Death March Kara Hajimaru Isekai Kyousoukyoku | Death March To The Parallel World Rhapsody Web Novel Online Capítulo 7-8
[Lobos e Stalkers de Sobra]



Satou aqui. Não foi só recentemente que a palavra “stalker” se popularizou de repente?
Se a pessoa apaixonada não estivesse incomodando os outros, não teria problema...


◇◇◇


— Mestre, ao que parece a estrada se divide ao pé da montanha à frente. Qual caminho devemos seguir?

Tendo sido chamado por Lulu do assento do cocheiro, interrompi o experimento.

— Boa, Lulu! Agora, levanta logo daí e vai lá!

— Paquera, encerrada.

Arisa empurrou minhas costas, apressando-me a ir até o assento do cocheiro. Deixei Tama, que dormia em meu colo, sob os cuidados de Mia enquanto Pochi dormia no colo da Nana.

Quanta inveja... será que ela trocaria comigo de lugar se eu lhe desse carne na próxima refeição?

Quanto a fala de Mia, na minha opinião aquilo era uma acusação infundada, já que Nana e eu só estávamos de frente um para o outro por causa de um experimento, nada de paquera rolando aqui.

Eu só queria verificar o limite da magia [Sinal], para saber se seria possível recebê-lo mesmo sem um receptor. Por isso, Nana e eu estávamos sentados frente a frente. Além disso, como não me era permitido encarar os seios dela, fixei meu olhar em seu rosto. Ainda assim, continuaram a falar mal de mim.

— Como assim inocente? Além de ficarem se encarando, vocês ainda estavam de mãos dadas!

— Culpado.

Minha habilidade [Percepção Mágica] ativou-se imediatamente, mas como Nana não conseguia receber o sinal, precisei tocar com o dedo a palma de sua mão toda vez que enviava um comando.

Era puramente um experimento. Não havia nada de embaraçoso... embora eu tivesse pensado em uma pequena vantagem nisso, mas essa informação era segredo.

Para mudar de assunto, fui até o assento do cocheiro e dei instruções à Lulu. Da trilha da montanha em que estávamos, consegui ver a estrada se estendendo em direção à floresta e além dela ficava a cidade de Daregan. Consegui até mesmo vislumbrar algo que parecia ser o muro externo da cidade, lá longe.

— Ao invés de ir reto, dobre a esquerda.

— Sim, entendido.

— Hã? Você não tinha dito que iríamos para a cidade de Daregan ficava logo a frente? Que bastava embarcar num navio ali pra seguir direto até a capital do ducado?

Esse era o plano, mas seria ruim se seguíssemos até aquela cidade agora.

— Vamos acabar nos encontrando com nossos aspirantes a stalker se continuarmos.

— Geh, não me diga que é a Oppai-san?

— A-Arisa! Por favor, ela é filha do mestre do mestre. Chame-a de Karina-sama direitinho por enquanto.

Lulu deu um aviso, mas como ela mesma usou a expressão “por enquanto”, entendi qual era a avaliação dela sobre Karina-sama.

Karina-sama e três empregadas com cara de guarda-costas estavam viajando com ela até a cidade de Daregan. Ao que tudo indicava, o cavaleiro Zotor e o jovem cavaleiro Hauto realmente não puderam acompanhá-la. Mesmo assim, Lady Karina deveria ter muitos deveres, como conter ladrões em seu próprio território. Era um incômodo.

— Karina~?

— Hora da revanche, nanodesu!

Pochi e Tama pularam animadas para o assento do cocheiro. Agora que pensei nisso, essas duas adoravam disputar com Lady Karina.

A princípio, estavam guerreando com ela para me proteger, já que, para as duas, parecia que ela estava me intimidando. Mas as três acabaram entrando na mesma sintonia e fazendo boas disputas. Lady Karina dava a entender que estava relutante em bater nelas, por isso as lutas acabavam em combates defensivos. Em uma a cada duas disputas, as duas ficavam sem fôlego e Lady Karina vencia. Quando isso não acontecia, ambas as partes esgotavam as forças e terminava num empate.

As duas ficaram olhando ao redor com inquietação enquanto diziam:

— Karina, não está aqui~?

