Death March Web Novel Online 4-Intermissão-1
[Diálogo Entre Um Suserano e Seu Vassalo]
— Como dito
anteriormente,
graças à cooperação
entre os templos e
os feiticeiros da
cidade, o labirinto
não se expandirá
para dentro da
cidade e, contanto
que a magia
cerimonial seja
mantida, a barreira
não se romperá.
Futuramente, podemos
construir diversos
monumentos sagrados
ao longo do distrito
leste para reforçar
reforçá-la, mas para
isso, será preciso
assinar estes
documentos
assegurando os
locais de
construção.
O oficial de
cabelos grisalhos,
isto é o conselheiro
Orstes da cidade de
Seryuu, leu o
relatório enquanto
ajustava seu
monóculo.
— E então? Podemos
esperar obter ganhos
com este
labirinto?
Um homem
inclinou-se para
frente de sal
cadeira enquanto
mantinha um olhar
repleto de
expectativas. Este
não era outro senão
o próprio Conde
Seryuu.
— É possível
comercializá-lo? —
Perguntou o
Conde.
— Pedimos aos três
grandes templos de
Parion, Harleon e
Tenion que
conduzissem um
ritual para obter
uma resposta dos
Deuses e o resultado
foi [Vontade],
[Satisfaça],
[Aprovado]. Bastante
favoráveis, se assim
pudemos dizer.
Rudy: No mundo de
Death March, os
Deuses respondem
apenas com imagens
repletas de
significado, ou
seja, algo parecido
com Kanjis.
Geralmente não
passam de três
palavras de uma vez
só e, nesse caso,
foram consultadas as
Deusas Parion,
Tenion e o Deus
Garleon.
O cônsul deu uma
pequena pausa antes
de prosseguir com um
“porém”.
— Nossos
especialistas
apontaram uma série
de problemas.
— O primeiro,
provavelmente deve
ser o fato de que a
entrada do labirinto
se encontra dentro
da cidade,
correto?
— Exato. A história
já mostrou que
hordas de monstros
fluem para fora dos
labirintos em
intervalos
imprevisíveis de
anos. Portanto, será
necessário
investirmos em
estruturas
defensivas para o
caso de isso
acontecer.
— Mais muralhas ao
redor da barreira,
heim... um custo
bastante alto. No
entanto, a pedreira
já foi concluída há
três anos atrás,
então só iremos
precisar da mão de
obra agora.
— É como o senhor
diz. Felizmente, a
cidade está cheia de
mercadores de
escravos neste
período do ano,
então não será
difícil de se obter
homens e mulheres
para trabalhar.
O Conde se
virou com um olhar
questionador no
rosto ao ouvir as
palavras de seu
conselheiro.
— Será preciso
adquirir mais
escravos para este
empreendimento? Já
não temos
mão-de-obra o
suficiente para
isso?
— A população se
encontra insegura
neste momento.
Precisamos construir
uma muralha
temporária o mais
rápido possível para
acalmar os ânimos.
Depois disso,
promover à soldados
os escravos mais
obedientes e jogar o
restante nas minas e
tudo se
resolverá.
O Conde ponderou
sobre os prós e os
contras deste
investimento antes
de se decidir. De
fato, quando o
labirinto começasse
a fornecer núcleos
mágicos, a economia
do condado iria
rapidamente se
desenvolver.
— Já terminaram de
selar completamente
a entrada do
labirinto?
— Segundo os nossos
especialista, seria
perigoso não deixar
uma brecha.
— E o motivo?
— Levaria todo o
Reino à ruína, eles
disseram.
— Você está se
referindo ao
[Pesadelo de
Ishtan]? Achei que
fosse apenas um
conto literário.
Aquilo realmente
aconteceu?
Duzentos anos
atrás, havia uma
nação chamada
Ishtan. O reino
sofreu danos
significativos
quando uma imensa
horda de monstros
emergiu de seu
labirinto.
Preocupado, o rei
convocou um famoso
feiticeiro para
selar sua entrada e,
com a barreira
pronta, os monstros
desapareceram,
fazendo com que o
rei fosse louvado
por sua sabedoria em
toda a nação.
