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Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 4 – Volume 14

 

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Hai to Gensou no GrimgarGrimgar of Fantasy and Ash

Light Novel Online – Capítulo 04:
[O Jeito que as Coisas Brilhavam Quando Nos Conhecemos (Toki_Meki)]


— …Destino — disse Tonbe.

— Sim, é isso, acho que foi o destino, meu encontro com Io-sama. É a única coisa que pode ser chamada assim, mas eu não diria que Io-sama e eu somos ligados pelo destino, porque se eu dissesse isso, Io-sama me repreenderia. “Espera Aí, Tonbe, você tá me dando arrepios. Pode parar? Sério, é nojento. Olha, estou toda arrepiada.” E quando ela me mostrasse o antebraço—não, não o antebraço, ela não me mostraria o antebraço, né? Bem, o braço com arrepios—eu ficaria olhando fixamente, claro que sim, né? Eu olharia como louco, né? Quer dizer, é o braço de Io-sama, afinal! Mesmo que isso só fizesse Io-sama ficar ainda mais arrepiada. Eu sei que faria, mas ainda assim eu olharia. Sim, eu olharia. Tipo, poderia fazer isso tantas vezes, só pra ver os arrepios de Io-sama. Estou pensando em umas dez, talvez? Tipo, tô falando de me empolgar aqui. Gwuhuhuhuhuhyuh! Ah, isso é segredo, aliás. Sério, se não guardar segredo, as coisas vão sair do controle. Tô contando com você. Mas, bem, de qualquer forma, fico feliz por ter conhecido Io-sama, sabe. So isso já valeu a pena ter nascido. No começo, na Taberna Sherry, né? Você parece um soldado voluntário, então deve conhecer a Taberna Sherry. Então, eu tava lá, certo? E ouvi que uma sacerdotisa estava recrutando membros para uma party. Agora, eu tava em outra party na época, mas eles eram todos uma porcaria total. Os reis da porcaria. Os reis porcos. Gwuhuhuhuhuhyuh! Eles me chamavam de gordo, feio, nojento, esquisito, fedido, todo tipo de coisa. Agora, talvez algumas coisas não fossem totalmente mentira, mas ainda assim, como podiam dizer isso na minha cara? Quer dizer, claro, eles agiam como se fosse tudo uma brincadeira amigável, mas mesmo assim, era horrível. Então, quando eu surtei, eles ficaram tipo, “Por que você tá ficando todo vermelho, cara? A gente só estava se divertindo com você. Você é muito engraçado.” Nessas horas, eu pensava que talvez tivesse sido um pouco imaturo, e recuava, mas quando isso acontecia de novo, e de novo, e de novo, e de novo um milhão, um bilhão de vezes, repetidamente, no final, comecei a pensar, Vocês estão me fazendo de idiota. Não estão se divertindo comigo. Estão zombando e rindo de mim. Tô magoado aqui. Eu podia estar com um sorriso idiota, mas estava na Travessa do Coração Partido quando entrei naquela taberna. O que é a Travessa do Coração Partido? Tanto faz! Posso ter 1,71 metros de altura e pesar 81 quilos, mas não passo de cem, tá? Não chame ninguém com menos de cem quilos de gordo. É uma afronta ao conceito de gordura. Você concorda, né? Né?

— Ah… Uhhh… — disse Kuzaku. — Acho que sim…

Não sei se devo concordar ou não, pensou ele. Quer dizer, nem sei com o que ele quer que eu concorde.

Já não sei mais. Esse cara, ele tá murmurando sozinho do meu lado esse tempo todo. E não parece que vai parar também. Ele tá falando sem parar enquanto a gente caminha. Só consigo ouvir até certo ponto. Eu tento ouvir, mas não escuto as palavras. Esse gordo, ele é irritante pra caramba…

