Nageki no Bourei wa Intai shitai | Let This Grieving Soul Retire Volume 01 Capítulo 01:
[Lidando com o Trabalho Escravo]




— Eu não posso mais fazer isso. Não sou bom o suficiente.

Lá estava eu, implorando aos meus companheiros Grieving Souls, meus amigos de infância.

Um ano se passou desde que começamos a caçar – tempo insignificante no grande esquema das coisas – mas esse ano tinha sido cheio de provações e tribulações para mim.

Os cofres do tesouro, transbordando de material de mana, estavam cheios até a borda de fantasmas nascidos do material. Perigos como esses espreitavam em cada esquina, junto com monstros cruéis à procura de poder e inúmeras armadilhas prontas para ceifar sua vida. Nem mesmo os companheiros caçadores de tesouros de lá eram confiáveis. Eu já tinha ouvido tudo antes, tendo lido montes de contos sobre os grandes caçadores do passado, então pensei que sabia tudo o que havia para saber.

Essa minha resolução meia-boca foi quebrada com facilidade assim que me tornei um caçador. Perdi a conta de quantas vezes quase vomitei. Essa vida de aventuras de vida ou morte dia após dia me desgastou até os ossos.

— Eu não posso mais acompanhar vocês. Não tem como você não saber disso agora, mas sou eu quem está nos impedindo de fazer esse trabalho.

Cada membro de um grupo de caça ao tesouro tinha um papel importante a desempenhar.

Tipos ofensivos, por exemplo, Espadachins e Magos, eram encarregados de despachar monstros que chegavam; aqueles em papeis de apoio, como Ladrões e Alquimistas, desarmavam armadilhas e procuravam inimigos; e curandeiros, na maioria das vezes Paladinos e Clérigos, tratavam ferimentos e defendiam o grupo de danos. Como alguém sem nenhum desses conjuntos de habilidades, eu não era nada além de um fardo.

Eu tinha tentado. Na busca por algo que realmente pudesse fazer, tinha batido nas portas de muitos mentores. Mas, no final das contas, quando alguém sem talento faz o mesmo esforço que alguém com ele, este último sempre assumirá a liderança. E todos os meus amigos – Luke e o resto deles – certamente trabalharam duro.


Eles se esforçaram. Enquanto houvesse apenas vinte e quatro horas no dia, eu nunca os alcançaria.

Um grupo convencional consistia em cinco ou seis membros. Se eles simplesmente me substituíssem – pegando outro caçador ou dois que correspondessem às suas habilidades no meu lugar – eles fariam um progresso muito melhor.

Luke Sykol assentiu mal-humorado.

— Já entendi, Krai. Somos fracos.

— Perdão?

— Desculpe, Krai, Liz Smart acrescentou de seu assento ao meu lado. Você não teria que se preocupar conosco se fôssemos mais fortes.

— Não é disto que estou falando.

Eles eram fortes. Muito fortes, até. O suficiente para continuar batendo cofre após cofre de níveis cada vez mais altos enquanto arrastava esse peso morto chamado Krai Andrey. Assumir cofres com apenas cinco deles teria sido muito mais fácil para eles.

Luke olhou para longe, minha súplica desesperada caindo em ouvidos surdos.

— O que a gente tá fazendo? Heh. Se desacelerarmos agora, nos tornarmos os melhores será apenas um sonho. Obrigado pelo alerta, Krai. Vou treinar sob este “Santo da Espada” ou quem quer que seja e aprimorar minhas habilidades do zero.

Como se estivesse apenas dando um passeio à tarde, Luke saiu para buscar orientação do Santo da Espada, renomado em toda a capital. Os outros também apresentaram ideias sobre como melhorar suas próprias habilidades.

Foi então que percebi – esses caras não tinham esperança. Cada um deles achava que ficar mais forte era a chave para resolver qualquer problema. De alguma forma, eles simplesmente não conseguiam entender o fato de que, por mais que treinassem, eu ainda seria presa fácil.

E assim, me esforcei para encontrar uma saída para essas aventuras e criei o truque perfeito: estabeleceria um clã. Se eu continuasse seguindo esse grupo em direção ao perigo, encontraria meu fim em pouco tempo, ou pelo menos teria um grande pedaço tirado de mim. Em vez disso, eu começaria um clã, atraindo outros grupos promissores para procurar um novo Griever ou dois – qualquer um que pudesse acompanhar essas aberrações. Foi assim que acabei fundando os Primeiros Passos, esquivando-me de uma ou duas balas de caça ao tesouro com o pretexto de administrar o clã.

Fazia três anos desde então.


***


Vamos falar do material de mana.

Eu não era especialista no assunto, mas estava ciente de que a substância percorria todas as fibras do nosso mundo. Imagine uma nuvem invisível de névoa que permeava tudo. Ocasionalmente, concentrações densas podem se formar devido à influência de linhas ley e outros fatores. Quando isso acontece, manifesta dimensões alternativas confinadas com base em informações extraídas da história do mundo. Aqueles eram cofres de tesouros: a razão pela qual a caça ao tesouro era uma carreira desde os tempos antigos.

Os cofres do tesouro eram de todos os formatos e tamanhos, manifestados de qualquer história imaginável, desde civilizações perdidas até fenômenos naturais raros. As formas das próprias, embora seguindo certos padrões, se materializaram em uma variedade quase infinita, tomando a forma de torres, castelos, florestas, desertos, masmorras subterrâneas ou até mesmo formas mais peculiares, como navios, cachoeiras ou céus.

A razão pela qual os caçadores de tesouros mergulham nesses cofres era pelos tesouros dentro deles: itens únicos chamados Relíquias que se materializaram junto com eles. Eles poderiam assumir a forma de qualquer coisa, pode ser um cantil que nunca seca, um anel que protege seu portador de um único golpe fatal ou um casaco que permitia que seu portador voasse, citando alguns exemplos. Muitos desses itens não poderiam ser recriados com a tecnologia moderna – talvez uma expressão da imaginação da humanidade ou um produto há muito perdido da memória das civilizações humanas. Dependendo do poder, apenas um desses tesouros genuínos poderia obter um preço tão alto que permitiria que um caçador vivesse o resto de suas vidas no luxo.

Claro, havia riscos envolvidos. Havia monstros, seres poderosos que viviam em concentrações de material de mana, bem como fantasmas, aparições que surgiram da mesma maneira que os próprios cofres. Depois, havia as inúmeras armadilhas e os desafios do próprio terreno. Mesmo brigas entre caçadores agitados poderiam levar à morte instantânea.

Apesar de enfrentar esses perigos com risco de vida, os caçadores continuavam a ansiar pelas promessas de cofres de tesouros. Fama, fortuna e o poder de um caçador obtidos absorvendo o material de mana de alta densidade eram muito tentadores para eles desistirem.

E não havia melhor local para um caçador se estabelecer do que a capital imperial de Zebrudia. A cidade era anfitriã de transportes públicos convenientes e comodidades avançadas, bem como segurança incomparável fornecida pela força do império. Para completar, inúmeras linhas ley subterrâneas, os caminhos do material de mana, geraram cofres de tesouros de dificuldade variável nas proximidades, tornando Zebrudia uma terra sagrada para caçadores de tesouros.

