Hai to Gensou no Grimgar â CapĂtulo 10 â Volume 1
Hai to Gensou no Grimgar
Grimgar of Fantasy and Ash
CapĂtulo 10
[Damuro]
Eles confessaram seus pecados a Yume e Shihoru, prostrando-se no chĂŁo enquanto se desculpavam profundamente.
Haruhiro, Manato e Moguzo confessaram.
Ranta disse:
â Eu nĂŁo vi nada, entĂŁo pare de reclamar! â, enojando a todos com sua agressiva falta de arrependimento. Mas foi alĂ©m disso. Yume e Shihoru começaram a ignorar resolutamente a existĂȘncia de Ranta.
Haruhiro nĂŁo sabia dizer com certeza se isso havia piorado o trabalho em equipe ou nĂŁo, mas provavelmente nĂŁo teve nenhum efeito real.
No dia seguinte, e no dia apĂłs o dia seguinte, e depois do dia apĂłs o dia seguinte, Haruhiro e os outros nĂŁo ganharam praticamente nada. E quando digo âpraticamente nadaâ, significa que a renda deles era prĂłxima de zero. Ok, vamos ser francos, era zero. Haruhiro nĂŁo tinha coragem de perguntar aos seus companheiros, portanto, nĂŁo tinha uma noção completa de suas situaçÔes financeiras. No entanto, ele conhecia a sua prĂłpria com muitos detalhes.
Durante os trĂȘs dias, ele tinha gasto 14 de cobre, mais 13 de cobre no segundo dia e mais 12 de cobre no terceiro, totalizando 39 de cobre no vermelho. Se ele nĂŁo incluĂsse o montante de um cobre que devia em taxas de depĂłsito, o total de ativos de Haruhiro incluiria uma prata e 49 cobre.
Suas esperanças de comprar produtos de necessidade diĂĄria no mercado, ou de comprar um novo par de roupas Ăntimas, foram frustradas hĂĄ muito tempo. Ă claro que, no que diz respeito Ă esperança de se mudar para um lugar melhor do que o alojamento dos soldados voluntĂĄrios, seria presunçoso atĂ© mesmo sonhar com algo tĂŁo alĂ©m de suas possibilidades. Ele vinha reduzindo suas despesas com alimentação em um cobre por dia, mas atĂ© que ponto poderia reduzi-las? Essa era a maior preocupação para ele no momento.
O choque de passar trĂȘs dias sem renda foi grande, tĂŁo incrivelmente grande que, desde que voltou para o alojamento e tomou banho hoje, ninguĂ©m falou nada.
Todos os outros estavam deitados em suas camas. Talvez jĂĄ estivessem dormindo.
NĂŁo, provavelmente nĂŁo. Nenhum deles poderia ser tĂŁo estĂșpido a ponto de conseguir dormir profundamente nas condiçÔes atuais. Bem, foi o que ele pensou, mas Ranta estava roncando.
Uau. Haruhiro ficou tão enojado que acabou voltando a uma espécie de admiração. Bem, eu também. Preciso dormir um pouco. Todo esse pensamento não estå me fazendo bem. De qualquer forma, algo bom pode acontecer amanhã. O dia de hoje jå acabou. Não posso fazer nada a respeito disso. O importante agora é o amanhã. O que farei amanhã? Darei tudo de mim e irei caçar uma presa. Tenho de ganhar alguma coisa, mesmo que seja apenas um cobre. Acho que um não é suficiente. Sim, isso não é bom. Vou ganhar muito. O måximo que eu puder. Tenho de fazer alguma coisa antes que o dinheiro acabe.
Enquanto se revirava, ouviu alguém se levantar no beliche abaixo dele.
â …Manato?
â Sim.
â VocĂȘ estĂĄ acordado? Ainda Ă© noite. Ou melhor, a noite acabou de começar. EstĂĄ correndo para o banheiro ou algo assim?
â NĂŁo â Manato tinha saĂdo da cama, ao que parecia. â Vou sair um pouco. Provavelmente nĂŁo preciso dizer isso, mas vou voltar, entĂŁo nĂŁo se preocupe.
â EstĂĄ saindo… a essa hora da noite?
â A noite estĂĄ apenas começando â Manato sorriu levemente. â Vejo vocĂȘ mais tarde. VocĂȘ deve estar cansado. NĂŁo fique esperando por mim. VĂĄ dormir.
