I Parry Everything: What Do You Mean I’m the Strongest? I’m Not Even an
Adventurer Yet!
Volume 01 — Capítulo Extra
[A Primeira Caçada
de Goblins da Princesa Lynneburg Cinco Anos de Idade]
— A princesa Lynneburg dá trabalho, hein? Não acredito que ela disse que queria passear a essa hora da noite.
— Pois é. Ainda bem que todo mundo—até o rei, veja bem—conseguiu convencê-la mais cedo, enquanto o sol ainda estava alto. Mas você sabe como ela é; não podemos baixar a guarda.
— Ela dá tanto trabalho assim? No fim das contas, ela é só uma garotinha mimada—e ainda tem só cinco anos, né? Pode falar o que quiser, mas para mim, ela só parece uma criança normal. Quero dizer, sei que ela é alguém de extrema importância... mas será que precisa de tantos guardas assim?
Kyle, o Todo-Ouvinte, um aventureiro de Rank A que havia sido convocado por conta de uma missão emergencial solicitada pelo Sindicato dos Aventureiros, deu de ombros e olhou para os outros enquanto falava. Ele estava em um turno de guarda durante a noite inteira e agora estava sentado ao redor de uma fogueira com outros cinco combatentes de elite, cada um vindo de diferentes origens, incluindo alguns soldados do próprio Reino de Clays. O grupo, composto por veteranos experientes e heróis em seus próprios direitos, mantinha a vigilância—mas a atenção deles não estava voltada para uma ameaça externa desconhecida.
Afinal, a missão atual era basicamente "cuidar de criança".
A responsabilidade deles era proteger (e ficar de olho em) a princesa Lynneburg, a prodigiosa princesa do Reino. O rei havia levado o príncipe Rein, de dez anos, para uma expedição educacional de caça a bestas mágicas, então cabia a esses guardas vigiar a princesa, que permanecera no castelo.
— Você só fala isso porque não conhece a princesa, garoto. Quando passar um tempo com ela, não vai sair falando as coisas tão levianamente.
— Ha! Isso vindo de um homem que matou um dragão na porrada, Punho-Forte Barzhe! Já admirei seu legado, sabia? Mas se aposentar para trabalhar no palácio real te deixou mole. Ficar velho deve ser horrível, hein?
— O que você disse, moleque?!
Barzhe, um velho soldado de porte gigantesco, se levantou de repente e lançou um olhar mortal para Kyle, um jovem alto e esguio.
— Já ouvi falar bastante sobre você — disse Kyle. — Hoje em dia, suas únicas funções são cuidar da princesa e fazer serviços menores... Quem diria que um dia você foi um herói e Matador de Dragões!
— Falta-lhe respeito, Kyle — rosnou Barzhe. — Convocamos sua ajuda porque tínhamos grandes expectativas sobre sua perícia em reconhecimento, mas isso não lhe dá licença para falar o que quer.
— Chega, vocês dois — disse o capitão do grupo de guardas. — Se o Capitão Sig ouvir vocês, um pedido de desculpas vai ser o mínimo.
— Ah, qual é o problema? — respondeu Kyle. — Todos os Seis Soberanos saíram para a caçada hoje à noite. Nem mesmo o Orelhas-Afiadas Sig consegue nos ouvir de onde ele está agora. Por outro lado, isso significa que só restamos nós esta noite. Então, melhor não abaixar a guarda, hein?
— De fato — respondeu Barzhe. — Devemos manter atenção máxima, ou a princesa pode nos passar a perna.
— Hahaha! Eu, enganado por uma criança de cinco anos? Você só pode estar brincando.
— Estou falando muito sério.
— Hah! Droga, você realmente está!
— Se não consegue entender... então talvez eu deva te ensinar uma lição.
— Ei. Barzhe, Kyle. Já mandei vocês dois pararem.
Com a intervenção do capitão da guarda, os dois recuaram a contragosto. Houve um breve silêncio antes de Kyle falar novamente.
