Hai to Gensou no Grimgar â CapĂtulo 3 â Volume 3
Hai to Gensou no Grimgar
Grimgar of Fantasy and Ash
CapĂtulo 3:
Uma histĂłria de sonhos impossĂveis
â Acoooorda!
â Waah?! â gritou Haruhiro.
O quĂȘ?! O que aconteceu?! Um incidente? Um acidente? Um desastre natural? Um desastre causado pelo homem?
Foi um cotovelo.
Haruhiro foi despertado bruscamente quando Ranta, o idiota, o acertou forte no plexo solar com o cotovelo.
â …P-Por que fez isso do nada?! Que inferno, cara! NĂŁo faça isso! SĂł posso tolerar atĂ© certo ponto das suas idiotices! â ele gritou.
â Heeein? Por que estĂĄ tĂŁo bravo, Haruhiro? â perguntou Ranta. â VocĂȘ estava dormindo o dia todo, entĂŁo eu decidi ser um cara legal e te acordar gentilmente, sabe?
â Eu nĂŁo consegui dormir noite passada! Tem algo de errado com isso?!
â Tem sim! Por isso estou falando sobre isso, dĂŁ! â disse Ranta.
â O que poderia estar errado com isso?! â exigiu Haruhiro.
â Quando eu me dei ao trabalho de voltar correndo aqui para te dar uma informação extra especial que eu ouvi, vocĂȘ estava roncando como um bebĂȘ, isso estĂĄ errado!
â U-Um, Ranta-kun… â começou Moguzo.
â Sai daqui, Moguzo! Fique calado! Isso Ă© entre eu e Haruhiro! AtĂ© resolvermos isso, nenhum de nĂłs pode seguir em frente! Ă uma questĂŁo de acertar as contas como homens! Ai, Haruhiro! Vamos resolver isso aqui e agora!
â …Resolver o quĂȘ? â perguntou Haruhiro.
â HĂŁ?! VocĂȘ sabe o quĂȘ! Aquela coisa! Uh, basicamente… O que era mesmo?
â Como vou saber? â suspirou Haruhiro, sentando-se. Cada vez que se movia, o beliche rangia. Olhando para cima, ele viu o teto familiar da casa de alojamento dos soldados voluntĂĄrios.
â EntĂŁo â Haruhiro se virou relutantemente para Ranta. â Qual Ă© essa informação extra especial?
â Isso mesmo! â Ranta sorriu.
Que expressĂŁo incrivelmente irritante. Como ele consegue irritar tanto as pessoas com um simples sorriso? Ă praticamente um talento.
Claro, Ă© o pior e mais horrĂvel talento de todos.
â VocĂȘ nĂŁo acordou na hora de sempre, e o Moguzo disse uma coisa estĂșpida sobre esperar e deixar vocĂȘ acordar sozinho, entĂŁo eu fiquei com muita fome e fui Ă padaria. Sim, a padaria. Sabe onde Ă©? Padaria do Tattan, logo fora da Cidade Oeste. Bem, quando eu fui lĂĄ, havia um monte de soldados voluntĂĄrios. Eles estavam falando sobre isso. Agora, aposto que vocĂȘ quer perguntar o que Ă© esse âissoâ, certo? Bem, calma aĂ. HĂĄ uma ordem adequada, uma sequĂȘncia, para tudo isso. Ă assim tambĂ©m nos encontros, nĂŁo Ă©? Oh, talvez seja cedo demais para vocĂȘ entender isso. VocĂȘ ainda Ă© sĂł uma criança, afinal. Quero dizer, Ă© bem Ăłbvio que vocĂȘ ainda Ă© virgem. Eu, claro, nĂŁo sou. Eu sou o rei do sexo. Ă como dizem, candidatos experientes recebem tratamento preferencial. VocĂȘ me entende? Com a minha tĂ©cnica incrĂvel, eu deixo aquelas gatinhas em um frenesi extĂĄtico.
â …Okay, vocĂȘ poderia me avisar quanto tempo vou precisar ouvir suas baboseiras antes de chegar ao ponto? â perguntou Haruhiro.
â NĂŁo Ă© baboseira â insistiu Ranta. â A Ășnica coisa que sai da minha boca Ă© a verdade. Em outras palavras, tudo Ă© fato.
â EntĂŁo, qual Ă© a informação extra especial? â perguntou Haruhiro.