â Ah, tudo bem. â Haruhiro assentiu, entĂŁo lhe ocorreu que talvez ele nĂŁo devesse deixar Manato ir sozinho. Mas, quando isso aconteceu, Manato jĂĄ havia saĂdo do quarto.
Para aliviar sua ansiedade, ele começou a conversar com Moguzo, que ainda nĂŁo havia pegado no sono, falando sobre isso e aquilo, mas, em algum momento, Haruhiro cochilou. Quando acordou, Manato estava de volta. Ele tinha atĂ© saĂdo da cama mais cedo do que ele.
â Bom dia, Haruhiro. Quero tentar ir a um lugar novo hoje. O que vocĂȘ acha?
Aparentemente, na noite passada, Manato tinha ido à Taberna Sherry, um lugar na rua Jardim das Flores onde os soldados voluntårios se reuniam. Enquanto ele estava lå, algumas pessoas o presentearam com bebidas, enquanto outras praticamente o forçaram a beber. Manato não entrou em detalhes, mas deve ter sido bem caro.
â Poderia ter me levado com vocĂȘ â Haruhiro tentou dizer.
â Haruhiro, vocĂȘ bebe? â Manato perguntou em resposta.
â NĂŁo sei â Haruhiro inclinou a cabeça em contemplação. â Eu jĂĄ bebi antes? Talvez nĂŁo.
â Bem, quanto a mim â Manato sorriu maliciosamente. â Pode ser que talvez eu goste. EntĂŁo, talvez parte do motivo de eu ter ido atĂ© lĂĄ foi porque eu queria beber.
A essa altura, todos jĂĄ estavam cansados da floresta, entĂŁo nĂŁo houve resistĂȘncia Ă proposta de Manato quando ele a fez.
A cerca de quatro quilĂŽmetros a noroeste de Altana, a pouco mais de uma hora de caminhada, havia uma cidade.
Bem, não, seria mais correto dizer que havia o que um dia foi uma cidade. Pelo menos por enquanto, ninguém morava lå. Ninguém humano, quero dizer.
Oitenta por cento da muralha defensiva que antes protegia a cidade havia desmoronado. Mais da metade dos edifĂcios havia desmoronado, provavelmente setenta a oitenta por cento. A cidade estava cheia de escombros, com ervas daninhas crescendo em alguns lugares. Havia espadas e lanças enferrujadas espalhadas por toda parte, algumas delas fincadas no chĂŁo. Ainda mais assustadores eram os esqueletos espalhados por toda parte.
Havia algum tipo de animal, eles nĂŁo conseguiam decidir se era um gato ou um cachorro, andando sobre os telhados e paredes em ruĂnas, mas ele fugia imediatamente quando eles tentavam se aproximar. Havia corvos grasnando por toda parte. Quando olharam para a fonte, descobriram que uma ruĂna havia se tornado o lar de dezenas de corvos, possivelmente mais.
Hå muito tempo, Damuro era a segunda maior cidade de Arabakia. Ela era muito maior que Altana. No entanto, as forças aliadas do No-Life King a invadiram e a devastaram, colocando-a sob o controle dos mortos-vivos.
As coisas estavam diferentes agora. ApĂłs a dissolução do ImpĂ©rio Imortal, os goblins, que antes eram uma raça de escravos sem rei, se revoltaram e expulsaram os mortos-vivos para tornar a cidade sua. Agora, Damuro era um covil de goblins. No entanto, a parte sudeste de Damuro, chamada de Cidade velha, nĂŁo recebeu manutenção e caiu em ruĂnas. Mesmo assim, nĂŁo era o caso de nĂŁo haver goblins na Cidade Velha de Damuro. Havia sim.
â …HĂĄ apenas um… Eu acho?
Haruhiro havia se escondido atrĂĄs de uma parede que parecia que iria desabar se ele colocasse todo o seu peso contra ela, espionando uma casa que nĂŁo tinha teto e uma parede. Ele era um ladrĂŁo e, por isso, estava gradualmente se tornando a pessoa mais indicada pelo grupo para espionagem, mas nĂŁo tinha aprendido as habilidades de Furtividade ou Roubo, entĂŁo era apenas um cara comum que conseguia abrir fechaduras com a habilidade de Arrombamento. Ele se perguntou se era realmente sensato deixĂĄ-lo cuidar disso.