A vasta gama de relíquias e partes de monstros trazidas de volta por caçadores atraiu mercadores de todo o mundo, seus comércios atraindo ainda mais caçadores para a cidade. Quanto mais caçadores famosos se reuniam aqui, mais segura a cidade ficava. Esse ciclo de prosperidade permitiu ao Império Zebrudiano uma força incomparável entre as nações mais poderosas do mundo.

Assim que nós, um grupo de crianças de uma cidade natal remota, prometemos nos tornar caçadores de tesouros, pegamos carruagem após carruagem para fazer a difícil jornada até a capital distante. Tínhamos certeza de que seu ambiente nos testaria e nos forneceria um atalho para a glória. Na verdade, meus amigos ficaram um pouco refinados demais com a experiência, mas mesmo assim, ainda mantive nossa decisão. O Império Zebrudiano prosperou por causa dos caçadores de tesouros, resultando em suas leis favorecendo-os tanto em amenidades quanto em impostos.

A sede do clã Primeiros Passos estava em uma localização privilegiada, com vista para uma das principais ruas da capital. A sede do clã era também conhecida como "casas do clã", mas a casa do clã dos Passos era uma estrutura monstruosa de cinco andares, financiada pelos exorbitantes honorários dos membros.

Naquele exato momento, eu estava cochilando dentro do escritório do mestre do clã no último andar da referida estrutura, aproveitando a luz do sol que entrava pelas janelas largas, quando Eva, a vice-mestra do clã, entrou pela porta.

Administrar um clã estava longe de ser fácil. Exigia um conjunto de habilidades totalmente diferente daquele exigido para a caça ao tesouro. Muitos clãs eram administrados apenas pelo mestre do clã, mas os Passos contrataram funcionários para aliviar a carga. A vice-mestra do clã, Eva Renfied, era uma dessas funcionárias, junto com nove outras funcionárias não caçadoras sob seu comando.

Eva entrou com seus membros esbeltos e monstruosos, seus olhos de ametista brilhando atrás dos óculos vermelhos, seu cabelo castanho bem escondido. Só de ver, você poderia dizer que ela poderia fazer o trabalho. Na verdade, o clã teria desmoronado sem ela. Ela era um dos muitos pilares importantes que recrutei para os Passos, cuja atribuição ao seu posto se devia em grande parte ao fato de que eu não morreria se ela desse um golpe em mim.

Eva me viu recuperar a consciência e soltar um suspiro profundo. Estamos na primeira página, Krai.

— Ah... Sério?

Visivelmente descontente, Eva pegou o jornal debaixo do braço e o colocou sobre a mesa. Era a última edição do Diário de Zebrudia, o jornal mais vendido do império. A primeira página apresentava uma foto do bar que alugamos para nossa campanha de recrutamento no dia anterior, exceto que sua placa havia caído no chão, um buraco havia sido aberto em uma parede e várias seções estavam em chamas.

Através da abertura recém-martelada na parede, você podia ver uma confusão de caçadores brigando.

— Recrutamento do Ark Brave acaba em briga ou assim dizia a manchete. Sem dúvida eles entenderam o lado errado da questão, mas eu estava muito ocupado tentando não vomitar para apontar isso.

Eu fingi um grande bocejo enquanto folheava o artigo para a única coisa que eu tinha que ter certeza.

— Alguma vítima civil? — perguntei.

— Felizmente, não.

Então estamos livres. Nenhum dano, nada de errado.

Um caçador de primeira linha poderia matar um cidadão com o movimento de um dedo. Ainda bem que avisei o dono para sair de antemão. Apenas os caçadores foram pegos na confusão.

O lema do nosso clã era "Não prejudicar os civis". Edifícios destruídos poderiam ser reconstruídos, mas nem mesmo os melhores Clérigos do império poderiam ressuscitar os mortos.

Continuei examinando o artigo, observando com alívio que não havia menção a Grieving Souls. Tínhamos um certo relacionamento com o Diário de Zebrudia graças a todas as acrobacias loucas que meus companheiros Grievers haviam feito no passado. Felizmente, eles muitas vezes nos deixam escapar.

Mas essas aberrações, membros do clã ou aspirantes, com certeza não sabiam como dar socos. Mesmo eu não esperava que eles mergulhassem de cabeça em uma briga tão bombástica por causa de uma relíquia de baixo escalão. Porque eles tiveram que ir ao ponto de destruir o prédio?

Eva, sem saber dos detalhes, olhou para mim através dos óculos. Disseram-me que você tacou lenha na fogueira.

— Bem, não era minha intenção. Já estava um inferno lá, só para constar.

Até onde eu sabia, o evento de recrutamento deu lugar ao caos, mas isso é loucura para você. Eu não sabia o resultado do evento porque saí de lá assim que as mesas começaram a voar.

Droga, Gilbert foi eliminado logo de cara pela Tino. Como esperado de alguém com músculos no lugar de cérebro.

Todos os caçadores eram extremamente voláteis. Um pouco de calor foi o suficiente para eles explodirem.

Cara, eu realmente preciso dar um fora e parar de me envolver com tudo isso…Como Ark está lidando com isso? questionei.

— Acabei de vê-lo na sala, rindo na primeira página. Não acho que ele esteja com o coração partido.

Nunca antes encontrei uma pessoa mais tolerante que ele. O cara sequer se importava com este tipo de exposição negativa. Na minha opinião, um herói de verdade precisava de qualidade que íam além de simples força bruta, e Ark possuía tudo isso. Não foi apenas uma ou duas vezes que este cara tinha salvado a minha pele e, graças a ele, conseguiríamos atravessar mais um momento difícil.

Joguei jornal de lado e coloquei meus pés para cima da mesa, deixando a corrente de prata que deixei em cima tilintar. Tudo pronto, comecei a polir meus anéis enquanto Eva segurava suas têmporas em frustração.

— E quanto à compensação pelo bar?

— Conta com o Ark pra isso. Não se esqueça de contabilizar qualquer receita perdida. Esse era o acordo quando alugamos o lugar.

— A Associação também tem uma ou duas coisas a dizer. Lide pessoalmente com isso, no entanto.

A essa altura, eu estava acostumado com as repreensões da Associação. Eu costumava vomitar a cada palavra que eles mandavam, mas com membros como esses as reclamações duravam o ano todo. Para o bem da minha saúde digestiva, eu não podia me dar ao luxo de vomitar toda vez que tínhamos uma.

Mantendo a bravata fria, continuei com meus anéis enquanto Eva mantinha o olhar em mim.

— Eles querem que você vá até lá e se explique e, entre aspas, “levante essa bunda preguiçosa” acrescentou ela.

— Oh, que alegria, eu disse, sentindo facas no meu estômago. Ser chamado me faz realmente querer vomitar.

A capital era uma cidade de caçadores de tesouros. Portanto, a maior organização que gerenciava caçadores, a Associação de Exploradores, detinha grande poder aqui. Como a maioria dos clãs, os Primeiros Passos eram membros da Associação, então não havia como escapar de uma convocação.

Eva suspirou com minha honestidade insensível. Você já deveria estar acostumado com isso. Quantas vezes já foram?

— Isso é uma coisa que eu nunca vou me acostumar. O gerente da filial, Gark, me assusta muito. Ele matou pessoas, sem dúvida. Eu simplesmente sei disso.

— Isso de novo não...

