Hai to Gensou no Grimgar â CapĂtulo 11 â Volume 14
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Hai to Gensou no GrimgarGrimgar of Fantasy and Ash
Light Novel Online â CapĂtulo 11:
[Abrace-me com Delicadeza (Nunca_Me_Decepcione)]
Setora estava se esforçando ao menos para não pensar, Que diabos estå acontecendo?
Ou melhor, em algum momento, ela tinha parado de pensar nisso. Isso provavelmente porque estava enraizado nela a crença de que pensar sobre isso não ia adiantar nada.
Ela também tinha desistido de olhar para trås para o caminho que tinham percorrido e tentar memorizå-lo. Eles simplesmente seguiam reto, e encontravam pùntanos sem fundo com bolhas brancas, e penhascos que pareciam raios.
Se dessem meia-volta e retornassem pelo mesmo caminho, naturalmente deveriam ver lugares familiares, mas por algum motivo nem sempre era o caso. NĂŁo, seria mais justo dizer que quase nunca era o caso.
ImpossĂvel! Algo estĂĄ errado! Talvez fosse uma rejeição Ă falta de consistĂȘncia, ou um medo e incerteza mais primitivos, ou confusĂŁo, mas fosse o que fosse, era difĂcil suprimir o sentimento.
Ainda assim, enfrentar a realidade Ă sua frente enquanto carregava esses sentimentos seria ainda mais difĂcil. Para se adaptar Ă realidade irreal em que estava, ela tinha que aceitar tudo.
Primeiro, ela abandonou quaisquer preconceitos sobre como a realidade deveria ser. Ela aceitou a realidade que tinha, mas e depois?
Isso a deixava sonolenta, entĂŁo quando o vento doce soprava, ela cobria a boca com um pano. Beber ĂĄgua a deixava intensamente triste, entĂŁo ela nĂŁo bebia. A falta de comida e ĂĄgua nĂŁo a fazia definhar, entĂŁo ela nĂŁo comia nem bebia nada.
â Mas isso Ă©âŠ
Quando ela subiu ao topo de uma colina que parecia girar, nĂŁo, que realmente estava girando, uma cidade se espalhava abaixo dela.
Era uma cidade? Havia fileiras de prĂ©dios e casas grandes e pequenas com telhados de ardĂłsia, ou algo semelhante, e ruas entre elas. Ela podia ver jardins e muros tambĂ©m. Havia uma nĂ©voa fina, entĂŁo ela nĂŁo conseguia enxergar claramente, mas seria possĂvel que as coisas se movendo para cima e para baixo nas ruas fossem humanos?
â Eles ainda parecem incrivelmente normais, ou racionais. Oh, acho que Ă© a mesma coisa, nĂŁo Ă©? â comentou sua companheira de viagem com uma risada.
Essa mulher também estava agindo de maneira muito estranha, mas era questionåvel se isso deveria ser simplesmente aceito junto com os outros eventos. Ela não tinha certeza do que fazer a respeito disso.
Apenas olhando para mulher, ela nĂŁo era diferente de antes. NĂŁo como Kiichi, que tinha se transformado massivamente e agora carregava sua mestra nas costas.
Sim, Kiichi tinha mudado. Olhando para Kiichi com ela nas costas, apenas uma em dez mil pessoas ainda poderia pensar que ele era um nyaa.
Nyaas eram criaturas que às vezes também eram chamadas de macacos-gatos, ou gatos-macacos, e quando medidos do topo da cabeça até a base do corpo, excluindo a cauda, mesmo os maiores eram menos da metade do tamanho de uma pessoa adulta. Eles andavam de quatro ao se mover, mas podiam ficar de pé nas patas traseiras, e com treinamento, podiam usar as patas dianteiras com destreza como mãos. Mas e agora?
Agora Kiichi era aproximadamente mais que o dobro do tamanho de sua mestra, suas quatro pernas eram todas assustadoramente grossas, e ele tinha o rosto de um carnĂvoro feroz. NĂŁo havia um pingo de charme a ser encontrado.
Ela nĂŁo podia negar que sua ferocidade excessiva era fofa de certa forma, mas ainda assim, ele tinha saĂdo do alcance do que ela chamaria de nyaa e entrado numa dimensĂŁo completamente diferente.
Enquanto defendia sua mestra, mordendo até a morte os monstros que tentavam atacå-los, Kiichi gradualmente ficava maior, e mais forte. Serå que todos os monstros neste mundo eram altamente nutritivos?
Não⊠mesmo que ele comesse suplementos nutricionais em grandes quantidades, como um nyaa adulto, Kiichi não teria crescido tanto assim.