Entretanto, passados
dez anos, o selo se
rompeu e uma tsunami
de monstros devastou
tudo em um só
dia.
— Mas Ishtan não
ficou a salvo por
dez anos? Então, não
deve haver problema
se o selarmos por
breve momento, não
concorda?
— Sim, não é
possível garantir
com toda certeza,
mas os riscos são
baixos.
— Ótimo. Sele
completamente o
labirinto até que a
nova muralha esteja
completa.
— Farei os
preparativos
imediatamente. Por
hora, assine os
documentos
necessários para que
eu possa tomar
previdências, meu
lorde.
O cônsul apresentou
os documentos que já
havia preparado de
antemão. O conde os
assinou após uma
breve leitura, antes
de retomar a
conversa.
— Há outro problema
com relação ao
labirinto.
— E qual seria?
— O [Mestre do
Labirinto] era o
Demônio Superior que
atacou o castelo
alguns dias
atrás.
O conde fez uma
expressão severa
antes de questionar
o cônsul que ainda
mantinha um rosto
sereno.
— Esta informação é
definitiva?
— Sim, um de nossos
soldados mágicos que
participou da
batalha estava no
local exato. Além
disso, o sacerdote
assistente do templo
de Garleon, Nebinen,
estava presente e
atestou o poder do
demônio.
— Hmm, nós não
sabemos por quais
motivos o demônio
construiu o
labirinto, mas os
deuses nos deram seu
aval positivo atrás
do oráculo. Esta
situação é realmente
estarrecedora.
Desta vez foi o
cônsul que cerrou o
cenho antes de
retomar a
compostura.
— Somos obrigados a
informar ao rei a
respeito do
labirinto. Quem o
senhor gostaria de
apontar como
representante?
— Certo... se não
me engano, um dos
sobreviventes é um
nobre, correto?
— Sim, trata-se do
visconde Belton.
— Ótimo, faça com
que Belton se
encarregue disso
junto de alguns
oficiais.
— Entendido,
enviarei um
mensageiro
imediatamente para
informar o
visconde.
O cônsul convocou
um de seus
subordinados e lhe
passou suas
instruções enquanto
ajustava o monóculo.
O relatório em si
seria transmitido
através de um
espelho mágico à
capital, no entanto
a etiqueta exigia
que um nobre fosse
enviado como
mensageiro para
relatar os ocorridos
diretamente ao
rei.
— Com isso
terminamos todos
assuntos pertinentes
ao labirinto?
Perguntou o conde
enquanto acariciava
sua longa barba que,
em verdade, não
combinava nem um
pouco com sua
figura.
— Ainda tem a
questão do envio de
equipes para estudar
a administração de
labirintos em
Selibira, a cidade
do labirinto.
— Aprendendo com os
mais experientes,
heim? Quantas
pessoas você
acredita que
deveríamos
mandar?
— Quatro grupos
seria razoável. Dois
compostos por
unidades militares,
um grupo mercantil e
o outro formado
cidadãos comuns.
Precisamos que eles
coletem a expertise
na manutenção da
ordem pública,
taxações e
infraestrutura da
guilda de
exploradores. Se
possível também,
contratar um time de
exploradores de alto
nível para
investigar o ranque
do nosso
labirinto.
— Cidadãos comuns?
Qual o sentido em
mandar a plebe?
— Acredito que
posso ter sido
impreciso ao usar o
termo “cidadãos
comuns”. Eu me
referia a “pessoas
com conhecimento de
rua”, se é que fui
suficientemente
claro.
O Conde deu um
sorriso maquiavélico
enquanto
exageradamente
acenava em
concordância com as
colocações do
cônsul.
— Ótimo, excelente!
Dou-lhe total
controle sobre a
seleção do pessoal.
Assim que tiver os
candidatos, avise-me
imediatamente.
— Respeitosamente
aceito vosso
comando.
◇◇◇
— Você conseguiu
alguma informação
sobre a identidade
do herói com a
máscara
prateada?