— Pra começar, tinha o Sakumata, aquele cara que era o que você chamaria de líder da party que dizia estar “se divertindo” comigo — continuou Tonbe. — Será que ele ainda tá por aí? Será que tá vivo? Bem, ele tava por aí naquela época. Aquele cara tava saindo com a maga da party, mas eles terminaram, aí ele saiu com a ladra da party. Quer dizer, à primeira vista, talvez ele fosse bonito? Tipo, ele achava que era bem gato também. O fato é que ele dizia abertamente coisas como: “Nunca me faltaram mulheres.” Mano, seu rosto não tem nada de especial. Você tem um rosto que parece uma banana amassada. Rosto longo, nariz achatado, lábios finos, olhos caídos. Ele podia até ser um dos menos feios daquela party, mas isso é o padrão mais baixo dos padrões baixos. A propósito, suas namoradas, a maga e a ladra, odeio ter que dizer isso, mas elas eram, na melhor das hipóteses, medianas. Talvez piores. Meu rosto pode não ser o mais simétrico, e se você fosse um cara bonito, talvez tivesse o direito de me chamar de feio, mas não quero ouvir isso de você. Você não tem moral pra falar isso.

— Uhh… tá, claro… — disse Kuzaku.

— Então, basicamente, eu tava pensando, quero sair da party do Sakumata. Talvez eu devesse desistir. O que fazer? Foi quando, caramba, uma deusa desceu até mim. Isso mesmo! Ela era literalmente uma deusa. Quando fui ver a sacerdotisa que tava recrutando membros pra party, acredita. Tinha uma deusa lá. Uma deusa que desceu do céu pra terra. Como um raio. Fiquei bobo de tão chocado. Gwuhuhuhuhuhyuh!

— Ah, hã… — Kuzaku respondeu.

Não me importo, mas você pode fazer algo sobre essa risada? pensou Kuzaku vagamente. Quer dizer, já deu. Tô começando a ficar realmente farto disso.

— Uh… desculpa, Tonbe-san — Kuzaku tentou interromper o mais educadamente possível, mas Tonbe, o paladino gordo, não ligou nem um pouco.

— Não sei o que era. Ela tinha um cabelo liso e sedoso, e uma figura pequena, mas, tipo, bem, bem pequena, mas não de um jeito delicado, sabe? Tinha um corpo feminino, digamos assim? O uniforme de sacerdotisa é branco, afinal, e aquele branco, combinava muuuito com ela. Tipo, a pele dela, parecia tão macia, e brilhava, os olhos dela, quero dizer, porque eram tão grandes, e mais importante, essa deusa já tava cercada por soldados voluntários, mas no momento em que nossos olhos se encontraram, ela sorriu pra mim. Um sorrisinho. Meu coração pareceu que ia parar, sabe? Não, não é mentira. Não tô exagerando. Meu coração literalmente parou por um momento, tá?

Por que esse cara não morreu logo ali? Kuzaku resmungou em silêncio. Se tivesse morrido, eu não teria que ouvir essa história idiota e sem sentido, né?

Não, retiro isso. Não é bom pensar assim. Desculpa, desculpa. Por mais horrível que ele seja, eu não deveria desejar a morte dele. Ele me salvou, afinal. Esse gordo. Acho que não deveria chamar ele assim também. Bem, ele é gordo, mesmo. Não acho que ser gordo seja tão ruim, mas tem diferentes tipos de gordo. O tipo dele meio que me irrita. Não? Será que tô irritado só porque é o Tonbe? Hmm. Pode ser. Mas tô cansado, e com sono. Ainda assim, é impressionante que eu ainda esteja andando. É como se eu estivesse andando, mas na verdade estou caindo pra frente. Minha perna se mexe sozinha, eu caio de novo e então a outra perna se mexe. A mesma coisa, de novo e de novo. E também, é estranhamente doce…

— Não precisa nem dizer, mas eu decidi na hora — continuou Tonbe. — Voltei direto pro Sakumata, aquele idiota com cara de banana amassada, e disse pra ele, “Adeus, nunca mais nos veremos, esquece que eu existi, sim, isso quer dizer pra sempre.” Aí, na mesma hora, corri pra minha deusa, tomei coragem e me ofereci pra ser um dos camaradas dela. Não lembro exatamente o que eu disse. Foi tipo, “quero mudar minha vida”, ou algo assim, acho. Ah, e acho que disse algo como, “farei qualquer coisa, então por favor me aceita também.” Quer dizer, claro que eu faria qualquer coisa, né? Era Io-sama, uma deusa, afinal. Eu tinha que fazer. Guhfuhfuhfuhfuhyuhohohyuhyuhohoh!