— Não está aqui, nodesu.

Enquanto conversávamos despreocupados, Liza, que havia avançado para fazer reconhecimento, retornou. Não havia ladrões na rota de hoje, então só ela estava montada a cavalo.

— Mestre, há um grupo de humanos no entroncamento adiante. Como pude ouvir sons de armas se chocando, talvez sejam ladrões.

— Extermínio de ladrões~?

— Vou dar o meu melhor, nodesu!

Parece que Lady Karina desapareceu da cabeça da Pochi e da Tama assim que ouviram falar em ladrões. Não conseguíamos vê-los daqui, mas segundo o mapa, o grupo que Liza encontrou não era de ladrões. Havia alguns artistas marciais, e o restante eram agricultores, provavelmente da região.



◇◇◇




Havia um espaço aberto no entroncamento. Dois artistas marciais trocavam golpes de espada bem no centro do campo e cerca de vinte agricultores observavam o combate a certa distância.

Pelo visto, tratava-se de uma aposta — os agricultores discutiam calorosamente, tomados pela empolgação.

Várias carroças estavam estacionadas no espaço aberto. Como a maioria encontravam-se vazias, era provável que as pessoas ali estivessem retornando após entregar mercadorias na cidade de Daregan.

Pochi e Tama queriam participar, mas como os artistas marciais presentes estavam entre os níveis 4 e 7, eram fracos demais para elas, então eu proibi. As duas insistiam persistentemente dos meus lados, mas se eu cedesse agora, apenas serviria para intimidar os mais fracos, então me contive. Elas não pareciam dispostas a desistir, mas Liza, que acabara de descer do cavalo, as ergueu sob os braços.

Pochi, que raramente ficava emburrada, fazia uma pose desanimada, como um cadáver sendo carregado por Liza. Fazia tempo desde a última vez que vi a pose do “Dara~n”. Tama, que ainda resistia, pareceu se lembrar de algo ao ver Pochi e assumiu a mesma pose.

Agora, os oponentes de Pochi e das outras não eram aquelas pessoas.

Três figuras corriam da floresta perseguidas por matilhas de lobos, como refletido no [Radar]. As coisas poderiam se tornar horríveis se os lobos alcançassem os fazendeiros. Eu poderia exterminá-los com uma [Flecha Teleguiada], mas decidi deixá-los como sacrifício para reacender o espírito de luta de Pochi e companhia.

Estacionei a carroça em um canto do espaço aberto e levei apenas as três garotas beastkin para perto de onde os lobos iriam surgir.

As orelhas de Pochi tremiam. Aparentemente, ela havia detectado a presença dos lobos.

— Mestre, lobos nano desu!

— Nyu~? Tem mesmo?

Pelo visto, Tama e Liza ainda não os tinham ouvido. Liza lançou um olhar em minha direção, então assenti com a cabeça.

— Irmão, você tem umas guarda-costas bem fortes aí. Quer competir? Mesmo se perder, só vai sair com alguns machucados, mas se vencer, ganha uma moeda de cobre grande. Não é um negócio ruim, né?

— Obrigado, mas não. Essas meninas estão dizendo que tem algo estranho na floresta.

— É mesmo?

Um homem que parecia ser o gerente das apostas veio me abordar, mas respondi de forma evasiva. Eles já estavam a menos de duzentos metros de distância.

O gerente também parecia ter escutado os lobos, pois fez sinal para os fazendeiros se afastarem e foi falar algo com cinco pessoas que pareciam artistas marciais. Era melhor resolver antes que se juntassem.

Recitei um feitiço falso para ativar [Cerca] e posicionei cinco barreiras transparentes em pontos estratégicos. Para evitar que os mercenários se chocassem com as cercas, os detive quando saíram da floresta e os lancei para trás das cercas.

— FUJAM! AS MATILHAS ESTÃO VINDO!

— VAMOS TENTAR GANHAR TEMPO. ENTÃO, FUJAM RÁPIDO!

Dois dos três jogados nos alertaram, mas era desnecessário. Assegurei os três.

