Hai to Gensou no Grimgar – Capítulo 20 – Volume 13
Hai to Gensou no GrimgarGrimgar of Fantasy and Ash
Light Novel Online – Capítulo 20:
[Histórias Bônus]
Cena #8: Cacheado e Prateado
Ranta suspirou com a cabeça apoiada na carteira.
— Sei lá…
— Q-Qual é o problema, Ranta-kun? — perguntou Monzo do assento ao lado, mas Ranta ficou quieto por um momento.
Monzo começou a murmurar.
— H-Hmm…
Cansado de ficar calado, Ranta virou-se para Monzo.
— Escuta, cara…
— Hã? Claro.
— Você não tem algo?
— O quê?
— Tipo uma frase inteligente, ou uma historinha que chame minha atenção. Ou você poderia bancar o idiota, pra eu ser o cara sério.
— Ah, não… Não sou bom nesse tipo de coisa…
— É, imaginei. Você é meio sem graça, cara. Mas é um bom sujeito. O que me irrita é que sua prima, sua amiga de infância e até sua irmãzinha são todas fofas.
— Hm? Bem, minha irmã não se parece comigo, então acho que ela é fofa…
— Agora você tá se gabando?!
— Uh? Não, ela é minha irmãzinha. Talvez eu a veja com bons olhos por causa disso…
— Não, você tá certo. Acho ela bem fofa. Sua irmã, quero dizer. Tipo, ela não vai ficar ainda mais fofa? Quando crescer um pouco, esses peitos vão crescer também.
— …Vou te matar.
— Han?
— Se você olhar pra minha irmã de jeito estranho, amigo ou não, tá morto!
Monzo estava gritando bem alto. Não, não era só a voz. O rosto de Monzo era uma máscara de fúria.
A sala de aula ficou em silêncio. Bem, claro que sim. As pessoas viam Monzo como um cara quieto. Ranta também. Monzo às vezes ficava estranhamente empolgado com comida, mas, no geral, era um gigante gentil.
Quem diria que ele ficaria tão assustador se ficasse bravo?
Ranta engoliu em seco.
— Você me fez mijar um pouco nas calças.
— A-Ah! D-Desculpa-me. Q-Quando se trata da minha irmã, perco um pouco a cabeça.
— Você me fez mijar! Não sei como isso é só “um pouco”! Você realmente perdeu a cabeça!
— Você… realmente se molhou?
— Só um pouquinho, tá?! Menos de um mililitro, aposto! Olha, cara, tá todo mundo achando a gente estranho, tá bom?! A culpa é sua, Moguzo!
— D-Desculpa… — Monzo se encolheu, como se tentasse fazer seu corpo grande o menor possível. Não, mesmo fazendo isso, ele ainda não era pequeno.
— Pfft… — Ranta caiu na risada sem querer.
— Hã?! O-O quê?!
— Nada, não.
— M-Mas você riu…
— Foi só um pouco engraçado. Fez cócegas no meu osso do humor só um pouquinho. Não muito, veja bem. Escuta, cara, se você conseguisse fazer o papel de comediante um pouco mais naturalmente…
— C-Comediante? Tipo, numa dupla cômica?
— Isso mesmo. É disso que tô falando. Tá bem? Ultimamente, venho pensando. Quero viver uma vida o mais divertida possível. Então, a conclusão natural é que eu deveria ser uma celebridade, né? As garotas curtem celebridades.
— Elas… curtem?
— Se eu fosse famoso, com minha aparência, elas estariam todas em cima de mim. Seria algo incrível. Sério, sério.
— É… Bem, a-acho que… Talvez…
— Você não tá à altura, no entanto. Não pode ser o comediante nem o cara sério. Quer dizer, eu sou obviamente o cara sério. Então, meu parceiro precisa ser um comediante. O tipo idiota natural, o esquisito que não se encaixa na sociedade, ou o cara esperto que sabe bancar o bobo… Vou dar um pulo no banheiro. Preciso checar o estado das minhas calças, afinal.
— Ah. A-Até mais…
Ranta saiu da sala de aula e foi para o banheiro. Focando em sua virilha um tanto úmida enquanto caminhava, ele quase esbarrou em alguém.
— Opa, des— — Ele começou a se desculpar, mas quando viu quem quase havia esbarrado, era alto, com cabelo prateado. — Eita!
— Huh? — perguntou o cara.
— Não, não, não! N-N-N-N-Nada! Me perdoe!
Ranta estava prestes a fazer uma dogeza completa, mas se o fizesse, tinha a sensação de que o cara pisaria na nuca dele, matando-o instantaneamente. Ele saiu correndo.
— Q-Que cara era aquele! Renji! Droga, ele é assustador!
Por que eu tinha que esbarrar justo no Tanaka Renji, o terror da escola, entre tantas pessoas? Tipo, não era bizarro que aquele cara tivesse a mesma idade que eles com a aura que emanava? Ele tinha que ter mais de vinte anos. Tinha uma intensidade que transcendia sua idade.
— Droga. Acho que mijei nas calças de novo!
Nesse momento, nenhum dos dois poderia prever que, um dia, formariam a dupla cômica “Cacheado e Prateado”.