Ela nĂŁo conseguia entender, mas tinha que aceitar. NĂŁo importava como ele parecesse agora, Kiichi era Kiichi. Ele era leal Ă sua mestra mesmo sem disciplina severa, tinha uma personalidade rara que incluĂa tenacidade alĂ©m de sua forte curiosidade, e era excepcionalmente inteligente, adaptĂĄvel e atlĂ©tico. Entre todos os nyaas que ela tinha visto, ele demonstrou o maior potencial.
Era preferĂvel para ela assumir de maneira otimista que, devido Ă natureza de Kiichi, mesmo apĂłs ter se tornado assim, ele continuava a servir sua mestra como sempre.
Neste mundo, tudo mudava. Tudo estava mudando. Serå que estava realmente tudo bem concluir que sua companheira de viagem não era exceção a isso?
Guarrrr⊠Talvez sentindo a perturbação no coração de sua mestra, Kiichi soltou um rosnado baixo.
Enquanto acariciava o pescoço de Kiichi, ela virou para ver o que sua companheira de viagem, que estava ao seu lado olhando para cidade abaixo, estava observando. Talvez fosse melhor fazer a pergunta diretamente.
âQuem Ă© vocĂȘ?â NĂŁo, talvez ela precisasse ser mais direta. âVocĂȘ nĂŁo Ă© ela, Ă©? NĂŁo Ă© a mulher chamada Mary. VocĂȘ Ă© outra pessoa. Estou certa, nĂ©?â
â Hm? â A mulher com o rosto de Mary olhou para ela e sorriu.
Era um sorriso falso, um que Setora só podia imaginar que a mulher havia se acostumado a exibir após repeti-lo milhÔes de vezes. Não que ela conhecesse a mulher tão bem, mas serå que ela era do tipo que fazia um sorriso assim?
A mulher nunca sorrira muito para começar. Sempre que sorria, era hesitante, como se temesse que seu sorriso pudesse ferir outra pessoa. Essa era a impressão que ela passava.
â Algum problema, Setora? â perguntou a mulher.
â NĂŁo importa.
â Entendo. Bem, tudo bem entĂŁo.
â Se hĂĄ algo errado com uma de nĂłs, Ă© com vocĂȘ, nĂŁo Ă©? â perguntou Setora.
NĂŁo era como se ela tivesse murmurado isso. Ela disse de forma clara e direta, mas a mulher nĂŁo reagiu, como se nem tivesse ouvido.
Se ela ia ignorar Setora, havia maneiras melhores de fazer isso. Ela tinha que ser bem ousada para agir assim.
â Parece ser uma cidade â disse Setora. â Parece que hĂĄ pessoas vivendo lĂĄ.
â Acho que sim.
â Desta vez vocĂȘ responde, Ă©?
â Talvez seja melhor dizer que sĂŁo coisas parecidas com pessoas, no entanto. SĂł porque parecem pessoas, nĂŁo significa que sejam.
â âŠBem, suponho que nĂŁo.
â Este lugar tem suas prĂłprias regras. SĂŁo um pouco diferentes das regras que conhecemos. NĂŁo, nĂŁo apenas um pouco, acho. SĂŁo muito diferentes. Aprendemos isso aqui.
â VocĂȘ mesma estĂĄ bem diferente â disse Setora. â NĂŁo Ă© assim que vocĂȘ falava antes.
â O que vocĂȘ quer fazer? Tentar descer atĂ© lĂĄ?
â VocĂȘ pretende me ignorar completamente, entĂŁo. Muito bem. Nesse caso, tenho algumas ideias prĂłprias.
â Ei, Setora. â A mulher exibiu aquele sorriso falso novamente.
Setora sentiu um forte impulso de arrancar aquela mĂĄscara, mas se realmente fizesse isso, qual seria o verdadeiro rosto que surgiria?
â Podemos deixar isso de lado por agora? Estamos meio que enfrentando uma crise. Claro, quem sabe por quanto tempo isso vai durar.
â SĂł quero saber o que estĂĄ acontecendo com vocĂȘ, Ă© sĂł isso. HĂĄ coisas demais que nĂŁo entendo acontecendo como estĂĄ.
â VocĂȘ nĂŁo vai aceitar e seguir em frente? â perguntou a mulher.
â Quando foi que eu disse isso? NĂŁo acho que disse isso em voz alta.
â Era a expressĂŁo no seu rosto.
â Se Haru te encontrasse agora, fico imaginando como ele se sentiria.
â âŠHaruhiro, huh?
â Diferente de mim, Haru gosta de vocĂȘ â disse Setora. â Ele se sente apegado a vocĂȘ, imagino.
â Posso precisar considerar essa possibilidade, mas serĂĄ que ele ainda estĂĄ vivo? NĂŁo consigo imaginar um soldado voluntĂĄrio do nĂvel dele conseguindo sobreviver nesteâ
A mulher fechou a boca e assumiu uma expressĂŁo sĂ©ria. NĂŁo, nĂŁo era uma expressĂŁo sĂ©ria; talvez fosse mais apropriado chamar de ausĂȘncia de expressĂŁo. Mas foi sĂł por um momento. A mulher rapidamente colou aquele sorriso suspeito de volta ao seu rosto bonito.
