Capítulo 3 – O Badalar da Meia-Noite
Parte 1
— Tudo bem.
— Preciso levar algo? Não basta apenas o meu celular?
— Por quê?
— Tudo bem, vamos depois que comermos.
— Pode ser. Mas por que uma pazinha?
— Isso só me deixa ainda mais curioso.
— Hã? — Olhei para o relógio e vi que o ponteiro passara da meia-noite. — Obrigado.
Foi a primeira vez que fiquei conversando com alguém durante a chegada do meu aniversário. Quando a data mudava, eu já estava deitado e sonhando em meu quarto.
Senti um calor no peito.
E, assim, fiz dezessete anos.
*
Eu estava na frente da Estação C no dia seguinte. O celular vibrou na minha mão. Eu disse “Alô” no microfone do fone de ouvido.
Meu coração acelerou quando ouvi a voz pelos fones. Eu já estava acostumado com ela, mas escutá-la diretamente em meu ouvido fazia parecer que estávamos juntos.
— Ei… — Me acalmei para que isso não ficasse à mostra em minha voz e dei um simples cumprimento.
Andamos pela cidade. Fomos até uma livraria primeiro, escolhemos um local famoso, no último andar de uma loja de departamentos.
— Eina, você lê contos de fadas, né?
— Me recomenda alguma?
— Pode ser que já tenha lido quando era menor. Bem, já que estou aqui, vou comprá-lo.
— Talvez “A Porta Para O Verão”? — sugeri.
— É famoso, eles devem ter.
Eu me perguntava por que ela não ia comprar.
— Ah, tudo bem, né?
Todos tinham seus próprios problemas, por isso não insisti no assunto.
Continuamos e fomos até uma loja para ver umas roupas.
Proca era uma butique de moda que estava se espalhando pelo país. Porém…
— Hein, Proca?
Inclinei a cabeça para o lado, perguntando se havia uma Proca por aqui e, então, lembrei que havia uma na época dela, mas não na minha.
— Ahh, é meio complicado dizer isso, mas não há Proca aqui.
— Aham.
— Sinto muito.
Não pude deixar de sentir pena pelas suas esperanças esmagadas.
— Uma pena mesmo… Por enquanto, vamos tomar um chá.
Fiquei um pouco desconfortável por a cafeteria também ter fechado.
Fomos até uma rede de cafeterias adequada. Era o mesmo lugar, mas o nome era diferente. Comprei um café para levar e me sentei em um banco em uma praça ali perto.
— Muitas coisas mudaram em cinco anos, né?
— Ainda tem coisas que não mudaram.
< Tipo o quê?>
— Hmm, o nome da Estação C?
— Faz sentido.
Ela tinha razão.
— Nunca pensei sobre isso.
— Talvez os sentimentos do príncipe mantiveram a magia? — Esse foi o meu primeiro e mais simples pensamento. — Pelo ponto de vista do príncipe, Cinderela desaparecendo repentinamente teria sido uma tragédia, não acha? A pessoa que imaginou como sendo a única para ele acabou desaparecendo, por isso sua vontade de encontrá-la novamente pode ter alcançado o sapatinho de cristal, não?
Entretanto, quando terminei, comecei a pensar que isso poderia ter sido mesmo o caso. Quero dizer, se eu fosse o príncipe… Eina teria sido a minha Cinderela.
Tenho certeza que é doloroso. Se eu não conseguisse mais mandar mensagens e conversar com ela, não sei se conseguiria me recuperar.
— Decepcionada?
Andamos um pouco pela cidade. Caminhar por aí e conversar com Eina era divertido, mas eu acabei pensando sobre como seria se realmente nos encontrássemos…
Nos encontraríamos na frente da estação, eu diria “Ei”, e ela responderia com um “Olá”. Então conversaríamos, caminharíamos pela cidade por um tempo e iríamos até uma cafeteria. Eina gostava de coisas doces, então pode ser que pedisse um parfait ou algo do tipo. Seria legal irmos para o karaokê depois disso. Que tipo de músicas ela cantaria?