Cena #9: A Jornada de um Homem
Aconteceu um dia após a escola, não muito tempo depois que foram admitidos.
— Ei, espera, Tanaka — chamou o professor da classe, aparentemente com algo para discutir.
Renji sentiu que era uma forma rude de chamá-lo. Mas ele não podia retrucar o cara. Ele apenas respondia à grosseria com grosseria. Só isso.
— Sim?
— Hã… Não… Não é… nada… Desculpe-me. — O professor soava cada vez mais hesitante e, por fim, desapareceu por conta própria, batendo em retirada rapidamente.
A sala de aula animada caiu em um silêncio desconfortável. Quando Renji olhou ao redor, as pessoas pareciam tensas, e seus colegas recuaram. Até Renji ficou irritado com isso.
Qual é o problema deles? pensou. Então, sem querer, ele estalou a língua. Uma das garotas começou a chorar.
No fundo, Renji ficou surpreso, mas sabia que perguntar “O que foi?” seria contraproducente. Ele também não achava que tinha feito algo que merecesse um pedido de desculpas. Então, Renji saiu da sala de aula.
A partir daí, como sempre foi, Tanaka Renji estava sozinho.
Não era que Renji preferisse a solidão; ele simplesmente não a detestava. Ele odiava tolos. Mais do que tudo, não suportava aqueles que cruzavam seu caminho. Se tivesse que se forçar a se encaixar, preferia estar sozinho.
Ele não fazia questão de intimidar os outros. Apenas não bajulava as pessoas, não as agradava, nem tentava se insinuar para elas.
Ele não detestava a solidão.
No entanto, ele estava ciente de que seu coração estava desgastado.
Por que estou tão frustrado? ele se perguntava.
Se descontasse sua raiva em algo, isso poderia ser uma solução temporária, mas a feiura desse ato o deixaria dolorido. A memória de ter feito algo tão tolo o seguiria e atormentaria.
Enquanto se sentia deprimido, um caminho se abriu à frente de Renji. Sempre que Renji caminhava pelos corredores, os alunos se dividiam para a esquerda e para a direita, abrindo passagem.
— Sou Moisés agora…? — sussurrou ele.
Essas palavras fizeram cócegas em seu senso de humor de um jeito estranho, e ele quase caiu na gargalhada sem se dar conta. Elas voltavam à sua mente repetidamente durante a aula, e toda vez ele ficava a ponto de rir.
Droga, era irritante. Se começasse a rir no meio da aula por causa de algo que lembrou, pareceria um completo esquisito. Ele conseguiu segurar de alguma forma, mas atingiu seu limite quando voltou para casa e ficou sozinho em seu quarto.
Ele riu tanto que seu rosto virou uma bagunça de muco e lágrimas, e suas costelas pareciam que iam explodir.
Quando o impulso de rir finalmente diminuiu, ele se sentiu melhor do que nunca.
— É isso? — perguntou-se. — O que eu estava procurando?
Risos.
Não, comédia.
A partir daquele dia, ele passou muito tempo pesquisando comédia manzai e esquetes cômicos na internet. Assistiu a todos os programas de comédia na TV. Se soubesse que um comediante que ele acompanhava faria um show ao vivo, conseguia ingressos e transporte para ir ver. Ele até começou a trabalhar mais em seu emprego de meio período para isso. Quando algo o fazia rir, ele anotava e lia várias vezes. No começo, apenas lia as falas em voz alta, mas eventualmente começou a fazer imitações também.
— Eu poderia escrever meu próprio material, não é? — perguntou-se Renji.
Renji tinha um respeito sem fim pelos comediantes que conseguiam acertar seu senso de humor repetidamente. Por isso, não era arrogante o suficiente para achar que podia escrever coisas mais engraçadas do que eles. No entanto, ele não queria apenas aproveitar o trabalho dos outros, queria analisá-lo. Ver o que era engraçado, por quê e como. Ao fazer isso, ele naturalmente chegou à sua própria teoria da comédia. Estava certa, porém? Ele queria testar.
Renji escreveu material. Esquetes e manzai. Jurou a si mesmo que escreveria pelo menos uma coisa por dia, e às vezes até ficava acordado a noite toda escrevendo.
Parecia certo. Ele podia não estar no nível dos comediantes que admirava, mas ainda era material decentemente engraçado. Pelo menos, achava suas próprias piadas engraçadas. Mesmo sendo ele a interpretá-las, eram engraçadas. Mas será que fariam os outros rirem? Ele queria testar. Mas como? Ia se apresentar na rua? Isso seria embaraçoso. Intensamente. Ainda assim.
Quero tentar.
Ele não podia negar que tinha esse desejo. Se fosse para uma cidade distante, onde fosse improvável encontrar seus colegas, família ou parentes, talvez…
Havia um problema.
A maioria dos comediantes que ele respeitava eram duplas, então todo o material de Renji era feito para ser apresentado com um parceiro. Não havia como ele interpretar tanto o comediante quanto o cara sério.
— Um parceiro… — murmurou ele.
A jornada de Tanaka Renji havia apenas começado.
Tradução: ParupiroHPara estas e outras obras, visite o Cantinho do ParupiroH – Clicando Aqui
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