â Por enquanto, vamos presumir que ele sobreviveu. Parece mais seguro.
â Que estranhoâŠ
â âEssa expressĂŁo nĂŁo Ă© ruim.â Entendo por que vocĂȘ gostaria de dizer isso, mas⊠nĂŁo tenho tanta certeza. AtĂ© sairmos das nossas dificuldades atuais, por que nĂŁo cooperamos como antes? Se pudermos simplesmente ignorar um problema menor, nĂłs duas podemos nos dar bem. VocĂȘ deve sentir o mesmo. Foi por isso que nĂŁo disse nada atĂ© agora, certo?
â VocĂȘ nĂŁo se importa mais em manter as aparĂȘncias, hein? â perguntou Setora.
â Porque vocĂȘ Ă© uma pessoa razoĂĄvel. A verdade Ă© que lidar com pirralhos idiotas Ă© muito trabalhoso. NĂŁo vocĂȘ, claro.
A identidade dessa mulher ainda era desconhecida, mas, independentemente disso, Setora podia sentir intuitivamente que ela era um ser maligno. Talvez movida pela necessidade, esse ser estava revelando suas cartas. A verdade disso nĂŁo estava totalmente clara, no entanto.
Era verdade que, no momento, seria mutuamente benĂ©fico para elas trabalharem juntas. Mas se as coisas mudassem e ela se tornasse mais um prejuĂzo do que valia, essa mulher poderia se livrar de Setora para silenciĂĄ-la.
Naturalmente, Setora nĂŁo tinha intenção de cair facilmente, e ela precisava fazer uso dos movimentos que tinha disponĂveis.
â Nesse caso, mantenha a atuação, pelo menos â disse Setora. â Nunca se sabe quando podemos encontrar os outros. NĂŁo tenho interesse no que hĂĄ dentro de vocĂȘ, mas os outros vĂŁo sentir diferente.
â Bem, sim, suponho que vocĂȘ estĂĄ certa.
â Por favor, nĂŁo deixe Haru preocupado ou triste. Ele Ă© o primeiro homem que amei. NĂŁo Ă© como se eu jĂĄ tivesse superado ele completamente.
â Vou levar isso a sĂ©rio â disse a mulher.
â Por favor, faça isso.
Setora tentava mostrar a expressĂŁo e o tom de uma mulher que nĂŁo conseguia esquecer seus sentimentos romĂąnticos, fazendo o seu melhor pelo homem que amava, mas nĂŁo tinha certeza se isso estava dando certo. NĂŁo era como se ela nĂŁo tivesse esses sentimentos, entĂŁo nĂŁo deveria parecer totalmente falso.

â Bem, entĂŁo⊠vamos? â perguntou Setora. â Para aquela cidade?
Setora, montada em Kiichi, e a mulher que estava se passando por Mary desceram a colina coberta de saliĂȘncias e fendas, dirigindo-se para a cidade.
A névoa não se intensificava nem se dissipava. A årea ao redor da cidade era apenas ligeiramente enevoada. Era bizarro, mas não tão aberrante a ponto de ela não conseguir aceitar. As coisas deviam ser assim às vezes aqui.
Enquanto pulavam sobre fendas e desviavam de saliĂȘncias afiadas como espadas, eles conseguiram, de alguma forma, descer a colina.
A cidade parecia ser cercada por uma cerca de treliça retorcida. Ao se aproximarem, descobriram que ela variava de altura, indo de tĂŁo alta quanto uma pessoa atĂ© trĂȘs vezes isso, e estava completamente coberta por uma hera espessa com espinhos.
NĂŁo era impossĂvel escalĂĄ-la se estivessem dispostos a serem um pouco imprudentes, mas deveria haver uma entrada e saĂda em algum lugar.
Eles seguiram a cerca e encontraram um portĂŁo. Sem porta, sem guardas. Aparentemente, estavam livres para entrar.
Setora passou pelo portão e entrou na cidade. A névoa continuava a mesma. Não havia ninguém perto do portão, mas ela podia ver figuras aqui e ali ao longo da rua.
â EstĂĄ silencioso â disse Mary Falsa em um sussurro, lançando um olhar para Setora. â EstĂĄ silencioso â repetiu ela.
Ela estava certa. Se não houvesse ninguém por perto, seria uma coisa, mas havia pessoas andando, e ainda assim estava tão silencioso quanto se ela estivesse tapando os ouvidos. Serå que ninguém nesta cidade fazia barulho ou falava?
Kiichi, que tinha uma audição mais sensĂvel que a de um humano, nĂŁo movia as orelhas. Isso significava que ele tambĂ©m nĂŁo estava ouvindo nada.
