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- Sugar Dark Lightnovel Segunda Cova 5-1

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CAPÍTULO 5-1

Muoru tinha certeza de que já estava em pleno verão enquanto olhava para o cemitério, iluminado pela luz brilhante do meio dia.
O chão havia escurecido, como se tivesse esquecido de toda a chuva que caíra no dia anterior. E, devido ao sol queimando o mato e o musgo, um cheiro sufocante de vegetação preenchia o ar.
Largou sua pá e caminhou pelo cemitério de mãos vazias.
Não era como se quisesse dar uma escapulida do trabalho, pois ainda seguiria suas ordens, na verdade, apenas parou de cavar há pouco tempo. Também não estava tentando postergar, mas, se uma pessoa não desse algumas pausas nesse calor, correria risco de sofrer de insolação.
Bom, se fosse um de seus companheiros toupeira, neste tipo de clima, teria desmaiado sem qualquer esperança de ser encontrado. E, no pior dos casos, havia a possibilidade de morrer de desidratação.
Bem, pode existir um cachorro, mas, de certa forma, sou o único humano aqui.
Mesmo assim, se tirasse uma folga, não sabia se era melhor voltar ao estábulo ou ficar deitado sob a sombra de uma árvore, olhando para o nada. No momento, entretanto, seus pés estavam o levando em direção ao local onde enterrou aquele monstro muitos dias atrás.
De fato, não tinha vontade de ir lá, no entanto, apesar de sua determinação, como resultado do trabalho forçado que tinha de fazer devido à punição pela falsa acusação, sentiu-se obrigado a verificar a condição do que foi feito.
Toda aquela chuva não deve ter retirado a terra depois que encheu a cova.
Quando chegou ao túmulo, viu algo que não estava lá vários dias atrás, quando cavou.
Era uma lápide...
Alguém deve ter colocado isso quando a chuva acalmou.
Isso mesmo. Já que não estavam apenas jogando um simples cadáver em uma cova, uma lápide se fazia necessária. Mesmo assim, naquela hora, estava colocando toda sua força desesperadamente no ato de enterrar aquele monstro colossal, isso nem passou pela sua cabeça.
Pode ser que Daribedor tenha arrumado alguém para colocá-la.
Se aproximou e examinou a pedra. Chegava à altura de seu quadril, teve os cantos esculpidos de forma arredondada. O material também era de qualidade baixa, sendo algum tipo de andesito[1] cinza. Em sua superfície havia um epitáfio, no entanto, eram apenas números gravados na pedra, nada de nome.
Não foi feita por um bom escultor, pensou Muoru ao passar os dedos pela escrita esculpida. Tenho certeza de que meu pai era mais habilidoso.
Entretanto, assim como mal conseguia se lembrar da voz dele, a última vez que viu seu trabalho foi há muito tempo. Sendo honesto consigo mesmo, sentia que a memória havia desaparecido ao ponto de não ser capaz de compará-lo com a pedra à sua frente.
Em adição ao ano atual, parecia ter um número, parecendo uma medida, na superfície da pedra. Ao que tudo indicava, era o tamanho do monstro enterrado sob seus pés.
Algo era certo, se algo muito errado acontecesse e o monstro voltasse, com certeza não seria nada engraçado.
Muoru, mais uma vez, encarou o epitáfio de perto. A frase estreita e longa parecia descrever aquilo em detalhes.
— Hm? Toupeira-kun, você consegue ler?
— Então, de onde diabos você saiu? — disse Muoru, seu rosto não mostrava espanto ou resignação, à medida em que se virava para encarar Corvo, o qual havia conseguido esgueirar-se por trás dele.
Usava seu traje padrão, com o mesmo cabelo chanel, casaco amarelo, gravata xadrez e calção combinando, além de botas militares pesadas. Com um ritmo energético, Corvo passou por cima de Muoru, girou no ar e sentou-se na lápide do novo monstro.
— É simples. Vim direto dos céus. Sou um pássaro, afinal.
O garoto suspirou; Corvo sequer tinha asas nas costas.
