Death March Web Novel Online 6 – Intermissão 06
[O Segredo dos Lordes]



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Baronete Leon Donan, por aqui.

Sim.

No centro da capela, próxima ao castelo real, onde Sua Majestade me trouxe, havia uma estrutura cristalina de vinte lados, flutuando no ar e emitindo uma luz azulada.

Sua Majestade esperava diante daquele cristal suspenso.

Leon, este é um [Núcleo da Cidade].

Núcleo da Cidade...?

Fitei a estrutura como se estivesse enfeitiçado.

É isso o que distingue um Rei e os Lordes do Território dos demais nobres.

...O que distingue?

Sua Majestade assentiu solenemente diante da minha pergunta repetida.

Exato. O [Núcleo da Cidade] é um artefato que extrai imenso poder mágico da [Fonte]. Ele existe para que aquele que se tornar seu mestre possa usufruir dessa vasta energia.

Como se respondesse às palavras de Sua Majestade, o Núcleo brilhou em um tom azul intenso.

Ainda que seja chamado de artefato, não se sabe quem o criou ou de onde veio. Houve um rei que, certa vez, questionou os Deuses sobre sua origem, mas nunca recebeu uma resposta.

Então, quem poderia ter…?

Eu não sei. No mínimo, o método para criar um foi perdido há muito tempo. Certa vez, o sábio Torazayuya-dono da Floresta Boruenan tentou recriar um, mas conseguiu apenas uma imitação de desempenho muito inferior.

Aguardei para que Sua Majestade continuasse.

Qual seria sua verdadeira intenção ao me mostrar aquele artefato?

Desviei-me da história, perdoe-me.

Não, pelo contrário, foi um conhecimento facinante.

Embora seja desnecessário dizer, essa conversa deve permanecer em segredo, conhecida apenas por aqueles que sucederão a realeza ou os senhores feudais. Revelá-la a outros seria inútil.

Entendo.

Um suor frio escorreu pelas minhas costas. Por que Sua Majestade me confiaria um segredo como aquele?

Embora eu fosse parente do duque de Oyugock, não pertencia à família principal e não passava de um simples baronete.

O que será que o rei está planejando...?

Bem, voltando ao assunto. Um Lorde pode estabelecer um vínculo com o Núcleo da Cidade, permitindo-lhe utilizar a magia ritualística. Há uma grande variedade de feitiços: desde barreiras capazes de resistir ao ataque de demônios de alto escalão, até magias destrutivas capazes de reduzir exércitos a cinzas, ou mesmo encantamentos para manipular o clima.

Manipular o clima!?

Com a energia colossal extraída da Fonte, o Núcleo poderia até mesmo enfrentar demônios poderosos, comparáveis a semiDeuses.

Isso é quase como...

Hesitei em concluir a frase.

A ideia parecia blasfema.

Como um Deus vivo?

Contudo, Sua Majestade pronunciou aquelas palavras sem hesitação.

Não há razão para se preocupar. Os Deuses não interferem desnecessariamente nos reis ou senhores feudais. Isso foi determinado pelo pacto entre os Deuses e os antigos reis.

Apesar da confiança do rei, sabia que uma grande nação, comparável ao antigo império, fora destruída após enfurecer os Deuses.

Talvez fosse melhor evitar palavras tão irreverentes…

Mas, como o covarde que sou, jamais ousaria repreender o rei.

Continuando... Os Lordes são especiais justamente porque podem manejar o poder do Núcleo e transcender os limites humanos.

Sua Majestade repetiu suas palavras, como se quisesse enfatizar o ponto.

O posto de um senhor feudal depende da escala da Fonte que ele controla. Houve um caso em que um Lorde conseguiu elevar seu status ao aumentar a quantidade de cidades sob sua jurisdição.

Ele fez uma pausa, avaliando minha reação. Assenti timidamente, demonstrando minha compreensão.

E então, um Rei é aquele que é seguido por seus Lordes. Da mesma forma, um Imperador é seguido por Reis.

A diferença entre Rei e Imperador era essa...?