â Antes disso, cara, desça daĂ. Ă extremamente desagradĂĄvel ter que olhar para cima para falar com um cara que eu acho que estĂĄ abaixo de mim.
Sim, era um beliche, mas nĂŁo era tĂŁo alto. O nĂvel superior estava na altura do ombro de Ranta, que estava de pĂ© no chĂŁo. Mas, com Haruhiro sentado na cama, ele estava olhando para baixo para Ranta. Pode nĂŁo ter sido especialmente agradĂĄvel fazer isso, mas tambĂ©m nĂŁo era ruim.
â NĂŁo quero.
â Que tal vocĂȘ tentar morrer entĂŁo? Hein? â explodiu Ranta.
â …Cara, vocĂȘ reclama de cada coisinha â murmurou Haruhiro.
â Hein? VocĂȘ acabou de dizer alguma coisa?
â Sim, disse â respondeu Haruhiro, irritado. â Disse que vocĂȘ Ă© como um inseto incĂŽmodo. Uma mosca talvez?
â Seu idiota! Eu nĂŁo sou um inseto incĂŽmodo, sou um benĂ©fico!
â O quĂȘ, vocĂȘ nĂŁo se importa de ser um inseto?
â HĂŁ…?
Cansado da discussĂŁo inĂștil, Haruhiro desceu do beliche, sentando-se na estrutura do beliche inferior.
â EntĂŁo? Qual Ă© a informação extra especial? â perguntou. â Espere, quantas vezes vou ter que fazer essa mesma pergunta antes de conseguir uma resposta?
â NĂŁo tente conseguir coisas sem trabalhar por elas â disse Ranta. â Agora eu pareço um velho!
â Hah, hahaha… â Moguzo riu, fazendo com que Ranta abrisse um sorriso.
â VocĂȘ entende, Moguzo. Diferente do Haruhiro aqui. VocĂȘ entende o que torna uma piada engraçada. Haruhiro Ă© um caso perdido. Ele nĂŁo entende nada.
Haruhiro fez o possĂvel para afastar os sentimentos sombrios que começavam a nublar seu coração.
â EntĂŁo? Qual Ă© a informação extra especial?
â VocĂȘ estĂĄ se repetindo, Haruhiro-kuuuun â disse Ranta.
â EntĂŁo? Qual Ă© a informação extra especial?
â Oh! LĂĄ vem de novo! VocĂȘ estĂĄ se esforçando agora.
â Fala logo, maldito! â Haruhiro saltou, agarrou Ranta pelo pescoço e começou a estrangulĂĄ-lo. â Diga-me! Fala logo! Enquanto eu ainda estou me segurando!
â V-VocĂȘ nĂŁo estĂĄ se segurando…! Ai! Isso dĂłi! Paraâ VocĂȘ estĂĄ tentando me matar?! Tudo bem! Eu falo! Eu falo, ok! Ok?! Ă uma ordem! Tem uma ordem!
â Uma ordem…? â Haruhiro trocou olhares com Moguzo.
A barriga de Moguzo roncou. Seu rosto ficou profundamente vermelho.
â Ah. D-Desculpe. Estou com fome…
â NĂŁo, nĂŁo precisa se desculpar â disse Haruhiro. â VocĂȘ nĂŁo pode evitar ficar com fome. Olha, por acaso temos um pouco de pĂŁo aqui, entĂŁo por que nĂŁo comer?
â Eu comprei isso, vocĂȘ sabe! â gritou Ranta. â Na Padaria do Tattan, o lugar barato perto da Cidade Oeste! Eu comprei o pĂŁo, entĂŁo Ă© todo meu!
Ranta estava sendo pão-duro, então Haruhiro e Moguzo decidiram ir tomar café da manhã. Talvez ele não quisesse ficar sozinho, porque Ranta os acompanhou, beliscando pão. No caminho, ele explicou o que era uma ordem, agindo como se o conhecimento o tornasse importante de alguma forma.
Segundo Ranta, as ordens eram emitidas para soldados voluntårios pelo Esquadrão de Soldados Voluntårios da Fronteira de Altana. No entanto, apesar de serem chamadas de ordens, ninguém era obrigado a segui-las. Os soldados voluntårios decidiam por si mesmos se aceitavam ou não. Dito isso, se alguém adequado para o trabalho escolhesse não aceitar sem uma boa razão, isso tendia a fazer com que outros soldados voluntårios olhassem para eles com desdém.