Então, balançou a cabeça e, com uma ação incomum até para ele, sentou-se de pernas cruzadas no chão.
— Hm, o que foi? Não é bom se ficar muito tempo sem beber água. Vai ter insolação.
— Não é isso, só estou cansado de usar a cabeça..., afinal, é uma parte que não costumo usar.
Raramente ia à escola e não conseguia ler sem gaguejar como uma criança; o mesmo valia para sua escrita. No entanto, apenas saber palavras chave, entender números e ser capaz de assinar o nome em folhas de pagamento ou formulários eram o suficiente para que um soldado, designado a fazer trabalhos manuais, fosse capaz de trabalhar propriamente. Ler livros e mapas, e pensar sobre coisas como táticas não eram suas responsabilidades.
— Pois é, incrível, incrível... — disse Corvo enquanto aplaudia, mas os aplausos não pareciam ter energia.
Ao sentir que estava sendo feito de bobo, olhou para ele. Mas então, Corvo olhou para cima e disse:
— Não sei ler e escrever.
Muoru não sabia o que dizer. Ficou um pouco surpreso ao ouvir isso.
Havia ouvido dizer que, há muito tempo, papel era algo com um valor extremamente alto. A menos que fosse um estudioso, nobre, burocrata, clérigo, ou algo desse nível, coisas como livros eram impalpáveis, e pessoas simples não podiam usar.
Nos dias de hoje, certamente ainda existiam crianças que nunca receberam aprendizado devido à área delas não ter uma escola. Em vilas agrícolas mais pobres, crianças ainda eram muito preciosas para trabalhar, por este motivo, muitos preferiam que elas se engajassem em tarefas mais práticas do que ler e escrever.
Porém...
Achou ser impossível Corvo não saber ler, pois havia explicado, em detalhes muito precisos, como a existência daqueles monstros havia afetado toda a civilização.
— Puff.
— Ah, você já está me zoando! — respondeu Corvo, como se sofresse de indigestão. Parecia bravo, com suas bochechas estufadas. — Mas tudo bem. Até pássaros têm muitos amigos. Também tenho muitos que são verdadeiros gênios. Se eu necessitar de ajuda, só preciso pedir para que leiam para mim.
Esta era sua personalidade, conseguir conhecer muitas pessoas.
— Não fique zangado... é ruim, e não é de seu feitio — disse Muoru.
— Bem... voltando ao assunto. Quero dizer, não acha surpreendente você ler melhor que eu? Não creio que seja justo. Então, por quê?
— Por quê..., esta é uma boa pergunta. Minha família era pobre e eu não tinha muitas condições para ir à escola. Mesmo assim, nunca parei para pensar, mas acho que meu irmão queria me ensinar. Se parar para pensar, acho que ele só conseguia ler e escrever um pouco.
— Uau, parece ser legal ter um grande irmão mais velho.... Como ele está? — perguntou Corvo, todo alegre.
— Bem, não tenho certeza. Acho que ainda está vivo, mas já faz quatro anos desde a última vez que nos vimos — disse Muoru, dando de ombros.
Seu irmão mais velho devia estar na casa de seu pai, treinando para seguir seus passos. Mesmo com o passar do tempo, e com a quantidade de trabalho de escultor desaparecendo, junto da influência dos templos, talvez ainda estivesse trabalhando de alguma forma.
Seu segundo irmão mais velho havia entrado no exército antes dele. Pelo fato de pertencerem ao mesmo batalhão, Muoru pensou que pudessem se encontrar, porém, infelizmente, seu irmão parecia ter sido enviado para uma guarnição muito distante, por isso nunca mais se viram.
E agora parei aqui... nunca mais vou vê-los, pelo resto da vida.
— Isso é... solitário, né? — perguntou Corvo, com uma simpatia estranha.
— Olha, pode ser o caso. Mas já somo adultos, e não importa quão boa ou ruim é nossa relação, meus irmãos jamais se colocariam na mesma vala que eu.
— É que.... não é legal sua família ter sido separada. — Mesmo já tendo superado essa realidade, a afirmação de Corvo ainda o incomodou.