Eu sempre achei que fosse apenas uma questão de nomenclatura.

A dúvida surgiu em minha mente e resolvi expressá-la:

Então, guardas e vice-reis também são Lordes?

Não. Ambos são apenas representantes, designados pelos verdadeiros Lordes para agir em seu nome. Eles podem tomar emprestado o poder do Núcleo da Cidade, mas o mestre continua sendo o senhor feudal.

Entendo...

Agora fazia sentido.

Isso explicava por que, na história, as rebeliões lideradas por guardas e vice-reis sempre eram contidas com relativa facilidade. Esse detalhe nunca foi registrado nos livros de história, mas agora tudo se encaixava.

Além disso, como mestre de um Núcleo da Cidade, você pode receber autoridade, ou não, para nomear novos nobres em nome do rei.

Então, esse era o motivo pelo qual o Marquês Lloyd não conseguia nomear cavaleiros…

Sempre achei estranho que um nobre de alta patente não pudesse conceder títulos, enquanto condes de outros países conseguiam. Mas agora, finalmente, compreendia.

"Nobre" era originalmente um título dado àqueles que governavam cidades. A hierarquia da nobreza reflete o nível de autoridade que um representante detém. Quem protege uma cidade é um baronete ou um barão; o vice-rei de uma cidade deve, no mínimo, ter o título de visconde. Essas não são meras convenções, mas uma ordem baseada no nível de autoridade concedido pelo [Núcleo da Cidade].

Eu tentava desesperadamente absorver todas aquelas informações, mas era difícil compreender tudo de uma só vez.

Ora, ora, você deveria entender isso.

Envergonhado, preparei-me para me desculpar. Mas, antes que pudesse dizer qualquer coisa, as próximas palavras de Sua Majestade me deixaram tão atordoado que não consegui emitir som algum.

Leon, hoje eu concederei a você o nome da Casa Muno. Vá para a cidade de Muno, liberte o [Núcleo da Cidade], que está bloqueado e amaldiçoado, e torne-se o novo Lorde daquelas terras.

Muno...?

O mesmo território onde todos os nobres que se candidataram ao governo morreram um após o outro…? O senhor do chamado "Território Amaldiçoado"?

Mas essa era uma ordem real.

Eu não tinha o direito de recusar.

Provavelmente, Sua Majestade me revelara tudo isso porque confiava plenamente em mim. Naquele momento, a única coisa que pude fazer foi abaixar solenemente a cabeça e responder:

Assim será feito, por vossa vontade.


◇◇◇


Você está nervoso?

Uma senhora idosa vestida com um traje de miko me observava com preocupação.

Não, Madre Superiora-sama. Eu... eu estou bem.

Não precisa se forçar. Mesmo para mim, que passei uma vida inteira enfrentando monstros, ficar diante desta porta me faz tremer.

Provavelmente, ela disse isso para me tranquilizar. A Madre Superiora de roupas Sacerdotais (Miko) Yutenion* exibiu um sorriso jovem, que desmentia sua idade.

Rudy: Não sei se foi erro de tradução ou se o autor mudou o nome depois, mas a Madre Superiora recebeu o título de Yutenion, mas neste capítulo estava escrito Lateion. O nome verdadeiro dela é Lily, embora.

Respirei fundo e, junto com a Madre Superiora, segui em direção ao santuário subterrâneo na cidade de Muno, onde se encontrava o [Núcleo da Cidade]. Apenas eu e ela descemos as escadarias em espiral rumo ao santuário.

Originalmente, aquela passagem era de uso exclusivo do senhor feudal, mas, para exorcizar a maldição deixada pelo [Rei Sem-Vida], fui acompanhado por sua Santidade naquela ocasião.

A cada degrau descido, meu mal-estar aumentava.

Diziam que muitos nobres morriam assim que pisavam naquela escada. Provavelmente, eu estava seguro dessa vez porque estava com a Madre Superiora que detinha o título de [Santa].

Continuei seguindo-a, mesmo sentindo enjoo. Diante da entrada do santuário, ela tocou a parede, como se estivesse prestes a desabar.