A Associação tinha filiais em todas as grandes cidades, mas Gark, chefe da filial da capital, era um ex-caçador. O ex-louco havia mudado de carreira depois de se aposentar da caça, mas sua força não diminuiu nem um pouco em seus anos longe do campo.

Gark parecia aterrorizante, e ele não tinha problema em se colocar entre matilhas de caçadores que lutavam com os punhos. Para piorar as coisas, o homem nos apoiou desde que nos mudamos para a capital. Minhas mãos estavam atadas.

— Cara, isso é uma merda. Se eu ignorá-lo, ele vai vir até aqui.

A única vez que ignorei acidentalmente a convocação de Gark se tornou uma enorme dor de cabeça. Desde então, Gark permaneceu no topo da minha lista de “não brinque”. Além disso, seu assistente de gerente de filial era um anjo de verdade que mantinha a ira do cara sob controle, então encontrá-lo lá tornaria minha vida muito mais fácil.

Eu adoraria enviar alguém em meu lugar, mas Eva, que lidava com praticamente todos os aspectos do clã, não era caçadora. Eu não poderia mandá-la para lá conscientemente.

— Talvez eu mande Ark ir.

— Você não acha que confia muito nele?

Não é como se eu pudesse mandar mais alguém. A força de forma alguma é igual à virtude com esses cabeças quentes. Sentei-me por um tempo, desesperadamente torcendo meu cérebro por qualquer outra solução, mas sem sucesso.

— Tudo bem. Eu vou se for preciso, mas só porque não há outra escolha. Eu não quero ir lá fora, especialmente não sem um guarda. Para piorar, já tem um tempo que a minha Relíquia para disfarces se quebrou

Se os outros Grievers estivessem aqui, um deles teria ido junto para minha proteção, mas eles estavam atualmente assumindo outro cofre de tesouro de alto nível, então não havia como dizer quando eles voltariam.

— Vai dar tudo certo. Esta é a capital, sabe?

— Falou a pessoa que nunca foi atacada no meio da rua. Claro, isso porque a gente já tinha esmagado qualquer maluco capaz de fazer algo assim.

Coloquei meu favorito entre meus anéis recém-lustrados no dedo indicador e coloquei o resto em uma bolsa. A partir daí, juntei minha corrente, prendendo-a ao cinto e me levantei. Melhor acabar com isso.

Talvez fosse hora de tirar o pó da minha rotina de rastejar.


***


A filial de Zebrudia da Associação de Exploradores ficava aninhada entre uma grande loja e um bar, a cerca de quinze minutos a pé da sede do nosso clã. A filial era muito pequena em comparação com os edifícios vizinhos, mas não era menos animado do que qualquer um deles. Uma bandeira modesta representando um baú de tesouro (o símbolo da Associação) contra um fundo vermelho tremulava acima.

Olhei para a esquerda e para a direita antes de entrar no prédio. Eu tive que vomitar, e entrar naquela sauna do show de horrores não me fez favor nenhum.

Havia uma diferença distinta entre caçadores de tesouros e pessoas comuns. Não tinha nada a ver com idade, sexo ou equipamento, mas de alguma forma, você poderia simplesmente dizer olhando para eles. Se eu tivesse que explicar, diria que são uma espécie totalmente diferente.

Embora a capital fosse amplamente considerada como a terra sagrada da caça ao tesouro, a população de caçadores da cidade não era tão grande. Encontrar um caçador na rua era uma ocorrência muito rara. Considerando isso, uma colmeia como essa, que estava se unindo a aberrações, era, no meu livro, um dos pontos mais perigosos da cidade.

O saguão aberto estava cheio do clamor de gritos, risos e bêbados cantando. Era como uma zona de guerra. Seu cheiro característico permeava minhas narinas: sangue, bebida e suor, o que alguns podem chamar de fedor de aventura.

Um homem enorme, duas cabeças mais alto que eu me lançou um olhar feio ao passar por mim, sem dizer uma palavra. Era difícil acreditar que éramos da mesma espécie.

A Associação de Exploradores existia para apoiar os caçadores. Eles estavam por aí há tanto tempo quanto a própria ocupação de caça ao tesouro, lidando com tudo o que um caçador poderia exigir: a compra e venda de relíquias e partes de monstros, o fornecimento de itens e informações necessárias, e até mesmo a indicação de potenciais membros do grupo. Eles também eram os únicos que classificavam caçadores, grupos e clãs, atribuindo-lhes níveis.

Os não caçadores não eram impedidos de entrar nos cofres do tesouro, por si só; era apenas uma coisa realmente estúpida de se fazer. O começo muito menos mortal para se tornar um caçador era se juntar à Associação.

A associação não era gratuita, é claro. Cada caçador tinha que pagar um imposto derivado de sua renda anual, além de cumprir outras obrigações. De vez em quando, eles até jogavam missões em você que eram nada menos que punição.

Qualquer clã tão grande quanto os Passos poderia cuidar de si mesmo, e muitos deles estavam fazendo exatamente isso. Eu, no entanto, preferia ficar do lado bom da Associação e, como nossas dívidas eram administráveis, aceitei meu papel de cão da Associação. E diabos, sua linda recepcionista com certeza adoçou o acordo. Eu poderia aprender uma ou duas coisas com a maneira como eles executavam sua agência.

Abri caminho através da horda de caçadores, com as costas retas e a cabeça erguida enquanto suportava o almíscar de sangue e adrenalina. Atravessar esses caçadores com cicatrizes de batalha em seus rostos e ataduras cobrindo feridas recentes me assustou muito, mas eu sabia por experiência própria que manter minha cabeça baixa só me tornaria mais um alvo.

Este era um lugar onde os fracos eram comidos vivos. Não importava que estivéssemos no meio de uma cidade civilizada. Os caçadores só falavam uma língua: a violência.

Nesse momento, avistei um caçador esparramado sobre um jornal. Não, era uma cópia do Diário de Zebrudia, mas a primeira página exibia o mesmo bar meio destruído.

Não foi culpa minha! Estou falando sério. Esses abutres não têm mais nada para relatar?!

— Com certeza é solitário no topo, hein? Murmurei, um sorriso sarcástico mascarando meu desejo de vomitar, enquanto me alinhava na recepção.

Apesar de minhas orações frenéticas para que minha vez nunca chegasse, logo fui recebido pela garota atrás do balcão.

— Obrigada por visitar a Associação de Exploradores! disse a recepcionista de cabelos escuros, dando-me um sorriso divino.

Pelo que ouvi, ela não era uma caçadora, o que era uma configuração de back-end que eu poderia apoiar.

Bati minha mão contra o balcão, reunindo o máximo de arrogância falsa que pude para melhor manter minha fachada de caçador fodão.

—Eu preciso falar com o gerente da filial Gark— eu disse em voz baixa. Ele está me esperando.

— Pode passar.

Não afetada pelo meu desempenho agressivo, a recepcionista manteve um sorriso perfeito.

— Ah, sim. Isso é sobre o bar completamente demolido, não? Uma bronca, logo chegando. Ah, e apenas como um lembrete, Sr. Andrey, você não precisa esperar na fila quando for convocado.

Ela quis dizer meio demolido, sem dúvida.


***


— Eu sinto muito, muito, muito, muito, muito, muito mesmo!