Bem, isso sĂł significava que, se houvesse uma ordem que eles pudessem cumprir, era melhor aceitĂĄ-la e cuidar dela rapidamente.
Claro, havia uma razĂŁo mais concreta para aceitar uma ordem.
Dinheiro.
A recompensa por uma ordem consistia em um pagamento adiantado e outro pagamento na conclusĂŁo. Assim que aceitavam uma ordem, um soldado voluntĂĄrio podia coletar o adiantamento. O restante seria pago se e quando a tarefa fosse concluĂda com sucesso.
Se embolsassem o adiantamento, mas não trabalhassem na ordem, haveria uma multa. Se o soldado voluntårio em questão fosse julgado como tendo agido de må-fé, seria convocado ao escritório do esquadrão de soldados voluntårios. Se não respondesse à convocação, uma recompensa seria colocada em sua cabeça, tornando-o um alvo para caçadores de recompensas.
AliĂĄs, o trabalho de capturar recompensas era tratado como uma ordem. Ăs vezes, havia recompensas colocadas em criminosos ou comerciantes desonestos, e havia alguns soldados voluntĂĄrios que preferiam o trabalho de caçadores de recompensas, perseguindo esses alvos.
A compensação para essas ordens nĂŁo era dada em dinheiro, mas em um certificado de pagamento militar usado pelo ExĂ©rcito da Fronteira. Esses certificados eram chamados de âvales militaresâ e eram pequenas fichas feitas de cobre. Basicamente, era como um promissĂłrio. Os vales militares podiam ser trocados por dinheiro na Companhia de DepĂłsitos Yorozu ou usados como dinheiro em negĂłcios que tinham contrato com o ExĂ©rcito da Fronteira ou o EsquadrĂŁo de Soldados VoluntĂĄrios.
Enquanto Ranta explicava tudo isso, Haruhiro e Moguzo decidiram ir Ă vila de barracas de comida perto da cidade dos artesĂŁos para comer um prato de macarrĂŁo chamado soruzo.
A vila de barracas estava movimentada com artesĂŁos mesmo cedo pela manhĂŁ, e naquela hora do dia, estava ainda mais animada do que o mercado no distrito norte. Soruzo era um prato de carne mergulhada em um caldo salgado com macarrĂŁo amarelo feito de farinha de trigo. Haruhiro nĂŁo achava que era tĂŁo bom no inĂcio, mas parecia estranhamente familiar para ele, e entĂŁo começou a comer Ă s vezes. Depois de um tempo, ele se viciou na comida, e agora achava realmente saborosa.
Enquanto Haruhiro e Moguzo sopravam seus macarrÔes para esfriå-los, Ranta, que havia estado beliscando seu pão, finalmente cedeu à tentação e pediu uma tigela também.
â Humm…! Isso Ă© uma delĂcia! Soruzo Ă© incrĂvel!
â Ah, vocĂȘ estĂĄ exagerando… AlĂ©m disso, seu nariz estĂĄ escorrendo, Ranta, â disse Haruhiro.
â Claro que estĂĄ escorrendo! Vai escorrer mesmo! Haruhiro! NĂŁo entende?! Esse soruzo Ă© perfeito!
â S-Soruzo Ă© mesmo gostoso, nĂ©, â disse Moguzo, jĂĄ começando sua segunda tigela.
âNĂŁo.
â …Moguzo, se eu estiver errado, essa Ă© a sua segundaâNĂŁo, terceira tigela? â Haruhiro perguntou.
â Ă, sim. Ă fĂĄcil de comer, sabe, entĂŁo eu acabo devorando bem mais rĂĄpido…
â Gahahaha! â Ranta riu. â Bom trabalho, Moguzo! VocĂȘ nĂŁo Ă© meu rival Ă toa! Mas… Eu tambĂ©m vou entrar na briga! Para a segunda tigela! Meu nobre! Me vĂȘ outra!
â JĂĄ vai!
â Bem, tudo bem se vocĂȘ quer… â Haruhiro pegou o macarrĂŁo com seu garfo de madeira e lentamente os levou Ă boca.
Certo, Ă© gostoso. Mas Ă© de manhĂŁ. NĂŁo posso devorar a comida assim. Seria pesado demais para o meu estĂŽmago.
â Mesmo assim, Moguzo, isso Ă© delicioso e tudo mais, â disse Ranta, â mas sabe? Se tentĂĄssemos fazer isso nĂłs mesmos, aposto que conseguirĂamos, nĂŁo acha? Hein?