A população o
chamou de herói, mas
ninguém sabia sua
verdadeira
identidade. Como o
Conde não poderia
fazer vista grossa a
uma existência
equivalente a um
Demônio Superior às
escondidas no
interior da cidade,
ele não apenas
despachou uma
investigação formal,
como ainda colocou
os espiões à serviço
do cônsul para
trabalhar.
— Meus homens
obtiveram sucesso em
afunilar o número de
indivíduos
suspeitos, mas ainda
não foi possível
chegar a uma
evidência
conclusiva.
— Quem e
quantos?
— O primeiro
candidato é o Sir
Kigori da ordem de
cavaleiros. Ele
possui habilidades
mágicas do tipo
[Reforço Físico] e
[Força Hercúlea] e
inclusive na hora do
ataque ele estava de
folga. Embora haja
outras
características que
combinem além de
seus cabelos
dourados, a verdade
é que, caso ele
fosse o herói
mascarado, dado sua
personalidade,
estaria espalhando
esta notícia aos
quatro ventos.
— Agora que
comentou, ele é
aquele homem
narcisista, não é
mesmo?
— O segundo
candidato é o
explorador
Yasaku-shi, um
guerreiro de level
45. Ele não apenas
tem alto nível como
ainda possui
diversos itens
mágicos poderosos,
que poderiam
auxiliá-lo em
suportar o ataque de
um Demônio Superior.
Este homem também é
experiente em lutar
contra monstros e
demônios, no entanto
seus cabelos são
negros.
— O que um homem
como este estaria
fazendo aqui, neste
fim de mundo?
— Sua excelência,
por favor
abstenha-se de usar
comentários
depreciativos sobre
vosso próprio
território.
O Conde deu uma
gargalhada ao mesmo
tempo em que
agradeceu pela
lealdade de seu
vassalo.
— A discussão
diferiu levemente do
tópico principal. O
terceiro candidato é
o companheiro de
Yasaku-shi, um
espadachim mágico
chamado Tan-shi. Seu
level é maior que 42
e ele provavelmente
é tão experiente com
demônios quanto
Yasaku-shi. Ele tem
cabelos loiros, mas
dificilmente poderia
combater um Demônio
Superior de frente,
considerando que ele
é capaz de apenas
usar reforço
mágico.
— É verdade, embora
isso não signifique
que o inimigo seja
invulnerável a
magias.
— Além do mais,
exploradores
costumam lutar em
equipe.
Após ficar
perdido em
pensamentos por um
momento...
— Entendo.
Realmente, não há
qualquer evidência
substancial para
apontar qualquer um
deles como o da
máscara
prateada.
— Exato.
— Mais ninguém?
— Bem, não é como
se não tivesse, mas,
tirando os últimos
três, não foi
possível aferir suas
capacidades...
— Nada impede que
estes candidatos
estejam escondendo
sua real força,
impede?
O Conde perdeu
fazendo um sorriso
malicioso.
— Há quatro pessoas
que foram omitidas
entre os possíveis
candidatos. O
primeiro é o filho
bastardo de vosso
predecessor,
Ratts-dono. Ele
esteve presente em
ambas às comoções e,
tanto em cor dos
cabelos quanto em
altura, corresponde
ao que procuramos.
Ele inclusive vem
escondendo sua
identidade e força,
mas, dito isso, sua
personalidade é do
tipo que
permaneceria apenas
como um espectador
até o fim.
— Você está certo,
meu cunhado é apenas
esse tipo de
cara.
Rudy: Ou seja, o
Conde Seryuu se
casou com a filha do
Conde anterior e
herdo o título do
pai dela já que
tanto a filha como o
filho bastardo não o
poderiam segundo a
lei de Shiga.
— O segundo é um
alquimista chamado
Akabana-dono. Ele
possui o mesmo robe
usado pelo herói
mascarado e
inclusive a mesma
máscara prateada.
Ele esteve presente
na comoção e mostrou
seu rosto na tenda
de primeiros
socorros.
— Hou? Muito
suspeito.
