Death March Web Novel Online 6-11
[A População do Território
Muno — Parte 2]
Satou aqui. Existem certos programas de TV que televisionam shows de sobrevivência em ilhas desabitadas ou no meio de uma floresta, mas se um dia me pedissem para participar eu recusaria. Com as minhas habilidades de sobrevivência todas as plantas comestíveis e nozes da regiam acabariam em questão de semanas.
◇◇◇
— Mestre, tem uma dona pessoa mais à frente, nodesu.
— Lá~?
Pochi, que estava ocupando o meu colo, encontrou vestígios de alguém mais à frente. Eu já tinha confirmado no mapa, mas ainda não estávamos perto o suficiente para vê-los.
— Ah, entrou na floresta.
Parecia que o nosso batedor tinha ido chamar seus amigos. Tratava-se de mais ladrões, era verdade, mas desta vez a história era um pouco diferente.
Tratava-se crianças entre 9 e 14 anos, três meninos e seis meninas. As recompensas e punições deles eram apenas por [Quebra de Contrato] e como seus títulos foram [Escravos Fugitivos], provavelmente se tratava de crianças que tinham fugido de um dos vilarejos. A barra de estamina de todos eles se encontrava abaixo da metade.
De fato, seria ainda mais cruel dar-lhes uma lição, não?
— O que houve?
— Um bando de crianças querendo nos assaltar.
— É sério!? Agora fiquei animada!
Eu consultei Arisa e Liza sobre as recompensas e punições.
— Escravos fugitivos, é isso, mestre? Nesse caso, nossa recompensa e punição não mudaria ainda que venhamos a matá-los em defesa. Por isso, acredito que o senhor não tem com o que se preocupar.
Não, Liza-san, essa não é a minha preocupação.
— Que tal se os ignorarmos e seguir em frente? Ou prefere aumentar nosso número de garotinhas?
Já tem mais que o suficiente para o meu gosto, então eu passo desta vez.
— Agora que comentou, duvido muito que escravos fugitivos tenham alguma arma de longo alcance. Se acelerarmos, com toda certeza iremos deixá-los para trás.
Elas realmente não entenderam o meu ponto…
◇◇◇
Três meninas se encontravam deitadas na estrada, bloqueando o caminho.
É claro que não podemos simplesmente atropelá-las, certo?
A carruagem mal parou a tempo, pouco antes de atingi-las, mas as meninas não se moveram nem depois disso. Como não estavam amarradas, seus corpos poderiam ter congelado de medo. Elas estavam sendo imprudentes, mesmo que quisessem parar a carroça a qualquer custo.
— Não se mexam! Temos dez arqueiros apontando para vocês na floresta!
Uma voz aguda de tom elevado nos ameaçou. Como era problemático acompanhar o blefe, deixei as meninas de lado e rapidamente avancei com a carruagem. Deixei a retaguarda sob a guarda de Pochi e Tama, e o assento do condutor com Liza.
— Se valorizam suas vidas, deixem sua comida aqui!
Ele fez a exigência com o máximo de esforço, mas o coro ao fundo não ajudou.
— Eu quer comer batatas!
— A gente não tinha combinado de dizer “Entreguem toda a carne seca que tiverem”?
— Eu queria comer pão também.
— Qualquer que não seja ervas daninhos de novo já serve.
— Idiotas, fiquem quietos!
— Idiota é quem chama os outros de idiota!
— Dá para vocês calarem a boca!?
As exigências se transformaram em tagarelice de crianças pequenas, arruinando tudo. Agarrei uma das meninas que bloqueavam a estrada e a joguei gentilmente para as outras crianças na floresta. Ela estava anormalmente leve. As crianças que a pegaram entraram em pânico ao tentar segurá-la.
— Uwah, o que você está fazendo!
— Nós vamos atirar flechas em você!
Ninguém saiu da floresta. Será que eles não tinham armas ou estavam com medo da Liza?
— Vocês querem caminhar até a floresta sozinhas, ou preferem ser jogadas lá?
— S-só me atropele! Se não tivermos comida, morreremos de fome de qualquer forma!
Ela insistiu com uma voz trêmula, não tinha certeza se estava blefando ou não, mas esta menina tinha a mesma idade que Lulu, mas a sua fisionomia não a fazia parecer mais velha do que a Arisa. Era uma garota com cabelo ruivo meio longo e olhos castanho-avermelhados. O braço que agarrei para fazê-la levantar era fino como um galho seco.
— L-largue a Totona!
O garoto que estava negociando conosco desde o início saiu da floresta ao me ver agarrando o braço dela, com um porrete na mão. Ele tinha cabelo vermelho e se parecia com a menina.
Forcei ela a se levantar e a empurrei em direção ao garoto. A menina tropeçou e caiu nos braços dele.
— Liza, vamos embora.
Saltei para o assento do condutor da carroça, que já estava em movimento.
— Aqui, peguem!
Arisa estendeu uma grande bolsa enquanto dizia isso e a lançou para a floresta. O conteúdo daquela bolsa eram vegetais e alimentos que Tama tinha recolhido, como frutas. Como não tinha sido preparado com antecedência, ela provavelmente fez isso quando ouviu a conversa dos meninos.
— Você provavelmente está pensando que, mesmo dando comida a eles, isso não vai resolver a raiz do problema, né? Mas deixa eu te dizer, mestre, quando se está com fome, você não pensa no dia seguinte. A coisa mais importante que podemos fazer por aquelas crianças é saciar a fome delas. Apenas isso.
