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Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 9 – Volume 13

 

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Hai to Gensou no GrimgarGrimgar of Fantasy and Ash

Light Novel Online – Capítulo 09:
[Isso Lá É Hora de Rir?!]


Espiando cautelosamente para dentro da tenda, Haruhiro viu que só havia uma pessoa lá dentro: Kejiman.

Era isso mesmo. Ao que parecia, Kejiman havia ficado impaciente com a demora de Haruhiro e dos outros, então resolveu entrar antes deles.

A tenda não era muito ampla. Devia ter uns três metros de comprimento em cada direção. Ela não era dividida por paredes, mas sim por cortinas de um roxo profundo e lustroso. O chão era coberto por um tapete vermelho, de pelos longos. Havia uma mesinha de canto com uma lamparina que parecia ser bem cara. Considerando o tamanho da tenda, se puxassem as cortinas, provavelmente haveria outro cômodo escondido ali.

Não havia ali nenhum instrumento musical ou qualquer coisa que pudesse ter produzido o som que eles ouviram.

Haruhiro fez com que seus companheiros esperassem do lado de fora, e entrou sozinho na tenda.

Kuzaku segurava a entrada aberta do lado de fora.

— Esta é… esta é mesmo…! — Kejiman dizia, e então começou a rir. — Heh heh heh heh!

— Escuta… tem como ficar quieto? — perguntou Haruhiro.

— Por quê?!

— Preciso mesmo explicar?

— Estamos lidando com o Ainrand Leslie, sabia?! Se ele quisesse fazer alguma coisa com a gente, já teria feito qualquer coisa, qualquer coisa, qualquer coisa até agora!

— Você também não sabe que tipo de pessoa ele é, né, Kejiman-san? Nem mesmo se é humano…

— Maaaaas! Eu tenho confiança de que, no que diz respeito a rumores, fofocas, boatos e afins sobre Ainrand Leslie, o meu conhecimento não perde pra ninguém! Quer dizer, talvez dizer “não perde pra ninguém” seja exagero, mas eu manjo razoavelmente do assunto! Sei de algumas coisas!

— Esse “nível de conhecimento” aí tá diminuindo cada vez mais, hein…?

— Este quaaarto! — Kejiman abriu as pernas e apontou para cima, na diagonal, com os dois dedos indicadores.

— Esse gesto tem algum significado? — Haruhiro suspirou. Lamentava profundamente ter que apontar esse tipo de coisa.

— Este quarto ééééé…! — Kejiman berrou.

Haruhiro estava sendo completamente ignorado. Deprimente.

— …o Quarto Violeeeta! — Kejiman concluiu, exclamando. — Pelo que ouvi dizer, o interior do Acampamento Leslie é toooodo violeeeta! Em outras palavras! Em outras palaaaavras! Este labirinto de cortinas roxas! O labirinto existe mesmo!

— Já estou exausto… — murmurou Haruhiro.

— Tá bom, tá bom, vamos nos acalmar.

Kejiman deu dois tapas no próprio peito, soltou o ar e pigarreou.

Ah, droga. Isso vai dar problema.

Haruhiro achava que já estava acostumado com caras assim. Por isso mesmo, acreditava que conseguia lidar com eles até certo ponto. Mas dessa vez, ele tinha perdido totalmente o controle da situação.

Sempre tem alguém mais difícil. Quem diria que ele estava diante de um adversário tão complicado?

— Agora, entrem, pessoal. — Kejiman fez um gesto com o braço, chamando os outros.

Kuzaku os seguiu para dentro do Quarto Violeta.

Haruhiro levou a mão à testa.

— E por que você tá entrando aqui também, cara?

— Ah! Foi mal, não foi de propósito…

— Eles não têm escolha a não ser entrar — disse Kejiman, pressionando a ponte dos óculos com o dedo médio e soltando uma risadinha baixa.

— E por que seria? — Setora abriu a cortina para perguntar.

Kejiman baixou o tom de voz e disse, como se estivesse revelando um grande segredo: — Acontece que… existe uma lenda sobre o Acampamento Leslie que diz: “Você não pode sair pela porta por onde entrou.”

— Besteira.

