Digimon Tamers 00 Zero Zero – Capítulo 06
[Domadores e
Cuidadores]
Lee continuou no mesmo ponto: como Grani voltou a existir?
O Sr Janyuu, sabiamente, mudou o tom da conversa rápido:
— Não vamos fugir do assunto, Jianliang.
— Mas pai, existem muitas coisas que não fazem sentido!
— No momento, temos que nos preocupar com o presente. Esses três devem ter passado por vários problemas até chegarem aqui no mundo real. Estamos exigindo muito deles.
Isso era um detalhe importante.
Por mais que existissem incógnitas, dos mais variados tipos, as atenções eram outras.
— Eles são bebês... — Disse Shiuchon, abraçando Gummymon — Então temos que cuidar deles.
— Cuidar? Você diz como bebês? – Takato perguntou, se aproximando.
— Não, Takato... Devemos cuidar deles como trapezistas do Cirque Du Soleil... — Ruki e seu sarcasmo. — É lógico que devemos cuidar deles como bebês!
— Tá... Eu já entendi… — o rapaz ficou muito sem graça após o comentário da rainha digimon. — E eu só falei isso porque eu nunca cuidei de bebês, só isso.
Ele não era o único, já que Ruki, também envergonhada, pelo vermelhidão de seu rosto, ficou em silêncio um tempo, mas foi sincera:
— É, eu também não sei fazer isso.
— Bem vindo ao clube, rukin... — ele próprio se interrompeu, tapando a própria boca.
— Vai, completa o que você ia dizer! — com seu punho a frente, Ruki estava pronta para dar o primeiro golpe.
— Desculpa... Eh... Ruki, hehe… — seu sorriso amarelo o salvou de mais encrencas.
— Ao menos tem noção do perigo… — a garota se recolheu, evitando o confronto indigesto.
Aquela manhã ensolarada foi mesmo diferente.
Como dito, os domadores, desta vez, deixaram seus pais sabendo dos digimons.
Isso tinha um porquê: confiança.
Desde que voltaram do digimundo, Takato, Lee e Ruki adquiriram maturidade suficiente para saberem escolher o melhor caminho.
O senso de responsabilidade pelos seus atos se tornou presente em suas vidas, a tal ponto de que foi instantânea a decisão de compartilhar com seus queridos pais o aparecimento de seus amigos digimons.
しかし、イベント中に...
(Mas, durante os acontecimentos...)
ガジマル家 (Residência da família Gajimaru)
時間: 08:30 AM
O início da manhã seguiu mais do que animado na casa da histérica princesa digimon.
Um cheiro delicioso de panquecas adocicou o ambiente, junto com o aroma viciante de chocolate quente.
Meikume, sorrindo de orelha a orelha, era só felicidade.
A jovem não poupou na quantidade para preparar uma refeição especial para sua nova amiga digimon.
Após um bom tempo na cozinha (a jovem sabia cozinhar), Meikume levou as panquecas em um refratário, juntamente com uma caneca toda cheia de adereços: tinha o rosto da Meicoomon em alto relevo nela.
E, à mesa, com guardanapo e tudo, lá estava a digimon felina:
— Oh! Eu vou comer muito… — seus olhos brilhantes davam o ar de sua graça. — Vou encher minha barriguinha com as guloseimas que a Mei trouxe pra mim!
— Oh, se vai, minha bolotinha fofa favorita! — a menina manteve o sorriso, com a felicidade a toda potência.
Meikume, tão animada quanto sua amiga, a serviu com:
— Quatro panquecas? — ela as colocou no prato.
— Xim... Quatro panquecas!
— Com bastante mel? — disse, esparramando o mel.
— Xim... Bastante mel!
— E com bastante chantilly no chocolate? — Meikume derramou com cuidado.
— Xim! Bem tantão no Choucolati! Bigada!
Meikume a serviu com gosto, se sentando à mesa e fazendo companhia a comilança da manhã.
As duas se empanturraram com generosas doses de chouc... digo, chocolate e panquecas (com bastante mel!), deixando todas bem alimentadas (e estufadas).
Após a refeição bem reforçada, as duas se sentaram no sofá da sala, com a Meicoomon deitada sobre o colo de Meikume.
Elas estavam bem contentes.
— Ahh... Tô satisfeita... — indagou Meicoomon, com um sorriso no rosto.
— Eu também tô. Nossa, comi muito... — Meikume estava do mesmo jeito.
