Digimon Tamers 00 Zero Zero – Capítulo 17
[O Reencontro_ Promessas para o Amanhã]
No último capítulo, a cômica presença de Meicoomon trouxe eventos inesperados na vida de Meikume.
A desenhista de mangás prodígio nunca mais será a mesma.
No colégio de Lee, o jovem apresentou a Jannet, sua melhor amiga, ao Terriermon.
O encontro foi amistoso e produtivo.
Principalmente para a loira norte-americana, que dava claros sinais de amorosidade ao estudante.
O dia prosseguiu, em outro lugar.
新宿高校(Colégio de Ensino Médio de Shinjuku)
時間: 12:30 PM
Também durante o intervalo
Mais orgânica a realidade japonesa que os demais centros de ensino da cidade, o lugar exalava o tradicional.
Pelos corredores do colégio no horário vespertino, os estudantes colocavam a conversa em dia depois das quase cinco horas de estudos ininterruptos.
E, além disso, era hora do almoço e, por consequência, vários buscavam se alimentar no refeitório.
Outros alunos, após a alimentação, voltavam a conversar em outros lugares, buscando locais mais abertos.
Reunidos no pátio do colégio, Takato e seus amigos, Kenta e Kazu, conversavam.
O que mais faziam era duelarem no card game, já que torneios estavam por vir.
Mas não hoje: havia muito do que se preocupar e conversar.
— Eh… Cadê a Katou? — perguntou Takato, com o rosto um pouco corado. — Não vi ela na sala e nem no colégio.
— Ela não veio hoje… — falou Kazu, coçando o queixo. — Que estranho. Ela não é de ficar faltando aula…
— Estranho mesmo… Hm…
Uma pausa ocorreu na conversa.
A falta de assunto é uma constante, como sabemos.
Mas isso foi causado por Takato, que pareceu tomar coragem de dizer algo.
Não demorou muito tempo e, com total franqueza, o jovem domador disse:
— E se os digimons voltassem? — levantou Takato, como assunto.
— O quê? — disse Kazu, surpreso — Você tá falando sério ou é só hipoteticamente falando?
— Digamos que seja hipoteticamente. O que vocês achariam?
— Eu queria reaver meu amigo MarineAngemon! – indagou Kenta, com emoção nos olhos.
— Tá… — Kazu fez o mesmo. — Eu queria também ver o meu amigo Guardromon!
— Mas, Takato… — o de óculos levantou uma questão. — Por que você perguntou isso? Está sabendo de alguma coisa?
O sorriso de Takato meio que deixou isso bem aparente.
Ele, emocionado, olhou bem para seus amigos de longa data, tendo a certeza de que nunca poderia esconder uma verdade que só Kazu e Kenta poderiam entender como ele.
Sendo assim, Takato aguardou até o final do dia, os convidando para que fossem à sua casa.
時間後 (horas depois)...
松田家住(Residência da Família Matsuda)
時間: 06:00 PM
O reencontro emocionante
O lanche da tarde, preparado pela mãe de Takato, anunciava momentos de pura felicidade
E essa reação espontânea veio de dentro do quarto de Matsuda.
— O QUÊ?! GUILMON?! — berrou Kazu, surpreso e extasiado.
— Nossa, é o Guilmon mesmo! — Kenta também tinha a mesma emoção, abraçado ao digimon.
Sorrisos e brincadeiras entre amigos celebravam o poder da amizade eterna.
Foi o que o próprio digimon refletiu, com sua jovial personalidade, ao recebê-los com alegria.
— Guilmon voltou! — esbravejou, sorrindo e pulando sobre os dois. — E eu lembro de vocês dois. São Kazu e Kenta, os amigos de Takato! Vocês também são amigos do Guilmon!
Os três se abraçaram bem forte, matando a saudade.
A felicidade de ambos era bem sincera e revigorante.
Nesse banho de nostalgia, o reencontro também trouxe questões, como Kazu deixou claro.