Let This Grieving Soul Retire! Woe Is the Weakling Who Leads the Strongest Party | Nageki no Bōrei wa Intai Shitai: Saijaku Hunter ni Yoru Saikyō Party Ikusei-jutsu Volume 01 Ilustrações

A sinceridade era a chave para um pedido de desculpas eficaz. Minha atitude hipócrita em público era apenas para exibição. Eu não tive nenhum problema em jogar meu orgulho pela janela quando conheci Gark – ele me viu em situações muito mais lamentáveis do que isso.

Até mesmo o veterano gerente de filial ficou surpreso com minha prostração imediata. Seus olhos se arregalaram enquanto ele olhava para mim.

Gark Welter poderia parecer uma aberração, mas no fundo, ele era um humano.

Ele estava acima de dois metros de altura, cicatrizes e tatuagens cruzando seu rosto, sua cabeça careca saliente com veias. Ele se manteve em tão boa forma que você não acreditaria que ele estava aposentado. Entre isso e a arma que ele mantinha por perto, ele parecia um assassino em série. Mesmo assim, Gark era um humano – um humano de alta importância, na verdade.

Kaina, a bela e habilidosa assistente de gerente de filial, estava sorrindo ao lado de Gark, claramente a bela e a fera. Mesmo assim, eu tinha certeza de que uma besta literal seria mais bem-humorada do que ele. Foi bom vê-lo novamente.

— Ei, hm, Krai?

— Nada disso foi de propósito. Não quis fazer mal algum. Eu me certifiquei de que nenhum civil se machucaria, e até falei com o proprietário de antemão e obtive sua permissão para destruir o lugar!

Fiquei sem fôlego antes que Gark tivesse a chance de se recuperar de sua surpresa.

Precisamente porque eu não tinha talento, entendia os caçadores por dentro e por fora, como se fosse da perspectiva de um não-caçador. Eu pensei muito com antecedência sobre as consequências de minhas ações e fiz um grande esforço para evitar qualquer problema sério. Desde que me tornei um caçador, as habilidades que mais aprimorei foram me desculpar, bajular e falar para me livrar da culpa – não era o melhor conjunto de habilidades, eu admito

Gesticulei teatralmente para enfatizar minha trágica situação.

— Você sabe que estou tendo muita dificuldade em lidar com eles. Eles não param, não importa o que eu faça, então que escolha eu tinha a não ser deixá-los brigar?! Vá em frente; diga-me como eu deveria impedir que isso acontecesse. Você não acha que eu queria?! Claro que queria! Se você pode resolver esse mistério, fique à vontade!

Impedi-los de lutar não era uma opção. Realmente não era. Foi por isso que eu os deixaria desestressar onde nenhum civil se machucaria.

Ignorar as desculpas poderia ter me servido melhor na maioria das situações, mas eu estava em busca de simpatia. Afinal, não havia como Gark estar realmente bravo com isso. Por um lado, nenhum civil se machucou. Além disso, nenhum civil se machucou. E o mais importante, nenhum civil se machucou.

A Associação reprimiu duramente a má conduta dos caçadores, mas não puniram todas as infrações leves – isso seria impossível. Se eles distribuíssem multas por cada briga de bar, a sede da Associação já seria um castelo.

Levantei-me de repente, ainda me desculpando enquanto me aproximava de Gark.

Ele deu um passo para trás, aparentemente intimidado.

— Ei, agora você não vai sair dessa apenas com conversa fiada.

— Tudo o que eles fizeram foi derrubar um prédio! Lamentei, implorando por meu desejo de vomitar. E daí se aparecermos na primeira página?! Não houve vítimas. Sem queixas! Qual é o problema de derrubar um prédio ou dois?! Isso é muito melhor do que deixar pessoas morrerem! Olha, vamos pagar pelos danos. Eu sou amigo do dono, e ele é um cara super calmo! Está tudo bem. Ele vai rir disso. Droga, eu quero um sorvete.

O bar meio enlouquecido em questão servia um sorvete incrível, apesar de ser um bar. Na verdade, era uma das três principais sorveterias da capital, de acordo comigo.

Finalmente, Kaina falou, seu sorriso se alargando. Calma, calma. Não se desespere, Krai.Não há razão para Gark ser duro com você. Ninguém prestou queixa.

O discurso "calma, calma" de Kaina geralmente reprimia a raiva de Gark. Eles tinham uma boa dinâmica: Gark perdia a paciência com as pessoas, enquanto Kaina procurava suavizar.

No entanto, Gark suspirou. Eu nem... Tanto faz. Sente-se. Tudo estava perdoado. Pelo menos todo esse pedido de desculpas tinha seus méritos.

Eu obedientemente me sentei no sofá de pelúcia, minha necessidade de vomitar diminuiu um pouco. Assim que me permiti relaxar por um momento, Gark bateu a mão na mesa. Tremi de choque.

Mostrando os dentes, o gerente da filial olhou para mim com raiva.

— Você acha que eu gosto de te chamar aqui, Krai?

— Então por que você fez isso? — Pensei.

Gark continuou como um professor reprovador.

— Ninguém prestou queixa, mas mesmo sem nenhuma queixa oficial, essa sua façanha causou bastante comoção para chegar aos jornais. O Primeiros Passos é um dos principais clãs. Um clã tão proeminente como esse deveria estar pensando no exemplo que está dando para outros caçadores. Não posso deixar algo assim passar.

Olhei para Gark, estupefato. Ele já deveria ter abanado o dedo e me mandado embora.

A julgar pelos padrões da Associação, este caso deveria ter sido água passada, com vento fácil. Ninguém (caçadores, não obstante) se machucou. A destruição de propriedade era punível pela lei imperial, mas este caso seria resolvido pelos termos do nosso acordo.

Se ninguém prestasse queixa, não havia razão para a aplicação da lei se envolver. Claro, os jornais pegaram a história, mas os caçadores estavam sempre tomando decisões ruins. Um bar quase caindo no chão estava no lado mais calmo das consequências, e não havia como Gark, um varredor de cagadas profissional, ver de outra forma.

De qualquer forma, as coisas teriam sido muito piores se qualquer um dos outros Grievers estivesse lá. O máximo que qualquer leitor dessas manchetes teria a dizer seria "de novo isso". Nós, um modelo para os caçadores? Ha, que piada.

Virei-me para Kaina para ver seu sorriso tenso. Então é isso. Bem, eu sempre poderia deixar tudo isso para o Ark.

— Não acredito. Punição? questionei.

Gark parecia ter mordido um limão.

O principal objetivo da Associação era ajudar os caçadores a vencer os cofres do tesouro, mas eles também mergulharam na confusão lateral de encaminhar missões de terceiros para seus membros. Como a maioria dos caçadores era super-humanamente forte, mercadores e até governos muitas vezes os procuravam para trabalhar: guardando caravanas, caçando monstros, adquirindo relíquias específicas e afins.

As tarefas solicitadas eram de todos os formatos e formas, e na maioria das vezes eram assumidas por caçadores novatos que procuravam algum dinheiro extra ou por caçadores que procuravam fazer conexões fora da comunidade de caçadores. No entanto, muitas das missões lutavam para encontrar aceitantes, seja por suas míseras recompensas, longa duração, dificuldade esmagadora ou natureza francamente bizarra.