Por alguns segundos, as duas ficaram em silêncio.
Só foi quebrado após Meicoomon começar um assunto.
— Uh... Mei?
— O que, minha bolotinha?
— Já reparou que nossos nomes são parecidinhos?
— São sim… — disse, abraçando a pequena.
— Eu te chamo de Mei e aí você me chama de Mei também. Dá maior confusão, né?
— Dá sim...
E, ali, as duas ficaram um tempo juntas e curtindo o momento.
Meikume ignorou o fato e o detalhe do porquê Meicoomon ter aparecido e estar com ela, não se importando com absolutamente nada que trouxesse alguma resposta.
A garota simplesmente estava aproveitando o tempo livre sem se preocupar com explicações.
Um ato irresponsável? Talvez.
Entretanto, seu desejo de tê-la ao seu lado era muito maior que qualquer explicação ou justificativa.
Contudo, da própria digimon partiu um assunto mais sério, o que pegou a jovem de surpresa:
— Mei... Eu sou sua parceira digimon.
— É sim... O que tem?
— Quero ficar forte… — disse, com entusiasmo em sua voz.
— Você já é! — Meikume a incentivou.
— Tá, mas eu quero ficar mais forte!
— Você acabou de comer vinte panquecas. Já está mais forte — a garota escalonou um pouco mais o incentivo.
— Eu quero ficar ainda mais forte!
Evidente que tinha algo a mais nas palavras de Meicoomon, até Meikume percebeu isso.
Por isso, a garota decidiu investigar.
— Meicoomon, porque você está falando isso?
— Mei… — ela falou, definindo sua linha de diálogo. — Eu vou ter que batalhar.
— Como é que é?! — disse a jovem, em um tom sério. Ela chegou a levantar do sofá, ainda abraçando sua nova amiga.
— Batalhar, Mei… — a digimon explicou melhor. — Por isso quero ficar mais forte.
O abraço que Meicoomon recebeu ficou um pouco mais forte, com a jovem ficando com um olhar distante e, em seguida, aterrorizada com a lembrança ruim que tinha do episódio do anime que viu.
Aos poucos, lágrimas surgiram, pingando no rosto de sua amiga felpuda.
Meicoomon, assustada, disse:
— Mei... O que foi?!
— Meicoomon… — sua voz estava embargada. — Só não.
— O que?!
— Batalhar. Esquece isso, por favor...
— Porque você tá chorando?
— Só me prometa isso: não lute contra nada nem ninguém!
— Porque você tá me pedindo isso?
Enquanto Meikume a abraçava ainda mais forte, suas palavras trouxeram um temor profundo, por mais que houvesse um ensaio de gentileza.
— Você é minha bolotinha. Não tem que lutar! Só viver sendo fofa e minha amiga... Só isso!
— Mas Mei...
— PROMETA! – Gritou Meikume, inesperadamente.
Isso assustou Meicoomon, que se afastou de sua parceira.
Sabendo que agiu errado, a jovem tentou consertar as coisas:
— Olha, desculpa... Por favor, me desculpa!
— Porque gritou comigo?! — ela estava assustada e confusa.
— Eu... Olha, Meicoomon… — Meikume se aproximava cuidadosamente.
A garota precisava ter cuidado dessa vez. A pequena estava muito acuada após o comportamento inapropriado.
— Você não precisava ter feito isso! — disse Meicoomon, ainda sentida pelo grito.
— Tá... Eu sei... Desculpa… — ela colocou sua amiga no colo em seguida. — Você não precisa lutar.
— Porque não?
— Para seu próprio bem.
Os argumentos de Meikume não eram o suficiente para convencer Meicoomon.
A digimon sabia que tinha algo de estranho nisso.
— Mei... Diz a verdade.
— A verdade é... É que... — a jovem pensou em seguida — “Como dizer a ela o que aconteceu no anime sem assustar essa bolotinha fofa?”
Esse meio tempo de pensamentos de Meikume não passaram despercebidos por Meicoomon, que estava impaciente enquanto aguardava por sua resposta.
— Mei... Fala! Me responde! — disse, de forma incisiva.
— Eh... Bem… — a jovem divagou, após a pressão inicial. — Porque aqui nesse mundo você não tem inimigos pra lutar. Então... Bem, se não tem inimigo, não tem luta.
— Ah é? Então aqui eu estou protegida de tudo? Não tem ameaças de outros digimons nem nada?
