Capítulo 57


O quarto de Iris que ficava no dormitório feminino, era de tamanho pequeno, então foi decidido que o “não-cachorro” ficaria no meu quarto por hoje.
Goro Alfredo ficará no MEU QUARTOEle é enorme, fedorento e o desgraçado ainda tomou a minha cama. Eu odeio esse cachorro!
— Bark, bark.
Parecia que ele me odiava também. Tentei mantê-lo no jardim, mas ele me ignorou e foi direto para a minha cama. Agora terei que dormir no chão duro por causa desse cachorro. Eu deveria ter comido ele.
Amanhã construirei uma casinha, então vamos nos concentrar na coleira dele por enquanto e como já disse, vai ter o formato de uma batata. Antes de fundir o ferro seria necessário preparar alguns moldes. Este era um trabalho que já havia sido gravado em meu corpo.
Mas uma batata, heih ...? Preciso fazer isso direito, então acho que vou pegar um livro de imagens na biblioteca. 
Eu me pergunto, quando foi a última vez que fiz algo assim? Acho que foi quando preparei o equipamento médico do Rail. Como isso era apenas um acessório, não seria muito difícil, mas acertar os detalhes era o problema.

Demorei três horas para fazer isso, um acessório de batata. Por alguma estranha razão, por que será que esse acessório parecia tão legal? Tentei dar a ele uma aparência estúpida, mas agora sentia que deixaria qualquer cachorro com um certo ar de dignidade. Bem, parecerá mais estúpido do que um escudo e tinha certeza de que o Goro ficará com cara de idiota com isso.
Chegou a hora de fazer a coleira e, embora não fosse acostumado a forjar algo assim, acreditei que conseguiria fazer um bom trabalho. A coleira combinada com o acessório de batata fez com que Goro, que eu odiava muito, ficasse bacana. — Tal desperdício!
— Isso é diferente do que imaginei…
Esse cachorro era apenas um vira-latas antes, mas agora, ele por algum motivo se tornou muito elegante. Eu não queria isso, era para ele parecer apenas estúpido, não estupidamente legal. Toda vez que Goro se movia, a batata refletia a luz no meu rosto como se estivesse zombando de mim.

Por que isso é tão legal? Eu realmente não queria isso. Ele é tão legal!

Olhei para o relógio e já era meia-noite. — Eu deveria fazer isso? Vamos fazer isso! — Joguei fora toda a vergonha e orgulho, Decidindo assim fazer outro acessório de batata.
Dessa vez, tirei um ferro fino e o derreti com cuidado. Essa foi a segunda rodada, então os novos moldes foram feitos mais precisos do que antes. Demorei duas horas para completar o acessório de batata brilhante.

Eu posso vender isso! É muito legal!
Enquanto pensava onde colocá-lo, fui tomado pela sonolência e desmaiei em um sono profundo. Na manhã seguinte, fui acordado pelo Goro que estava pisando em mim.
Este cão... ele realmente não sabe quem é dono dessa casa, não é!?
Peguei o café da manhã no refeitório e comi no meu quarto junto ao Goro. Ele nem prestou atenção na sua comida até eu a colocar corretamente em um prato e serví-la para ele, só então, ele começou a comer. Esse cachorro, eu me pergunto se ele foi abandonado por um aristocrata. Eu sei que era algo que eu inventei, mas quando pensava assim, sentia pena dele.
— Bark!
Ao que tudo indicava, não havia sido o suficiente. Tinha conseguido me comunicar com ele com mais frequência, não concorda, Goro? Era problemático ir até o refeitório outra vez, então dividi o pão que eu estava comendo e dei para ele, mas o Goro apenas fez uma expressão de como se estivesse enojado. Embora eu tenha dividido o pão, ele não o queria...

— Não seja egoísta, dividi isso com você, embora eu mesmo ainda não esteja satisfeito.
Ele pareceu entender e começou a comer o pão. — O que é isso, inesperadamente obediente?
Lamentável! Lamentável! — Foi um momento de fraqueza, mas depois relaxei, lembrei que esse cara era um inimigo. Eu não deveria esquecer disso e será só por hoje, Não cuidarei mais dele a partir de amanhã.
Goro comeu o pão e começou a lamber o prato.
— Bark.
Oh, ele também consegue agir de forma meiga.
— Parece que não tenho escolha, preciso ir ao refeitório mais uma vez.

Peguei um prato de carne e também um de o pão, afinal de contas, um cachorro grande como aquele come muito. Expliquei minha situação para a tia no refeitório e ela me deu alguns pães extras. — Aquele pulguento será capaz de encher a pança agora.

◇◇◇


— Oh, merda. — Literalmente falando.
Quando voltei encontrei uma surpresa que o Goro fez especialmente para mim. Era tão grande que deixaria qualquer vaca passando vergonha e estava fumegando fresco. 
O que devo fazer?! Alguém me ajude! — No entanto, aqui era a escola, não minha casa. Eu usei todos os meus neurônios e pensei em uma solução. Peguei uma enorme caixa de papelão, usei como uma colher e em seguida, corri para o vaso sanitário. Sim, esta situação definitivamente vai entrar nos 5 piores momentos da minha vida. Então dei o pão que ganhei da tia para o Goro.
Você pode comer agora. Não... Na verdade não coma. — Eu tirei um pouco de pão do prato, pois no final, aquilo poderia acabar virando mais cocô mais tarde.
O dia voou em pouco tempo, então depois da escola,levei o Goro para passear. Enquanto andava, avistei o Toto olhando para mim escondido e tremendo. Sim, ele não apareceu ontem por que estava com medo desse pulguento.
— Estarei fazendo uma casinha aqui perto, então você terá que começar a se acostumar com isso, Toto.
— Não! Isso é absolutamente um cão devorador de homens!
Não era como se eu não entendesse, mas até o momento esse cachorro parecia um bem obediente.
Pouco tempo depois, a Iris chegou e ficou muito comovida com a nova coleira cheia de batatas.
— O que é isso! É tão legal! É tão legal! Ficou perfeito no Alfredo!
Alfredo? Você quer dizer o Goro?
No final isso foi diferente do plano. Deveria ser uma explosão de risadas aqui, mas se tornou completamente legal por causa das batatas, aliás, eu também estava usando um acessório de batatas. Eu não conseguia decidir onde colocá-lo, mas finalmente decidi fazer isso em formato de colar, embora, estivesse escondendo isso dentro de minhas roupas. Espero ser louvado como Goro também.
— Hã, Kururi, o que é esse colar?
Oh, parece que o Toto percebeu isso.
— Sim, é uma batata.
— Por que uma batata? Isso é tão ridículo.
Vou fingir que não ouvi isso…
— Eu irei fazer a casa do cachorro e será BEM NA FRENTE da estufa.
— O quê!? Ponha isso mais longe!
— Então vou colocá-la então no portão de entrada.
— Como isso seria mais longe!? Fiz alguma coisa para lhe ofender!?
Bem, irei pedir a algum professor para conseguir o material.
— Ei, pare de brincar com ela e venha comigo, estou indo construir uma casinha para você. — Eu tentei comandá-lo, mas ele não me escutou.

Achei que estávamos nos dando bem, mas talvez ele não quisesse se mexer agora. Então terei que ir sozinho.
— Vamos, Alfredo, vamos ao refeitório e façamos sua próxima refeição.
Ele começou a pular para cima e para baixo e abanava o rabo.

Certo, ele era esse tipo de cara… como eu te odeio. Fui idiota por achar que havíamos nos tornado amigos.

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