â Vamos dar uma olhada por enquanto â disse Setora.
Ela e os outros continuaram direto pela estrada.
NĂ©voa. Figuras ao longe. NĂ©voa. Figuras ao longe. NĂ©voaâŠ
Figuras ao longe. NĂ©voa. Figuras ao longe. NĂ©voa. Figuras ao longe. NĂ©voaâŠ
â Hm⊠â Mary Falsa gemeu antes de dar de ombros. â NĂŁo estamos cruzando com ninguĂ©m.
â Parece que estĂŁo nos evitando.
â NĂŁo esperava ser recebida de braços abertos⊠mas mesmo assim.
â Por que nĂŁo tenta fingir um pouco mais?
â Copy that â disse Mary Falsa em uma lĂngua estrangeira.
â O que vocĂȘ disse?
â Entendido.
â EstĂĄ zombando de mim?
â Nem pensar.
â Vamos voltar por enquanto, Kiichi.
Apenas ao ouvir seu nome, Kiichi previu seus comandos e fez um giro de 180 graus.
â NĂŁo podemos ir juntas? â resmungou Mary Falsa enquanto seguia.
â Se vocĂȘ fosse a verdadeira, talvez fosse uma coisa, mas de jeito nenhum eu deixaria alguĂ©m como vocĂȘ montar em Kiichi.
â NĂŁo sou exatamente uma falsa, mas mesmo que eu explicasse, duvido que vocĂȘ aceitaria.
â Explicar significa contar de uma forma que a outra pessoa possa entender â disse Setora. â VocĂȘ estĂĄ falando apenas para esconder algo ou para desviar do assunto. Isso nĂŁo Ă© uma explicação.
â Conversar com vocĂȘ Ă© divertido â disse Mary Falsa. â Ă sinceramente como me sinto.
O portão estava fechado. Não era como se uma porta antes inexistente tivesse surgido do nada. A hera espinhosa tinha crescido densamente, entrelaçando-se e cobrindo completamente a abertura do portão.
â Bem, agora⊠â disse Setora. â VocĂȘ acha que nĂŁo deixa as pessoas saĂrem depois que entram?
â Essa seria uma forma de interpretar⊠acho. Como estou me saindo?
â Chega. Parece que nĂŁo vou ter tempo para me preocupar com vocĂȘ.
Tremor. Tremor. As orelhas de Kiichi estremeceram.
Grrrr⊠ele rosnou.
Setora podia ouvir algo. Como o vento. Mas nĂŁo havia nem uma leve brisa.
Mary Falsa também estava olhando ao redor ativamente.
Setora escutou com atenção.
Bem-vindosâŠ
âŠvenhamâŠ
Setora inclinou a cabeça para o lado. â Posso estar errada, mas⊠talvez sejamos mais bem-vindas do que pensĂĄvamos.
Bem⊠vindosâŠ
âŠpara⊠nossaâŠ
âŠcidadeâŠ
Bem-vindosâŠ
Hmph. Mary Falsa bufou. â Nesse caso, nĂŁo estĂŁo nos recusando a sair, mas tentando nos manter aqui.
O tom dela nĂŁo estava muito distante do original. Mas isso, por si sĂł, jĂĄ era perturbador.
Se⊠seguirem as regras⊠todos podem ficar⊠felizes⊠nesta cidadeâŠ
Regra⊠Um⊠Fiquem quietos⊠NĂŁo façam alardeâŠ
Regra⊠Dois⊠Lutar é⊠ruim⊠Sejam pacĂficos⊠gentis⊠divertidosâŠ
Regra⊠TrĂȘs⊠NĂŁo podem⊠deixar esta⊠cidade⊠nuncaâŠ
Regra⊠Quatro⊠Imitem⊠todosâŠ
Se⊠seguirem as regras⊠todos podem ficar⊠felizes⊠para sempreâŠ
De quem era essa voz? Podia ser ouvida vindo de todas as direçÔes. Ou talvez estivesse vindo de dentro de suas cabeças.
Mary Falsa ergueu apenas a sobrancelha esquerda. â Parece que sair Ă© proibido, afinal.
Regra⊠Um⊠Fiquem quietos⊠NĂŁo façam alardeâŠ
â Ficar de boca fechada e nĂŁo falar, Ă© isso? â Setora deu um sorriso irĂŽnico.
Ela nĂŁo sabia quem era o falante, mas estavam sendo extremamente insistentes. Pelo menos, Setora tinha certeza de que a vida feliz nesta cidade nĂŁo ia combinar nada bem com ela.
EntĂŁo, o que ela faria a respeito disso? Nem precisava pensar. Ela ia sair da cidade imediatamente.
Setora apertou Kiichi com força usando as duas pernas.
Foi quando aconteceu.
A parede de hera bloqueando o portĂŁo, que ela estava prestes a fazer Kiichi atacar e atravessar, foi destruĂda do outro lado.