Quero ir até as livrarias e conversar sobre os livros populares com ela. Não pelo telefone, mas com a garota em minha frente. No entanto, tudo isso estava longe de nós.
Voltei a mim com a voz de Eina. Fomos para um local alto e estávamos observando a vista.
— Ah, me desculpe, só estava pensando.
— Presente?
— Sim… Ei, como?
Segui as instruções dela e usei a pazinha para cavar.
A pazinha atingiu algo, emitindo um baque.
Retirei a terra e encontrei algo que parecia uma lata de doce. Peguei-a e abri-a, então vi um pingente para celular com um bonequinho de pelúcia na ponta.
O boneco de pelúcia era o demônio que eu encenei.
— Você mesma quem fez?
Ela falou como se estivesse abaixando a cabeça. Parecia um pouco torto e a costura era áspera. Mas eu podia ver que foi um presente dado com carinho.
— Nah, fiquei muito feliz mesmo. Obrigado, vou cuidar bem dele.
Havia cinco anos entre nós. Mas, mesmo assim, vivíamos no mesmo planeta.
Parte 2
— Shuu-kun, esse pingente é fofo.
Passou quase uma semana, era sexta-feira agora. Eu estava sentado na sala do clube, esperando por novos candidatos, os quais nunca chegariam, enquanto lia preguiçosamente. Ruka-senpai estava na minha frente, estudando.
Estávamos ali já fazia uma hora. De repente, ela viu meu celular em cima da mesa e comentou.
— Foi um presente de Eina.
— Aquela escritora, você quer dizer?
Assenti.
— Você a encontra com frequência?
Ela largou o lápis e inclinou-se para frente, completamente no modo fofoca. Larguei meu livro e olhei para ela.
— Na verdade, nunca nos encontramos.
— Hã? Como a conhece então? Rede social?
— Sim, tipo isso — admiti.
— Minha nossa, esses jovenzinhos de hoje são incríveis, essa senhorinha aqui está muito surpresa.
— “Senhorinha”? Você é só um ano mais velha do que eu!
— Ahaha. Bem, deixando as brincadeiras de lado… Nunca pensou em encontrá-la? Vocês parecem se dar muito bem, não seria mais divertido conversarem pessoalmente?
— Não… podemos. Há motivos para isso.
— Então você tem vontade de encontrá-la.
— Hein? — Ela me pegou de guarda baixa, como sabia?
— Se não quisesse, não diria “Não podemos”, né? — Ela sorriu gentilmente.
— Sim… Se as circunstâncias não fossem um problema, eu gostaria.
Na verdade, nós tentamos, mas não conseguimos.
Ela inclinou a cabeça, considerando, fazendo barulhos como se estivesse pensando, então, perguntou repentinamente:
— Shuu-kun, você gosta dela, não gosta?
Ela falou casualmente, como se fosse apenas uma continuação da conversa. Mas, no momento em que ouvi suas palavras, meu coração congelou.
“Eu gosto… da Eina…?”
No instante em que coloquei isso em palavras, estava consciente de tudo sobre ela, e minha mente ficou em branco. Não consegui dizer nenhuma palavra. Ruka-senpai olhava para mim com diversão, então, suspirou levemente.
— Entendo. Perdi para alguém que você nem viu ainda.
— Perdeu? — Consegui me recompor. Mas não conseguia acompanhar a conversa.
— Não se preocupe com isso, estava só falando comigo mesma. Ei, se gosta dela, precisa encontrá-la e dizer como se sente. Tenho certeza que vai se arrepender se não o fizer.
— Há muitas razões para isso não ser possível.
— Mas você gosta dela, né?
— Sim… — admiti.
Pensei que seria legal tê-la ao meu lado quando estava me preparando para o festival cultural. Quando estávamos conversando no meu aniversário, eu realmente a queria ao meu lado, quando recebi o presente, desejava que ela tivesse me dado pessoalmente. Tenho certeza de que pensava assim porque gostava dela.
— Você quer saber quem é ela, certo?
