Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 2 – Volume 2

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Hai to Gensou no Grimgar Grimgar of Fantasy and Ash

CapĂ­tulo 2: Executivo Incapaz


— E foi assim que aconteceu! — Quando ele estava sentado em um canto da Taberna Sherry contando a história para seus companheiros dessa forma, a empolgação nunca parava.

Na verdade, em algum momento ele percebeu que não apenas Ranta, Moguzo, Yume, Shihoru e Mary o estavam ouvindo, mas também as pessoas que bebiam nas mesas próximas, e ele ficou um pouco envergonhado.

Haruhiro limpou a garganta.

— De qualquer forma, eles foram simplesmente incrĂ­veis. O Renji e sua equipe, Ă© claro. Na verdade, sĂł o Renji sozinho foi incrĂ­vel. Aquele orc, Ish Dogran, tambĂ©m foi muito forte, eu acho. Bem, atĂ© a metade da luta, eu achava que o Renji seria morto, afinal. Mas, nunca chegou perto disso. Ele apenas fez com que parecesse assim? Pode-se dizer que ele estava enganando a todos nĂłs, eu acho? Afinal, eu estava convencido de que Renji nĂŁo podia usar o braço esquerdo. Ish Dogran parecia acreditar totalmente nisso tambĂ©m.

— Uau! — Ranta bagunçou seu cabelo cacheado. — Basicamente, ele transformou uma situação ruim em seu trunfo e o guardou para quando as coisas ficassem ainda piores! Droga, isso Ă© tĂŁo corajoso que nĂŁo posso acreditar! Droga, droga, droga! Eu tambĂ©m quero fazer isso! Vou fazer isso, eu juro! Eu vou fazer isso!

Yume olhou friamente para Ranta. — Sim, vĂĄ em frente. Mas se fracassar, Ă© o fim, sabe disso nĂ©?

— Como se eu fosse fracassar! Obviamente terei sucesso! Garanto que será um grande sucesso!

Shihoru, que, no final, foi forçada a comprar um chapĂ©u de mago novinho em folha, olhou para ele com desĂąnimo. — 
Que base vocĂȘ tem para dizer isso
?

— HĂŁ? Base? Bem, uh
 — Ranta pensou profundamente, mas, aparentemente, nĂŁo conseguiu pensar em nada. — Sua imbecil, eu nĂŁo preciso de nenhuma base, fedorenta! Tudo o que preciso Ă© de confiança! A confiança para dizer: “Sim, eu posso!” sĂł isso jĂĄ Ă© o suficiente.

Mary levou sua caneca de porcelana Ă  boca, depois respirou pesadamente. — Definitivamente, acho que a confiança Ă© importante.

— Isso mesmo?! Mary nunca me decepciona! SĂł ela para me entender. Porque ela tem uma carreira mais longa do que qualquer um de vocĂȘs! Ela Ă© diferente! Ela nĂŁo Ă© como vocĂȘs, novatos!

Mary lançou a Ranta um olhar silencioso, mas pesado. — O excesso de confiança mata.

— Ek
 — Parecia que Ranta não tinha resposta para isso.

Claro que nĂŁo, porque as palavras de Mary tinham um toque de verdade. Afinal de contas, como a party inicial de Mary havia se deixado levar pela confiança quando as coisas correram bem demais para eles no inĂ­cio (para ser um pouco indelicado), eles sofreram um sofrimento devastador por isso. Mary havia perdido trĂȘs companheiros.

— Mas
 — Moguzo sussurrou. Como sempre, seu capacete estava sobre a mesa ao seu lado. — Eles sĂŁo incrĂ­veis. De verdade. Renji e sua equipe. Mesmo tendo começado na mesma Ă©poca que nĂłs, eles estĂŁo muito Ă  frente


Assim que Haruhiro terminou de contar a eles “A Lenda de Renji”, alguns dos clientes prĂłximos Ă  mesa se aproximaram com sorrisos nos rostos, dando tapinhas no ombro dele e dizendo coisas como: “VocĂȘs tambĂ©m trabalham duro agora, Goblin slayers”, e depois foram embora.

Ranta estalou a lĂ­ngua.

— 
Droga, esses malditos! Estão tirando com a nossa cara!