Tô no meu limite, gemeu Kuzaku em silêncio. Claramente não aguento mais, e não me importo mais. Vou simplesmente desabar.

No momento em que caiu, veio um chute imediato.

— Ai!

Kuzaku rolou no chão com as duas mãos segurando a testa.

Surpreendentemente, quem chutou Kuzaku na testa com a ponta do pé não foi Tonbe. — Nada de dormir, seu idiota.

Outra pessoa que os acompanhava, uma que não era gorda como Tonbe, estava olhando para Kuzaku.

— N-Não me chuta — murmurou Kuzaku. — Ai…

— É, vou te chutar mesmo! — disse o cara.

Ele estava todo vestido de preto, um visual que gritava que era um cavaleiro das trevas. Seu queixo era absurdamente longo. Tão longo, na verdade, que se destacava debaixo da máscara. Suas sobrancelhas eram quase triângulos, ele tinha olhos sanpaku com o branco aparecendo, e uma testa incrivelmente estreita.

Havia limites para o quão fina uma testa podia ser. Kuzaku nunca tinha visto uma linha de cabelo tão baixa antes.

— Se você dormir, vai causar problemas — disse o outro cara. — Claro que eu vou ter que te chutar. Se vai dormir, então morre. Se não consegue morrer sozinho, eu te mato eu mesmo.

— Gomi — disse uma voz.

Era uma voz clara como um sino de vidro. Aquela voz linda estava… chamando alguém de “gomi”, uma palavra que significava “lixo”?

Quando Kuzaku olhou, uma beldade de cabelos longos em uma túnica branca estava olhando em sua direção.

Embora ele a chamasse de beldade, havia uma máscara cobrindo a metade inferior de seu rosto. Mesmo assim, ela era ridiculamente linda. Ele achava que Tonbe a tinha chamado de pequena, mas ela era de altura média, nem alta nem baixa. Suas proporções não deixavam nada a desejar.

Era como, bem, uma garota bonita clássica. A garota bonita. Era como se, quando alguém dizia as palavras “garota bonita”, era ela que queriam dizer. Havia uma translucidez nela, uma pureza? Tão bonita que a palavra “bonita” em si parecia sem graça. Tipo, “ali está uma garota bonita.”

Garotas bonitas não eram ficção. Elas realmente existiam.

A roupa da garota bonita não era toda branca. Havia detalhes em azul. Embora tivesse sido ajustada para ser mais fofa, era reconhecível como um uniforme de sacerdotisa. Combinava com ela de um jeito absurdo. Era como se fosse uma roupa única, feita sob medida para uma garota bonita.

Aquela garota bonita, com uma voz que combinava com uma garota bonita, tinha dito apenas uma palavra: “gomi”, que significava “lixo” ou “porcaria”.

Isso o atingiu com uma força destrutiva.

— Deixa assim, Gomi.

Ela disse de novo!

O cavaleiro das trevas que foi chamado de lixo se curvou em 90 graus—não, 120 graus —não, não, quase 180 graus.

— S-Sim, senhora! Se a senhora manda fazer, eu faço com prazer!

— Sua voz tá muito alta — disse a garota bonita. — Cala a boca, Gomi.

Tendo sido insultado pela garota bonita, Gomi fez uma vanguardista tão profunda que colocou seu rosto tão baixo que quase tocou os joelhos, e com uma voz tão baixa quanto o zumbido de um mosquito, ele se desculpou. — D-Desculpa…

Todo o corpo dele estava tremendo. Talvez ele estivesse chorando. Na verdade, as lágrimas estavam transbortando, então não havia “talvez”; esse homem adulto estava claramente chorando.

Cara, você tem mais de trinta anos, pensou Kuzaku. Não chora…

A propósito, Tonbe agora estava olhando para Gomi e sorrindo. Bem, não era ele uma peça nojenta?