Mas o Cônsul apenas
balançou a cabeça
negativamente para o
comentário do
Conde.
— Infelizmente,
esta máscara
prateada não é algo
incomum de se vê. Em
virtude do festival
da colheita, há mais
de dez lojas na
cidade vendendo este
item.
— Fumu, então quais
as capacidades de
luta deste
homem?
— Nenhuma. A figura
dele é muito magra e
com uma tonalidade
de pele extremamente
pálida, incapaz de
esboçar poder em
qualquer tamanho.
Inclusive, um
conhecido meu já
atestou sua falta de
força.
— Será que ele não
tenha ingerido
alguma poção para
ganhar
super-força?
— Eu já investiguei
esta possibilidade.
Um dos anciões
declarou que existem
medicamentos que
poderiam emular tal
efeito, mas os danos
colaterais seriam
tão grandes que,
mesmo se uma pessoa
saudável os
ingerisse, não seria
muito diferente de
cometer
suicídio.
— É assim,
então?
Mesmo que seja
possível, não
haveria qualquer
significado em lutar
se o seu corpo fosse
perecer após a
vitória. O conde
então voltou sua
atenção para o
próximo
candidato.
— O terceiro é um
homem chamado Uusu
filiado a uma guilda
criminal chamada
Rato Marrom.
— Isso é exatamente
o oposto da ideia de
um herói.
— Este homem
possui
características
físicas similares
e fora
confirmado sua
presença durante
ambos eventos. Ou
melhor, a pessoa a
portar o braço
demoníaco durante a
rebelião não foi
ninguém menos do que
ele.
— Hou? Vai me dizer
que ele cortou o
braço do inimigo,
mas acabou sendo
possuído por
ele?
— A possibilidade
existe.
O Cônsul pegou um
fino documento de
cima de uma pilha de
outros que possuía e
deu-lhe ao
Conde.
— Esta hipótese foi
enviada por um dos
anciões. “Não seria
o demônio que atacou
o castelo um
diferente do que
possuiu o homem
chamado Uusu?”,
disse ele.
— Para dois
Demônios Superiores
surgirem
simultaneamente, é
ao menos
possível?
— Não há como se
negar a
possibilidade que
ambos os demônios
tivessem planos de
construir um
labirinto, segundo
ele.
— Então, está me
dizendo que os dois
demônios lutaram
entre si em uma
disputa por este
território?
— É o que a
hipótese sugere.
— Qual o grau de
confiabilidade do
que aquele bode
velho do relâmpago
disse?
O Conde colocou uma
das mãos no queixo
enquanto refletia.
Se por acaso a
informação tivesse
vindo de uma fonte
diferente, ele
apenas riria de
tamanho absurdo,
porém o ancião de
quem o Cônsul se
referia... Apesar de
tê-lo chamado de
bode velho do
relâmpago,
tratava-se do mais
experiente usuário
de magia em seu
território e
provavelmente um dos
cinco mais fortes em
todo o reino. Mesmo
que a hipótese
parecesse um
completo absurdo,
ele não poderia
simplesmente
descarta-la.
— No momento, não
posso assegurar
devido a falta de
evidências, mas se
assumirmos como
verdade, então
muitas coisas
passariam a fazer
sentido.
— Como a incrível
durabilidade
dele?
— Exato. Enquanto
lutava corporalmente
contra o demônio,
mais de 30 canhões
mágicos o atingiram,
mas mesmo assim sua
figura saiu
incólume. Este feito
é inegavelmente
sobre-humano.
Naturalmente, havia
itens mágicos que
possibilitariam este
feito, porém tanto o
Conde quanto o
Cônsul não estavam
cientes disso. De
qualquer modo,
nenhum dos três
candidatos em
potencial eram
capazes de repetir o
feito, portanto não
fazia sentindo
continuar
suspeitando
deles.
— O que significa
que se assumirmos
que se tratava de
outro demônio, então
caso resolvido,
hein...
— De acordo com o
relatório do capitão
da guarda que estava
no comando “O herói
sem dúvidas era
forte, mas seus
movimentos eram
completamente
amadores”.