— Ei, não estou desprezando o trabalho, tá bom? Só tenho meu orgulho a manter. Prodigiosa ou não, nenhuma criança vai me passar a perna. Vou ganhar meu pagamento de forma justa, pode ter certeza disso.
A resposta de Barzhe veio igualmente atrasada.
— Espero que seja verdade.
E assim, a noite avançou sem maiores incidentes. A jovem princesa obedeceu e foi para a cama, onde caiu rapidamente em um sono tranquilo...
Ou pelo menos, era o que parecia.
— T-Temos um problema!
Quando a lua finalmente atingiu seu ponto mais alto no céu, iluminando o mundo abaixo com sua luz, Kyle, o Todo-Ouvinte, correu até onde seus companheiros estavam. Ele deveria estar vigiando a princesa enquanto dormia, mas agora estava ali, com o rosto pálido.
— O que houve?
— A princesa sumiu! Não consigo encontrá-la em lugar nenhum!
— O quê...? Você fez uma busca completa?
Ao ouvir a notícia de Kyle, os outros guardas se tensionaram.
— Sim — respondeu Kyle. — Revirei cada canto do quarto dela, mas... ela simplesmente desapareceu!
— Você se ofereceu para ficar de vigia, não foi?! — gritou o capitão da guarda. — O que diabos estava fazendo?!
— E-Eu... Desculpe. Ela desapareceu enquanto eu fazia minha pausa para comer. Sei que não é desculpa, mas foi só por um instante—
— O que você fez?! Isso é uma emergência! Onde está a princesa?! Pelo menos sabe para onde ela foi?!
— Sei... Deixei uma agulha de rastreamento na camisola dela, então podemos detectar sua localização nesse mapa. Ela é só uma criança, então não pode ter ido tão lo—
— Se eu quiser sua opinião, eu pergunto! — rosnou o capitão da guarda. — Me entregue esse mapa!
Tomando o mapa da capital real e seus arredores, o capitão passou as mãos sobre sua superfície e ativou sua habilidade [Detectar]. O que viu a seguir fez o sangue sumir de seu rosto.
— Isso... é ruim.
A princesa estava se movendo a uma velocidade inacreditável e já havia saído dos limites da cidade. Era difícil acreditar que uma garotinha pudesse correr tão rápido. Além disso, por razões ainda desconhecidas, ela estava indo em linha reta para o nordeste. Poderia ter sido sequestrada? Não, ainda era cedo para tirar conclusões. A única coisa que era certa era...
— A princesa está indo para a Floresta das Feras.
— Por que para lá...?
— Pelo que me lembro... faz um tempo que ela quer ver com os próprios olhos se os ecossistemas diurno e noturno da floresta realmente são diferentes. O rei a repreendeu quando descobriu e proibiu terminantemente que fosse, mas ela ainda tenta fugir de vez em quando. O ilustre Soberano das Sombras sempre a pega antes que saia do castelo, mas, claro... hoje ele não está aqui. Com seu maior obstáculo fora do caminho, a princesa deve ter visto essa noite como sua melhor chance de escapar.
— Você só pode estar brincando... — murmurou Kyle. — Você quer dizer que ela não foi sequestrada? Que fugiu sozinha, atravessando nossa rede de vigilância? Algumas dessas armadilhas são feitas para conter feras mágicas! Você está me dizendo que uma garotinha de cinco anos descobriu um jeito de contornar todas as nossas medidas de segurança e ainda conseguiu fugir?!
— Estamos falando da princesa... — enfatizou Barzhe. — Isso é totalmente possível.
O capitão da guarda interveio rapidamente.
— De qualquer forma, há goblins perambulando a esta hora da noite! Isso é uma crise, entenderam? Precisamos ir atrás dela imediatamente!
Lutando contra sua própria impaciência, o capitão da guarda emitiu suas ordens. Ele sabia que esse erro era suficiente para que fosse demitido do cargo; agora, sua única esperança era que nada pior acontecesse. Se não fizessem algo rapidamente, havia uma grande chance de que ele e seus guardas fossem responsáveis pela morte de uma garotinha — especificamente, uma que diziam possuir um talento não visto desde a fundação do Reino.