â HĂŁ…? Ah, sim, uh… NĂŁo tenho tanta certeza… A sopa pode ser um pouco difĂcil…
â NĂŁo, cara, nĂłs conseguirĂamos, â disse Ranta. â Isso Ă© fĂĄcil. Basta colocar vĂĄrios ingredientes em uma panela. Depois Ă© sĂł ferver, e com certeza vai sair com um sabor bom.
â NĂŁo… NĂŁo acho que seja tĂŁo simples…
â VocĂȘ acha? Parece que podemos fazer isso. O que tem nessa sopa?
â Vamos ver, provavelmente ossos de frango… Gordura de porco tambĂ©m, talvez. E entĂŁo hĂĄ os vegetais… Tem cebolas e cenouras aqui.
â Oh? Bom trabalho em descobrir tudo isso, Moguzo. Eu, nem fazia ideia, sabe?
â …Estou impressionado que vocĂȘ disse que poderia fazer isso, entĂŁo, â Haruhiro fez uma observação para Ranta, mas ele foi ignorado, como era de se esperar.
Estou bem com isso, disse Haruhiro para si mesmo. Sério mesmo.
Moguzo levou sua tigela aos lĂĄbios e bebeu a sopa, franzindo a testa. â …Realmente. Se vocĂȘ adicionar alho, e talvez gengibre… Pode dar um sabor mais satisfatĂłrio.
â Ohh? Ohhh?! â exclamou Ranta. â Morguzo, podemos fazer isso, nĂŁo acha, meu parceiro? Quando ganharmos algum dinheiro, que tal abrirmos um restaurante?
â Ah, hahaha… Mas somos soldados voluntĂĄrios e tudo mais…
â Meu parceiro, nĂŁo se preocupe com essas pequenas coisas! â declarou Ranta. â Se estivermos ganhando dinheiro, nĂŁo importa qual seja o trabalho. AlĂ©m disso, nĂŁo podemos ficar nesse mundo violento para o resto de nossas vidas. Eventualmente, vamos nos aposentar e entĂŁo teremos que começar uma nova carreira. Sabe o que Ă© isso? Uma nova carreira. Ă uma segunda, ah, vocĂȘ sabe. O que Ă©? Hm, Ă© uma segunda… carreira, isso mesmo.
â VocĂȘ sĂł disse a mesma coisa de novo. âHaruhiro disse de forma prestativa.
â Cale a boca, Haruhiro. SĂł cale a boca. SĂ©rio. SĂ©rio. VocĂȘ pode sumir! Estou tendo uma conversa importante com Moguzo aqui! De qualquer forma, e aĂ, Moguzo? Quer fazer isso comigo? Loja de Soruzo do Ranta e Moguzo. Vamos dividir os lucros setenta para mim, trinta para vocĂȘ… Ă© o que eu gostaria de dizer, mas estou disposto a dividir cinquenta a cinquenta. Vamos começar a estudar agora, para estarmos prontos quando a hora chegar. Que tal? Hm?
â Um restaurante, hein? â Moguzo parecia nĂŁo estar totalmente contra a ideia. â Pode ser interessante. Fazer algo assim. Comparado a lutar… Bem, parece mais fĂĄcil pelo menos. Vou pensar sobre isso.
â Isso mesmo! Pense nisso! Seja super positivo! Vamos ganhar tanto dinheiro! Uma fortuna! Vamos abrir uma rede inteira de restaurantes! Primeiro, começamos com dez locais em Altana! Nosso objetivo serĂĄ ter 1.700 em todo o Grimgar! VocĂȘ e eu podemos fazer isso tambĂ©m! Bem, ainda estĂĄ longe, porĂ©m! â Ranta sorveu barulhentamente sua sopa de soruzo e soltou um arroto fedorento e satisfeito. â EntĂŁo! Finalmente, acho que Ă© hora de eu falar sobre a missĂŁo! VocĂȘ estĂĄ mentalmente preparado? Posso começar? Estou preparado, nĂŁo me diga o contrĂĄrio neste estĂĄgio do jogo.
â VocĂȘ estĂĄ sendo extremamente irritante, entĂŁo sĂł diga logo… â murmurou Haruhiro.