A maioria dos caçadores, inclusive eu, não tinha simpatia por aqueles que enviavam essas missões de baixa qualidade. Eles simplesmente não eram nosso problema. Isso foi até que a Associação, compelida por algum enigma burocrático, começou a atribuí-los a trapaceiros e canalhas. Com a máxima reverência, nós, caçadores, chamamos essas missões de “punição” e as evitamos como uma praga.

As pálpebras de Gark se contraíram ameaçadoramente.

— Não fale assim no meu escritório.

— Você é um ex-caçador, Gark. Você sabe melhor do que ninguém que isso é um saco. Afinal, sou responsável pela vida dos membros do meu clã.

Os clãs tinham muitas formas diferentes, mas a nossa era uma democracia. Até mesmo meu papel como mestre do clã foi decidido por maioria de votos, então eu não era exatamente todo-poderoso.

Agora que a mesa havia virado, não perdi tempo, recostei-me e cruzei as pernas. Encontrei o olhar mortal de Gark com um suspiro; o aluno havia se tornado o mestre.

—Relaxe, não estou dizendo que não vamos fazer isso. Nós nos conhecemos há anos, Gark, e você já me tirou de uma enrascada mais de uma vez. Faremos o pedido, mas apenas um. Quero dizer, a gente nem aprontou tanto desta vez

— Você fica melhor em instigar toda vez que te vejo, Krai, observou Kaina.

Eu me ajoelhei quando tive que me ajoelhar, e me mantive firme quando tive que manter. Essa era minha maneira de permanecer vivo. A covardia era a verdadeira assassina aqui. Claro, eu nunca teria feito uma façanha como essa se não confiasse de todo o coração em Gark para não limpar o chão comigo.

Gark rangeu os dentes com minha atitude presunçosa. Traga-o aqui. ele rosnou. Kaina pegou uma pasta encadernada em couro e a colocou na minha frente.

As missões encaminhadas dessa maneira pela Associação eram praticamente obrigatórias, mas ouvi rumores de caçadores que simplesmente se recusavam a pegar qualquer um deles. Muitos caçadores dançavam com sua própria melodia e odiavam ser amarrados. Isso era especialmente verdadeiro para caçadores experientes que poderiam assumir as missões mais problemáticas.

A pasta com certeza era pesada, indicando um grande acúmulo de tarefas. Embora eu sentisse pena de Gark por ter acumulado uma pilha tão pesada de porcaria, nosso clã não funcionava com caridade. Seria um e pronto.


Gark me fitou com um olhar assassino. Escolha uma.

— Sim senhor.

Comecei a folhear os arquivos. Pelo menos havia muito por onde escolher. Eu estava procurando o trabalho mais fácil para passá-la ao Ark.

Só de pensar na maioria desses trabalhos estava me dando dor de cabeça. Ark poderia ter lidado com qualquer um deles, sendo um dos melhores caçadores da capital, mas seu forte realmente residia em enfrentar cofres de tesouro.

Com isso em mente, escolhi apenas missões nessa área. Então comecei a escanear o nível dos cofres envolvidos. Nível 5, Nível 6, Nível 5, outro 5, Nível 4, Nível 6, 4, 3, 7, 6 — Espere, um Nível 3?!

Voltei para aquele arquivo em particular e verifiquei o resto da página. Sim, isso não deve ser um problema. Caramba, eu tirei a sorte grande ao conseguir uma missão de cofre do tesouro de nível 3 em uma pilha de tarefas rejeitadas.

Não só Ark Rodin era um dos únicos caçadores de capital com um título oficial, a Tempestade Argêntea, ele foi classificado em um impressionante Nível 7. O número indicava que a Associação considerava a Ark capaz de assumir qualquer cofre até esse nível. Enquanto cada cofre embalava seu próprio conjunto de desafios, um cofre de Nível 3 seria um passeio no parque para o cara, mesmo que ele entrasse sozinho. O trabalho não pagava quase nada e levaria algum tempo para ser concluído, mas não seria exatamente um desafio.

Com escolhas tão escassas, não fazia sentido pensar demais. Peguei o arquivo e balancei-o na cara de Gark.

— Vamos levar este. Um pouco de coleta de carcaças nunca machucou ninguém.

— Cuidado com a boca, Krai! Isso é uma busca e salvamento.

Ele estava brincando, certo? Não havia como aqueles caras ainda estarem vivos.


***


A tempestade havia passado. Assim que Krai saiu da sala, a gerente assistente da filial, Kaina, deu um suspiro de alívio. Com a pasta de missão urgente debaixo do braço, ela deu a Gark um sorriso tenso.

—O garoto está tão animado como sempre, pelo que vejo. Você tem certeza disso?

Gark grunhiu, a mão na cabeça.

—Está tudo bem.Deixar ele pegar um pouco de corda é exatamente aquilo que eu quero.—

O desprezo em sua expressão anterior já havia saído sem deixar vestígios.

Caçadores eram um grupo estranho para começar, mas Krai Andrey era mais estranho ainda.

Krai havia se tornado um caçador cinco anos atrás, quando a filial da capital aceitou seu pedido. Pode-se até dizer que Gark supervisionou toda a carreira do Krai como caçador.

Krai se mudou para a capital com cinco bons amigos de sua cidade natal, que se tornaram caçadores junto com ele. Gangues de adolescentes de olhos arregalados apaixonados em contos clássicos de aventura não eram tão incomuns de encontrar. Dito isso, poucos deles sobreviveram mais do que alguns anos como caçadores de tesouros.

Apesar das exigências da profissão, Krai mal havia mudado desde o dia em que se inscreveu; seu rosto fraco, atitude irreverente e até mesmo suas manobras astutas eram praticamente as mesmas. Ele estava marchando inalterado no caminho da glória, o que tornava o garoto um caso bastante anormal para um caçador.

Os Primeiros Passos eram as estrelas em ascensão da capital. Havia muitos clãs maiores e mais antigos na cidade, mas eles já estavam totalmente estabelecidos. Os Passos, por outro lado, ainda estavam em sua infância. O que faltava ao clã em experiência, compensava em taxa de crescimento. A presença deles na primeira página era um testemunho de sua popularidade.

Em contraste com o crescimento estrondoso do Primeiros Passos, Krai era a imagem perfeita de humildade – uma qualidade pela qual Gark era grato. Para um clã com tantas conexões e tanta força quanto os Passos, havia pouco a ganhar com a permanência sob contrato com a Associação. A essa altura, muitos clãs, grupos e caçadores individuais estabelecidos haviam se retirado do guarda-chuva da Associação, o que era uma fonte regular de dores de cabeça para Gark. Caçadores habilidosos valiam seu peso em ouro para o lugar, mas ele não podia exatamente impedi-los de sair. Apesar do tom irreverente e da maneira descarada de Krai, ele estava fazendo sua parte para cuidar deles.

— Ele estava murmurando coisas sobre querer algo fácil. E então ele pegou o pior do conjunto.

Bem, não é tão inesperado do Krai. Kaina se permitiu um leve sorriso enquanto pensava em como Krai havia alcançado aquela missão específica de uma pasta de pelo menos duas dúzias.

O nível do cofre nele pode ter sido o mais baixo entre eles, mas isso não significava necessariamente que esse cofre seria o mais fácil. Identificar o perigo era uma das habilidades mais vitais para qualquer líder possuir, e o formulário que Krai leu estava repleto de avisos.