â O quĂȘâŠ?!
O que derrubou a parede de hera e passou por ela foi um grande disco⊠não, seria um espelho?
Mesmo aqui, um espelho enorme não ia se mover sozinho. Havia alguém carregando-o. O homem corpulento que o segurava ergueu o espelho, girando-o, e então lançou um olhar afiado para Setora e Mary.
â VocĂȘs, sĂŁo Yomu?
â Yomu? â Setora olhou para Mary Falsa sem querer.
Parecia que Mary Falsa nĂŁo tinha mais ideia do que ele estava falando do que ela, e inclinou a cabeça para o lado. â NĂŁo⊠acho que nĂŁo?
â NĂŁo parecem Yomu, entĂŁo o que sĂŁo?! â gritou o homem. â Pelo que vejo, nĂŁo sĂŁo meios-monstros, nem monstros dos sonhos. TambĂ©m nĂŁo parecem desvirtuados. Isso significa o que eu acho que significa?! O que sĂŁo vocĂȘs?! Podemos acabar com vocĂȘs?!
â O que tĂĄ fazendo, Tonbe?! VocĂȘ Ă© um saco de banha inĂștil! â Outro homem apareceu do buraco na parede de hera.
â Esse sotaque Ă© dos infernos â murmurou Mary Falsa.
Era verdade, ele tinha uma entonação distinta que era difĂcil de entender, mas sua aparĂȘncia tambĂ©m era bastante peculiar. SerĂĄ que realmente existiam pessoas com queixos tĂŁo longos?
Esse homem tinha a boca coberta com um pano, mas nĂŁo conseguia conter totalmente seu queixo exageradamente longo. Ele se projetava.
Sobrancelhas poderiam crescer em triĂąngulos equilĂĄteros perfeitos assim? Seus olhos eram terrivelmente pequenos. Aqueles olhos sanpaku eram vistos como um sinal de mĂĄ sorte hĂĄ muito tempo, um motivo para exclusĂŁo.
AlĂ©m disso, o que havia com a testa daquele homem? Ou melhor, havia algo nela? Era estreita, quase inexistente. Era difĂcil atĂ© chamar de testa quando era tĂŁo estreita. SerĂĄ que o homem nĂŁo tinha testa, entĂŁo? O que significava nĂŁo ter testa?
A frase âEle tem um impacto danadoâ passou pela cabeça de Setora. Essas palavras nĂŁo faziam parte do seu vocabulĂĄrio usual. Soava como algo que Kuzaku poderia dizer. Ainda assim, era verdade, a aparĂȘncia do homem tinha um impacto danado.
O homem colocou a mĂŁo no cabo da espada longa presa Ă s costas, encarando Setora e Mary Falsa. â Quem diabos sĂŁo vocĂȘs?
Deixando o Homem do Espelho de lado, esse cara parecia bastante capazâembora, por causa de sua aparĂȘncia extremamente impactante, Setora nĂŁo conseguisse evitar rir dele.
â Eu poderia perguntar o mesmo.
Reprimindo o riso com esforço, Setora teve que se esforçar para manter uma expressão séria. Se risse, o Homem de Impacto Exagerado atacaria Setora imediatamente.
Ela nĂŁo tinha certeza se conseguiria sequer bloquear o primeiro golpe. Dependendo de como as coisas se desenrolassem, poderia acabar com esse primeiro golpe. A aura maligna e feroz que o Homem de Impacto Exagerado exalava era suficiente para inspirar esse senso de urgĂȘncia nela.
O Homem do Espelho preparou seu espelho gigante. Seu corpo corpulento estava quase todo escondido pelo espelho massivo. O espelho gigante parecia um espelho de mĂŁo ampliado para aquele tamanho, mas como ele conseguia carregĂĄ-lo? Ela realmente nĂŁo sabia.
Com os låbios abaixados e o braço esquerdo pendendo frouxo, o Homem de Impacto Exagerado se aproximava aos poucos, segurando e soltando o cabo de sua espada longa com a mão direita.
Mesmo para Kiichi, que estava com os pelos eriçados e pronto para lutar, lidar com o Homem de Impacto Exagerado provavelmente seria difĂcil. Eles tambĂ©m nĂŁo podiam subestimar o Homem do Espelho. Quem sabia o quanto Mary Falsa lutaria? De qualquer forma, Setora precisava estar pronta para uma batalha total.
Setora desceu das costas de Kiichi, segurando firmemente o recipiente de pseudo-alma escondido em seu bolso. â Enba!
A pseudo-alma, que foi feita com o poder de uma relĂquia, e o recipiente de pseudo-alma que a continha eram o verdadeiro corpo do golem Enba. Dito isso, o cadĂĄver de Enba, que havia sido feito de corpos mortos e metal, estava quebrado e perdido. O cadĂĄver nĂŁo podia funcionar sem um recipiente de pseudo-alma, e nĂŁo passava de uma mera marionete, mas o recipiente de pseudo-alma tambĂ©m nĂŁo era mais que uma gema dura sem um cadĂĄver.