â Haaaaruhiroooo! Quando vocĂȘ chama as pessoas de irritantes, vocĂȘ estĂĄ sendo cem! NĂŁo, mil, dez mil, nĂŁo, nĂŁo, nĂŁo, quinhentos milhĂ”es de vezes mais irritante! Entenda isso de uma vez por todas!
â Ă, Ă©.
â VocĂȘ sĂł precisa dizer âĂ©â cem vezes, â disse Ranta.
â Ăâ Espera, cem vezes?! Isso Ă© demais!
â NĂŁo me subestime! Surpreender brilhantemente Ă© o que eu, Ranta-sama, faço!
â …AtĂ© o Moguzo estĂĄ rindo, â disse Haruhiro.
â F-Foi mal â, murmurou Moguzo. â Ă sĂł que, dessa vez foi engraçado…
â Moooooguzoooo! O que quer dizer com âdessa vezâ?! NĂŁo Ă© sĂł essa, sĂŁo todas! Eu sou sempre engraçado! O rei comediante errante, Rantaman, Ă© assim que me chamam! Se vocĂȘ duvida do meu senso de humor Ășnico, mesmo sendo meu futuro parceiro de negĂłcios, nĂŁo vou conseguir te perdoar!
(NT: âRantamanâ Ă© um trocadilho que combina âRantaâ com o sufixo â-manâ, que Ă© uma forma comum em japonĂȘs para criar nomes de personagens que tĂȘm uma habilidade ou caracterĂstica especial, muitas vezes associados a herĂłis ou figuras de destaque.)
â Ănico? â perguntou Haruhiro. â Isso nĂŁo parece nada especial para mim.
â Haaaaruhiiiiro-kuuuun… â disse Ranta.
â …O que Ă© essa forma de dizer meu nome? Ă bizarro.
â Eu quis dizer um em cem milhĂ”es, mas acabei falando sĂł um em cem. Entendeu agora?
â Bem, se for assim, tudo bem. Agora, fale sobre a missĂŁo. Isso nĂŁo estĂĄ indo a lugar nenhum.
â Isso Ă© culpa sua! â Ranta gritou.
â NĂŁo tente me colocar como o vilĂŁo…
â VocĂȘ Ă© o vilĂŁo!
â Chega de discussĂŁo, fale logo! Qual Ă© a missĂŁo atual?! â Haruhiro exigiu.
â Hahahahahaha! NĂŁo se choque, ok?! â Ranta se levantou de repente, balançando os braços, imitando… cobras? Ou algo assim… com eles. â Ă isso!
â …NĂŁo, nĂŁo tem como eu adivinhar o que Ă© sĂł com isso â Haruhiro comentou.
â Ă uma cobra de duas cabeças! â Ranta fez a cobra da mĂŁo direita cumprimentar a cobra da mĂŁo esquerda. â A operação para retomar a Fortaleza de Observação Deadhead e a Fortaleza de Ferro Beira Rio, codinome: âserpente de duas cabeçasâ! Participar dessa operação, nĂŁo hĂĄ segredo, Ă© a missĂŁo! Bem, o prazo para ir para Beira Rio jĂĄ passou, e dizem que essa Ă© uma missĂŁo para equipes experientes, entĂŁo, se formos participar, vamos para Deadhead. O pagamento inicial Ă© de 20 pratas, com mais 80 na conclusĂŁo, totalizando uma moeda de ouro! E isso Ă© para cada um de nĂłs, okay?! Isso Ă© incrĂvel!
Os olhos de Moguzo se abriram e ele exclamou: Oooh…
â Uma moeda de ouro… â Haruhiro achou que era uma quantia alta. Mas, ao mesmo tempo, lembrou-se de que, quando perderam um companheiro, Renji havia se aproximado e lhe dito: âDinheiro de consolação. Pegue.â E lhe entregado uma moeda de ouro.
Renji deve ser rico, pensou Haruhiro, embora fosse tolo ficar pensando nisso.
â Agora, Deadhead â Ranta disse, sentando-se novamente â estĂĄ aqui. Ele apontou para um lugar na mesa. â …Talvez aqui? Talvez ao redor daqui? Ou poderia ser por aqui?
â NĂŁo vai dar para qualquer lugar? â Haruhiro perguntou.
â Bem, sim. Mas, sabe. Ă uma fortaleza orc a 6 km ao norte de Altana. Quando digo 6 km, parece bem perto. Ou melhor, Ă© realmente perto. Claro, nosso ExĂ©rcito da Fronteira jĂĄ atacou a fortaleza muitas vezes, e atĂ© mesmo a tomou no passado. No entanto, nunca conseguem mantĂȘ-la por muito tempo. E sabe por quĂȘ?