Os goblins de lama, como o que eles haviam derrubado na floresta, eram uma variedade de goblins, aparentemente. E o goblin aqui certamente era parecido com o goblin de lama. Mas esse tinha pele verde-amarelada e nĂŁo era imundo. Tinha atĂ© roupas e carregava uma clava ou algo parecido na cintura. A bolsa pendurada em seu ombro devia ser uma bolsa goblin. O goblin de lama mantinha seus objetos de valor em um cordĂŁo no pescoço, mas esse goblin carregavam bolsa como aquela. Eles tinham ouvido falar que uma das caracterĂsticas dos goblins era que eles colocavam qualquer coisa valiosa que tivessem lĂĄ dentro, carregando-a com eles o tempo todo.
O goblin estava sentado, de costas para a parede, com os braços cruzados. Seu rosto estava voltado para baixo, com os olhos fechados. Ainda era dia, mas ele estava tirando um cochilo? Era o que parecia.
Haruhiro rapidamente, mas o mais silenciosamente que pĂŽde, voltou para onde os outros estavam parados.
â Um goblin. Parece que estĂĄ dormindo.
â Ătimo, vamos caçar ele â Manato assentiu com um olhar sombrio. â Como Moguzo estĂĄ usando cota de malha, ele nĂŁo pode deixar de fazer barulho. EntĂŁo, primeiro Haruhiro, Ranta e eu vamos nos aproximar. Moguzo, Yume e Shihoru se aproximarĂŁo depois disso. Se conseguirmos nos aproximar sem acordar o goblin, nĂłs trĂȘs o mataremos. Se ele acordar, Yume usarĂĄ seu arco, e Shihoru usarĂĄ magia para atingi-lo Ă distĂąncia. Moguzu, vocĂȘ vai atacar na frente. Se for uma batalha direta, usaremos a mesma formação da Ășltima vez. Todos o cercam para que ele nĂŁo possa escapar.
Todos assentiram ao mesmo tempo. Depois de passar trĂȘs dias sem ganhar nada, atĂ© mesmo Ranta estava levando com muita seriedade.
Com Manato no comando, os trĂȘs partiram. Chegaram Ă casa rapidamente, mas tudo o que viria depois disso Ă© que levaria tempo. A casa estava cheia de escombros, e eles nĂŁo podiam se dar ao luxo de pisar em nada. Eles acabaram fazendo barulho vĂĄrias vezes, e isso levou mais tempo do que o esperado. Agora estavam perto o suficiente para que, com mais um ou dois passos, o goblin estivesse ao alcance do ataque.
Moguzo e os outros estavam do lado de fora da casa. Manato olhou para Haruhiro e depois para Ranta. Ranta apontou para si mesmo.
Haruhiro nĂŁo tinha certeza se seria sensato deixar isso para Ranta, mas Manato acenou para ele, o sinal para fazer isso. Ranta respirou fundo e foi atĂ© o goblin. Sem erguĂȘ-la acima da cabeça primeiro, ele fincou sua espada longa no peito do goblin.
O goblin gemeu e seus olhos se abriram. Ele viu Haruhiro e entĂŁo entendeu o que havia acontecido com ele. O goblin gritou, estendendo a mĂŁo para o rosto de Ranta.
Ranta se inclinou para trĂĄs, entĂŁo Manato gritou:
â VocĂȘ nĂŁo pode fazer isso! â para ele. Ao mesmo tempo, ele sacou seu cajado curto, golpeando e esfaqueando o goblin com ele repetidamente.
â Droga…! â Ranta empurrou sua espada longa e a torceu.
Haruhiro nĂŁo pĂŽde fazer nada. Se ele se aproximasse, provavelmente iria atrapalhar Manato e Ranta. O goblin continuou a se contorcer em agonia, gritando o que deve ter sido uma torrente de insultos verbais Ă medida que ficava cada vez mais fraco. O goblin de lama havia lutado muito, mas quando foi pego dormindo, isso era o melhor que poderia fazer? Por fim, ele parou de se contorcer.
â Morreu? â Ranta deu uma olhada no rosto do goblin, com os ombros pesados e a respiração pesada. Haruhiro imaginou o goblin ressuscitando e depois arrancando o nariz de Ranta com os dentes, mas isso nĂŁo aconteceu. Manato fechou os olhos, fazendo o sinal do hexagrama. Parecia que tudo havia terminado.
Moguzo, Yume e Shihoru entraram na casa.
Ranta colocou um pĂ© no peito do goblin e puxou sua espada longa. â Tenho que arrancar uma garra ou algo assim. VĂcio, vĂcio… â ele murmurou para si mesmo.
Manato retirou delicadamente a bolsa do goblin que estava pendurada em seu ombro. Ele a abriu, despejando o conteĂșdo. Os olhos de Haruhiro se arregalaram.