Setora atravessou a cortina com ousadia, entrando no Quarto Violeta. A cortina da entrada se fechou atrás dela. Em seguida, Setora virou-se de volta, tentando sair pelo mesmo caminho por onde tinha entrado.

— O quê…?

Setora estava indo em direção à saída. Disso, não havia dúvida. Bastava esticar a mão, e ela alcançaria a cortina. Se se aproximasse um pouco mais e empurrasse a cortina, conseguiria sair. E, mesmo assim…

— Que estranho — murmurou Setora.

— O que foi? — perguntou Kuzaku.

Setora balançou a cabeça, como se não conseguisse entender.

— Não sei.

— Ho-hoh! Ora, ora! — Kejiman tentou correr até a saída, mas no meio do caminho congelou no lugar, e seu corpo inteiro começou a tremer.

— Nnnnngh…! O-o-o-o-o que é iiiiiiiiisso…?!

— Huh? Não consegue sair? Tá de brincadeira. — Kuzaku riu e foi até a saída. O primeiro e o segundo passo foram tranquilos, mas ele parou de repente bem na frente da saída. — O que é isso? Só posso dizer que… é esquisito…

Era uma coisa se fosse o Kejiman, mas era difícil imaginar que Kuzaku ou Setora estivessem fazendo algum tipo de brincadeira. Haruhiro não precisava nem testar por conta própria; dava para assumir que algo anormal estava acontecendo.

Shihoru, Mary e Kiichi ainda estavam do lado de fora.

Havia duas opções: podia mandar Shihoru e os outros escaparem, e quem estava dentro se virava para sair depois, ou…

Não. Haruhiro balançou a cabeça. Dividir a party não era uma boa ideia.

— Shihoru! — ele chamou. — Mary e Kiichi também… entrem.

Duas pessoas e um nyaa passaram pela cortina e entraram na tenda. Mary parecia pensativa, ou com uma expressão um pouco sombria—talvez estivesse até pálida.

Talvez Kiichi tivesse sentido algo, porque deu um salto e foi direto para os braços de Setora. Shihoru também parecia inquieta.

— O que… tá acontecendo? — perguntou Shihoru.

— Bem, é que— — Kuzaku começou a explicar, mas foi interrompido pela voz de alguém.

— Olááááá. Como estão se sentindooo? Bemm-vindoooos ao Acampamento Leslie.

— Nihah?! — Kejiman soltou um grunhido estranho e olhou para os lados, alarmado.

— Essa voz… ela disse Acampamento Leslie? — perguntou Shihoru.

Sim, Haruhiro também tinha ouvido claramente aquela voz dizer isso. Seria mesmo, de verdade, o Acampamento Leslie? O que aquilo significava para eles? Fosse o que fosse, aquela voz…

Era a voz de uma mulher.

Talvez fosse só impressão dele, mas soava familiar. Ou talvez não…?

— Vocês são humanos, sim? Isso quer dizer que entendem esta língua, certo? Todos vocês são—

— Lá! — Kejiman virou-se para a cortina à esquerda e a puxou com força. Ao abrir, revelou uma sala parecida, cercada por cortinas, mas sem sinal de ninguém lá dentro. — …Urgh! A voz vinha daqui, então por queeeee?!

— Ara, ara, ara, — disse a voz. — Que convidados animados. Animados até demais. Se se empolgarem demais, receio que não vão viver por muito tempo.

— O-o-onde você está?! Apareça! Por favor, apareça! Você aí, com a voz de uma linda jovem!

— Como você sabia que eu era uma linda jovem, hein? Só pela voz? Será que transmito um nível tão alto de lindajovemzice que não dá pra esconder? Mas eu não posso.

— Por que?!

— Ó viajantes. — De repente, a voz que se dizia de uma linda jovem assumiu um tom mais solene. — Procurem e peregrinem. Se fizerem isso, seu caminho os levará a algum lugar. Dou-lhes as boas-vindas mais uma vez, viajantes, ao armazém errante de relíquias reunidas por meu mestre, Ainrand Leslie.

A voz se calou.

Haruhiro e Kuzaku trocaram um olhar rápido. Haruhiro foi para a frente, Kuzaku para a direita. Eles puxaram as cortinas ao mesmo tempo.