— Ora, ora. — Yume estava com os cotovelos na mesa e descansava o rosto nas palmas das mãos. — Yume acha que a Yume e todo mundo deveria fazer as coisas em sua própria paz.

— É ritmo, nĂŁo paz —, Haruhiro a corrigiu suavemente, depois assentiu. — Sim, concordo com a Yume. Uma vez que o vi em ação, nĂŁo pude deixar de pensar que ele Ă© feito de um material diferente do nosso. NĂŁo conseguirĂ­amos imitĂĄ-lo mesmo que tentĂĄssemos e, sinceramente, ele nem sequer Ă© uma referĂȘncia Ăștil para nĂłs.

— 
Se formos imprudentes
 — Shihoru olhou para baixo, franzindo a testa como se estivesse segurando algo.

Ela poderia estar se lembrando dele. O precioso companheiro que Haruhiro e os outros haviam perdido.

— 
Se algo que não podemos consertar acontecer, tudo será em vão


— VocĂȘs estĂŁo mirando muito baixo! — Ranta apontou para Yume, depois para Haruhiro e depois para Shihoru, um apĂłs o outro. — Que tipo de galinhas sĂŁo vocĂȘs?! Na maioria das vezes, o retorno vem acompanhado de riscos, entenderam? Sem risco nĂŁo hĂĄ retorno e nĂŁo vale a pena! Risco baixo Ă© retorno baixo e, se vocĂȘ quer um retorno alto, precisa estar preparado para assumir os riscos altos!

Haruhiro ficou um pouco irritado com isso.

— Fazer as coisas de uma forma que minimize o risco e maximize o retorno deve ser perfeitamente válido. Na verdade, temos nos saído razoavelmente bem dessa forma.

— Razoavelmente, hein? —, ironizou Ranta. — Vou ser sincero e dizer isso. A Ășnica coisa em que estamos nos saindo razoavelmente bem Ă© em um cĂ­rculo em torno do ralo. Entende isso? EstĂĄ ciente disso? Amigo, dĂȘ uma olhada ao redor.

— Hã? Dar uma olhada
? — Haruhiro deu uma olhada na Taberna Sherry.

Quando Ranta disse isso, Haruhiro percebeu que, comparado aos outros soldados voluntĂĄrios ali, ele e sua party eram os que estavam em pior estado.

Isso era algo que eles não podiam evitar; afinal, seus equipamentos eram, em sua maioria, de segunda mão. E eles não estavam hospedados em um lugar onde pudessem trancar seus quartos adequadamente, então precisavam carregar qualquer coisa de valor com eles. Por isso, quer estivessem aqui na taberna ou em Damuro, eles se vestiam da mesma forma. Francamente, eles também estavam um pouco sujos.

— VocĂȘs jĂĄ pararam para pensar sobre isso? — Ranta bateu com o dedo indicador na mesa. — “Somos novatos, e o Renji começou em um nĂ­vel diferente do nosso, entĂŁo nĂŁo hĂĄ como evitar”, Ă© isso? EntĂŁo, permitam-me dizer algo para vocĂȘs: as coisas mudam, entendem?

Moguzo encolheu o pescoço, olhando para Ranta com os olhos arregalados. — 
 O que vocĂȘ quer dizer com isso?

— Pelo que ouvi, algumas pessoas novas entraram. O grupo anterior tinha apenas trĂȘs pessoas e ainda nĂŁo compraram seus distintivos. Eles sĂŁo esquisitos e ninguĂ©m sabe o que estĂŁo fazendo. No nosso grupo, tĂ­nhamos doze pessoas, mas desta vez parece que tem atĂ© mais. Todos estĂŁo nas guildas fazendo o treinamento bĂĄsico para iniciantes e logo vĂŁo terminar. Depois vĂŁo formar uma party e talvez atĂ© venham para Damuro.

— Qual Ă© o problema disso? — Yume fez bico. — Se muitas pessoas vierem, que venham. Com apenas Yume e todos lĂĄ, Yume se preocupa com o que acontecerĂĄ se as coisas derem errado. AlĂ©m disso, serĂĄ que todos nĂŁo poderiam cooperar para enfrentar grupos maiores de Gobchi?