Aqueles que vieram antes dela diziam que era possĂvel ler a vontade da pseudo-alma pela luz azul que piscava atravĂ©s de vĂĄrios orifĂcios. Setora achava que isso era uma alucinação. Se ela nĂŁo refizesse o cadĂĄver, Enba nĂŁo se moveria.
Se Setora fosse fazer um cadĂĄver em qualquer lugar que nĂŁo fosse sua aldeia natal, ela teria que reunir todas as ferramentas e materiais do zero, entĂŁo, para dizer o mĂnimo, seria uma tarefa monumental. Seria incrivelmente difĂcil preparar um novo cadĂĄver para Enba.
Enba estava essencialmente morto a essa altura.
Por algum motivo, ela nasceu na Casa de Shuro, e o primeiro golem de carne que criou como necromante foi Enba. Ela não conseguia se acostumar com o método da Casa de Shuro de fazer e destruir novos golems um após o outro, buscando criar um golem de ponta.
Ela havia criado vida com suas prĂłprias mĂŁos. Agora que o fizera, nĂŁo podia destruĂ-lo. Decidiu que Enba seria seu Ășltimo golem.
O silencioso Enba a serviu em silĂȘncio. Ele sempre esteve ao seu lado. Como um amigo.
Isso causou a morte de Enba.
Era como se Setora tivesse matado Enba ela mesma.
Ela não sentia culpa. Enba era um golem. Ele estava pronto para dar sua vida pela necromante que era sua mestra a qualquer momento. Enba apenas fez o óbvio. Enba, obviamente, não culparia Setora. Ninguém poderia culpå-la por nada.
Enba nĂŁo existia mais. Provavelmente nunca voltaria. Setora sĂł precisava aceitar esse fato. NĂŁo havia nada mais que pudesse fazer. Era assim que deveria ser.
O Homem de Impacto Exagerado pulou e avançou em sua direção. Ele estava indo mais råpido do que a visão cinética de Setora poderia acompanhar.
Setora ou Kiichi, possivelmente ambos, teriam sido perfeitamente cortados ao meio pela espada longa do Homem de Impacto Exagerado se Enba nĂŁo tivesse surgido de repente para bloquear seu caminho.
O braço longo e reforçado com metal de Enba desviou a espada longa do Homem de Impacto Exagerado. Sem perder o ritmo, seu braço direito rugiu.
O Homem de Impacto Exagerado recuou com um movimento estranho que o fez desaparecer, apenas para reaparecer em outro lugar, esquivando-se do braço direito de Enba.
â Que diabosâŠ?! â ele gritou.
â MwuhuhâŠ? â O Homem do Espelho bloqueou um ataque sĂșbito de Kiichi com seu espelho massivo.
Kiichi pulou para trås, assumiu uma posição de luta e rosnou.
Aquele espelho massivo tinha um poder defensivo considerĂĄvel. O Homem do Espelho tinha um martelo de guerra nas costas, mas certamente nĂŁo podia usĂĄ-lo ao mesmo tempo que o espelho.
O Homem de Impacto Exagerado e o Homem do Espelho eram uma equipe, um cuidando do ataque, o outro da defesa, nĂŁo Ă©?
Mary Falsa bateu o cabo de seu cajado duas vezes no chĂŁo, observando em silĂȘncio. Parecia que ela nĂŁo tinha intenção de se envolver. Era impossĂvel saber o que ela faria se as coisas piorassem, mas, por enquanto, Setora precisaria que Kiichi e Enba fizessem o seu melhor.
Por que Enba, que deveria ter perdido seu cadĂĄver, estava aqui? Mais que isso, quando Setora segurou seu recipiente de pseudo-alma e desejou que ele viesse, ele apareceu. Como esse fenĂŽmeno funcionava? Setora nĂŁo fazia ideia, mas Enba estava aqui.
Ele havia defendido Setora vĂĄrias vezes neste mundo bizarro, eliminando seus inimigos, e acabara de fazer um bom trabalho ao desviar a espada longa do Homem de Impacto Exagerado. Ele nĂŁo era uma ilusĂŁo.
A pele de Enba não estava exposta de forma alguma. As bandagens elåsticas de cadåver, que Setora havia feito para seu cadåver com suas próprias mãos, envolviam todo o seu corpo, cobrindo-o adequadamente. Quem havia blindado seus braços onde era necessårio também fora Setora.
NĂŁo importava como o olhassem, Enba sĂł podia ser Enba. No entanto, era difĂcil dizer que ele estava completamente inalterado. Na verdade, era impossĂvel.