— Quero… — admiti novamente, depois de uma longa pausa dessa vez.
— Tudo bem, então sua maravilhosa veterana aqui vai ajudá-lo. Mas, diga, por que não pode encontrá-la?
— Promete que não vai rir? Estou prestes a dizer algo que parece inacreditável. — Eu já tinha desistido, eu lhe contaria tudo. Pode ser que eu tenha perdido o juízo, mas impulsos são uma parte importante da vida. — Eina não vive no presente, ela é de cinco anos atrás. Não sei como, mas meu celular está conectado àquela época e consigo conversar com ela.
Sua expressão foi incrível depois de ouvir o que eu disse, sua boca estava levemente aberta e parecia que sua mente tinha desligado.
— Desculpe, pode repetir?
— Vou dizer quantas vezes forem necessárias. Eina vive no passado. Eu vivo no presente, por isso não conseguimos nos encontrar.
— Só para confirmar, não está me dando apenas uma desculpa, né?
— Viu, você não acredita em mim.
— Ei, não pira. Quem acreditaria nisso logo de cara? Ah! Não é como se eu não acreditasse em você, só me deixe pensar — disse ela enquanto cruzava os braços. — Bem, acho que faz sentido. Você está escondendo a verdade sobre Eina porque não acha que alguém vá acreditar em nada do que diz?
— Isso mesmo.
— Entendi. Acredito em você. Você não é alguém que inventaria mentiras estranhas, de qualquer forma — disse e sorriu para mim. Parecia que um peso foi tirado das minhas costas. — Então, por que não pode encontrá-la nesse ano? Embora isso signifique que a fará esperar por cinco anos.
— É porque Eina não quer que eu a encontre cinco anos depois, não quer saber sobre o seu futuro.
— Hmmm, eu ficaria interessada em saber o que aconteceu comigo no futuro.
— Eina é pessimista, por isso acha que seu futuro pode ser ruim e tem medo de saber sobre ele. Acha que eu não esconderia caso algo terrível tivesse lhe acontecido, então pediu para que não nos encontrássemos.
— Entendo — assentiu ela.
— E, por isso, respeito sua decisão, mas…
— Mas você quer encontrá-la, certo?
— Sim.
— Então o nosso objetivo é descobrir quem é Eina sem que ela saiba e ir encontrá-la — porém, ela fez uma cara triste —, mas como faremos isso?
— Também não sei.
— Precisamos de alguma ajuda.
Conheço apenas uma pessoa que sabe dessas coisas. O craque do Clube de Jornalismo, Sakai. Ele era habilidoso em reunir informações, então pode ser capaz de encontrá-la.
Parte 3
— Encontrar alguém? Deixe comigo. — Sakai assentiu uma vez que entramos na sala de seu clube e explicamos a situação. — Porém, tenho uma condição, eu gostaria de uma entrevista escrita com Eina-chan.
— Hm, não posso dizer sim sem a permissão dela.
— É impossível, né? Estamos a procurando sem que ela saiba, afinal. — Ruka-senpai me apoiou.
Sakai parou para pensar um pouco, continuando logo depois:
— Então prometa que vai persuadi-la. Obviamente, não quero que a pressione, não precisa me dar uma foto, apenas a entrevista já está de bom tamanho. Ela ficou bem famosa, o trabalho de estreia dela gerou conversas por toda a escola, e sua peça no festival cultural foi um sucesso! Se conseguirmos uma entrevista exclusiva, ganharemos reconhecimento mundial!
Sakai estava praticamente espumando pela boca, enquanto isso, eu me sentia perdido. A entrevista dependeria apenas de Eina, então…
— Shuu-kun, você pode dizer que sim por agora. — Ruka-senpai mostrou-me um sorriso tenso. — Deixe para se preocupar com isso depois.
— Tudo bem, tentarei persuadi-la.
— Eba, então vamos aproveitar a oportunidade e começar. — Sakai colocou um tablet na mesa. — “Eina” é seu nome na internet, isso?
— Provavelmente.