— Bem… — Kuzaku se sentou, girou a cabeça para a esquerda e para a direita, e rodou os braços em círculos. Por um momento, sentiu como se o sono tivesse sumido, mas ainda não se sentia bem.

— É verdade que eu tava quase caindo no sono — disse Kuzaku. — Isso teria sido ruim?

— Bem, sim — disse a garota bonita. — Em Parano, quando você dorme, você sonha. Esses sonhos se distorcem para dar à luz monstros dos sonhos.

— Hmm…

Não entendi muito bem, pensou Kuzaku. Entendi? Mas, sério. Ah…. Estou cansado…

Ele tentou bocejar, mas sua boca foi coberta. Com uma mão.

De quem era a mão?

— O vento tá soprando, sabe — disse a garota bonita. — O vento doce de Parano. Não respira ele sem cuidado.

A garota bonita estava olhando para Kuzaku. Ela estava perto pra caramba. Quando isso aconteceu? Ele tinha começado a sentir sono de novo, talvez até estivesse cochilando. Mas espera aí… parecia que a garota estava tampando sua boca. Não, não era só impressão; ela estava mesmo tampando.

— I-Io-sama! — gritou Tonbe.

— Io-sama! — gemeu Gomi.

Gordão e Lixo—não, Tonbe e Gomi—estavam em pânico. Na verdade, estavam furiosos. Por que estavam tão bravos?

— Erm… vento…? — perguntou Kuzaku.

— Ah! — O corpo da garota bonita estremeceu, e ela soltou um gemido encantador que o surpreendeu um pouco.

Hã? O que, o que, o que? O que eu fiz?

— O que foi isso? — ele exclamou.

— Fez cócegas! — A garota bonita retirou a mão que estava usando para cobrir a boca de Kuzaku, segurando-a sob o braço esquerdo enquanto se virava para longe dele. — …Nossa.

Ela lançou um olhar de lado para Kuzaku. Ele viu o que ela estava fazendo.

Era tão deliberado que ele quis dizer, “De jeito nenhum.”

Mesmo pensando, Quem faz isso?, o coração de Kuzaku começou a disparar. Se ele tivesse que dizer se ela era fofa ou não, ela realmente era fofa. Garotas bonitas eram algo a se temer.

— Como! Você! Ousa…! — gritou Tonbe.

— I-I-I-Isso! Isso é! Isso é imperdoável…!

Tonbe e Gomi tinham surtado completamente. Seus rostos estavam vermelhos como beterrabas, e pareciam prontos para pular em Kuzaku a qualquer momento.

Tonbe estava com seu martelo de guerra pronto, e Gomi já ia pegar a espada longa pendurada nas costas. Será que estavam prontos para matar…?

A mão da garota bonita tinha tocado Kuzaku. Isso devia ser o que os deixou tão furiosos. Não que ele não entendesse o porquê. Provavelmente eles gostavam dela. Estavam apaixonados. Chamavam-na de Io-sama, afinal. Talvez a amassem demais, a ponto de ser quase uma adoração.

No entanto, a Io-sama deles não os via nem um pouco como objetos de interesse romântico. Ela os usava como capachos.

É muito distorcido, pensou Kuzaku. Isso é realmente nojento.

— Uh… ei… er…

Dito isso, eles o salvaram, e eram seus veteranos como soldados voluntários, e ele podia ter outros laços com eles também.

Kuzaku não queria causar problemas, então, embora não achasse que tinha feito algo errado, optou por abaixar a cabeça em pedido de desculpas.

— Se eu fiz algo que ofendeu vocês, me desculpem.

— V-V-V-Você acha que p-p-p-pedir desculpas vai te tirar dessa?! — gritou Tonbe.

— Você tá gaguejando demais, Tonbe-san… — disse Kuzaku.

— Não zoe de mim! Seu pirralho atrevido! Eu faço isso há mais tempo que você!

— Desculpa, não resisti…

— Io-sama! — gritou Gomi enquanto finalmente sacava sua espada. Ele também estava chorando, por algum motivo. — Tô implorando, me dá permissão pra cortar esse pé de feijão podre que acha que é gostosão!

— Eu pareço que acho que sou gostosão? — perguntou Kuzaku, cético. — Não tá exagerando um pouco? Quer dizer, nem acho que sou gostosão.