— Já que se sente assim, não devia ter se tornado um adulto. Ser incapaz de ver sua família, mesmo querendo, seria triste, né?
— Sobre isso, bem..., no fim, todos precisam dizer adeus algum dia. No entanto, você não seria capaz de os ver novamente quando morrer?
— Olha, acho que sim. — Mesmo se Muoru entendesse, suas emoções não tentaram concordar.
Ao olhar para a expressão sombria no rosto de Corvo, enquanto o mesmo estava sentado com suas pernas balançando e olhos apontados para o chão, não pôde ver com clareza os pensamentos irracionais do Corvo aparecerem.
Olhar para o Corvo dava uma sensação estranha. Para Muoru, ele era mais misterioso que Mélia, isso significava que não era de confiança. E, mesmo conversando de maneira amigável, parecia estar escondendo algo. Ainda sentia isso nesse momento.
— A propósito, você disse que tinha muitos amigos em outros lugares? — perguntou Muoru, de forma abrupta, fazendo com que Corvo olhasse para cima com surpresa, não havia uma gota sequer de suor em seu rosto.
Mesmo neste calorão, está completamente bem. Que inveja.
— Hm, bem, sobre isso...
Corvo era um desconhecido misterioso. Tudo que dissera era suspeito, fazendo-o pensar se estava tudo bem em acreditar nele.
No entanto, quando Corvo disse “não é legal sua família ter sido separada”, Muoru teve a forte impressão de que essas palavras eram seus verdadeiros sentimentos. Isso fez com que suas palavras não parecessem ruins. Entretanto, só porque falou a verdade por um momento, não significava que poderia confiar em tudo o que dizia.
Mas uma coisa que Muoru pensou foi que, se algo estivesse disponível, devia ser usado.
Então, encarando o Corvo, disse:
— Se for possível, quero te pedir um favor...


Naquela noite, quando a chuva parou, foi a primeira noite clara em muito tempo, onde era possível ver as estrelas que cobriam todo o céu.
Muoru tirou um breve cochilo logo após o anoitecer, esparramado em sua cama de palha. Encarava os buracos no teto do estábulo deplorável, vendo o céu noturno por eles.
É uma noite agradável, pensou.
Até a temperatura havia caído para níveis confortáveis. Além disso, com a claridade das estrelas, tinha certeza que não teria problemas para enxergar onde quer que estivesse.
E, talvez, nesta noite, Mélia estivesse sozinha no cemitério.
Não conseguia pensar em um motivo para não ter ido vê-la. Ela até mesmo disse que estava tudo bem agora.
Mas algo estava o impedindo de agir.
Sempre estava nervoso. A garota era um bom suporte para seus planos de fuga, porém, sem saber a melhor forma de conversar com ela, ficava nervoso com a possibilidade de ser odiado. Embora lhe faltasse experiência em falar fluentemente e não ser muito habilidoso nisso, não podia falhar. Por isso, estava nervoso. Sempre estava nervoso.
Também sentia que havia um gancho gigante preso em seu peito, fazendo suas pernas ficarem imóveis.
— O que você quer fazer, Muoru, e qual a melhor forma de fazê-lo?
Sempre que imaginava ter atingido seus limites, simplificava a situação ao usar esta frase e organizar seus pensamentos. Se focar apenas em questões triviais, a ponto de esquecer as coisas mais importantes, era o pináculo da estupidez.
No entanto, agora mesmo, sentia que estava oscilando por causa de seu próprio aviso. Também estava começando a questionar seu próprio comportamento..., e esta dúvida estava se tornando o gancho em seu peito.
Devo ter certeza.
Se aproximar de Mélia não era a “coisa mais importante” que devia estar se focando. Pode até ser um método de fuga, mas não era seu objetivo.
Muoru estapeou as bochechas com ambas as mãos.
Posso não me livrar do gancho, porém, contanto que não haja mal-entendidos, deve ficar tudo bem.
— Tudo bem, vamos lá — disse em voz alta de propósito enquanto ficava de pé, abriu a porta com o ranger da dobradiça e saiu. De soslaio, conseguiu ver o corpo do cachorro levantando-se lentamente, indo atrás dele logo em seguida, sem que suas patas fizessem barulho.