— Então vamos dar uma olhada em locais como o Twitter.
Fiquei surpreso comigo mesmo por não ter pensado nisso. Queria tanto encontrá-la, mas não fui capaz de pensar em soluções sozinho.
Sakai digitou “Eina” no campo de pesquisa e cerca de dez contas apareceram na tela.
— Huh, tem bastante — murmurou Ruka-senpai, admirada.
— Quase metade são estrangeiros, então deve ser uma dessas duas. — Enquanto falava, Sakai abriu o perfil das duas usuárias. — E aí? Algo familiar? Ou talvez algo que combine com o que ela disse?
— Ah! — Apontei para uma. — Deve ser essa. Ela escreveu sobre isso semana passada.
Eina @eina002
Vou sair com S-san amanhã.
Eina @eina002
Já tenho o presente dele pronto.
Eina @eina002
Estoutãonervosa!
— Você seria o S-san?
— Talvez…
Desci mais a conversa.
Eina @eina002
Não consigo… escrever o roteiro… É O FIM.
Eina @eina002
S-san me elogiou pelo roteiro! Estou tão feliz!
Eina @eina002
Vi a peça! S-san estava incrível!
— Eina-chan é muito doce.
— Estou com um pouco de inveja.
Sakai e Ruka-senpai disseram respectivamente, e eu sabia que meu rosto ficara vermelho.
— Voltando ao assunto, provavelmente essa seja sua conta. O que faremos agora? — Fingi estar calmo e perguntei.
— Vamos analisar seus tweets e procurar por informações pessoais. — Sakai passou o dedo na tela, passando-o pela linha do tempo dela. — Oh, ela usa um blog comum também, vamos dar uma olhada.
Ele abriu a página em uma janela separada e várias entradas, mais detalhadas do que os tweets, apareceram na tela.
— Alegre-se, Yagi. Eina-chan é terrivelmente noob na internet.
— Por que eu ficaria alegre com isso? — Senti um desconforto.
— Vai ser mais fácil encontrá-la. Por exemplo, veja essa foto… — Ele abriu a imagem de uma cerejeira, era uma foto bonita, ela estava completamente cheia de flores cor-de-rosa. — Ela ainda tem a informação de local. E o título é “Uma provinha daqui perto”. Agora sabemos que ela mora perto de uma cerejeira. O endereço é… — Ele buscou a localização em um mapa. Ficava a uma estação de distância da Estação C e parecia ser bem rural.
— Então é assim que um stalker encontra alguém… — Ruka-senpai se afastou dele.
— Ei, Ruka-senpai! Eu não faço isso! Não é, Yagi?
— Sinto muito, acho que isso é a cara de um stalker.
— Que maldade! Vocês são iguais então!
— Shuu-kun é diferente! Eles se amam!
— Kuh… qual é a dessa discriminação?! — Sakai cerrou os dentes. — Isso não irá me parar… Faço qualquer coisa pela entrevista com Eina-chan…!
Ele estava realmente se esforçando, por isso decidi dar o meu melhor para que ela desse uma entrevista.
— Tem bastante fotos, vamos dar uma olhada em seus tweets… oh, dia de esportes na escola fundamental? Só há uma escola com dia de esportes, então… oh! Ela postou a foto de uma janela!! — Sakai nos deixou de lado por um momento, mergulhando na internet, então…
— Provavelmente é aqui onde ela mora. — Ele apontou para uma casa na vista da rua. Levaria cerca de meia hora para chegar lá, talvez pudéssemos ir lá para dar uma olhada. — Parece ser a casa da família Yokota. Cinco anos atrás, eles tinham alguém que estava no ensino médio e outro no fundamental. Não sei agora, entretanto. Eina-chan não tem nenhum outro post desde outubro, há cinco anos, então não consigo pesquisar mais. Pode ser que ela tenha achado outra coisa para fazer depois disso.
— Essa… é a casa dela… — Eu tremia enquanto olhava para a foto. — Obrigado, sério mesmo. Não imaginava que você a encontraria tão rápido.