— Takato, desde quando ele voltou?
— Nesse fim de semana, Kazu. E ele não foi o único... Terriermon e Renamon também.
Um vento fraco pairou no ar, acompanhando o silêncio que os dois fizeram.
Aquilo foi uma notícia muito bombástica para que a pausa breve durasse mais tempo.
— SÉRIO?! — surtou Kazu, com um grito ensurdecedor. — CARA, ISSO É MANEIRO DEMAIS!
— Sim, mas não grita! — disse Takato, sendo cuidadoso. — Não se sabe o que aconteceria se todo mundo descobrisse que eles voltaram.
— Mas, Takato… — divagou Kenta, sendo racional. — Toda a cidade sabe que digimons existem... ou existiram... ou sei lá! Passou tanto tempo que acho até que já esqueceram disso…
O jovem de óculos tinha um ponto.
Os acontecimentos de cinco anos atrás deixou explicitado que digimons existem. Mas será que os habitantes guardaram esse fato em suas mentes por todo esse tempo?
A conversa continuou.
— Muito bem… — falou Takato, ainda tomando cuidado. — Mas nós decidimos deixar isso em segredo. Está muito cedo pra ter certezas de verdade.
— Por quê? Você já está mostrando pra gente! — perguntou Kazu.
— Tipo, não criar alarde é melhor, sabe? — Takato disse isso enquanto olhou para o lado de fora da janela de seu quarto. — Kazu, Kenta... Ontem a gente lutou contra um inimigo.
Outra notícia impactante.
Kazu, o mais entusiasmado, reagiu:
— O quê? Inimigo?! Sério? — sem gritar, mas com surpresa no tom de sua voz, ele foi para próximo de Takato.
— Sim… Mas, por favor, não falem isso alto, tudo bem?
— Ué, o que houve? — Kenta perguntou, curioso.
— Meus pais sabem do Guilmon, mas não contei pra eles sobre o inimigo. E é por isso que eu trouxe vocês aqui pra falar com o Guilmon.
Kenta e Kazu entenderam bem do que se tratava o detalhe que perceberam.
O tom da conversa mudou, indo para um lado mais responsável e contido.
Takato, falando sério, continuou:
— Não sabemos o que está acontecendo, mas seria bom ter mais aliados. Vocês também são domadores, então os digivices de vocês devem ter voltado a funcionar.
— Ih cara... Bem pensado! — Kazu concordou, mas com um semblante mais sério. — Faz tempo que eu não mexo nele, mas está bem guardado!
— É, o meu também! — completou Kenta, preocupado — Mas como que eles voltaram?
Sempre questionador, o jovem perguntava a Matsuda assuntos pertinentes.
Isso contribuiu para mais debates.
— Foi do nada... — o domador de digimon manteve a conversa. — E mais do nada ainda foi a aparição desse digimon inimigo. Por isso quero que vocês voltem a usar o digivice!
O pedido, vindo de um amigo, foi o estopim de novos sentimentos.
Não que Kenta e Kazu fossem se opor a ajudá-lo de alguma forma. Longe disso.
Reencontrar Guilmon foi mágico e emocionante, o que levou os garotos a refletirem por um breve momento.
Kenta, o mais incisivo, foi direto:
— Então o MarineAngemon pode voltar também…?
— E o Guardromon…? — Kazu tinha o mesmo pensamento.
Takato, ao ouvir seus amigos, caiu também em pensamento, breves, mas que o trouxeram à realidade.
A sinceridade motivou seu coração, por mais duro que fosse sua resposta:
— Não sabemos... e não contem com isso.
As palavras de Takato caíram como um balde de água fria. Kazu e Kenta se entreolharam, o silêncio tomando conta do quarto.
Takato tinha seus motivos.
— Eu preciso mesmo saber a gravidade disso tudo ao certo antes de tudo. Não quero encher meus pais com mais problemas. Tem coisas que eu devo resolver… e vocês sabem disso!