Enba tinha a altura de um homem adulto, talvez um pouco menor. Quando Setora começou a fazer Enba, ela tinha nove anos, então ele parecia grande na época, mas não mais.
Ele nĂŁo era grande antes.
Enba havia crescido.
SerĂĄ?
NĂŁo, claro que nĂŁo. Isso nĂŁo podia estar certo.
Golems de carne nĂŁo encolhiam nem emagreciam, e tambĂ©m nĂŁo cresciam nem engordavam. NĂŁo deveria ser possĂvel, mas o Homem de Impacto Exagerado provavelmente tinha uma altura acima da mĂ©dia, e ainda assim era mais baixo que Enba. Sim, ele era definitivamente mais baixo.
Enba havia claramente ficado maior.
â Vai, Enba, Kiichi! â chamou Setora.
O que importava se Kiichi tinha se transformado no que era agora? Enba apenas ficou maior. NĂŁo era grande coisa.
Enba atacou o Homem de Impacto Exagerado, enquanto Kiichi avançou contra o Homem do Espelho. O Homem de Impacto Exagerado se movia flexivelmente para a esquerda e para a direita, esquivando-se dos ataques ferozes dos braços esquerdo e direito de Enba.
Quando parecia que ele apenas esquivaria, ele esticou sua espada longa como uma lança para um contra-ataque. Enba se curvou para trås para evitar, caindo para trås enquanto o fazia.
Antes que pudesse recuperar o equilĂbrio, o Homem de Impacto Exagerado rugiu e pulou sobre ele. â GyahhhhhhâŠ!
SerĂĄ que Enba poderia lidar com isso?
Por favor, lide com isso de alguma forma, Setora suplicou silenciosamente.
Seu oponente nem estava sĂ©rio ainda. Eles estavam na fase em que o inimigo havia percebido todos os movimentos disponĂveis para eles.
Os socos de gato de Kiichi, usando ambas as patas dianteiras, e o chute que ele realizou apĂłs uma cambalhota para a frente, foram bloqueados pelo Homem do Espelho, o que dificultou sua capacidade de atacar.
Se o Homem de Impacto Exagerado determinasse que poderia dominar Enba, provavelmente partiriam para o ataque. Ela queria fazer algo antes disso, mas Setora nĂŁo tinha cartas para jogar.
Olhando para Mary Falsa, a mulher estava sentada, abraçando as pernas. O que ela estava fazendo?
Incapaz de suportar isso por mais tempo, Setora finalmente perdeu a paciĂȘncia e começou a gritar com Mary Falsa. â Suaâ
â Espera, espera, espera! â AlguĂ©m tropeçou pelo buraco na parede de hera e entrou na cidade.
Essa pessoa era alta e, possivelmente como medida contra o vento doce, tinha um pano cobrindo a boca.
EraâŠ
â Para, para, para! Tonbe-san! Gomi-san! Eles nĂŁo sĂŁo inimigos! SĂŁo meus camaradas! NĂŁo hĂĄ necessidade de lutar!
â HĂŁ?!
â Como Ă© que Ă©?!
O Homem de Impacto Exagerado e o Homem do Espelho recuaram em unĂssono.
â Espera! â gritou Setora.
Quando Setora deu a ordem, Enba e Kiichi recuaram.
O homem tirou o pano que cobria sua boca. â Oooohhhhhhhhhhh! Mary-san! Setora-san! Isso Ă© insano!
O que era supostamente âinsanoâ? O que havia com aquele rosto? Ela se sentia envergonhada sĂł de olhar para ele.
Como alguĂ©m podia sorrir com o rosto todo bagunçado assim? Seus olhos estavam cheios de lĂĄgrimas tambĂ©m. Era compreensĂvel que ele estivesse feliz, mas nĂŁo era estranho chorar? Tinha que ser.
Apesar disso, Setora sentiu uma irritação profunda no nariz, e a årea ao redor de seus olhos ficou quente.
De jeito nenhum. Ela sentiu como se fosse chorarâou serĂĄ que nĂŁo?
Enquanto isso, Mary Falsa se levantou num instante e estava acenando para ele com um sorriso. â Faz um tempo, Kuzaku.

Talvez fosse de se esperar. Não fazia Setora sentir nada muito forte de um jeito ou de outro, mas serå que ela não poderia se esforçar um pouco mais na sua atuação?
Parecia que Kuzaku estava tĂŁo emocionado que seu julgamento estava nublado, e ele apenas dizia, âSim, simâ, enquanto tentava enxugar as lĂĄgrimas, entĂŁo provavelmente estava tudo bem por enquanto.
â âŠPeraĂ. HĂŁ? â Kuzaku olhou para Kiichi, virou-se para olhar Enba, e entĂŁo gritou. â O quĂȘĂȘĂȘĂȘ?! H-HĂŁĂŁĂŁ?! O quĂȘĂȘĂȘĂȘ?! O-O-O quĂȘ?! O quĂȘĂȘĂȘĂȘĂȘâŠ?!
