?
â Um objetivo Ă© algo que vocĂȘ mira e tenta alcançar como parte do seu trabalho, certo?
â NĂŁo, eu sei disso. Eu entendo o que a palavra âobjetivoâ significa.
â Bom, o que vocĂȘ quer saber, entĂŁo? â Tokimune perguntou.
â Esse objetivo que vocĂȘ acha que jĂĄ estĂĄ decidido Ă© o quĂȘ…?
â NĂŁo Ă© Ăłbvio? â Tokimune apontou com o queixo. â Vamos acabar com aquela coisa, certo?
â …O quĂȘĂȘĂȘ? â Haruhiro cambaleou.
O que esse cara estĂĄ falando? Bem, parecia o tipo de coisa que ele diria. Mas, ainda assim, isso nĂŁo vai acontecer. Ele estĂĄ louco, completamente louco. Que tipo de raciocĂnio poderia levar alguĂ©m a essa conclusĂŁo?
Shihoru, Mary e Kuzaku estavam tremendo. Yume estava apenas olhando fixamente, sem parecer ter ideia do que estava acontecendo. Ranta, sendo o idiota sem esperança que ele era, na verdade parecia animado. Os Tokkis estavam totalmente despreocupados. Kikkawa estava dançando com Ranta.
Eles confundiram isso com algum tipo de festival? Eles sĂŁo incorrigĂveis. Quero dizer, vamos lĂĄ… quando ele diz âaquela coisaâ, ele estĂĄ falando daquela coisa, nĂŁo Ă©?
Ou do deus gigante ou da criatura bizarra?
NĂŁo importa como pensasse ou nĂŁo pensasse, era impossĂvel, isso era Ăłbvio, nĂŁo era? Esse era o tipo de coisa que fazia parte do entendimento coletivo que todos os humanos tinham, algo de que todas as pessoas estavam cientes, nĂŁo era? Era, certo? Sim, era.
Haruhiro estava certo. Ele nĂŁo poderia estar errado. EntĂŁo, e agora?
Finalmente, o momento havia chegado. Estava aqui.
Ele suspeitava que viria eventualmente. NĂŁo que ele quisesse isso. Ele esperava que nĂŁo viesse.
Os Tokkis eram um bando de malucos e uma bagunça, mas eram pessoas divertidas de se estar junto. Se vocĂȘ perguntasse a ele se isso era porque ele podia usĂĄ-los, sendo muito franco, sim, esse era um dos aspectos. Nenhum dos Tokkis era particularmente interesseiro. Eles nĂŁo eram do tipo calculista que se aproximava das pessoas ou as ajudava porque tinham algo a ganhar. Isso nĂŁo significava que ele pudesse confiar neles implicitamente, mas os Tokkis provavelmente nunca apunhalariam Haruhiro pelas costas de novo. Eles nĂŁo eram o tipo de pessoas que se desviariam do cĂłdigo de honra que seguiam. Ainda assim, poderia chegar o dia em que se separariam.
Haruhiro temia que esse dia chegasse.
Ele estava pronto para aceitar que os Tokkis poderiam arrastå-los para situaçÔes que causariam algum sofrimento. Esses eram os Tokkis, afinal. Se ele não aceitasse pelo menos isso, a aliança não funcionaria.
Mas isso sĂł se aplicava a dores das quais pudessem se recuperar. Havia limites.
Se fossem enfrentar aquelas coisas, ele tinha que estar preparado para mais do que apenas dor. Danos graves, baixas, perdasâele tinha que estar preparado para a morte.
Se se encontrassem espontaneamente em uma situação em que lutar fosse a Ășnica opção, seria uma coisa. No entanto, atirar-se deliberadamente nesse tipo de perigo era completamente imprudente.
Se discutissem isso como uma party, outros poderiam discordar. Por isso ele nĂŁo faria isso. Isso seria inteiramente uma escolha de Haruhiro. Ele jĂĄ tinha decidido. Eles se separariam dos Tokkis.
Ele nĂŁo diria algo ingĂȘnuo como: Vamos trabalhar juntos de novo se tivermos outra chance. Isso seria uma justificativa egoĂsta, significando: Podem nos excluir quando for perigoso, mas se nĂŁo for, estamos dispostos a ajudar. Trabalhar juntos Ă s vezes e outras nĂŁo era algo com o qual Haruhiro queria se envolver.
Ele olhou Tokimune nos olhos. Ele estava prestes a dizer Desculpaâ
De repente, debaixo de suas roupas, aquela coisa que ele mantinha em contato constante começou a vibrar.
â Uoaa…
Em choque, Haruhiro esqueceu completamente o que estava prestes a fazer. O que era mesmo, afinal? Certo, antes disso, ele tinha que lidar com isso primeiro.