â Moedas de prata!
Talvez os goblins gostassem de colecionar moedas humanas. E, além disso, ao contrårio da moeda do goblin de lama, essas moedas não tinham buracos. Havia quatro moedas de prata intactas. Quatro de prata. Havia também uma pedra que era transparente como vidro. Além disso, alguns ossos. Eles não sabiam de que animal eles vieram, mas eram ossos de dedos ou outros ossos finos.
â Ohhh! â Os olhos de Yume se arregalaram. â IncrĂvel. Esse Ă© um novo recorde, nĂŁo Ă©? Apesar que, ainda Ă© apenas a nossa segunda vez.
â …Quatro pratas â disse Shihoru, piscando vĂĄrias vezes. Ela nĂŁo sabia o que dizer, ao que parecia.
Moguzo soltou um gemido impressionado e depois ficou calado.
Manato olhou para o céu. Com um suspiro, ele disse:
Ainda nĂŁo Ă© o suficiente â, balançando a cabeça. âTemos que continuar assim. Aconteceu de ser fĂĄcil desta vez, mas nem sempre serĂĄ assim. Fiquem atentos e vamos encontrar nosso prĂłximo alvo.
â Ah, Deixa disso! â Ranta deu um tapa nas costas de Manato. â NĂŁo seja tĂŁo estraga prazeres! Acabamos de ter uma grande vitĂłria. Tudo graças a mim! Qual Ă© o problema de comemorar um pouco?
Manato franziu as sobrancelhas por um momento, mas logo voltou a sorrir. â Acho que vocĂȘ estĂĄ certo. Acho que nĂŁo tem problema comemorar um pouco. VocĂȘ fez um bom trabalho, Ranta.
â Eu sei, nĂŁo Ă©? NĂŁo Ă©? Sou tĂŁo incrĂvel, nĂŁo sou? Especialmente a maneira como eu passei a espada naquele goblin com um sorriso cruel e impiedoso. Devo ter parecido um verdadeiro cavaleiro das trevas, nĂŁo Ă©?
Haruhiro disse:
â NĂŁo nĂŁo nĂŁo â, acenando com a mĂŁo. â VocĂȘ parecia desesperado e bagunçado como sempre, Ranta.
â Seu idiota! Eu esmaguei a cabeça dele, como se fosse um pedaço de bolo! Para onde estava olhando, cara?! Ah, jĂĄ sei! Foi isso que aconteceu! VocĂȘ nĂŁo conseguiu ver por causa desses seus olhos sonolentos!
â Essa piada jĂĄ saturou, nĂŁo vou dar uma resposta para vocĂȘ todas as vezes. Desculpe.
â Responda cara! VocĂȘ tem que responder! EstĂĄ me fazendo sentir um pouco miserĂĄvel aqui!
Todos riram por um tempo. Depois disso, eles fizeram o que Manato sugeriu, preparando-se para o que estava por vir enquanto procuravam o prĂłximo alvo.
O primeiro dia deles na Cidade Velha de Damuro deu tudo certo sem problemas. Quando pensaram em seus dias até então, o fato de ter sido tão tranquilo os assustou.
Ao anoitecer, Haruhiro e os outros haviam derrubado um total de quatro goblins, incluindo o que haviam pego dormindo. De suas quatro bolsas de goblins, eles adquiriram um total de oito pratas, uma pedra clara, uma pedra preta, uma pedra avermelhada, ossos e presas variados, algo parecido com uma chave, uma engrenagem e algum tipo de acessĂłrio de metal. Quando venderam tudo, o saque totalizou dez prata e 45 de cobre. Divididos por seis, cada um recebeu uma prata, 74 de cobre, com uma sobra. A alimentação e a hospedagem naquele dia lhe custaram 15 de cobre, de modo que o total do dinheiro de Haruhiro chegou a trĂȘs pratas e oito de cobre. Se o dia seguinte tambĂ©m corresse bem, ele havia prometido a si mesmo um par de roupas Ăntimas e uma arma.
O dia seguinte, no entanto, foi bastante ruim. Quando encontraram um grupo de cinco goblins, Ranta disse que eles deveriam atacar, mas eles fizeram uma votação e ele foi preterido pela maioria que queria evitar a luta. A menos que pegassem uma das criaturas de surpresa, um Ășnico goblin era difĂcil e dois eram arriscados, portanto, enfrentar cinco estava fora de questĂŁo. Haruhiro achou que recuar era a escolha certa.