A sala à frente não era diferente da que estavam. Mas a da direita era. Havia uma porta de madeira.

Ao vê-la, Haruhiro não conseguiu deixar de achar aquilo bizarro. Normalmente, portas são construídas em paredes. No entanto, aquela porta estava ali, com uma cortina por trás.

Pelo que parecia, se abrissem a porta, haveria uma cortina atrás dela.

— Ohhhhh! — De repente, Kejiman correu em direção à porta e esticou a mão para a maçaneta. Se Haruhiro tivesse demorado um segundo a mais para reagir, Kejiman com certeza teria aberto.

Spider.

Não, ele não ia chegar ao ponto de matar o sujeito. Haruhiro apenas agarrou os braços de Kejiman e os prendeu para trás antes que ele conseguisse fazer isso.

— E-Espera aí! — Haruhiro exclamou, se debatendo.

— Argh, me solta! Eu sou seu empregador! O que você acha que está fazendo com o seu empregador?!

— A gente não sabe o que vai acontecer!

— Seja um lorde demônio ou um deus das trevas, só vamos saber tentando!

— De alguma forma, eu não quero nenhum dos dois aparecendo!

— Me solta! Me solta, me solta, me solta! Não, não, não, não, não, não, não, não!

— Você é uma criança mimada, por acaso…?

Haruhiro entregou Kejiman, que se debatia e fazia um escândalo, para Kuzaku. Por enquanto, sentia-se mais seguro, mas… e agora?

— A gente não pode sair por essa saída — Haruhiro refletiu em voz alta. — Se conseguíssemos encontrar outro caminho…

— Ainda assim, não há garantia de que conseguiremos sair. — Setora acariciava com firmeza a garganta de Kiichi. Talvez estivesse tentando acalmá-lo. — Aquela voz de mulher disse que este era um depósito de relíquias. Também foi uma relíquia que tornou possível a criação de almas artificiais e a fabricação de golens. Embora isso não se aplique a todas, uma certa porcentagem das relíquias possui o poder de subverter as leis deste mundo. Elas são inestimáveis.

— Eeeeeestão! Aaaaqqui! Muuuuitas delas! Até aquela porta, por mais comum que pareça, deeeve ser uma relíquia! — Kejiman gritou.

Kejiman estava firmemente segurado por Kuzaku. Não tinha sido amordaçado, então ainda podia gritar.

Setora lançou um olhar de canto para Kejiman.

— Que homem barulhento. Devo silenciá-lo?

— V-V-Você vai me matar?! Se for isso, eu fico quieto por um tempo…

— Feche a boca até eu dizer o contrário. Você é insuportável.

Kejiman assentiu em silêncio.

— Aquilo é uma relíquia… — Shihoru abraçava seu cajado, olhando com nervosismo para a porta, mas sem se aproximar.

Mary estava calada. Olhava para baixo, com a testa franzida. Estaria bem?

Na verdade, não era só Mary. Nenhum deles estava bem.

— E se a gente só abrisse? Abrisse e visse o que acontece…? — Kuzaku sugeriu.

Era uma sugestão que valia a pena considerar. Podiam tentar abrir, e se algo estranho acontecesse, fechariam imediatamente.

— Não — disse Haruhiro. — Mas, hmm, não tenho certeza…

Como Kejiman havia dito antes, eles não faziam ideia do que poderia sair dali, então, para ser sincero, ele estava com medo. Ainda assim, Haruhiro engoliu o medo deliberadamente e decidiu que, se possível, não usaria mais a palavra “medo”.

Sentir medo era bom. Fazia com que fosse cauteloso. Mas ficar lamentando o quanto estava assustado só o atrapalharia.

Mesmo que fosse apenas da boca para fora, precisava ao menos tranquilizar seus companheiros de que poderiam lidar com aquilo de alguma forma.

— Por ora, por que não damos uma olhada no resto? Obviamente, com o máximo de cautela — sugeriu Haruhiro, forçando uma calma que não sentia.

Ninguém se opôs.


Tradução: ParupiroHPara estas e outras obras, visite o Cantinho do ParupiroH – Clicando Aqui


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