â Hmm… â Moguzo cruzou os braços em pensamento, inclinando a cabeça para o lado. â …Porque eles nĂŁo tĂȘm coragem… ou algo assim? NĂŁo Ă© isso, nĂ©…
â Claro que nĂŁo Ă© isso! NĂŁo, nĂŁo! A resposta Ă©, mais ou menos aqui… â Ranta apontou para um lugar perto da borda da mesa. â Fortaleza Beira Rio. Esta fortaleza estĂĄ a cerca de 40 km a oeste de Deadhead, na margem de um rio largo, e se vocĂȘ subir mais um pouco, vai encontrar o territĂłrio do antigo Reino de Nananka. VocĂȘ sabe o que Ă©? NĂŁo, aposto que vocĂȘ nĂŁo sabe. O antigo Reino de Nananka. Significa orcs, cara, orcs. Hoje em dia, hĂĄ um paĂs cheio de orcs lĂĄ. EntĂŁo, eles podem viajar de barco e levar suprimentos e tropas. Deadhead Ă© uma fortaleza pequena, mas quando o ExĂ©rcito da Fronteira ataca, eles levantam sinais de fumaça ou algo assim. Quando fazem isso, reforços sĂŁo enviados de Beira Rio imediatamente.
Haruhiro franziu a testa. â Mas sĂŁo 40 km de distĂąncia.
â O exĂ©rcito orc tem o que eles chamam de dragĂ”es â Ranta disse, assumindo uma pose engraçada.
Isso Ă© para ser algum tipo de animal? Um polvo? NĂŁo.
â Eles chamam de dragĂ”es, mas nĂŁo montam dragĂ”es, eles montam esses lagartos enormes â Ranta explicou. â Os grandes lagartos sĂŁo chamados de dragĂ”es-cavalos. Eles sĂŁo incrivelmente rĂĄpidos e podem fazer o trajeto de Beira Rio atĂ© Deadhead em atĂ© uma hora.
â Ah â Moguzo bateu o punho direito na palma da mĂŁo esquerda. â Ă por isso que estamos fazendo os dois ao mesmo tempo?
â Pensamento astuto, exatamente o que eu esperava do meu parceiro de negĂłcios. â Ranta tentou estalar os dedos, mas eles nĂŁo fizeram barulho. Tentou novamente algumas vezes, mas nĂŁo conseguiu.
Parece que ele finalmente desistiu.
â …Droga â Ranta murmurou. â Maldita pele seca.
Haruhiro suspirou. â NĂŁo tente culpar sua pele…
â NĂŁo se intrometa em tudo, nem mesmo quando eu estou culpando minha pele! O que vocĂȘ Ă©? Minha esposa?!
â EntĂŁo, continuando… Onde estĂĄvamos? â Haruhiro perguntou.
â Ignorando-me, hein?! VocĂȘ tem coragem, camarada!
â Fortaleza de Ferro Beira Rio, nĂŁo era? E Fortaleza de Observação Deadhead, estĂŁo atacando os dois ao mesmo tempo… Espera, de alguma forma, isso quase parece uma guerra, nĂŁo acha?
â …Tch. VocĂȘ insiste em me ignorar. Haruhiro, vocĂȘ nĂŁo sabia? NĂłs humanos estamos em guerra com os orcs, os mortos-vivos e outros hĂĄ muito tempo.
â Bem, eu tinha uma sensação vaga disso. Mas nĂŁo parecia que estĂĄvamos indo com tanta intensidade, sabe?
â Quando surge a oportunidade, atacamos com tudo â disse Ranta. â NĂŁo faz tanto tempo assim, um monte de orcs entrou em Altana, esqueceu?
â Ah… Ish Dogran? Foi isso? O cara que Renji solou.
â Isso mesmo. Aparentemente, isso começou como uma vingança. Foi o que desencadeou tudo. E entĂŁo, se vamos fazer isso, ao invĂ©s de apenas incomodĂĄ-los, Ă© melhor tomarmos a fortaleza de uma vez por todas, Ă© o que eu penso. NĂłs tomamos Deadhead vĂĄrias vezes no passado, mas eles sempre a retomam rapidamente. Beira Rio que Ă© responsĂĄvel por isso. EntĂŁo, nĂŁo vamos cometer o mesmo erro novamente.