No entanto, depois disso, eles não avistaram nenhum grupo de dois ou menos até o final do dia, quando estavam se preparando para voltar para casa e se depararam com um goblin solitårio. Como resultado, eles ganharam uma prata naquele dia
Apenas uma prata.
Se ele pensasse dessa forma, Haruhiro sentiria que estaria sendo amaldiçoado. Eles poderiam ter ido para o vermelho, mas, em vez disso, fizeram uma prata. Haruhiro decidiu encarar a situação dessa forma. A roupa Ăntima e a arma poderiam esperar atĂ© que estivessem lucrando mais.
Em seu terceiro dia na Cidade Velha de Damuro, eles tentaram fazer um mapa simples enquanto procuravam por goblins. A ideia foi de Manato, que tambĂ©m adquiriu o pequeno caderno e os lĂĄpis que usaram para fazer o mapa. Manato disse que, se eles conseguissem conhecer o terreno, fazer anotaçÔes sobre onde os goblins estavam, certamente seria Ăștil.
De qualquer forma, foi muito divertido caminhar pela Cidade Velha, mapeando-a metodicamente. Dizendo: âVamos por ali em seguidaâ ou âAinda nĂŁo fomos por aquiâ, eles naturalmente começavam a traçar objetivos. Eles tambĂ©m aprenderam as estradas. Quando entravam em uma ĂĄrea nĂŁo mapeada, ficavam nervosos, e quando estavam em um local que jĂĄ tinham no mapa, podiam relaxar um pouco. Naquele dia, eles derrubaram trĂȘs goblins e, depois que o saque foi vendido, ficaram com 72 moedas de cobre cada um.
Eles não deixaram que isso lhes subisse à cabeça. Não estavam ganhando tanto dinheiro assim.
No entanto, Yume e Shihoru haviam dito que queriam fazer compras, entĂŁo Haruhiro tambĂ©m estava dando uma volta pelo mercado. Enquanto procurava, encontrou um par de roupas Ăntimas. Ele pechinchou o mĂĄximo possĂvel, mas atĂ© mesmo um par usado custava 25 cobre. Ele tinha coisas para carregar agora, entĂŁo, por necessidade, comprou uma bolsa para carregar tudo. Havia um bom nĂșmero de bolsas usadas a um preço razoĂĄvel, entĂŁo ele comprou uma de aparĂȘncia durĂĄvel, por 30 cobres. Comparada com a roupa de baixo, parecia uma verdadeira pechincha.
Depois de voltarem para o alojamento dos soldados voluntĂĄrios, todos conversaram sobre o que haviam comprado, onde haviam comprado e o que queriam comprar em seguida. Eles ficaram realmente entusiasmados, por isso tiveram dificuldade para dormir depois. Quando Ranta, que estava tagarelando incessantemente atĂ© pouco tempo atrĂĄs, de repente adormeceu, respirando suavemente, nĂŁo demorou muito para que Moguzo tambĂ©m pudesse ser ouvido roncando. Haruhiro tentou pegar no sono. Ele estava exausto, atĂ© mesmo sonolento, mas, por alguma razĂŁo, sua consciĂȘncia nĂŁo estava tentando descer Ă s profundezas do sono.
â Manato â ele tentou chamar e, como esperado, Manato estava acordado e respondeu com um â Sim?
Haruhiro ficou feliz por ter recebido uma resposta, mas nĂŁo tinha nada para dizer a ele. Bem, isso nĂŁo era verdade; eles tinham muito o que conversar. Ele sĂł nĂŁo conseguia pensar em nada tĂŁo rapidamente. Mas ficar quieto por muito tempo seria estranho. Ele tinha que dizer alguma coisa.
Depois de procurar apressadamente algo para dizer, â Obrigado â foi o que saiu, e ele ficou envergonhado.
â O que foi isso, de repente? â Manato riu. â Eu Ă© que deveria estar agradecido.
â HĂŁ? VocĂȘ…? Por quĂȘ?
â A todos, por serem meus companheiros. Sou grato por isso. Tenho certeza de que, quando digo isso assim, provavelmente parece mentira, mas realmente me sinto assim.
â NĂŁo, nĂŁo acho que esteja mentindo, mas… â Haruhiro mastigou a parte interna de sua bochecha direita, pensando. â Como devo dizer isso? Estamos sempre contando com vocĂȘ. Se vocĂȘ nĂŁo tivesse nos ajudado, estarĂamos em sĂ©rios apuros. Dependendo de como as coisas tivessem acontecido, talvez nĂŁo estivĂ©ssemos vivos a esta altura.