— De onde vem essa atitude convencida e segura de si?! — berrou Gomi. — Você diz que não é gostosão, mas provavelmente tá pensando que é bem gostosão! Seu tipo realmente me dá nojo!

— Não, sério, não acho que sou.

— Eu sou seu veterano! Você não me trata nem com o respeito devido?! Vai morrer!

— Gomi! — gritou Io.

Se ela não tivesse gritado, Gomi absolutamente teria atacado Kuzaku. Aí Kuzaku teria sido cortado com um único golpe. Provavelmente—não, quase certamente—ele teria sido cortado.

Cada pelo do corpo dele se arrepiou.

Caramba, que assustador, pensou ele.

O olhar fervente que Gomi lançou para ele. Ele estava prestes a avançar, com uma precisão nos movimentos como uma mola totalmente comprimida. Além disso, Gomi era um cavaleiro das trevas. Para um cavaleiro das trevas, alta mobilidade, movimentos que faziam o oponente alucinar e esgrima eram suas especialidades. Kuzaku provavelmente teria recebido o primeiro ataque de Gomi sem chance de resistir.

O cara não era qualquer um. Estava claro que Gomi era um cavaleiro das trevas altamente habilidoso, de alto nível. Além disso, ele podia estar sendo afetado pela magia que parecia que qualquer um em Parano podia usar. De qualquer forma, suas habilidades estavam um nível, talvez dois ou três níveis, acima das de Kuzaku.

Apesar disso, nas mãos de Io, ele não passava de lixo. Não era um cara simpático, mas Kuzaku tinha que sentir um pouco de pena dele.

— Chega, Gomi — disse Io friamente. — Ele já é meu capacho. Você realmente acha que tem algum direito de puni-lo?

— Não tenho — murmurou Gomi. — Não poderia ter. E-Eu sinto muito, Io-sama…

— Você realmente entende? Você, Gomi? Você é um lixo que não merece viver, e ainda acha que pode ouvir o que eu digo e entender?

— Não posso! Não posso, mas me deixa tentar! Sou um lixo imundo, mas me deixa ser o lixo que a senhora tá disposta a chamar de lixo, Io-sama!

Nossa. Ele estava aos prantos. Gomi choramingava, chorava e implorava perdão a Io. Como ele podia se rebaixar assim? Kuzaku não entendia nada. Era um mistério por que Tonbe estava olhando para Io e Gomi e gemendo com os dentes cerrados também. Que tipo de relação eles tinham? Kuzaku não queria adivinhar, e desejava que o deixassem fora disso, mas deixando isso de lado…

— Eu também sou seu capacho… É isso? — perguntou Kuzaku.

— Bem, sim? — disse Io, com um tom implícito de “E daí?”

Não, não, não, pensou Kuzaku. — Huh? Desde… quando?

— Desde que você nasceu, certo?

Quando ela respondeu como se fosse óbvio, ele até começou a sentir que talvez ela estivesse certa.

Não.

De jeito nenhum.

— Eu nem lembro de ter nascido — disse Kuzaku. — Quer dizer, nem tenho memórias de antes de vir pra Grimgar. A gente acabou de se conhecer também.

— Você está nos Day Breakers, né? — perguntou Io.

— Bem… tecnicamente? Nunca pareceu assim, no entanto. Soma-san, Akira-san, e até o Rock-san, todos parecem estar muito acima de nós, fora do nosso alcance.

— Eu sou, com certeza, muito acima do seu alcance também, mas por sorte sou membro dos Day Breakers, e nos encontramos aqui neste mundo alternativo, este outro mundo, chamado Parano. Você quer chamar isso de coincidência?

— Não… Ahh… não sei — disse Kuzaku. — Acho que é sorte.

— Você é bobo. Isso era inevitável, sabe? Você me conheceu porque estava destinado a isso.

— Você… acha mesmo?

— Sim, isso mesmo. Para ser meu capacho.

— Seu capacho…

— Vou permitir que você me sirva. Nem preciso dizer, mas você não poderia ter mais sorte. Treme de alegria.