— Um demônio
superior sem
experiência de
batalha...
— Ou talvez não
estivesse abotoado a
lutar usando um
corpo possuído muito
diferente do seu
próprio...
Se fosse realmente
o caso de os
demônios estarem a
espreita no meio da
população, esse
perigo era algo que
não poderia ser
ignorado. Depois de
considerar as
possibilidades, o
Conde traduziu suas
preocupações em
ações concretas.
— Capture todos os
membros da Guilda
Rato Marrom e
investiguem
minuciosamente sobre
este homem chamado
Uusu.
— Ao seu
comando.
◇◇◇
— Ah, sim. Quase ia
me esquecendo do
último
candidato.
Dizendo isso, o
Cônsul tirou um
relatório de dentro
da pilha de
documentos que
estava
carregando.
— Este homem
chamado Satou que se
autoproclama um
comerciante.
— Autoproclama?
— Sim, apesar de se
apresentar como tal,
nenhum comerciante
da guilda o conhece
e o mesmo não
realizou qualquer
atividade mercantil
durante sua estadia
em Seryuu.
Tendo despertado o
interesse na
situação, o Conde
pediu para que
continuasse.
— Você suspeita que
ele seja um espião
vindo de fora do
reino?
— Não, sua
performance foi
muito pobre para ser
colocada sob
qualquer suspeita.
Desde que chegou na
cidade, ele apenas
fez turismo e tentou
seduzir uma garota.
Nada mais do que
trivialidades em
busca de
autossatisfação.
— Turismo? Em nossa
cidade...? Um lugar
com tão poucas
atrações?
— Sim. Admito que
seria uma boa
desculpa para
conferir as
instalações e
estradas da cidade,
poderio bélico e
outros dados
valiosos, mas... é
uma desculpa tão
óbvia que beira o
ridículo.
— Ainda mais em uma
cidade sem qualquer
histórico de
visitação ou
atrações deste tipo.
O Cônsul limpou a
garganta antes de
dar
continuidade.
— A situação dele é
a mesma dos outros
três. Ele esteve
presente em ambos os
acontecimentos,
retornando do
labirinto por conta
própria.
— Um autoproclamado
comerciante com
experiência como
explorador, hã?
O Conde deu um
pequeno sorriso.
— Bem, de acordo
com o Visconde
Belton “Ele
demonstrou
proficiência em
comandar seus
escravos
semi-humanos, mas
seu desempenho
pessoal individual
foi completamente
medíocre. Ele não
teve a coragem de
sequer empunhar uma
espada e ainda agiu
covardemente,
atirando pedras as
escondidas enquanto
seus escravos
distraíam os
inimigos”, foi o que
ele disse.
— Este comerciante
é um conhecido de
Belton?
— Mais do que
simplesmente
conhecido, foi
graças a ele que o
Visconde e sua filha
retornaram com
vida.
— Hou? Deveríamos
recomendar uma
medalha a ele,
então?
— Hmm, penso que
seja desnecessário.
O Visconde já tratou
de lhe dar uma
recompensa
apropriada...
O Conde assentiu
com a cabeça em
satisfação antes de
dar
prosseguimento.
— Apesar de lhe
faltar poderio de
combate próprio,
conseguir escapar do
labirinto com vida é
um grande feito.
Podemos considerar
então que ele possui
alguma
experiência.
— De acordo com a
leitura da Pedra
Yamato, ele e seus
escravos estão no
level 13, o mesmo
que a média de um
cavaleiro.
A expressão do
Cônsul permaneceu
serena durante o
relatório, não
demonstrando se ele
possuía ou não
qualquer
discriminação com
semi-humanos.
— Os escravos
também? Não apenas
um, mas todos com o
mesmo nível de um
cavaleiro?
— Corretamente,
todos os três.
— Esse é um
potencial de guerra
considerável.
— Desde que
escravos
semi-humanos não são
permitidos a andar
armados no interior
da cidade, não houve
qualquer distúrbio
na ordem pública,
mas considerando
bem, é um poderia e
tanto para um
autoproclamado
comerciante.