Quando decidiu ir, suas pernas e sentimentos pareciam mais leves, como se suas preocupações, de agora há pouco, tivessem ficado silenciosas por um momento. Ele forçou um sorriso.
Sendo sincero comigo mesmo, é muito estranho.
Não tinha caminhado muito quando os arbustos escuros, próximos ao estábulo, fizeram barulho. Não ventava.
Muoru, com surpresa, saltou, como se um inimigo estivesse prestes a emboscá-lo.
Então, aquilo começou a aparecer.
Com atenção e preparado para correr a qualquer instante, encarou a direção de onde veio o som. Uma figura, vestida de preto, estava espiando-o por detrás da sombra de uma árvore, como um fantasma.
— Mélia?
— Ah. — Quando a figura emitiu algo que parecia um pequeno grito, escondeu-se repentinamente atrás do tronco da árvore.
Com apenas um olhar de seu perfil, quando adicionado à sua voz, não havia como não saber que a pessoa nas sombras era Mélia. Mas ele não fazia ideia do porquê de ela estar se escondendo em primeiro lugar.
Um silêncio estranho tomou conta da área.
— É...
Sem conseguir decidir o certo a se fazer nesta situação, Muoru continuou imóvel. Planejava ir ao cemitério, mas não precisava de alguém para guiá-lo até lá. Mas tinha que admitir, ela estar ali lhe pouparia o tempo que precisaria para procurá-la, porém, algo lhe dizia que ela estava ali por um motivo diferente.
Escondida na sombra de uma árvore, a garota continuou espiando da escuridão, como se observasse os movimentos dele. Muoru teve a sensação de que ela realmente queria chamá-lo, no entanto, não podia.
Agia como algum tipo de animalzinho, hesitando de forma tímida enquanto encarava algo que havia lhe chamado a atenção. Ele sentiu que, caso tentasse se aproximar dela, ela se viraria e fugiria rapidamente, como um animal.
Talvez seja isso...
Nenhum dos dois podia se aproximar ou gritar. Estavam apenas a dez passos de distância, porém, mesmo que o olhar de ambos fosse compartilhado, não conseguiam comunicar suas verdadeiras intenções.... Muoru começou a se perguntar quanto tempo fazia que estavam assim.
Então, logo depois, Mélia saiu de trás da árvore, como se tivesse sido derrotada em algum tipo de competição.
— Só estava de passagem — disse ela, mas não para Muoru, era como se dissesse aos dedos dos pés.
Ele permaneceu em silêncio. Não conseguia pensar em resposta alguma. Estava muito claro que ela havia tentado fazer uma piada para disfarçar seu comportamento. Mas era tão difícil imaginá-la contando uma piada que Muoru não sabia se estava tudo bem em rir ou se seria melhor dizer algo engraçado de volta.
Porém, enquanto estava parado e em silêncio, a garota continuou:
— Me perdoe... menti. — Seu capuz estava na frente de seu rosto, cobrindo sua aparência e abafando sua voz.
Você não estava só de passagem.
Entretanto, não poderia perguntar “então, por quê?”, mas mesmo não o fazendo, tinha algumas hipóteses.
Pensou nas vezes em que se encontraram antes. Até mesmo duas noites atrás, quando Mélia visitou o estábulo, havia um propósito claro para tal. Porém, ao observar seu comportamento hoje, não parecia ter uma razão específica para estar ali.
Então, basicamente...
Será que veio só para me ver? Ou, em outras palavras, queria passar um tempo comigo?
— Ah, é, ei... — disse Muoru, sua voz soou aguda, fazendo as orelhas do cachorro dobrarem. Até mesmo ele pensou que o som foi muito alto, o que talvez explicasse o fato de Mélia ter dado um passo para trás, como se sua voz a estivesse repelindo.
— A maçã — continuou apressadamente, na tentativa de evitar que fugisse — estava deliciosa.
Desviando do olhar de Muoru, assentiu:
— Aham.

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