Essa era uma forma de ver as coisas
 mas Haruhiro não conseguia encarar a chegada dos recém-chegados de forma tão positiva quanto Yume.

Por ora, deixando Mary de lado, os membros do time Haruhiro eram soldados voluntĂĄrios hĂĄ pouco tempo. Sendo assim, era inevitĂĄvel que a party fosse fraca e sem relevĂąncia.

O que Ranta estava dizendo era correto. Haruhiro, pelo menos, estava ciente disso.

No entanto, isso vai mudar. Logo haverå pessoas que virão atrås de nós. Se continuarmos com calma, elas poderão nos ultrapassar. Isso não seria meio patético
?

— Acho que Ă© melhor nĂŁo ter pressa. — disse Mary, como se estivesse vendo os sentimentos de Haruhiro.

Sim
 Ela tem razĂŁo, pensou ele. Ter pressa nĂŁo vai adiantar nada. No final das contas, sĂł podemos fazer o que somos capazes. Alguns podem avançar mais rĂĄpido, pulando alguns degraus, mas nĂłs talvez nĂŁo consigamos. Se tentarmos e falharmos, podemos nos machucar ou atĂ© mesmo morrer. Haruhiro se pergunta: serĂĄ se realmente estamos avançando degrau por degrau, ou estamos apenas parados no mesmo lugar.

— Tenho uma ideia. — Haruhiro nĂŁo conseguia nem olhar nos olhos de ninguĂ©m, entĂŁo baixou o olhar para a mesa. — 
Agora, este Ă© apenas um exemplo, mas nĂŁo podemos continuar caçando goblins para sempre, entĂŁo poderĂ­amos tentar ir para outro lugar
 NĂŁo acho que seria uma pĂ©ssima ideia, certo? Embora nĂŁo precisemos mudar completamente nosso local de caça de repente. Mas estar no mesmo lugar o tempo todo se torna rotina, pode-se dizer. Torna-se um trabalho rotineiro, e podemos cometer erros estranhos por causa disso. Acho que precisamos de estĂ­mulo, sabe. Mas Ă© sĂł um exemplo.

— Haruhiroooo. — Ranta lhe deu um sorriso de rosto cheio. — Amigo, de vez em quando, vocĂȘ diz coisas boas. Mas sĂł de vez em quando mesmo. É claro que sou a favor desse plano!

— Bem, a Yume Ă© contra, entĂŁo.

— Okay, eu tambĂ©m sou
 — disse Shihoru.

Ao ver a rapidez com que Yume e Shihoru se juntaram à oposição, a falta de virtude de Ranta foi exibida de forma explosiva.

— Guh
 — Moguzo fez uma expressão difícil e parecia estar pensando profundamente.

E quanto Ă  Mary? Haruhiro nĂŁo conseguia ler nada na expressĂŁo ou nos trejeitos dela, entĂŁo nĂŁo sabia.

— De qualquer forma, nĂŁo era um plano
 — disse Haruhiro, coçando a nuca. — Apenas um exemplo, como mencionei. É uma perspectiva sobre as coisas, sabe? JĂĄ exploramos quase todos os cantos de Damuro, entĂŁo surge a dĂșvida sobre o que faremos em seguida.

— O que faremos em seguida? — Yume pegou suas tranças e as enrolou em seu pescoço. — Desde que estejamos bem por hoje, Yume acha que Ă© o suficiente. Fazer a mesma coisa todos os dias Ă© tĂŁo ruim assim? Ultimamente, nĂŁo nos metemos mais em problemas e estamos juntando um pouco de dinheiro. A Yume realmente nĂŁo tem do que reclamar.

— VocĂȘ nĂŁo tem vontade de melhorar a si mesma? — Ranta estalou a lĂ­ngua. — VocĂȘ nem Ă© mais humana. Uma porca, Ă© isso que vocĂȘ Ă©. Uma porca.

— Os leitĂ”ezinhos sĂŁo muito bonitinhos, mas quando crescem viram porcos, que nĂŁo sĂŁo tĂŁo fofos. Por isso, Yume acha que nĂŁo tem problema os leitĂ”ezinhos continuarem sendo leitĂ”ezinhos.

— HĂŁ? Que merda vocĂȘ estĂĄ dizendo? Por que os leitĂ”es estĂŁo entrando na conversa de repente? NĂŁo estou entendendo nada.