Aquela coisa estava pendurada em seu pescoço em uma corrente, como um pingente. Quando ele enfiou a mão por dentro da gola e a puxou, a extremidade inferior estava brilhando em verde. Era um objeto parecido com uma pedra preta e achatada. Mas essa não era uma pedra comum.
â O que Ă© isso? â Tokimune arqueou uma sobrancelha.
â Uh, hum, isso Ă©…
Enquanto Haruhiro decidia se explicava ou nĂŁo, a coisaâo receptorâcomeçou a vibrar e produzir som. NĂŁo apenas som, uma voz.
â Membros dos Day Breakers, estĂŁo ouvindo? Aqui Ă© Soma.
â HĂŁaee?! â Anna-san soltou um grito bizarro de surpresa do alto dos ombros de Tokimune, seus olhos quase saltando das Ăłrbitas.
â Ele disse âSomaâ? â Tada ajustou a posição dos Ăłculos.
â Por Soma, ele quer dizer o Soma, nĂ©?! â Kikkawa parecia prestes a começar a dançar de alegria a qualquer segundo.
â SomĂĄtico… â Mimorin murmurou algo irrelevante.
â Heh… â Por algum motivo, Inui sacou sua espada e fez um golpe de prĂĄtica.
Haruhiro olhou para Ranta, Shihoru, Yume, Mary e Kuzaku.
Eles nĂŁo tinham contado aos Tokkis que eram uma mancha triste na lista de membros dos Day Breakers. Ranta queria se gabar disso, mas Haruhiro o fez ficar quieto.
NĂŁo sei. Honestamente, ainda Ă© difĂcil de acreditar. NĂłs temos o receptor como prova, entĂŁo nĂŁo foi um sonho. Mesmo assim, ainda nĂŁo consigo me ver como um membro dos Day Breakers do Soma. Simplesmente nĂŁo parece real. Quero dizer, o Soma nunca entrou em contato com a gente. Eu tambĂ©m nĂŁo sei muito sobre os Day Breakers. Mesmo que me peça para acreditar, nĂŁo Ă© meio difĂcil?
Era difĂcil.
â Planejamos voltar para o Posto avançado do Campo SolitĂĄrio amanhĂŁ Ă noite â disse a voz de Soma.
Mesmo assim, quando ele ouvia a voz de Soma dessa forma, ele conseguia acreditar. Ele tinha que acreditar.
â Eu repito. Planejamos voltar para o Posto avançado do Campo SolitĂĄrio amanhĂŁ Ă noite. Se puderem chegar atĂ© lĂĄ, por favor, venham. Eu gostaria de vĂȘ-los de vez em quando. Lilia, vocĂȘ quer dizer alguma coisa?
â P-Por que vocĂȘ estĂĄ me perguntando isso?! â gritou a voz dela.
â SĂł achei que perguntaria. NĂŁo pode?
â NĂŁo Ă© que eu nĂŁo possa, sĂł…!
â Entendi. VocĂȘ nĂŁo pode, entĂŁo.
â Eu-Eu posso! Me passa o transmissor, por favor.
â Claro â disse Soma.
Isso foi seguido pelo som de Lilia limpando a garganta.
â Eu-Eu nĂŁo tenho nada em particular a dizer, mas para muitos de vocĂȘs, faz muito tempo desde que nos vimos. Olhem para isso com expectativaâNĂŁo, eu nĂŁo estou ansiosa por isso, mas vocĂȘs sĂŁo livres para sentir o que quiserem. Façam o que quiserem. Isso Ă© tudo.
O receptor parou de vibrar e a luz verde desapareceu.
Haruhiro suspirou, tentando avaliar a reação de Tokimune. Tokimune parecia estar perdido em pensamentos. O que, em nome dos deuses, ele estava pensando? Haruhiro não conseguia imaginar.
â HĂŁ… S-Sobre isso… Bem, o que eu posso dizer…?
â Se vamos fazer isso mesmo, por que nĂŁo convidamos o Soma? â Tokimune perguntou.
â HĂŁ?
â Para caçar o deus gigante.
â …Como Ă©?
â Soma provavelmente toparia se o convidĂĄssemos â disse Tokimune.
â O quĂȘ? HĂŁ? Espera, peraĂ… VocĂȘ e o Soma-san se conhecemâComo…?
â NĂłs nos alistamos mais ou menos na mesma Ă©poca e, sim, vocĂȘ poderia dizer que nos conhecemos, acho. JĂĄ bebemos juntos algumas vezes.
â NĂŁo, mas… â Haruhiro ficou sem palavras.
Mas o quĂȘ? O que Ă© isso?
Tipo, o que eu devo fazer?
O que vai acontecer agora?
Tradução: ParupiroHPara estas e outras obras, visite o Cantinho do ParupiroH â Clicando Aqui
Tradução feita por fãs.
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