Nem Gark nem Kaina pensaram por um segundo que Krai, o líder das Grieving Souls e o mestre de um clã tão grande e proeminente, julgaria mal a gravidade de uma missão. Na verdade, quando Krai foi confrontado com situações semelhantes no passado, ele muitas vezes optou pelos integrantes mais fortes.

Talvez essa fosse sua maneira de retribuir um pouco.

— Quem sabe o que virá disso. O Krai está nisso agora, seja lá o que for. Sua atitude é uma coisa, mas ele tem um bom olho para essas coisas.

— Com certeza devemos uma a ele, não é?


***


Quando voltei para a casa do clã, com a tarefa em mãos, recebi uma notícia inesperada.

— O quê? Ark não está aqui? Por que não?

Eva respondeu sem tirar os olhos dos papéis.

— Um nobre o convocou para discutir aquele trabalho no Jardim de Prisma que ele limpou outro dia. Sem dúvida, ele não voltará por algum tempo.

— Oh, entendi. Esse timing horrivel.

O Ark Brave era um dos grupos mais famosos da capital, e seu líder, Ark tão amigável e tão bonito, irradiava tolerância imprópria de um caçador; sem mencionar que ele era incrivelmente foda. Era natural que ele fosse convocado por um dos nobres do império, que estava sempre procurando conquistar os mais frescos e os melhores. Eu deveria ter previsto isso depois que ele limpou o chão com aquele cofre de alto nível outro dia. Considerando tudo, tive sorte de tê-lo até aquela manhã.

Ainda assim, o momento foi péssimo. Eu praticamente escolhi nossa tarefa aleatoriamente, pensando que Ark poderia ser o único a levar a culpa. O cara era um funcionário excelente apesar de seus muitos compromissos.

—Sheesh. O que eu deveria fazer com isso?

— Por que você mesmo não faz isso?

Ela está dizendo que estou melhor morto? Pelo olhar em seus olhos, ela estava falando sério sobre isso também.

Algumas pessoas – na maioria das vezes, não caçadoras – tinham o péssimo hábito de subestimar os cofres do tesouro, mas esses caras viviam debaixo de uma rocha. Confie em mim; já vi muitos cofres de alto nível de perto. Todos os cofres do tesouro estavam cheios de perigo, e cofres de alto nível em particular eram perigosos por si mesmos. Mesmo que nenhum fantasma ou monstro aparecesse, não havia garantia de que você retornaria.

A tarefa que eu trouxe de volta envolvia um cofre de Nível 3, então não era um trabalho tão perigoso. Dito isso, um não caçador não teria chance em nada superior ao Nível 1. Além disso, eu estava prestes a me aposentar da linha de frente.

— Eu não entro em um cofre há um tempo, então provavelmente estou muito fraco agora.

— Se me permite, acredito que você passa muito tempo sem fazer nada.

Os caçadores eram fortes – um outro nível de força – e essa força bizarra deles era em parte devido ao acúmulo de material de mana. Como os cofres do tesouro estavam cheios de material de mana, os caçadores que passavam a maior parte do tempo invadindo estavam constantemente expostos ao material. Como resultado, os caçadores obtiveram poderes além das capacidades humanas normais.

Ao absorver material de mana, os caçadores ganharam todos os tipos de aumentos em suas habilidades. O principal entre eles era sua força física, mas ouvi falar de alguns caçadores que desenvolveram talentos especiais como resultado. Considerando isso, quanto mais tempo um caçador passava em cofres de tesouros e quanto maior o nível desses cofres, mais forte o caçador se tornava.

No entanto, o material de mana não fica ao redor do corpo para sempre. O tempo necessário para se esgotar variava de pessoa para pessoa, mas para caçadores como eu, que ficavam em áreas desprovidas de material de mana, o poder acumulado dentro do corpo rapidamente secava, revertendo-os ao status civil comum. Era por isso que alguns caçadores, aqueles que continuamente mergulhavam em cofres de tesouros, eram mais forte do que a maioria dos militares.

Eu sempre fui fraco e sem talento, mas me afastar da linha de frente só me deixou mais fraco. Um cofre de tesouro de Nível 3 não era muito desafiador para o membro médio do nosso clã, mas era uma façanha impossível para mim, que estava a meio passo do civilismo.

E enquanto estamos nisso, eu simplesmente não senti vontade de fazer isso. Se o acordo fosse que eu mesmo teria que enfrentar o desafio, eu teria recusado. Eu era o membro mais fraco dos Passos de longe, e levei esse papel muito a sério.

Ainda assim, onde há vontade, há um caminho. Virei o calcanhar, cantarolando. Com ou sem Ark, eu tinha toda a lista dos Passos à minha disposição. Afinal, eu era o mestre do clã.

— Ah, bom. Tem que haver alguém na sala procurando um trabalho para fazer.

Eva franziu a testa para mim. Você realmente não deveria delegar missões urgentes.

Isso foi moralmente correto da parte dela dizer isso, mas todos nós temos que usar nossos pontos fortes.


***


No segundo andar da casa do clã Primeiros Passos estava o salão: um espaço aberto banhado pela luz do sol proveniente das grandes claraboias instaladas no teto. Havia tantas mesas grandes na sala quanto havia grupos no clã, além de um bar perto da parede. O lounge era um ponto de encontro bastante conveniente, mas era mais frequentemente o ponto de encontro escolhido para os membros com tempo livre em suas mãos, que podiam aproveitar as bebidas gratuitas e refeições simples oferecidas no bar.

A porcentagem que cobrava dos membros do clã pagavam pela referida comida e bebida. E já que o dinheiro era de todo mundo, eu não podia me arriscar de embolsar qualquer coisa dali,, então deixei Eva cuidar de encontrar maneiras de queimar qualquer excesso de fundos. Agora era um dos principais pontos de venda do nosso clã. É engraçado como as coisas acabam.

Dei uma olhada ao redor do nosso magnífico salão, depois franzi a testa, desapontado.

— Hm... Não tem ninguém aqui. Quais são as chances?

— Bom dia, Mestre. O senhor está com o rosto descoberto novamente. O que aconteceu com sua máscara?

— Quebrou.

Era o meio do dia, e Tino era a única lá. Onde estavam os capangas? A pobre Tino estava sentada sozinha lendo um livro.

Mesmo dizendo que ela foi a responsável por quase destruir aquele bar, não havia um traço de remorso em sua expressão quando ela se aproximou de mim.

— Eu gosto muito mais do seu rosto real do que daquela máscara estranha.

— Eu teria ficado destruído sem possibilidade de reparo se você tivesse dito que prefere a máscara ao meu rosto.

Até muito recentemente, eu sempre mantive minha identidade escondida com uma Relíquia especial: o [Rosto Reversível], uma máscara de carne que me permitia mudar meu rosto e voz à vontade.

Alguns caçadores queriam ter seus rostos lembrados, mas eu era o oposto. Aquela Relíquia me permitiu manter minha sanidade. E agora tudo havia desaparecido. – quebrado – e eu não tinha sobressalente.

As relíquias não foram fabricadas, mas surgiram. Relíquias raras não eram apenas difíceis de encontrar, mas espetacularmente caras. O que é pior, relíquias que escondiam a identidade do usuário de todos sem um certo nível de percepção não podiam ser legalmente compradas ou vendidas. A única maneira de obter uma dessas coisas era tropeçando em uma em um cofre de tesouro.