— Isso mesmo! — Tonbe pisou forte no chão, cuspindo saliva enquanto gritava.

Nojento… pensou Kuzaku.

— Não tô feliz de ver o número de capachos aumentar, mas se Io-sama diz, que seja! — gritou Tonbe. — Fique feliz! É uma honra, então sirva Io-sama com alegria! Louvada seja Io-sama!

— Não quero te aceitar! Mas não tenho escolha! É a vontade de Io-sama! — Gomi estava chorando de novo. Como ele conseguia chorar tão fácil? Será que suas glândulas lacrimais tinham ficado frouxas com a idade?

— Vamos — Io afastou o cabelo longo para trás e começou a andar, mas parou. Ela fixou o olhar em Kuzaku.

Quando ela o encarou assim, ele foi tomado por uma sensação como se ela tivesse agarrado seu coração. Ele não conseguia mexer um músculo. Ele meio que desejava que, ao tirar a máscara, o rosto dela não fosse nada especial. Se não fosse, e ela realmente fosse uma beleza impecável, ele poderia estar em apuros.

— Bossari — disse Io em um murmúrio.

Kuzaku inclinou a cabeça para o lado. — …?

— É o seu nome.

— Não, eu sou Kuzaku…

— A partir de agora, você é Bossari — declarou Io. — Eu decidi. Entendido?

Ele não podia aceitar aquela palavra como seu nome; significava “desleixado”. Ele estava prestes a reclamar quando Io abaixou a máscara até o queixo.

Ela era impecável.

Havia uma garota bonita impecável bem na frente dele. Seus lábios, em particular, eram tão cheios e brilhantes que a tornavam preocupantemente especial.

— Entendeu? — exigiu Io.

Não entendi—Pera, do que a gente tava falando mesmo? Acho que não importa mais. Ela é bonita demais. Kuzaku quase assentiu sem querer.

Huh? Tá bem assim? Não tá, né? Não tá certo, né?

Mas, peraí, o que não tá certo mesmo…?

— Prazer em conhecê-lo, Bossari! — exclamou Tonbe. — Essa é a nossa Io-sama! O senso de nomeação dela é maravilhoso, Bossari!

— Ei, Bossari! Que bom pra você, Bossari! Tô ansioso pra trabalhar com você, Bossari!

Tonbe e Gomi cercaram Kuzaku pelos dois lados, colocando os braços em volta de seus ombros.

— Não! — gritou Kuzaku. — Bossari não tá bem! Não tem como estar bem, né?!

— Você é idiota?! Io-sama diz que você é Bossari, então tá decidido!

— Isso mesmo! Você parece um Bossari pra mim! Bossari é o único nome pra você!

— Tá, certo, Gomi, empresta uma máscara reserva para o Bossari — ordenou Io.

— Certo, Io-sama! Vem cá, coloca isso, Bossari!

— A propósito, Bossari, eu sou um insone natural, então não preciso de máscara! Sim, sou insone! Sacou, Bossari?! Guhuhuhuhuhohyuh!

— Não me importo se você é insone! — gritou Kuzaku. — Vamos lá! Ouvir vocês me chamando de “Bossari, Bossari” tá me irritando ainda mais!

— É mesmo? Que atrevimento, ficar irritado com a gente, Bossari!

— Você é só um Bossari, então não se acha com a gente, Bossari!

— Droga! Tá bem, a gente vai, mas pra onde?! Vocês não me contaram nada…

— Pra Floresta Escarlate — Io colocou a mão no quadril, afastando o cabelo novamente.

Ela gostava daquele gesto? Ela estava arrasando. Com sua beleza sobrenatural, ela estava arrasando tanto que era assustador.

— Vou te apresentar ao rei — informou Io. — Se você quer sobreviver aqui em Parano, eu aconselharia ser educado e não fazer nada que o ofenda.

Light Novel Hai To Gensou No Grimgar Animexnovel Grimgar Of Fantasy And Ash Vol 14 Ilustration 08 – Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 4  – Volume 14 traduzido

Tradução: ParupiroHPara estas e outras obras, visite o Cantinho do ParupiroH – Clicando Aqui


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