Ranta fala sobre isso com um tom condescendente, como se dissesse: âO ExĂ©rcito da Fronteira aprendeu com seus erros, wahahaha.â Mas, quanto mais ouço, mais claro fica que isso Ă© uma guerra.
â …NĂŁo Ă© meio perigoso? â perguntou Haruhiro. â E, espera, nĂłs nĂŁo vamos atacar apenas com voluntĂĄrios… nĂŁo tem como ser isso, nĂ©?
â Obviamente, o ExĂ©rcito da Fronteira nos acompanharĂĄ, ou melhor, eles sĂŁo a força principal e nĂłs os acompanharemos â Ranta resmungou. â Os voluntĂĄrios estĂŁo lĂĄ para dar suporte. Tente pensar um pouco. VocĂȘ Ă© um idiota? NĂŁo fique sĂł olhando com esses olhos sonolentos, Haruhirion.
â NĂŁo fale dos meus olhos. Vou te esfaquear pelas costas. E pare com esse negĂłcio de Haruhirion.
â Haruhirion nĂŁo sabe brincar, vejo eu.
â HĂĄ, cara…
â Ă-entĂŁo â interrompeu Moguzo. â Q-Quantas pessoas vĂŁo participar disso…? Tipo, nĂșmeros.
â NĂșmeros? â Ranta passou o polegar pelo queixo. â Deixe-me ver, em Deadhead haverĂĄ uns quinhentos ou seiscentos do ExĂ©rcito da Fronteira, disseram. Quanto aos voluntĂĄrios, serĂŁo uns cem, talvez cento e cinquenta. Beira Rio Ă© uma fortaleza difĂcil, entĂŁo eu espero que a batalha seja bastante intensa. Ouvi dizer que os Day Breakers de Soma, os Berserkers de âRed Devilâ Ducky, os Iron Knuckle de âOne-on-Oneâ Max e os Orion de Shinohara vĂŁo participar. Honestamente, isso Ă© uma loucura. âSe vocĂȘ nĂŁo tiver confiança nas suas habilidadesâ, parece que estĂŁo dizendo, âse vocĂȘ vier, vai morrer, entĂŁo nĂŁo venha, vocĂȘ sĂł vai atrapalhar.â
Sinto que entendo porque Ranta estĂĄ agindo como se isso fosse fĂĄcil, pensou Haruhiro. Ranta estĂĄ subestimando a situação, deve ser isso. Ele acha que tomar a Fortaleza de Ferro Beira Rio serĂĄ difĂcil, mas que Deadhead cairĂĄ facilmente. Na verdade, ele provavelmente acha que venceremos no momento em que começarmos o ataque.
â EntĂŁo Ă© isso disse â Ranta, fazendo com que suas âcobras de mĂŁoâ simulassem mordidas. â Uma moeda de ouro! Temos que fazer isso, com isso em jogo! EstĂĄ decidido! Sim! Vamos nos inscrever jĂĄ! Faltam trĂȘs dias atĂ© o prazo final, mas vocĂȘ conhece aquele provĂ©rbio sobre bater enquanto o ferro estĂĄ quente, certo? Ou seria uma expressĂŁo idiomĂĄtica? Bem, seja como for, Ă© algo que dizem, e eu digo que vou ao escritĂłrio agora mesmo eâ
â N-NĂŁo pode fazer isso â interrompeu Moguzo, impedindo Ranta antes que Haruhiro pudesse ter a chance. â …N-NĂłs temos que deixar todo mundo opinar primeiro…
â Wahhh? Quem se importa com isso? Ă sĂł dizer: âVamos fazer isso, ok, vamos lĂĄ,â e elas vĂŁo acompanhar. Elas nem vĂŁo perceber o que estĂĄ acontecendo, essas garotas!
â NĂŁo pode estar certo sobre isso… â disse Haruhiro, coçando a cabeça. â Bem, eu vou mencionar isso a elas esta noite, e podemos decidir depois disso. Ainda temos tempo, entĂŁo deve estar tudo bem.
Ranta bufou.
â Ah, tĂĄ bom, se vocĂȘ insiste.
Da prĂłxima vez, vou dar um soco nele. Haruhiro prometeu a si mesmo isso.
Tradução: ParupiroH Para estas e outras obras, visite o Cantinho do ParupiroH â Clicando Aqui
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