Minha única opção era ficar dentro de casa o máximo possível. Urgh, quero vomitar.

Tino estava inquieta olhando em volta como um filhote leal.

— Mestre, onde está Lizzy? perguntou ela.

— Espere, ela não te contou? Liz e os outros estão explorando um cofre de tesouro. Aquele castelo de Nível 8. Eles estavam bem determinados a ir fundo e trazer algo de volta desta vez. Duvido que eles voltem tão cedo.

Se qualquer um deles tivesse ficado para trás, eles poderiam ter cuidado dessa tarefa sem precisar pôr minhas mãos. O momento com certeza foi péssimo. Todas as tarefas tinham prazos, o que significava que não podia esperar que eles voltassem.

Tino piscou várias vezes, me dando um olhar estranho antes que seu sorriso voltasse.

— A propósito, mestre, olhe o que eu tenho. disse ela, apresentando a palma da mão esquerda para mim.

Quase engasguei quando Tino acenou com o familiar anel Relíquia. Ugh, eu não esperava isso. Tino Shade estava realmente melhorando em uma velocidade vertiginosa, mas ela ainda tinha um longo caminho a percorrer antes de se igualar às aberrações mais poderosas do mundo. Eu a peguei destruindo o pequeno Gilbert com aquele chute idiota, mas ela não era habilidosa o suficiente para se defender de todos os inimigos esquisitos.

Pelo menos, foi o que pensei, mas o anel em sua mão falava por si. Nossa mascote fofa havia se tornado uma aberração de pleno direito. Isso a menos que as outras aberrações do clã não pudessem tirar isso dela.

— Eu não me importo nem um pouco com o grupo daquele menino de rostinho bonito e sorriso falso, mas eu não poderia deixar seu anel cair nas mãos daquele pequeno gambá. Posso sentir sua vontade fluindo através dele, mestre.

— Você sabe que é apenas um Anel de Tiro, certo?

"Anel de Tiro" era um termo genérico para relíquias de anel que disparavam tiros de mana.

As relíquias eram de todos os formatos e formas e tinham todos os tipos de habilidades, mas as relíquias do tipo anel estavam entre as mais comuns de todas. Anéis de Tiro eram a forma mais comum de relíquias de anel e, portanto, eram os menos valiosos entre eles. Aquela espada grande que Gilbert estava balançando provavelmente era muito mais valiosa.

Ainda assim, como Tino havia pegado o anel primeiro, não precisei adicionar nenhum estranho em potencial ao grupo de Ark. Eu tive sorte lá.

Tino parecia tão feliz com o anel que eu estava começando a me sentir meio culpado.

— Há muito a aprender com o que não podemos ver. disse ela, olhando para ele atentamente. Aquele menino bonito falso disse que foi um evento divertido.

— Ark. O nome dele é Ark.

— Mestre, posso realmente ficar com isso?

— Eu disse isso, não disse? É todo seu. Desculpe por não ser algo melhor.

— Oba!

Poucos caçadores usavam Anéis de Tiro. Também não era útil para Tino, mas isso não parecia incomodá-la. Droga, ela estava dançando e girando encantadoramente com um sorriso alegre.

Uau, ela era realmente tão fácil de agradar? Eu poderia ter derramado uma lágrima por ela.

Afinal, ela era a única que restava. Ela faria isso. Ela era de Nível 4, então não deveria ter problemas com um cofre de Nível 3.

— Você tem algum plano para hoje, Tino?

— O quê? Tino congelou em seu caminho, seus olhos se arregalando de perplexidade. Como ela trabalhava sozinha na maior parte do tempo, ela tinha um horário relativamente flexível, mas isso não significava que ela pudesse tirar uma folga quando quisesse.

O trabalho de um caçador abrangia mais do que apenas caçar. Eles tinham que acompanhar seu treinamento se quisessem ter o melhor desempenho, e pesquisas anteriores eram essenciais para se manterem seguros em cada cofre. O clã poderia apoiá-la até certo ponto, mas a falta de preparação custa a vida dos caçadores. A caça solo exigia uma preparação ainda mais meticulosa.

No entanto, Tino logo sorriu, o que era muito raro para ela.

— Não! Não tenho nenhum plano para hoje, amanhã ou para o resto da minha vida! É por isso que estou esperando por você, Mestre!

Se Liz tivesse ouvido, Tino teria sido jogada no regime de treinamento mais cansativo que sua mentora poderia pensar. Tino realmente tinha tanto tempo livre? Como ela aparentemente não tinha nada melhor para fazer, me senti menos mal em atribuir a tarefa a ela.

— Perfeito. A Associação nos deu uma missão. Vou deixar isso com você.

— O quê? Tino fez parecer que eu a tinha esbofeteado no rosto.

— Mestre, nunca na minha vida me senti mais traída. Meu coração inocente está em frangalhos. Nunca pensei que pudesse ser tão cruel. O senhor me enganou!

— Eu não.

— O senho me enganou, apenas para me empurrar de um penhasco.

— Não te levei a lugar nenhum nem te empurrei para longe de nada.

Tino já havia perdido todo o entusiasmo antes mesmo de ela começar. Toda a esperança havia sido extinta de seus olhos. Ela deitou a bochecha sobre a mesa, olhando para mim com letargia recém-descoberta.

— Para ser honesta, eu estava pronta para irmos tomar sorvete juntos, ou algo assim.

Tino tinha uma profunda fraqueza por todas as coisas doces – uma fraqueza que eu tinha certeza que seria explorada algum dia.

— Seu mentor me disse para não lhe dar nada açucarado.

— É uma manobra! Lizzy não quer que você tenha encontros comigo quando ela não estiver por perto!

Encontros? Como mentor, como aprendiz, eu suponho. Talvez tenha sido minha culpa levá-la a todos os lugares por um tempo, em vez de um guarda-costas adequado.

Eu a conhecia desde que ela estava apenas começando, então ela era quase tão fácil de usar quanto Ark e meus amigos de longa data. Sua fofura também era uma vantagem. Pedir a gente musculosa e de aparência durona para fazer o trabalho sujo exigia um preço mental infernal.

Enfiei a tarefa no rosto abatido de Tino.

— Aqui, Tino, Tino, Tino. Tenho um trabalho para você. Quem quer trabalhar? Quem?

— Eu sou apenas uma companheira de clã com benefícios para você?

— Acho que alguém contaminou a mente da nossa pequena Tino. Quem ensinou isso a ela?

— Foi o senhor, mestre.

Com o espírito ainda vazio, Tino começou a ler apenas com os olhos. Ela olhou para o papel por alguns momentos antes de murmurar: "Esta é a pior missão de todos os tempos."

— Com certeza.

— Não há uma única fresta de esperança. Quem iria querer fazer parte disso?

Ótima pergunta.

— Isso é uma punição, não é?

— Aham.

Foi assim que eu me encontrei. Maldito Gark, tratando nosso clã como uma Lixeira. Se não houvesse um rosto familiar com o qual eu pudesse conversar, eu teria recusado esse trabalho sujo, mesmo que isso significasse ter uma conversa estranha com Gark. Os fracos sempre eram deixados para pegar trabalhos de merda como este. Algumas coisas nunca mudaram.