Leon, parece que estou chegando ao meu limite.

Entendido. Eu irei sozinho daqui em diante...

Entrei no santuário me esforçando para manter a consciência.

Minha visão oscilou.

Com um baque, ouvi o som do meu próprio corpo desabando, como se viesse de outra pessoa. Olhei para cima e uma sombra negra semitransparente flutuava diante dos meus olhos.

Ó invasor. Eu sou Zen, o [Rei Sem-Vida]. Ou melhor, sua sombra. Ó ser puro, mostre-me que és digno de se tornar o senhor desta terra.

O senhor é...

Desmaiei no meio da frase e fui resgatado pelos golens controlados pelos magos da corte real que Sua Majestade havia enviado.

Tentei desafiá-lo mais três vezes depois disso, mas a provação sempre terminava assim que eu chegava ao santuário.
Não fui capaz de tocar o [Núcleo da Cidade], mas, pelo feito de ter alcançado o santuário, fui nomeado senhor daquele território.

Como era apenas um senhor temporário, não podia acessar o poder mágico da [Fonte] para manipular o clima, o que resultava em fomes frequentes na região. Também não tinha como impedir as pessoas de abandonarem o território.

Tornei-me o verdadeiro senhor somente dezesseis anos depois. Tive de esperar até que um jovem comerciante recém-adulto descobrisse sozinho a conspiração do demônio e ainda salvasse a região de uma horda de mortos-vivos.


◇◇◇


Queria conceder o título de cavaleiro honorário ao Satou-kun por seus feitos, mas, como ainda não possuía o [Núcleo da Cidade], não havia como lhe conferir uma patente.

Poderia pedir para Nina-dono escrever uma carta de recomendação ao duque de Oyugock, mas eu queria recompensá-lo com minhas próprias mãos.

Depois de dezesseis anos, retornei ao santuário onde repousava o [Núcleo da Cidade] e, ao chegar lá, percebi que a maldição que sempre estivera presente havia desaparecido. Não sabia se o conjurador havia morrido ou se o herói da máscara prateada que derrotou o demônio a havia dissipado.

Caminhei até a frente do [Núcleo da Cidade] e fui recebido por uma voz que não era nem masculina nem feminina.

Bem-vindo, pessoa qualificada. Você deseja se tornar o Lorde desta terra?

Aquelas palavras provavelmente vinham da própria vontade do Núcleo da Cidade.

Respondi com firmeza.

Sim, desejo.

Registro concluído. A partir de agora, sirvo ao Lorde Leon Muno.

Luzes se desprenderam do [Núcleo da Cidade]. Uma delas formou um anel em meu dedo, enquanto a outra se dispersou sob meus pés.

Ao me concentrar no anel que havia recebido, as funções do [Núcleo da Cidade] começaram a surgir em minha mente. Aparentemente, o demônio queria realizar algo ao roubar a energia mágica da Fonte.

Por ora, fiz um ritual mágico para controlar o clima. Isso também me permitiria conceder um título a Satou-kun.

— ■■■■ [Controle Climático: Aquecimento].

Executando comando. A temperatura média do território aumentará em 15°C pelos próximos dias.

Não sabia ao certo quanto representavam 15°C, mas, se pudesse amenizar o frio congelante, provavelmente reduziria a quantidade de pessoas que morriam por isso. De qualquer forma, não havia energia mágica suficiente para algo além disso.

Na manhã seguinte, realizei o ritual de concessão de patentes usando o [Núcleo da Cidade] sem nenhum problema.

Fui até a sacada logo cedo e me surpreendi com o calor. Normalmente, minha respiração se condensaria no ar. O frio do meio do inverno havia se transformado no calor do outono em apenas uma noite.

Tremi sob a luz do sol morno.

Era um poder descomunal.

O [Núcleo da Cidade] conferia a um homem um poder que ia além da compreensão humana. Jurei usar aquele poder para o bem das pessoas, sem jamais me deixar corromper por ele.


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