— VocĂȘ nĂŁo entendeu porque Ă© um boboca, Ranta. Isso nĂŁo Ă© culpa da Yume.

— NĂŁo culpe as outras pessoas! AlĂ©m disso, eu nĂŁo sou boboca! Se alguĂ©m Ă© um boboca aqui, Ă© vocĂȘ!

— Boboca, Boboca, Boboca.

— Ora, sua!

— Parem com isso, vocĂȘs dois
 — Moguzo tentou impedi-los, mas foi uma tentativa bastante reservada, por isso nĂŁo surtiu muito efeito.

Haruhiro levou a caneca aos lĂĄbios para tomar um gole de limonada.

Estou sendo apressado? NĂŁo posso negar. Estou sim. A Equipe Renji estĂĄ em um nĂ­vel tĂŁo diferente que nem tenho vontade de tentar alcançå-la. Ou seja, nunca me sentiria inclinado a me atualizar. NĂŁo peço para ser como eles, mas se me questionar se estamos bem como estamos agora
 Bem, fico com dĂșvidas. Se novas pessoas surgirem e nos ultrapassarem, acho que nĂŁo me sentiria bem com isso. Provavelmente isso me incomodaria um pouco. Ou atĂ© muito.

Mas também entendo o que a Yume estå dizendo.

Qual Ă© o nosso objetivo? Realisticamente, Ă© nos mantermos vivos por enquanto. Continuar com nossas vidas. Viver o melhor que pudermos.

Agora que compramos nossos distintivos, podemos usar a casa de hospedagem gratuitamente. Ela estå em mau estado, mas poder dormir em um lugar que nos mantém longe da chuva é uma grande vantagem. Se escolhermos cuidadosamente onde comer, também poderemos manter o custo da alimentação baixo. Se tivermos que cortar gastos, hå vårias maneiras de fazer isso. Mas isso é sufocante. Quero me hospedar em alojamentos melhores. Se eu pudesse alugar um quarto com tranca por dez dias ou mensalmente, seria maravilhoso. Assim, eu teria um lugar onde poderia me sentir seguro para deixar minhas coisas. Eu poderia até ter mais pertences pessoais.

Se continuarmos indo a Damuro assim e economizarmos, provavelmente conseguiremos atingir esse tipo de meta. Não hå necessidade de nos esforçarmos. O que faríamos se nos esforçåssemos demais e algo terrível acontecesse?

PoderĂ­amos morrer.

NĂŁo.

NĂŁo Ă© talvez.

NĂłs realmente morreremos.

—Manato.

Não quero deixar mais ninguém morrer. Não quero que se repita o que aconteceu com Manato. Precisamos ser cautelosos.

Com tudo isso dito, serå que estamos verdadeiramente bem na situação em que estamos? Desde que adquirimos nossos distintivos, não aprendemos novos feitiços ou habilidades, nem compramos armas e armaduras melhores, apenas ficamos vagando sem destino, indo e voltando de Damuro.

Tivemos sucesso em vingar Manato, matando o goblin de armadura e o hobgoblin. ApĂłs isso, compramos distintivos e oferecemos um como tributo no tĂșmulo de Manato.

Quando tínhamos um objetivo claro, éramos motivados. Havia um senso de tensão, um impulso para melhorar, como Ranta estava falando. Nós tínhamos que nos tornar mais fortes, aprender a lutar melhor, senão achåvamos que nunca conseguiríamos vingar.

Agora, esses dias acabaram.

MissĂŁo cumprida.

Esta Ă© a realidade, e agora todos perderam a vantagem por causa disso? Posso afirmar com certeza que nĂŁo Ă© este o cenĂĄrio?

Pode ser benéfico manter o status quo. No entanto, se acreditarmos que manter o status quo é fåcil, o caminho mais simples, poderå nos prejudicar no final?

— 
Hum, vocĂȘ nĂŁo acha que jĂĄ estĂĄ na hora de voltarmos? — Shihoru disse hesitante e, como nĂŁo houve objeçÔes, foi isso que eles acabaram fazendo.

Mary se separou da party quando eles deixaram a Taberna Sherry.