— Serei um jornalista, então isso é moleza. — Proclamou Sakai com orgulho.
— Tenha cuidado para não ser morto ao meter muito o nariz em alguma corrupção política…
— Eu ficaria feliz em estar envolvido com algo tão grande!
Ruka-senpai parecia estar preocupada de verdade, mas Sakai ignorou triunfantemente suas preocupações.
— E agora, o que faremos? — perguntei.
— Vamos dar uma olhada. Não fizemos nada para nos sentirmos culpados — declarou Sakai com confiança.
“Não, nós fizemos”, preocupado, pensei.
Parte 4
Era o dia seguinte, um sábado, e Ruka-senpai, Sakai e eu estávamos indo até a residência dos Yokota.
Comprei alguns doces em frente à Estação C.
— Por que comprou isso, afinal? — perguntou Sakai.
— Eina gosta de coisas doces, como alguns dorayaki — respondi.
— Você gosta mesmo dela — disse Ruka-senpai, e minhas bochechas ficaram vermelhas.
Descemos do trem na estação seguinte e caminhamos por cinco minutos pelos subúrbios silenciosos até chegarmos à casa dos Yokota.
Fiquei diante do interfone e respirei fundo.
Ruka-senpai e Sakai deram um passo para trás e esperaram por mim, não me apressando para apertar o botão.
Lentamente, estiquei o dedo até o botão.
Me pergunto como ela é.
Qual o formato das sobrancelhas dela?
Qual a cor de seus olhos?
Será que é pálida ou bronzeada?
Baixinha ou alta?
Qual o comprimento do cabelo dela?
Que cor tem?
Ela sempre estava sorrindo, como seria esse sorriso?
Apertei o botão.
Um toque agradável soou.
A voz de uma mulher adulta respondeu.
— Eina-san está em casa?
A mulher parecia confusa.
Fazia sentido perguntar pelo apelido? Ela pode não ter contado à família que nome usava.
Ou era o lugar errado?
Talvez já tivesse se mudado, já que cinco anos se passaram.
— Sim! Escreveu!
Me inclinei para frente. No entanto, a mulher ficou em silêncio por um tempo.
— Não? Ela se mudou?
O autofalante fez um zunido enquanto desligava e, depois de um tempo, uma mulher apareceu. Tinha uns vinte anos. Seu olhar era afiado, parecia ser uma mulher fria.
Curvou-se ligeiramente.
— Sou a prima de Eina. Prazer em conhecê-los.
— Prazer em conhecê-la também.
Cumprimentei-a, me perguntando se essa era a prima que brigava com Eina.
— Por favor, vamos conversar lá dentro.
Ela nos convidou para entrar, e nós três entramos na casa. Nos mostrou a sala de estar e nos sentamos no sofá.
— Indo direto ao ponto, Eina morreu.
O que ela acabou…?
Tentei perguntar, mas tudo o que consegui foi emitir um som abafado de dúvida.
O choque trancou minha garganta, me deixando incapaz de falar.
— Eina subiu em um morro atrás de nossa casa durante uma tempestade há cinco anos e não voltou mais. Ainda está desaparecida. Mas provavelmente não existem mais esperanças depois de todo esse tempo, até mesmo já desistimos — disse sua prima, com uma expressão séria.
Eu estava simplesmente espantado, encarando o rosto dela.
— Agora que penso sobre isso, acho que fiz algo que não devia. Sempre a tratando mal… Mas ela estava sempre trancada em seu quarto e usando as coisas dos outros. E tinha as discussões entre o papai e a mamãe, e a preocupação…
Ela começou a chorar enquanto falava.
Ruka-senpai lhe disse algo, e Sakai também deu algum tipo de resposta.
Confuso, eu observava tudo isso. A voz deles parecia estar distante.
Uma única frase repetia-se sem parar em minha cabeça.
Eina morreu.
Morreu…
Morreu!
Lembrei-me das palavras dela.
— Não pode ser verdade… — Consegui fazer isso sair da minha boca. — Não pode ser verdade…!!
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