— Não... Não tem. Hehe... — o sorriso voltou para o rosto de Meikume. — Viu porque eu te pedi pra não lutar?
— Hum... — enfim, ela estava por convencida. — Tá bom então.
Incrivelmente, isso veio mais rápido do que a menina imagina.
— Jura? Tipo, não tá magoada comigo porque gritei com você?
— Eu não... Mas você não precisava ter gritado — disse Meicoomon, com um semblante mais amigável. — Faz isso de novo não, tá?
— Tá... Combinado. E me desculpa.
— Tá desculpada! — ela ficou com seu rosto demonstrando irritação. — Só que eu quero uma coisa…
Isso trouxe curiosidade a Meikume, que não demorou para perguntar.
— Hã? O que?
— Quero cafuné, ué!
— Ah, modesu! — A garota pulou em direção a digimon – Vem cá, minha bolotinha fofa!
Mais risos vieram. Meicoomon adorava isso.
— Haha! Te adoro, Mei!
— E eu sou sua fã, Mei... — disse, fazendo cafuné — Vamos ser grandes amigas!
— Vamos sim, nyah!
Meikume escolheu não explicar a Meicoomon toda a história, o contexto de ter derramado lágrimas.
Ela esbanjava felicidade em seu rosto enquanto brincava com a felina, mas em sua mente a verdade permaneceu intacta.
Não só do porquê Meicoomon estar alí, mas do maior medo que a jovem tinha:
— “Ela não deve saber de nada. Não haverá reprise dos episódios do anime e a Meicoomon não tem interesse nisso. Está perfeito assim... Minha bolotinha vai ficar bem comigo, protegida por mim.”
Esconder os fatos.
Esse era o plano de Meikume.
Seu desconhecimento da realidade era seu maior problema no momento.
Entretanto, um lampejo de razão ocorreu em sua mente.
— “Não tem nenhum digimon além dela nessa cidade... Mas, como é que ela apareceu aqui? Uh... Isso nem importa mais. A Meicoomon está aqui comigo agora e eu vou fazer de tudo pra ela ser feliz e fofa!”
Esse comportamento de descrença e ignorância era o maior obstáculo da jovem.
Ignorando o passado, ela só se concentrou no presente. Sua mente limitada a moveu nessa direção.
Foi uma manhã bem animada na residência da família Gajimaru.
Mas não era só por lá que havia digimons.
そのことについて(enquanto isso)...
リー家 (Residência da família Lee)
時間: 10:30 AM
Depois da conversa que realizaram no início da manhã, Takato, Lee e Ruki estavam envolvidos em uma nova missão: cuidar dos bebês.
É até um pouco irônico, já que a cinco anos atrás eles se conheceram e eram crianças.
Hoje, crescidos, agora têm a responsabilidade de zelar pelo bem estar de seus amigos digimons.
Entretanto, a pessoa envolvida a isso era Shiuchon
— Eu vou ser a professora de vocês!
O ego de Ruki não permitiu o mínimo de tolerância a isso.
— Ah, fala sério… — a rainha digimon não gostou da ideia. — Sem essa, Shiuchon! Tudo bem você se oferecer pra ajudar, mas...
— Nem vem, Ruki! — retrucou Takato. — Você não sabe cuidar de bebês!
— Acontece que a Shiuchon é mais nova do que eu e não posso pensar na possibilidade de ser doutrinada por ela!
— Ruki, vai com calma... — esta vez Lee, tomando a palavra. — Minha irmã tem experiência com isso, acredite.
— Experiência?! — duvidou a domadora. — O que ela fez afinal? Curso de babá? Haha, sem chance!
Mas, isso não ficou assim: Shiuchon foi até seu quarto tão rápido quanto uma flecha e, consigo, trouxe um pedaço de papel.
— Aqui, sabichona! — disse, entregando o documento a Ruki.
— Ah... O que é isso? “Curso básico de cuidadora de bebês. Formada em 12/06/2005”... Espera, então você…?
Era um documento oficial, que comprovou o título da irmã de Lee.
— Isso mesmo! Eu sou uma cuidadora de bebês diplomada! Haha! Engole essa!
Ruki ficou furiosa, com Takato rindo ao fundo, escondido. Lee também mostrou esse sentimento, para mais irritação da rainha digimon.
Shiuchon cresceu e, como ela era muito aventureira e curiosa quando era mais nova, se manteve nesse mesmo pensamento, fazendo atividades extracurriculares ao longo desse tempo.
Um deles foi de cuidadora de bebês.
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