Quando os cinco restantes estavam voltando para seus alojamentos, Haruhiro parou de repente. — Ah. VocĂȘs devem voltar sem mim. Eu tenho uma coisinha para fazer


— Uma coisinha? — Yume piscou os olhos vĂĄrias vezes. — O que Ă© essa coisinha?

— Err
 Uh, o banheiro! Eu quero ir ao banheiro. Acho que nĂŁo vou aguentar atĂ© voltarmos. É por isso que


Ranta bufou. — O quĂȘ, vocĂȘ precisa mijar? EntĂŁo, Ă© sĂł tirar a roupa e fazer suas necessidades onde quer que seja. NĂłs esperamos por vocĂȘ.

Por que era apenas em momentos como esse que Ranta mostrava um lado consciencioso que todos sabiam que ele não tinha? Provavelmente não era intencional, mas a irritação de Ranta era demais para ele.

— Não vou ficar do lado de fora para mijar —, disse Haruhiro. — Vou procurar uma loja em algum lugar e usar o banheiro.

— Hmph. LĂĄ vem vocĂȘ cheio de frescura.

Mandando o Ranta, que o enfureceu, e os outros trĂȘs que nĂŁo tinham feito nada de errado para a frente, Haruhiro voltou pelo caminho que tinham vindo.

Quando voltou para a taberna Sherry e olhou em volta, encontrou Mary sentada na ponta do balcĂŁo. A verdade Ă© que, quando ele se virou pouco depois de se separarem, pensou ter visto Mary entrando na taverna.

Haruhiro se aproximou de Mary e apontou para o assento ao lado dela. — Mary. Está tudo bem? Se importa se eu me sentar aqui?

Mary pareceu um pouco surpresa, mas assentiu. — Eu
 nĂŁo me importo, mas vocĂȘ nĂŁo estava indo para casa?

— VocĂȘ tambĂ©m nĂŁo estava, Mary? — Haruhiro sentou-se ao lado de Mary, dando-lhe um leve sorriso. — O que Ă© isso que vocĂȘ estĂĄ bebendo aĂ­? Algo alcoĂłlico?

Mary olhou para baixo com vergonha, puxando a caneca de porcelana para perto de si. — Hidromel. Pensei em fazer mais uma rodada.

— Hidromel
 Ă© um ĂĄlcool feito de mel, certo? Talvez eu queira um pouco disso tambĂ©m.

Quando Haruhiro pagou uma das garçonetes e pediu hidromel, de repente não conseguiu falar.

Eu vim aqui procurar a Mary. Sim, ela estĂĄ aqui, mas tenho algo para conversar com ela, algo sobre o qual quero pedir seu conselho. Eu pretendia pedir conselhos a Mary sobre isso, mas Ă© algo difĂ­cil de falar com todos presentes. Mesmo sem todos aqui, ainda Ă© difĂ­cil falar sobre isso.

A garçonete trouxe a bebida para ele. Ela não era da cor de mel, talvez tivesse algo adicionado, pois tinha um leve tom avermelhado. Haruhiro deu um gole. Era doce, com apenas um leve toque de acidez.

— Ouvi dizer que eles adicionam xarope de framboesa —, explicou Mary.

— Ah, entĂŁo Ă© isso —, disse ele. — Parece ser o que eu estava provando. É bom.

— Aconteceu alguma coisa?

— Sim


No final, ele nĂŁo conseguiu falar sobre o assunto. Haruhiro pensou que nĂŁo hĂĄ mais jeito, nĂŁo consigo continuar desse jeito.

— Mary, vocĂȘ jĂĄ esteve em muitas party antes, certo? EntĂŁo, eu tinha algo que queria perguntar. Ah


Mary tinha uma expressĂŁo difĂ­cil no rosto. Era o que parecia.

Eu fiz besteira, Haruhiro percebeu.

Mary não tinha esquecido seu passado; não havia nenhum indício da pessoa positiva e sempre sorridente que ela costumava ser. No entanto, ela estava se esforçando ao måximo como membro da party de Haruhiro. Se ela não quisesse mais se lembrar do passado, não seria surpreendente que se sentisse daquela maneira.

Eu nĂŁo deveria ter falado sobre isso.

Mary, no entanto, fez um leve aceno de cabeça. — Não se preocupe comigo. Está tudo bem.