â VocĂȘ tĂĄ fazendo barulho demais, Bossari! â gritou uma voz feminina.
Ainda havia outra?
Quem agora?
Setora podia dizer que era uma mulher pela voz. Presumivelmente, ela estava viajando com Kuzaku, mas nĂŁo era Shihoru.
Não havia apenas monstros neste mundo. O Homem do Espelho e o Homem de Impacto Exagerado eram ambos humanos. Muito provavelmente, eram soldados voluntårios, como Haruhiro e a party. Nesse caso, serå que aquela mulher também era uma deles?
A mulher ficou do outro lado do buraco na parede de hera, com os braços cruzados. Ela não fez nenhuma tentativa de entrar na cidade.
Como o Homem de Impacto Exagerado e Kuzaku, sua boca estava coberta com um pano, e ela usava um uniforme branco com detalhes azuis. Era o que chamavam de uniforme de sacerdotisa.
â O que vocĂȘ Ă©? â exigiu Setora.
â NĂŁo, vocĂȘ. O que Ă© vocĂȘ?
â Eu sou Shuro Setora. Quem Ă© vocĂȘ?
â Eu sou Io. NĂŁo me importaria de permitir que me chamasse de Io-sama.
â NĂŁo preciso de permissĂŁo.
â Por quĂȘ?!
â Porque nĂŁo hĂĄ motivo para eu te chamar com -sama.
â VocĂȘ nĂŁo sabe por que deveria me chamar de Io-sama por respeito? â zombou a mulher. â Nossa, serĂĄ que vocĂȘ Ă© meio lerda, talvez?
â Isso nĂŁo descreve melhor vocĂȘ? â perguntou Setora friamente. â A propĂłsito, Kuzaku.
â HĂŁ?
Kuzaku apontou para si mesmo com uma expressĂŁo idiota no rosto. Ela jĂĄ sabia que ele nĂŁo era um homem particularmente brilhante, entĂŁo isso nĂŁo a irritava. Isso, Ă sua maneira, era um aspecto louvĂĄvel dele.
â O que vocĂȘs estĂŁo fazendo aqui? â perguntou Setora. â Por que vieram para esta cidade?
â Ahh. Sobre isso, Ă© queâ
Regra⊠Um⊠Fiquem quietos⊠NĂŁo façam alardeâŠ
Regra⊠Dois⊠Lutar é⊠ruim⊠Sejam pacĂficos⊠gentis⊠divertidosâŠ
Regra⊠TrĂȘs⊠NĂŁo podem⊠deixar esta⊠cidade⊠nuncaâŠ
Regra⊠Quatro⊠Imitem⊠todosâŠ
NĂŁo seguir⊠regras⊠ruim⊠SaiamâŠ
Eles ouviram aquela voz. Ou talvez, por causa de todo o tumulto que fizeram, nĂŁo tivessem notado antes. Era possĂvel que estivessem ouvindo o tempo todo.
Se nĂŁo saĂrem⊠MatarâŠ
Setora se virou. Ela tinha sido descuidada. Por causa de tudo o que estava acontecendo, nĂŁo havia notado antes.
Nas ruas, no topo dos telhados, nos espaços entre os prédios, eles estavam lå. Seus contornos eram indistintos através da névoa, mas enquanto alguns eram parecidos com humanos, outros eram semelhantes, porém diferentes, e outros eram completamente inumanos. Eles podem ter se reunido de toda a cidade. Havia enxames deles.
â âŠĂ, viemos aqui para ganhar id? â perguntou Kuzaku hesitante.
Ele se aproximou de Setora, sacando sua grande katana. Mas esse homem, que jå era alto para começar, estava assim tão grande?
â Se eu disser isso, vocĂȘ entende? â perguntou ele.
â NĂŁo, nem um pouco⊠mas se preparem, Enba, Kiichi.
Enba e Kiichi defenderam os flancos de Setora. Mary Falsa, relutantemente, também preparou seu cajado. O Homem do Espelho e o Homem de Impacto Exagerado avançaram também.
Os moradores da cidade pareciam não estar se movendo à primeira vista. No entanto, eles não estavam lå antes. Estavam definitivamente avançando. Eles se aproximavam aos poucos, e então cairiam sobre eles como se uma represa tivesse rompido.
â Massacre-os â disse Io.
Foi como se Io tivesse dado a ordem. Eles estavam vindo. Os moradores da cidade estavam avançando.
Por um momento, um pensamento ocorreu a Setora.
NĂŁo seremos nĂłs que os massacraremos.
NĂŁo serĂŁo eles que nos massacrarĂŁo em vez disso?
Tradução: ParupiroHPara estas e outras obras, visite o Cantinho do ParupiroH â Clicando Aqui
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