Matsuda foi realista, mas sem perder sua sensibilidade.
— Entendam, vocês: eu era o que mais esperava ver o Guilmon novamente. Só que eu não tinha noção das consequências.
Ele se sentou na cama, com Guilmon indo a seu encontro.
Suas palavras continuavam:
— Ruki e Lee também concordaram que talvez o problema agora seja maior... porque não sabemos o que está acontecendo no digimundo.
— Takato… — Kazu falou, olhando para o jovem. — Porque está falando do digimundo assim? O que tá rolando?
— Vocês estiveram lá… e viram como eles vivem. Guilmon, Terriermon e Renamon precisaram enfrentar muitas coisas por lá depois que derrotamos o Matador. Eles mesmos não souberam explicar...
Seus amigos ficaram pensativos a ponto até de demonstrarem um pouco de preocupação.
Seus olhares baixos e intimidados deixaram exposto uma aflição.
Cercados pelo desconhecido e abraçados com as lembranças de lutas do passado, o grupo tinha ciência que o inesperado trouxe vários dilemas à tona.
— “Como será daqui pra frente?”
— “O que vamos fazer?”
— “Contra o quê iremos lidar agora?”
As indagações internas os deixaram sem norte.
Mas Kazu, não deixando que isso ficasse mais aparente, segurou em um dos ombros de Takato e, esboçando um sorriso, disse:
— Vamos te ajudar... e aos outros também!
— Ka-kazu…?! — Takato foi pego de surpresa, o que tirou seus pensamentos negativos do fico.
— Hehe… — o sorriso confiante de Kazu tinha um brilho ainda maior. — Passou tanto tempo, sabe? Acho que amadureci tanto que estou pensando como meu pai…
— Hã? Por que está dizendo isso?
— Tipo, eu poderia estar gritando desesperado ou ficar lamentando pelo leite derramado, mas…
Sua breve pausa o levou até a janela. Takato mais cedo a procurou, Kenta fez o mesmo.
— O Guardromon me mostrou que fraqueza não é sinônimo de medo. O meu pai me disse o mesmo há alguns dias. Hehe, isso é curioso.
— A fraqueza não é sinônimo de medo…?
— Claro que não! Eu tô aqui, te oferecendo apoio, mesmo não sabendo o que tá acontecendo. Entendeu? Eu vou te ajudar no que for preciso, meu amigo!
Aquela reação honesta e sincera de Kazu quebrou o clima cheio de tensão e incertezas.
O apoio moral que a dupla deu ao trio de domadores lendários contra o Matador foi o ponto culminante da amizade entre todos.
Seus amigos estavam ali, Takato se lembrou. E eles nunca deixariam de apoiá-lo, seja o que for.
— Somos domadores… — falou Kenta, sorrindo. — E seu amigo, do Lee, da Ruki… Se vocês precisarem de suporte, podem contar com a gente... Não é, Kenta?
— Sim! Com certeza! — respondeu o rapaz, com o punho cerrado à frente, demonstrando determinação. — Somos domadores de digimon! Quando o MarineAlgemon e o Guardromon voltarem, estaremos prontos! Vamos nessa!
A confiança dos dois contagiou Takato.
Mesmo diante do desconhecido, o brio retornou.
Matsuda não precisou de muito para expressar sua alegria.
— Obrigado... Domadores de Digimon!
Enfim, a união estava ainda mais fortalecida.
Após a animada conversa, Kazu e Kenta foram para suas casas às pressas para encontrarem seus digivices e ajudarem a monitorar a aparição de inimigos.
E Guilmon também estava muito feliz em vê-los novamente, ao se despedir.
— Vou estar esperando por vocês... Amigos!
Votos renovados.
Eles eram domadores… que um dia salvaram Shinjuku do fim.
Feridas do passado e a dor da separação dos Digimons haviam se transformado em força.
Agora, em novas páginas, o futuro dos Domadores começava a ser escrito.
Se gostou do capítulo, compartilhe e deixe seu comentário!