— VocĂȘ tem certeza? Se estĂĄ fazendo algo forçada, nĂŁo Ă© bom. Melhor nĂŁo fazer. Fui eu quem trouxe o assunto Ă  tona, entĂŁo Ă© estranho eu dizer isso.

— O que vocĂȘ quer perguntar? — A expressĂŁo de Mary estava um pouco rĂ­gida. Ou talvez apenas parecesse assim. Talvez Haruhiro estivesse pensando demais nas coisas. Mas se ele parasse por aqui, isso seria estranho por si sĂł.

— Estava pensando, o que vocĂȘ acha da nossa party? Tipo, do que podemos realizar juntos. E mais alĂ©m, o que acha do que eu faço?

— E quanto a vocĂȘ, Haru?

— Bem, Ă© estranho para mim dizer isso, mas sabe, eu sou o lĂ­der, ou algo assim?

— Algo assim? VocĂȘ nĂŁo Ă© o lĂ­der?

— 
 Talvez seja o líder. Será que tenho agido como líder o bastante?

Mary baixou os olhos, pensando por um momento antes de abrir a boca. — Pelo que tenho visto, acho que os líderes podem ser divididos em dois tipos.

— Quais são esses dois tipos?

— O tipo ditador e o tipo executivo. Acabei de inventar os nomes, portanto, não pense muito sobre eles.

— Certo. O tipo ditador
 Eles dizem: “Eu sou forte” e puxam todo mundo junto com eles. Algo assim?

— Sim. Esse tipo, tendem a possuir personalidades fortes, com capacidade de obrigar outras pessoas a obedecĂȘ-los sem chance para contestaçÔes. Em suma, a party segue Ă  sua vontade. Aqueles que se opĂ”em sĂŁo punidos ou expulsos, fazendo com que os insatisfeitos nĂŁo consigam permanecer por muito tempo na party.

O Renji é esse tipo de líder, pensou Haruhiro. No entanto, tenho certeza de que ninguém jamais iria contra o Renji.

— O tipo executivo nĂŁo Ă© assim, eles sĂŁo
 O quĂȘ? O tipo que elimina as diferenças? — ele perguntou.

— Sim. Por serem simpĂĄticos ou bons oradores, eles sĂŁo do tipo que consegue fazer com que todos tenham o mesmo ponto de vista. Com esse tipo, eles nĂŁo precisam necessariamente ser fortes. Às vezes, quase parece que estĂŁo lĂĄ apenas para se exibir. Por exemplo, Ă  primeira vista, as pessoas podem se perguntar por que essa pessoa Ă© o lĂ­der. No entanto, mesmo quando hĂĄ um conflito dentro do grupo, ele geralmente Ă© resolvido de forma clara graças a essa pessoa.

— Estou entendendo. O ditador e o executivo. Hmm. Eu sou


Com certeza, não sou do tipo ditador. Serå que sou do tipo executivo? Mas não sou muito amigåvel e não sou bom em falar. Não posso ser chamado de líder, não tenho determinação e não consigo fazer as pessoas se submeterem. Não tenho todas as qualidades necessårias para ser um ditador, então se algum dia eu aspirar a algo assim, deveria ser executivo. Resumindo, acredito que é isso.

Como serå que foi para o Manato? Era evidente que ele estava no topo da pary. Mesmo assim, ele nunca tentou nos forçar a segui-lo. Todos nós apenas ouvíamos o que o Manato dizia, naturalmente deixando que ele nos guiasse.

— Há algo entre o ditador e o executivo? — ele perguntou.

— Eu expliquei que estava dividindo-os de maneira ampla, não se tratam de categorias restritas. Um líder pode ser tanto o ditador clássico quanto ter características do executivo, escolhendo qual se encaixa melhor conforme a situação.

— Basicamente, todo mundo Ă© diferente, Ă© isso?

— Certo. Desculpe se isso nĂŁo foi de muita utilidade para vocĂȘ.

— NĂŁo, isso nĂŁo Ă© verdade. Se estivermos falando de tipos, eu seria o executivo, nĂŁo Ă©? Se eu tivesse que ser um dos dois.

— É isso que eu acho.