Rudy: Arisa-chan, best waifu ♥ Para quem tiver interesse, esta cena foi reproduzida de forma integral no capítulo 47 do Mangá [Jovens Ladrões].
◇◇◇
— Isso ainda está te incomodando?
— Não, não é isso.
Não me incomodava de jeito nenhum. Depois de respirar fundo duas vezes, a sensação de náusea no estômago desapareceu completamente. O que estava em minha mente agora eram as coisas à frente.
Havia um rio estreito logo mais adiante na estrada e cinco idosos se encontravam na frente dele. Eles não eram ladrões nem escravos fugitivos.
Talvez estivessem pescando?
— Quando se está de barriga vazia é normal se sentir meio para baixo. Vamos comer alguns bifes deliciosos e anos nimar!
— Animar~?
— Comer até ficar cheia, nodesu!
Agradeço a preocupação de vocês, mas vocês estão definitivamente pensando mais no bife, não é?
Chegamos ao riacho depois de um tempo. Os idosos estavam apenas sentados na margem, olhando para o rio. Eu estava pensando em acampar ali por perto, mas como deveríamos agir?
— Boa tarde, o tempo está bom hoje, não?
— Oh, você é um comerciante? Tem algum negócio com este velho?
— Desculpe por incomodá-los. Quando estávamos passando pelo rio para pegar um pouco de água, vi suas figuras, então pensei em cumprimentar todos aqui.
— Isso é bastante educado da sua parte. Apenas pense em mim como uma pedra na beira da estrada.
— É isso mesmo, não ligue para a gente e continue o seu caminho. A única coisa que resta para pessoas como nós é admirar este riacho com melancolia e esperar a hora em que os Deuses nos chamarão.
— É preferível ser chamado pelos Deuses aqui do que ver nossos netos sendo vendidos.
— Não somos bem-vindos na aldeia, mesmo se voltarmos.
— Se quiser nos dar comida, eu aceito a qualquer momento, sabia
— Ei, se você comer agora, só irá atrasar o momento da partida.
— É mesmo, não é?
Parecia que eles tinham sido abandonados aqui neste rio. Pelo contrário, devemos valorizar a experiência dos idosos!
— Não faça essa cara, está tudo bem.
— É isso mesmo, para diminuir as bocas que precisam ser alimentadas, saímos da aldeia por conta própria.
— Isso mesmo, se os velhos diminuírem, talvez o número de meninas se vendendo também diminua.
— Hoje em dia, os comerciantes já nem compram mais escravos. Eu ouvi o chefe da aldeia resmungando aborrecido sobre isso.
Como não restava mais ninguém para comprar as filhas deles, decidiram se livrar idosos, é isso?
◇◇◇
Como os idosos pareciam inofensivos, decidi acampar um pouco afastado deles, a favor do vento em relação a onde eles estavam. Normalmente, Pochi e Tama caçam e coletam alimentos, Arisa e Mia juntam lenha, Lulu e Liza cozinham, e Nana as ajuda a cozinhar, mas como os idosos provavelmente morreriam mais rápido se esgotássemos as plantas e animais desta área, decidi mudar a rotina.
— Hoje, não vamos procurar lenha nem caçar. Liza, sinto muito, mas como quero dividir um pouco da nossa comida com os idosos, eu gostaria que você cozinhasse mais hoje. Deixo a escolha menu para você.
— Às suas ordens. Pessoas que ficaram muito tempo sem comida podem acabar colocando para fora qualquer alimento pesado, por isso vou preparar um mingau de cereais.
— Ajuda?
— Hmm, acho que já temos mãos o suficiente. Mas já que estão oferecendo, que tal se eu aproveitar para ensiná-las a cozinhar um pouco, Arisa, Mia-chan.
Lulu aceitou prontamente a oferta de Mia e levou Arisa pela mão até o local onde estavam os utensílios de cozinha. Arisa resistiu dizendo: “Cozinhar é meu ponto fraco~.”, mas hoje Lulu estava determinada e continuou puxando-a.
Pochi e Tama olhavam ao redor inquietas, então eu disse a elas: “Vocês podem ir brincar”, mas de alguma forma, isso se transformou em um treinamento de combate. E mais, era eu contra Pochi e Tama.
Após o sinal, Pochi avançou como uma flecha.
Eu evitei suavemente a estocada da espada de madeira.
Aproveitando a oportunidade, Tama tentou varrer minhas pernas com sua espada de madeira, mas eu evitei pulando.
Contra-ataquei dando um leve chute na espada de Tama que, perdendo sua arma, saltou em minha direção, dando um pequeno rosnado.
Mudei sua trajetória levantando-a pelo estômago com a palma da minha mão e a lancei suavemente para longe.
Enquanto desviava do ataque de Pochi duas vezes, confirmei que Tama havia aterrissado após girar no ar pelo canto da minha visão.
— Não acertar~?”
— O mestre é incrivelmente incrível, nodesu.
O treinamento continuou assim, e quando eu propositalmente me deixei ser pego no final, de alguma forma parecia que estávamos brincando.
— Te peguei, hamumunyanoresu.
Rudy: Pochi o está mordendo.
— Nihehe~ peguei~?
E, como se esperando a oportunidade para me assediar, Arisa apareceu.
— Aqui vou eeeeeeeeeeeeeu~!
Enquanto dizia isso, Arisa saltou na minha direção, mas…
— Arisa~ Vamos brincar~!
— A próxima presa é a Arisa, nano desu!
Pochi e Tama a interceptaram brilhantemente.
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