Desesperados, os guardas partiram em busca da princesa como se suas próprias vidas dependessem disso.
◇
Sob a luz do luar, nas profundezas da Floresta das Feras, uma matilha de goblins cercava uma garotinha. Suas mãos estavam cheias de nozes, frutas silvestres e flores das mais variadas cores, e seus olhos transbordavam lágrimas.
— Me desculpem... — disse a menina. — Eu não queria bagunçar a casa de vocês. Sinto muito, de verdade...
Sendo alvo dos olhares das criaturas devoradoras de pessoas, nada menos que a jovem Princesa Lynneburg permanecia ali. Encarando os monstros, ela continuou se desculpando de coração, chorando enquanto falava.
— Sinto muito, de verdade...!
Mas os goblins, incapazes de compreender suas palavras, apenas arreganharam os dentes e se aproximaram. Em um piscar de olhos, estavam a um passo da garotinha, que nada fazia além de chorar e se desculpar.
Foi exatamente nesse momento que os guardas chegaram à cena.
— Não! Protejam a prin—
O capitão da guarda começou a dar sua ordem no instante em que avistou a situação, mas já era tarde demais. Os goblins saltaram sobre sua vítima todos de uma vez. O que aconteceu em seguida foi...
—...cesa...?
...inesperado. Antes que alguém pudesse reagir, havia uma espada nas mãos da princesa, adornada com ornamentações douradas que refletiam a luz do luar. Então, ela a brandiu, fazendo inúmeras cabeças de goblins voarem pela escuridão da noite.
— Sinto muito.
Em seguida, vários torsos caíram ao chão, separados de suas pernas. A menina então saltou alto no ar, cortando os monstros sobreviventes ao seu redor conforme avançava.
— Me desculpem... Eu não pensei que isso fosse acontecer. Prometo que vou me esforçar para que vocês não me notem da próxima vez, então... Sinto muito, de verdade! [Bola de Fogo]!
Com a lua às suas costas, a garotinha chorosa conjurou uma bola de fogo atrás da outra, queimando mais e mais goblins. Tudo o que os guardas puderam fazer foi ficar parados, assistindo ao massacre.
Então, começaram a duvidar de suas próprias funções. Por que viemos correndo até aqui? pensaram. Para protegê-la? Como poderiam, se ela já estava exterminando uma matilha de goblins diante de seus olhos?
No instante seguinte, a garotinha chorosa estava diante deles, curvando a cabeça. Todos os goblins haviam sido mortos.
— Me desculpem... — disse ela. — Eu só queria brincar um pouco e voltar direto para casa, mas havia tantas plantas raras... Eu nunca tinha visto uma flor de luar de verdade, sabem... porque elas só florescem em noites de lua cheia... Eu... eu simplesmente perdi a noção do tempo, e quando percebi, já estava cercada... Sinto muito, de verdade...
Enquanto a menina chorava e se desculpava desesperadamente, um homem de físico robusto se ajoelhou e disse com uma voz gentil:
— Você está segura, minha senhora. Isso é tudo o que importa para nós. Vamos para casa.
O rosto enrugado do homem era marcado por cicatrizes profundas, mas um sorriso de pura bondade se estampava nele. Ao perceber quem era o homem, Kyle, o Ouvido Absoluto, não pôde deixar de duvidar de seus próprios olhos — pela segunda vez naquela noite. Afinal, dizia-se que ninguém jamais havia visto um sorriso no rosto taciturno e inexpressivo do lendário aventureiro Strongfist Barzhe, temido por ser feroz o suficiente para matar um dragão com as próprias mãos.
No dia seguinte, enquanto Kyle observava a jovem princesa implorar por sua defesa diante da comitiva de expedição recém-chegada do rei, explicando que o incidente havia sido inteiramente culpa dela, ele fez uma promessa a si mesmo: candidataria-se a um cargo no palácio real e dedicaria toda a sua vida a protegê-la.
Tradução: Carpeado
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