— Hmm
 — Haruhiro olhou para o teto. — Como executivo, eu gostaria que as pessoas fossem mais assertivas. Por exemplo, dizer ‘eu quero fazer isso’ ou ‘eu quero fazer aquilo’, ou ‘eu acho que devemos fazer isso’. Em nosso grupo, apenas o Ranta tem clareza sobre essas questĂ”es. O restante de nĂłs, incluindo eu, somos mais passivos e tendemos a seguir o fluxo facilmente.

— VocĂȘ se sente perdido? — perguntou ela.

— NĂŁo posso dizer que nĂŁo estou me sentindo perdido, na verdade. Ahh. Veja, tenho a tendĂȘncia de ser vago, como agora.

Os lĂĄbios de Mary se soltaram um pouco.

Sabe, pensou Haruhiro com renovada admiração, Mary é muito bonita.

E aqui estava Haruhiro, sozinho com ela.

Quando penso muito nisso, me sinto estranho e desconfortåvel. Serå que estå tudo bem eu estar aqui com ela? Começo a pensar que talvez não seja apropriado.

— Como “ninguĂ©m convidou vocĂȘ”, talvez? — murmurou ele.

— Disse alguma coisa? — perguntou Mary.

— Huh? VocĂȘ ouviu alguma coisa? Talvez vocĂȘ sĂł tenha imaginado
? — Haruhiro deu um sorriso falso. Oops, o que eu estava pensando escapou. Eu realmente nĂŁo estou bem. Preciso ser mais firme. Como lĂ­der da party, preciso me preparar, mesmo que eu nĂŁo queira fazer isso.

Eu não escolhi ser o líder, estou apenas desempenhando esse papel porque não tive outra opção.

— Sobre o que vocĂȘ disse antes —, ela disse. Mary provavelmente estava tentando ser atenciosa. Haruhiro a estava forçando a tentar ser atenciosa.

— Uh, certo —, Haruhiro fez uma expressĂŁo mais sĂ©ria. — O quĂȘ?

— Sobre talvez mudar nosso local de caça.

— Ah, a Yume e a Shihoru se opuseram a isso, e a conversa não deu em nada depois disso
 Tudo graças ao Ranta. Droga.

— Desde que vocĂȘ nĂŁo esteja apressando as coisas, acho que essa Ă© uma opção.

Bem, honestamente, estou com um pouco de pressa. Ele queria poder dizer isso honestamente, mas Haruhiro guardou isso para si. Ele nĂŁo queria mostrar a Mary muito de seu lado nĂŁo legal. No entanto, talvez jĂĄ fosse um pouco tarde para isso.

— Entendo. Bem, se quisermos ir para outro lugar, onde seria bom?

Era quase como se ela jĂĄ tivesse sua resposta preparada.

— As Minas Cyrene —, respondeu Mary de forma breve e imediata. Sem nenhuma expressão.

Haruhiro quase disse: “Mas nĂŁo Ă© lĂĄ que
”, mas ele conteve as palavras. NĂŁo foi lĂĄ que seus companheiros morreram? VocĂȘ lutou contra um kobold perigoso chamado Death Spots ou algo assim, e perdeu trĂȘs pessoas. Se me lembro bem, foram o guerreiro Michiki, o ladrĂŁo Ogu e a maga Mutsumi? O que aconteceu com eles depois disso? Deveria ter sido impossĂ­vel recuperar os corpos.

Se eles nĂŁo fossem cremados, com a maldição do No-Life King, os trĂȘs teriam


SerĂĄ que devo ficar calado sobre isso? Ou seria melhor discutir o assunto? Haruhiro estava indeciso.

Por fim, apĂłs questionar Mary sobre os kobolds das Minas Cyrene, ele saiu da taberna para passar a noite.

Enquanto voltava para a hospedagem, sĂł pensamentos de arrependimento lhe assolavam, deixando um gosto amargo em sua boca.

Sou tão instável


De qualquer forma, nĂŁo era algo que ele precisasse decidir imediatamente. Ele poderia tomar seu tempo e pensar cuidadosamente sobre o assunto.

Esse era seu plano, mas ele nĂŁo foi capaz de segui-lo.


Tradução: ParupiroH Para estas e outras obras, visite o Cantinho do ParupiroH – Clicando Aqui
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