â Isso vale para os dois lados. Sem vocĂȘ e os outros, nĂŁo hĂĄ como saber o que poderia ter acontecido comigo. NĂŁo estamos em uma situação em que possamos sobreviver sozinhos, sabe.
Haruhiro hesitou em dizer isso ou nĂŁo, mas ele nĂŁo era bom em esconder seus sentimentos. Ele nĂŁo tinha paciĂȘncia.
â Agora, nĂŁo quero que vocĂȘ interprete isso de forma errada, mas acho que vocĂȘ poderia ter encontrado vĂĄrias pessoas dispostas a serem seus companheiros. Por exemplo, pedindo a alguĂ©m que o deixasse entrar em seu grupo.
â Um grupo de soldados voluntĂĄrios? Sinceramente, essa ideia nunca passou pela minha cabeça. Sabe, eu provavelmente nĂŁo sou do tipo que tolera ter de abaixar a cabeça para os outros. RelaçÔes hierĂĄrquicas, tambĂ©m. Duvido que eu seja bom em lidar com isso. Mas nĂŁo me lembro o que eu fazia antes de vir para cĂĄ, entĂŁo nĂŁo tenho certeza.
â Ah… â Agora que ele menciona isso, Ă© verdade. Quando Haruhiro tentava se lembrar de seu passado, era como agarrar-se a algo macio e fofo. Ela nunca mantinha sua forma. Ele havia se esquecido completamente desse fato. Talvez ele nĂŁo tivesse tido tempo para pensar sobre isso.
â Pode ser o mesmo para mim â admitiu.
â De alguma forma… â Manato fez uma pausa, hesitando por um segundo. â De alguma forma, sinto que nĂŁo sou o tipo de pessoa que alguĂ©m deveria tratar como camarada.
â Isso nĂŁo Ă©…
Isso não é verdade, eu acho. Quem sabe, mas não posso dizer isso abertamente. Eu só conheço o Manato como ele é desde que chegou aqui. Isso é tudo o que o Manato sabe sobre si mesmo, também.
Nem mesmo o Manato conhecia o Manato. Ă claro que o mesmo acontecia com Haruhiro. Quanto mais ele pensava, menos ele entendia. Portanto, era melhor nĂŁo pensar nisso. NĂŁo haveria resultado algum em pensar sobre isso. Afinal de contas, ele nĂŁo conseguia se lembrar de nada.
Ele tinha coisas a fazer. Coisas que ele tinha que fazer para viver. Ele precisava ganhar dinheiro.
â Quanto a como era o Manato do passado â disse Haruhiro com uma alegria forçada â isso nĂŁo importa. NinguĂ©m se importa. Ă o Manato atual que Ă© nosso camarada. VocĂȘ Ă© nosso lĂder. EstarĂamos em apuros se vocĂȘ nĂŁo estivesse aqui conosco.
â Eu tambĂ©m preciso de vocĂȘs.
Haruhiro acenou com a cabeça. Mas Manato estava no beliche abaixo dele, entĂŁo Manato nĂŁo veria o aceno. Ele precisava dizer isso em voz alta. Mas o que ele poderia dizer…? Enquanto ele se perguntava, Manato começou a rir.
â Mesmo assim, Ă© muito estranho. Tudo isso. O que estamos fazendo? Espadas e magias. Ă como se estivĂ©ssemos em um jogo ou algo assim.
â Um jogo, hein â Haruhiro piscou, depois inclinou a cabeça em confusĂŁo. â Um jogo, o que Ă© isso…?
â HĂŁ? â Manato tambĂ©m pensou profundamente por um momento. â …NĂŁo sei. Mas foi o que eu disse agora mesmo. âĂ como um jogoâ. Foi o que me veio Ă mente na hora.
â Bem, quando vocĂȘ disse isso, senti que vocĂȘ estava certo. Mas o que Ă© um jogo? Um jogo…
Algo parecia errado. Estava na ponta de sua lĂngua, mas ele nĂŁo conseguia fazer com que saĂsse, aquele tipo de sensação estranha. Ainda assim, ele achava que deveriam pĂŽr um fim a essa conversa. Eles tinham coisas mais importantes com que se preocupar. Haruhiro e os outros iriam para a Cidade Velha de Damuro novamente amanhĂŁ.
Ele bocejou. Parecia que ele finalmente conseguiria dormir.
Tradução: ParupiroH
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