— Vai ficar tudo bem. Vamos acabar com isso num instante. Descansem atrás das cercas.

Enquanto eu falava, os lobos que perseguiam os mercenários surgiram da floresta, mas foram empalados pelas barreiras, um após o outro. Com suas adagas, Pochi e Tama lidaram facilmente com os que conseguiram evitar as cercas.

O grupo de lobos que tentou contornar as barreiras foi perfurado pela lança de Liza. Consegui ouvir os mercenários murmurarem “Incrível” e “Fortes”, mas os ignorei.

Chutei o queixo de um lobo azarado que saltou por cima da cerca em minha direção. Ele ricocheteou na barreira e voou até parar diante de Tama.

— Perigoso~?

— Aah, desculpa.

Mesmo reclamando, Tama finalizou com os lobos em um piscar de olhos. As três derrotaram cerca de vinte lobos num instante. Ainda restavam três na floresta, mas como fugiram para as profundezas, não os persegui.

— Você é incrível, baixinha!

— Os lobos pareciam filhotes!

No começo, os fazendeiros ficaram assustados com os uivos, mas logo começaram a assistir à batalha. Vários deles começaram a elogiar.

— Pochi não é baixinha nodesu! Pochi é Pochi, nano desu!

— Tama~ na no?

Liza desossava os lobos com indiferença, enquanto Pochi e Tama posavam vitoriosas, levantando um lobo com uma mão cada uma. Foram imediatamente repreendidas por Liza e voltaram ao trabalho de desmontagem.

O gerente das apostas e os cinco artistas marciais fugiram rumo à cidade de Daregan. De certo modo, suas ações eram justificáveis. Na verdade, o estranho era metade dos fazendeiros que ainda não haviam fugido.


◇◇◇



Deixei Liza e as outras trabalhando, e fui até onde os mercenários estavam, atrás das cercas transparentes.

As três eram mulheres. Uma delas era nível 5 com maestria em adagas, mas as outras duas eram nível 3 e não possuíam habilidades. Apenas uma das de nível 3 estava gravemente ferida.

— Está tudo bem?

— Sim, obrigada por nos ajudar.

— Desculpe. Não imaginávamos que haveria pessoas aqui.

De fato, se isso fosse um jogo, seria como “Mobar” outros players, ou melhor, um MPK. Era bom que refletissem sobre isso. Dei minha opinião honesta enquanto prestava os primeiros socorros à garota ferida, que não tinha energia para falar.

Rudy: Em alguns jogos, players fortes costumam reunir um grande número de monstros perto de portais para matar players iniciantes ou mais fracos. MPK Monster-Player-Kill

— Teria sido uma catástrofe se essas garotas não estivessem aqui. Recomendo que caçem com moderação.

— Foi culpa minha. Como era nossa primeira missão, fomos longe demais na floresta e acabamos sendo nós mesmas caçadas...

A mercenária que parecia ser a líder tentou se justificar. Tinha dezoito anos, sendo a mais velha do grupo. As outras tinham entre quinze e dezesseis. Gostaria que aprendessem a agir com mais cautela antes de perderem a vida.

Já havia completado quase todo o atendimento de emergência, mas a energia da garota ainda diminuía. Levantei-a para examinar as costas e vi três marcas de garras. Assim, cicatrizes certamente ficariam. Mesmo com aparência de uma criança de dez anos, ainda era cruel para uma mulher.

Não tinha intenção de usar uma poção, mas não havia escolha. Mesmo inconsciente pela gravidade dos ferimentos, despejei o líquido em sua boca. Como senti olhares de reprovação às minhas costas, evitei a famosa poção boca a boca.

Como resultado de salvar essas garotas naquele momento, acabei deixando pistas para pessoas problemáticas. Me arrependi de não ter pedido para que não falassem nada, mas não de tê-las salvado. Abandoná-las deixaria um gosto amargo na consciência.

Decidi partir, deixando para trás as garotas surpresas com o efeito da poção.

Distribuímos metade das entranhas dos lobos desossados entre os fazendeiros que assistiram à batalha e as mulheres mercenárias. Como esperado, não consegui ignorar aqueles olhares famintos, misturados com fios de baba.


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