A Tino enojada se contorceu em seu assento antes de inventar uma desculpa. Eu ainda sou apenas Nível 4, mestre. Uma Ninguém. Eu adoraria te ajudar, eu realmente adoraria, mas terei que me resignar respeitosamente. Não posso resgatar cinco pessoas sozinha.

Além disso, acabei de me lembrar de algo que tenho que fazer.

Tino saltou. Pisquei e ela estava correndo pela porta, deixando a missão do nível do lixo para trás sem para pegá-la. Como esperado de um Ladrão em ascensão.

Que ato de fuga realmente espetacular. Isso explicou como Tino acabou com o anel Relíquia; ela o pegou e correu. Fugir das sessões de treinamento extenuantes de Liz estava fazendo maravilhas para Tino. Pensando bem, ela e eu tínhamos muito em comum.

Soltei a corrente de dois metros de comprimento do meu cinto e a coloquei sobre a mesa. A corrente era uma relíquia: uma de uma vasta coleção que acumulei ao longo da minha carreira como caçador. A fina corrente de prata deslizou como uma serpente ao redor da mesa, seus elos batendo enquanto se movia.

A corrente era uma besta leal - um cão sem presas que não exigia comida nem descanso, para sempre fiel ao seu mestre. Era chamada de Corrente do Cão de Caça.

No passado antigo, antes da história registrada, havia uma tribo de pessoas que empunhavam correntes: correntes tratadas de uma maneira especial que se moviam sem serem tocadas. Cada corrente possuía um poder extraordinário que fazia o sustento da tribo Hoje, tudo o que restava daquela civilização eram as lendas que contavam suas histórias, e atribuí a popularidade das Relíquias em cadeia a essas lendas.

A corrente se ergueu da mesa, formando o contorno de um pequeno canino. Quando sacudi o queixo, a corrente caiu e deslizou para fora do salão.

***

— Só para constar, mestre, eu poderia ter fugido. — Sim. Completamente.

— Sua corrente é persistente, incansável e irritante, mas eu poderia facilmente quebrá-la. Tino disse tudo isso com uma cara séria, apesar de estar preso por uma corrente que poderia ter deixado o homem mais poderoso imóvel. Eu não vou, porque eu não quero que você me odeie por quebrar sua corrente favorita. Você não acha que poderia ser um pouco misericordioso no meu julgamento, agora?

Tino estava implorando com o mesmo tom manipulador frequentemente empregado por seu mentor. Ela estava aprendendo todas as lições erradas.

Embora minha Corrente de Caça fosse de cor prateada, não era feita de prata.

Qualquer coisa feita de material de mana era extremamente durável. Dito isso, muitas aberrações por onde passei poderiam facilmente destruí-lo. A confiança de Tino mostrou o quanto ela estava se esforçando - e quanto tempo ela passou em cofres.

— Não se esforce demais, Tino. Segurança em primeiro lugar. — A culpa é sua, mestre.

— Seu mentor é quem está incentivando isso. Eu só te dou as coisas fáceis. Neste ponto, a Corrente do Cão de Caça relaxou e caiu no chão.

As relíquias eram úteis e tudo, mas tinham suas limitações. A corrente deve ter ficado sem mana (sua fonte de energia) enquanto perseguia Tino. Sua habilidade em ser capaz de evitar coisas de alta velocidade em perseguição era realmente impressionante.

Esfregando-se onde a corrente a havia apertado, Tino soltou um suspiro. — Entendo. Eu entendo que você nos dá missões que nos levam à beira da morte e de volta para maximizar nosso crescimento, mas tem que haver um limite para seus métodos de treinamento draconianos.”

— Perdão?

Que parte disso era draconiana? A missão estava em um cofre de tesouro de Nível 3.

Nível 3. Isso não era exatamente difícil para Tino. Eu não daria nosso mascote para os lobos. Ela só precisava pegar alguns corpos.

Os cofres do tesouro estavam cheios de perigo. Os caçadores assumem esses riscos quando pisam em qualquer cofre. As missões de resgate para caçadores fracassados eram poucas e distantes entre si. Em raras ocasiões, porém, missões surgiam solicitando ajuda para caçadores perdidos, missões que eram mais amargamente conhecidas por aqueles que estavam presos a eles como trabalhos de coleta de carcaças.

Quando caçadores profissionais desapareciam, na maioria das vezes eles já estavam mortos. Se eles estavam vivos, eles foram resgatados; se eles estavam mortos, nós os riscamos da lista e seguimos nosso caminho. Mas enquanto houvesse a menor chance de que os caçadores perdidos ainda estivessem vivos, alguma pobre alma tinha que ir verificar.

Por mais críticas que eu tenha dado a ela, Tino era uma caçadora de Nível 4. Talvez houvesse uma razão para ela estar relutante em ir. Sentindo-me bastante perplexo, dei outra olhada no pedido.

O cofre de Nível 3 em questão era o Covil do Lobo Branco, não dos mais fáceis nem mais difíceis cofres perto da capital. Quando se tratava de Relíquias, sua taxa de queda era péssima, o que não tornava o cofre lucrativo nem popular.

Três dias atrás, cinco caçadores haviam desaparecido. Isso não foi há muito tempo. Se tivesse sido há uma semana, eu não teria esperança de sobrevivência deles, mas, do jeito que estava, eu estava chamando de cinquenta e cinquenta.

A missão duraria no máximo uma semana, com uma recompensa de trezentos mil guildas. Esse valor, que poderia alimentar a família média por um mês, era mais como alguns trocados para um caçador. Em outras palavras, isso era basicamente trabalho voluntário.

Reli a solicitação linha por linha, mas não consegui identificar o problema. Mesmo assim, olhei para cima e dei um aceno de cabeça. "Eu entendo o que você está dizendo, Tino Você não quer ir sozinho, certo?”

Deixa comigo. Eu realmente queria. Subnivelado ou não, assumir qualquer cofre de tesouro era uma tarefa perigosa. Tudo pode acontecer. Eu fui míope em pensar que Tino não se importaria de assumir outra missão sozinha. Na verdade, eu concordei com isso assumindo que eles estavam todos mortos, mas se eles estivessem vivos, ela não teria chance. Ela não podia carregar cinco caçadores feridos.

— O quê? Acho que você está certo. Tino olhou ao redor do salão vazio antes de se virar para olhar para mim com expectativa. Afinal, todos estavam ocupados hoje.

Foi quando tive uma ideia brilhante.

O Covil do Lobo Branco... Algo nesse nome parecia familiar. Como Tino era de Nível 4, mais alguns caçadores de Nível 3 ou superior deveriam fazê-la se sentir mais segura. Foi brilhante, se é que posso dizer.

Tino timidamente soou novamente. Se você viesse comigo, mestre…

Já sei! Havia um caçador na unidade de recrutamento na noite passada que queria enfrentar o Covil do Lobo Branco. Você deveria levá-la com você. Acho que o nome dela era Rhuda.

— O quê?

Quanto ao resto do grupo, o Grande Greg e Gilbert fariam um deleite.

Para completar, seria uma boa experiência de primeira viagem para Tino. Estava tudo se encaixando.

Com isso resolvido, dei um tapinha nas costas, observado de perto pelos olhos doloridos de Tino.


Tradução: Carpeado
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