O Cônsul decidiu
aguardar enquanto
seu mestre
contemplava sobre o
assunto.
— O filho de um
nobre, ou de algum
comerciante bem
sucedido... Não,
alguém deste calibre
não usaria
semi-humanos para
guardar seu filho.
Talvez o
sobrevivente de uma
dinastia em
ruínas...
— Acredito que seja
muito precipitado
assumir qualquer
conclusão no
momento.
— Está certo. É
divertido especular
as possibilidades,
mas agora não é o
momento.
— Exatamente.
— Faça um decreto
buscando voluntários
para um time de
inspeção até a
cidade do
labirinto.
— O senhor está
sério quanto a
isso?
— Faça uma lista de
candidatos.
— Ao seu
comando.
◇◇◇
— Ainda assim, no
dia em que chegou em
Seryuu foi envolvido
no ataque de um
demônio e, no dia
seguinte, presenciou
uma rebelião e
terminou preso em um
labirinto. O carma
deste rapaz não é
nada bom.
— Se ele estiver
envolvido de alguma
forma com esses
acontecimentos,
deveríamos
expulsá-lo
imediatamente do
território,
ou...
— Meu lorde, de
acordo com Nebinen
advogou o rapaz
impediu a rebelião e
desmascarou o
demônio por trás
disso.
O Conde levantou
uma sobressela
quando ouviu a
resposta do
Cônsul.
— O rapaz é
bastante hábil,
então. Isso é, se o
que Nebinen diz for
verdade...
— Temos o
testemunho de um
Soldado Mágico que
estava no local
atestando o mesmo
ocorrido.
— Um jovem cercado
de mistérios... uma
pena que eu não
tenha tempo
disponível no
momento para me
encontrar com
ele.
— Exatamente, meu
lorde. O senhor
precisa reorganizar
o exército
territorial,
reconstruir as
partes que foram
destruídas da
cidade, isolar o
labirinto e tratar
de muitos outros
assuntos que
continuam
empilhando.
O Conde mordeu os
lábios e fez uma
expressão de dor
enquanto ouvia cada
pendência que ainda
tinha.
— Sobre a medalha
de mais cedo...
— O senhor
realmente pretende
dar a ele?
— Não, suspenda
isso. Ao invés...
farei dele um
cavaleiro.
— O senhor diz...
um título de
nobreza!
O Cônsul ficou
visivelmente abalado
quando ouviu a
proposta do
Conde.
— Qual o problema?
Podemos apontar dez
pessoas para títulos
honorários todos os
anos. Não preciso
lhe dar qualquer
território ou fundos
nobiliárquicos
mesmo. No máximo lhe
garantiremos alguns
privilégios e
isenção de
impostos.
— Para dar a alguém
de origem e linhagem
desconhecidas um
título... Meu lorde,
seus fiéis vassalos
que vêm servindo a
casa Seryuu ao longo
de gerações e
gerações não ficarão
nem um pouco
contentes com
isso.
O Conde já esperava
por essa resposta e
por isso já adiantou
as suas desculpas
para tomar esta
decisão.
— Ele salvou a vida
de Belton, parou uma
rebelião e
desmascarou a um
demônio. Você não
concorda que cada um
destes feitos seja
meritoso?
— Não tenho
quaisquer objeções
quanto aos méritos
dele, mas...
— Não compare um
cavaleiro honorário
com viscondes ou
barões. É de um
título falso que
estou falando. Não
seja ridículo.
O Cônsul percebeu
então que o Conde só
estava o
provocando.
— Meu lorde, não me
faça esse tipo de
brincadeira. O
momento agora é de
se concentrar no
crescimento do
condado.
— Perdoe-me. Eu só
estava curioso de
como seria sua
reação.
Depois de ouvir um
longo sermão, o
Conde se desculpou
novamente.
Depois que a brincadeira morreu, os dois voltaram a se concentrar nos assuntos ainda pendentes. Seria uma longa noite ainda para o Suserano e seu Vassalo.
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